Recentemente leitor (a), os grandes veículos de imprensa tem noticiado em destaque a trágica morte da designer de interiores Kathlen Romeu, que foi atingida durante uma operação da Policia Militar na comunidade do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. A jovem – que era negra, tinha 24 anos e estava grávida de 14 semanas – havia se mudado da região no fim de abril, por medo da violência.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal, ela levou um tiro de fuzil no tórax. Ainda temos que aguardar as investigações, mas é preciso observar certas coisas peculiares no Brasil.
O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos
Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.
O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…".
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes, de acordo com uma das aulas de conceito histórico , que eu tive no sétimo período na Faculdade, durante o sétimo semestre do curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora , doutora e socióloga Lilian de Lucca Torres.
Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.
No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.
No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia social", simplesmente pelo fato de ser negro.
A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.
O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo o final do período da escravidão no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.
O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.
A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil. de acordo com uma das aulas de conceito histórico que eu tive durante sétimo semestre do curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora , socióloga e doutora Lilian de Lucca Torres.
O Brasil é um pais que insiste em combater as desigualdades por meio de intervenções policiais. No Brasil, temos a mentalidade de achar que os nossos negros são naturalmente suspeitos. Sim leitor (a). Na barbárie que vivemos no Brasil, as vidas humanas somente importam nos altos condomínio de luxo nas áreas nobres das grandes cidades nas capitais brasileiras.
As desigualdades se combatem por meio de politicas educacionais. As desigualdades se combatem por meio de politicas públicas, uma tarefa que cabem ao estado brasileiro. O Brasil precisa romper com as amarras do racismo estrutural.
O Brasil precisa superar o racismo, o nosso país precisa aprender a respeitar a diversidade dentro do seu território. Sim leitor (a). O Brasil precisa romper com as amarras obscuras do racismo, aonde a vida humana somente importa quando se trata dos condomínios de luxo nas capitais do país.
Sim leitor (a). O racismo cotidiano, impede a nação brasileira a ter o entendimento de que vidas negras também são igualmente importantes no Brasil. Sim leitor (a). As vidas negras são tão importantes quanto as vidas dos condomínios de alto padrão nos bairros nobres das grandes capitais brasileiros.
O Brasil precisa romper com as amarras do seu preconceito de marca como um conceito de "hierarquia social". O preconceito de marca na sociedade, nos impede de reconhecer que as vidas negras também são igualmente importantes em uma sociedade capitalista. E como cidadão e como jornalista, sigo torcendo para que o preconceito de marca seja algo distante no Brasil. Sim leitor (a). Vidas negras também importam.
E assim caminha a humanidade.
Imagem : Portal G1 da Rede Globo.
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