sábado, 4 de setembro de 2021

As contradições do bolsonarismo.

 A Justiça do Rio de Janeiro quebrou os sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) na investigação que apura a suposta prática da "rachadinha" no gabinete do parlamentar.

Outras 26 pessoas também tiveram os sigilos quebrados, entre elas três chefes de gabinete do vereador: Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro; Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana Cristina; e Jorge Luiz Fernandes, que ocupa o cargo atualmente.

No pedido de quebra de sigilo, o Ministério Público do Rio de Janeiro divide os assessores e ex-assessores do gabinete de Carlos Bolsonaro em seis núcleos.

1. Carlos Bolsonaro – vereador desde 2001, está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio

Primeiro núcleo - formado por parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro

2. Ana Cristina Siqueira Valle – ex-mulher de Jair Bolsonaro. Foi chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro de 2001 (primeiro mandato de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio) até abril de 2008, ano em que ela se separou do presidente da República.

3. André Luis Procópio Siqueira Valle – irmão de Ana Cristina Siqueira Valle. Foi nomeado para cargo comissionado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro pouco depois de completar 18 anos. Ficou no cargo entre agosto de 2001 e fevereiro de 2005. Depois, de novo entre fevereiro de 2006 e novembro do mesmo ano.

Segundo o MP, André Luis morava e trabalhava em Resende, a 170 quilômetros do Rio, durante parte do período em que esteve nomeado no gabinete.

4. Gilmar Marques – ex-cunhado de Ana Cristina. Foi casado com Andrea Siqueira Valle, irmã de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro entre janeiro de 2001 e março de 2018.

Dados levantados pelo Ministério Público registram que Gilmar morou nos municípios de Rio Pomba, Juiz de Fora e Silveirânia, no Estado de Minas Gerais, a aproximadamente 275 quilômetros de distância da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, enquanto foi lotado no gabinete de Carlos Bolsonaro.

5. Andrea Siqueira Valle – irmã de Ana Cristina. Funcionária no gabinete de Carlos Bolsonaro de 2006 a 2008. De acordo com o MP, dados da Receita Federal e da identidade civil no Portal de Segurança registram que Andrea morava em Resende enquanto esteve lotada no gabinete de Carlos.

6. Marta da Silva Valle – cunhada de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro entre janeiro de 2001 e março de 2009. Dados da Receita Federal indicam que Marta e seu marido, Alexandre Siqueira Valle, irmão de Ana Cristina, residem em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, a aproximadamente 185 quilômetros de distância da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

7. Guilherme Henrique de Siqueira Hudson – primo de Ana Cristina. Foi nomeado para a chefia de gabinete depois da saída de Ana Cristina. Exerceu o cargo comissionado vereador Carlos Bolsonaro entre abril de 2008 e janeiro de 2018.

Segundo o MP, dados da Receita Federal, de habilitação e identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas registram somente endereços no Município de Resende.

O Coaf aponta que a conta bancária de Guilherme apresentou movimentações consideradas suspeitas, como depósitos e saques em espécie, além de “transferências eletrônicas de mesma titularidade que entram e saem da conta, incomuns com o perfil de pessoa física, dificultando a identificação da origem e destinação de parte dos recursos”.

8. Ananda Priscila Mendonça de Menezes Hudson – esposa de Guilherme Hudson. Exerceu cargo em comissão no gabinete de Carlos Bolsonaro entre março de 2009 e agosto de 2010.

Segundo o MP, dados da Receita Federal, de habilitação e identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas registram somente endereços no Município de Resende. Segundo o Coaf, 52,5% dos débitos realizados em sua conta bancária no período analisado foram saques de dinheiro em espécie. Enquanto esteve nomeada no gabinete, cursou Letras numa faculdade em Resende.

9. Monique de Carvalho Moreira Hudson – cunhada de Guilherme Henrique de Siqueira Hudson (esposa do irmão de Guilherme). Exerceu cargo em comissão no gabinete de Carlos Bolsonaro entre agosto de 2010 e dezembro de 2014.

Dados da Receita Federal, de identidade civil e do Clube de Diretores Lojistas, indicam que Monique tem endereços nos municípios de Resende e de Itatiaia. Entre 2011 e 2014 (ou seja, durante quase todo o período em que exerceu cargo comissionado na Câmara Municipal), Monique cursou Letras numa faculdade em Resende.

Pessoas que não são da família de Ana Cristina Siqueira Valle, mas que têm ligação com ela:

10. Cileide Barbosa Mendes – foi babá do primeiro filho de Ana Cristina. Exerceu cargo comissionado no gabinete do de Carlos Bolsonaro entre 2001 e 2009. Segundo o MP, durante parte do período em que esteve nomeada na Câmara, Cileide constou como sócia “laranja” de uma empresa que na verdade pertenceria ao ex-marido de Ana Cristina.

11. Adriana Teixeira da Silva Machado – de acordo com o Ministério Público, era sócia de Ana Cristina na empresa Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros Ltda. A mãe de Adriana, Luci Teixeira da Silva, exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro, entre 01/10/2005 e 01/08/2007.

12. Luci Teixeira da Silva – mãe de Adriana Teixeira da Silva. Exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro, entre 01/10/2005 e 01/08/2007.

Segundo núcleo – Família Góes.

13. Edir Barbosa Góes – Militar reformado, exerce cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro desde 2008. Em depoimento ao MP, disse que não era obrigado a bater ponto na Câmara Municipal.

Segundo Edir, a casa dele, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, servia como um núcleo do gabinete do vereador. E que sua função e de seus familiares era distribuir panfletos divulgando o mandato de Carlos Bolsonaro, e anotar demandas da população.

14. Neula de Carvalho Góes – esposa de Edir, foi a integrante da família que permaneceu mais tempo no gabinete de Carlos Bolsonaro, tendo sido nomeada aos 48 anos de idade e exonerada em fevereiro de 2019, aos 66 anos.

15. Rodrigo de Carvalho Góes – filho de Edir e Neula. Tinha 20 anos de idade quando foi nomeado para cargo comissionado na Câmara Municipal.

Segundo o MP, enquanto foi nomeado no gabinete de Carlos Bolsonaro, cursou Farmácia numa universidade particular. Durante mais de um ano, teria recebido salário como servidor comissionado na Câmara Municipal ao mesmo tempo em que trabalhava simultaneamente em dois outros empregos.

16. Rafael de Carvalho Góes – tinha 18 anos quando foi nomeado para cargo comissionado na Câmara Municipal. Cursou faculdade de Nutrição enquanto era lotado no gabinete de Carlos Bolsonaro.

17. Nadir Barbosa Góes – irmã de Edir Góes, ingressou no gabinete de Carlos Bolsonaro em 01/06/2008, por ocasião da exoneração de Rodrigo de Carvalho Góes e Rafael de Carvalho Góes. Moradora de Magé, na Baixada Fluminense.

Segundo o MP, embora se tratasse de uma senhora sexagenária, que morava a mais de 100 quilômetros do bairro de Santa Cruz, os integrantes da família Góes afirmaram em depoimento que ela se deslocava semanalmente, por transporte público, para colaborar na distribuição de informativos e na coleta de reivindicações da comunidade.

18. Leila de Carvalho Lino – irmã de Neula de Carvalho Góes, ingressou no gabinete de Carlos Bolsonaro em 01/07/2015, quando já era aposentada.

Terceiro núcleo – Família Martins

19. Diva da Cruz Martins – moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro entre 01/01/2003 e 01/08/2005.

Em depoimento, disse que sua função era distribuir panfletos divulgando o mandato de Carlos em Nova Iguaçu, apesar de ele ser vereador na capital.

20. Andrea Cristina da Cruz Martins – filha de Diva Martins. Foi nomeada no gabinete entre 2005 (quando Diva foi exonerada) até 2019. Também possui endereço declarado em Nova Iguaçu. Segundo o MP, ao se casar, em 2013, declarou ser babá, sem mencionar o cargo público que exercia.

Quarto núcleo – Família Gerbatim

21. Márcio da Silva Gerbatim – Exerceu cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara de Vereadores entre 01/04/2008 e 01/04/2010. Ex-marido de Marcia Aguiar, atual esposa do policial reformado Fabricio Queiroz, apontado pelo Ministério Público como o operador da suposta rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa.

22. Claudionor Gerbatim de Lima – sobrinho de Márcio Gerbatim. Entrou no gabinete depois da exoneração do tio.

Quinto núcleo – Família Fernandes

23. Jorge Luiz Fernandes – Atual chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara. Embora tenha sido nomeado logo após o início do primeiro mandato de Carlos, em janeiro de 2001, Jorge assumiu a chefia de gabinete somente em 01/01/2018, depois da exoneração de Guilherme Henrique da Siqueira Hudson.

24. Regina Célia Sobral Fernandes – esposa de Jorge Luiz Fernandes.

25. Juciara da Conceição Raimundo da Cunha - Ocupou cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro por mais de 11 anos, entre agosto de 2007 e janeiro de 2019.

O endereço declarado à Receita Federal é o mesmo de Jorge Luiz e Regina Célia, de frente para a Praia da Barra da Tijuca. Mas de acordo com o MP, Juciara na verdade mora numa casa simples, de tijolos aparentes, numa comunidade em Cordovil, na Zona Norte do Rio. Este é o endereço declarado à Receita do esposo de Juciara (já falecido) e do filho do casal.

Sexto núcleo – Família Duarte

26. José Carlos de Macedo Duarte – nomeado no gabinete entre 01/01/2001 e 01/02/2003, tendo sido responsável pela indicação dos integrantes da família Góes.

27. Noélia de Macedo Duarte – irmã de José Carlos. Ocupou cargo comissionado no gabinete de Carlos Bolsonaro por mais de 18 anos, entre 01/01/2001 e 01/02/2019. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã deste sábado (04).


Á você que está me lendo eu digo : A extrema direita é a politica mais a direita do espectro direita- esquerda na literatura cientifica. A extrema direita é ligada ao ligada a politicas antidemocráticas, como o fascismo, nazismo, a direita alternativa e a supremacia branca.

A extrema direita defende politicas discriminatórias contra grupos mais vulneráveis na sociedade. A extrema direita defende a opressão dos grupos mais vulneráveis na sociedade, por meio de atitudes como racismo e a xenofobia, se baseando na alegada inferioridade dos grupos vulneráveis na hierarquia social.

O bolsonarismo é um fenômeno da extrema direita no Brasil. O bolsonarismo virou uma febre no Brasil com a ascensão e a popularidade de Jair Bolsonaro, especialmente na sua campanha presidencial nas eleições de 2018.

O petismo  entrou em crise no Brasil durante o governo da ex presidente Dilma Rouseff (PT), especialmente com crise politica e econômica no Brasil após as eleições presidenciais de 2014. A crise do petismo fortaleceu a ideologia bolsonarista e a direita radical no Brasil.

O bolsonarismo prega a defesa da família, do conservadorismo, do autoritarismo e da opressão dos grupos mais vulneráveis para manter a hierarquia social no Brasil. O bolsonarimso não aceita as opniões contrarias a sua ideologia política. O bolsonarismo prega a rejeição aos direitos humanos, fazendo apologia aos metodos de tortura  e defendendo a destruição das estruturas democráticas.

O bolsonarismo se fortaleceu pelo moralismo exagerado no Brasil na crise politica econômica pós eleição presidencial de 2014. Contudo, o bolsonarismo não entregou resultados práticos na condução do país.

Além das contradições gritantes, o bolsonarismo conseguiu piorar uma situação econômica que já vinha bem critica desde 2014.

O bolsonarismo, que se vendeu como a salvação da pátria, apenas acumula mais e mais contradições. O bolsonarismo apenas afunda no mesmo patrimonialismo da politica tradicional.

O bolsonarismo, que se vendeu como algo antissistema, está atrelado aos mesmos vícios dos mesmos de sempre. E assim seguimos no Brasil. E assim segue um bolsonarismo em claras contradições, se compararmos ao discurso moralista na campanha presidencial em 2018.

A politica é a geopolítica que os países adotam para governar seus respectivos territórios. A politica, é a ciência, enquanto direito, utilizada para representatividade de assuntos internos ( politica interna) e assuntos externos ( politica externa). Nos regimes democráticos, os cidadãos elegiveis exercem a atividade politica, através do seu voto e militância, por  meio do pensamento critico no sufrágio universal.

A democracia é um regime politico em que todos os cidadão elegiveis participam igualmente- diretamente através de representantes eleitos - na proposta, no desenvolvimento e na criação das leis. Na democracia, os cidadãos elegiveis, exercem  plenamente o poder da governação, por meio do voto, do pensamento critico e intelectual, no pleno direito democrático por meio do sufrágio universal.

A politica deve seguir por caminhos democráticos. A verdadeira politica se segue pelos caminhos do respeito coletivo, do equilíbrio, da serenidade e da democracia representativa. A verdadeira politica deve seguir pelos caminhos democráticos. A politica se segue pelos meios da civilidade. A verdadeira politica não segue por meio de qualquer tipo de truculência.

A verdadeira politica deve seguir pela civilidade e pelos caminhos da democracia.

E assim caminha a humanidade. 

Imagem : Jornal O Globo.





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