Na política do Brasil, centrão refere-se a um conjunto de partidos políticos que não possuem uma orientação ideológica específica e que têm como objetivo assegurar uma proximidade ao poder executivo de modo que este lhes garanta vantagens e lhes permita distribuir privilégios por meio de redes clientelistas. Apesar do nome, o centrão não se trata necessariamente de um grupo de espectro político-ideológico estritamente centrista, mas de um agrupamento de políticos de orientação conservadora, geralmente composto por parlamentares do "baixo clero" que atuam conforme seus próprios interesses, ligado a práticas fisiológicas. Em Portugal, o termo aplica-se com conotação semelhante à política feita ao centro pelos maiores partidos da Assembleia da República, tipicamente o PSD e o PS.
O termo tem sua origem na Assembleia Constituinte de 1987, sendo usado para designar um grupo de partidos com perfil de centro a centro-direita, a maioria dos quais tem raízes em grupos políticos que colaboraram com o Regime Militar. Durante o governo Sarney, estes partidos se aliaram para dar apoio à bancada de sustentação do presidente em face das propostas de partidários do presidente da Câmara Ulysses Guimarães (MDB-SP) para o texto da nova Constituição, que eram acusados de ''progressistas''. Neste contexto, cinco partidos integravam o centrão: PFL, PL, PDS, PDC e PTB, além de segmentos do PMDB rivais à liderança de Guimarães. Os parlamentares do centrão conseguiram alterar a forma de aprovação do texto negociando apoio em troca de cargos e benesses. Em 2 de junho de 1988, também conseguiram aprovar o mandato de cinco anos para Sarney.
Após a promulgação da Constituição de 1988, o Centrão enquanto aliança supra-partidária foi parcialmente dissolvido e passou a se organizar no interior de alguns partidos, dos quais se destacou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Isso porque, embora o PMDB fosse sucessor do Movimento Democrático Brasileiro que se opôs à ditadura, a liderança de Ulysses Guimarães foi pressionada por um fluxo de políticos oriundos do PFL e do PDS, de inclinação mais fisiológica. Assim, o PMDB passou a desempenhar uma performance significativa e importante no apoio de sucessivos governos durante os 30 primeiros anos da nova Constituição. A organização do partido favoreceu a incorporação do legado do Centrão: uma força centrípeta sem uma mensagem programática definida, cuja principal função no sistema político era apoiar presidentes eleitos independentemente da sua posição no espectro ideológico.
Assim, durante o segundo governo Fernando Henrique Cardoso, o apoio de personalidades como Michel Temer (PMDB-SP), Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) foi crucial para a sustenção na Câmara dos Deputados e o mesmo ocorreu durante os governos Lula e Dilma Rouseff de qyuem Temer fora vice presidente.
Diga-se leitor (a). O apoio monárquico do centrão, foi fundamental para a sustentação politica do governo do ex presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), após o tenebroso escândalo da compra de votos a favor da emenda da reeleição em 1998.
Assim como o apoio monárquico do centrão, foi fundamental na para a sustentação política do governo do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após o tenebroso escândalo do Mensalão em 2005.
A falta de apoio do centrão, foi a causa da ruína do governo da ex presidente Dilma Rouseff (PT), após o tenebroso escândalo envolvendo a Petrobrás, o tenebroso escândalo do petrolão.
Em troca de favores e de privilégios por meio de redes clientelistas, o centrão está dando suporte ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), após o tenebroso escândalo das rachadinhas, que envolveu o vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, os filhos do atual mandatário.
Em troca de privilégios por meio de redes clientelistas, o centrão dá suporte ao presidente Jair Bolsonaro (PL), após o tenebroso escândalo no Ministério da Educação (MEC).
O aumentativo "quadrilhão" é uma alusão ao tamanho e ao poder dos integrantes do grupo suspeito de, entre outros crimes, organização criminosa, quando quatro ou mais pessoas se associam para o fim específico de cometer infrações penais cujas penas máximas superem quatro anos.
Em setembro de 2017, a Procuradoria-Geral da República apresentou duas peças acusatórias contra o comando do PMDB - referido como "Quadrilhão do PMDB": uma para a ala do partido no Senado e outra para a ala do partido na Câmara dos Deputados.[8] Em 12 de setembro de 2017, a Polícia Federal concluiu um inquérito que investiga o chamado "PMDB na Câmara", conhecido por "quadrilhão do PMDB da Câmara". Dois dias depois, Rodrigo Janot denunciou o "quadrilhão do PMDB" - segundo as investigações do PGR e a denúncia - composto pelo presidente da República Michel Temer, ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, pelos ministros do governo Temer Eliseu Padilha e Moreira Franco, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, ex-assessorres de Temer, Rodrigo Rocha Loures, Tadeu Filippelli e Sandro Mabel, além do deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel Vieira Lima, preso pela Polícia Federal após ter sido encontrado 51 milhões de reais em um apartamento ligado à Geddel.
Para o bem para o mau. lá está os partidos do centrão, exercendo o poder hierárquico no Brasil.
Confira a reportagem no Portal G1 da Rede Globo.https://g1.globo.com/ma/
Nenhum comentário:
Postar um comentário