domingo, 31 de agosto de 2025

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Open-access O dom de jogar bola

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Este artigo tem como objetivo investigar como a categoria dom e seus significados interagem com a construção sociocultural do fenômeno futebol. A categoria foi trabalhada a partir da sua relação com a magia e a fé, necessárias num ambiente tão supersticioso como o do futebol brasileiro. A validação do dom enquanto objeto imperativo à compreensão dos êxitos e fracassos no futebol é algo compartilhado não só pelos jogadores, como também pela imprensa esportiva e pelos torcedores. A eficácia simbólica do dom é validada em ato mágico ao ser compartilhada e aceita por seus próprios criadores e consumidores, a ponto de transformar o rico contexto de aprendizado para o futebol, vivido no Brasil, em um simples golpe da sorte: nascer ou não com o dom.


cultura; dom; futebol; magia


This paper aims at investigating how being gifted, as a category for classifying football players, interacts with the sociocultural construction of the sporting phenomenon. The category and its meanings were analyzed in relation to magic and faith, since the Brazilian football environment is very superstitious. Football players and fans and also the press usually attribute success and failure in the sport to being gifted. The symbolic efficacy of the natural ability is validated as it is accepted and conveyed by its own creators and consumers as a magical fact. That sense causes them to signify the rich Brazilian context of learning how to play football as a matter of luck: players are either gifted or non-gifted.


culture; football; gift; magic


ARTIGOS


O dom de jogar bola


Sérgio Settani GiglioI; Márcio Pereira MoratoII,*; Sérgio StucchiII; José Julio Gavião de AlmeidaII


IUniversidade Nove de Julho – Brasil


II Universidade Estadual de Campinas – Brasil


RESUMO


Este artigo tem como objetivo investigar como a categoria dom e seus significados interagem com a construção sociocultural do fenômeno futebol. A categoria foi trabalhada a partir da sua relação com a magia e a fé, necessárias num ambiente tão supersticioso como o do futebol brasileiro. A validação do dom enquanto objeto imperativo à compreensão dos êxitos e fracassos no futebol é algo compartilhado não só pelos jogadores, como também pela imprensa esportiva e pelos torcedores. A eficácia simbólica do dom é validada em ato mágico ao ser compartilhada e aceita por seus próprios criadores e consumidores, a ponto de transformar o rico contexto de aprendizado para o futebol, vivido no Brasil, em um simples golpe da sorte: nascer ou não com o dom.


Palavras-chave: cultura, dom, futebol, magia.


ABSTRACT


This paper aims at investigating how being gifted, as a category for classifying football players, interacts with the sociocultural construction of the sporting phenomenon. The category and its meanings were analyzed in relation to magic and faith, since the Brazilian football environment is very superstitious. Football players and fans and also the press usually attribute success and failure in the sport to being gifted. The symbolic efficacy of the natural ability is validated as it is accepted and conveyed by its own creators and consumers as a magical fact. That sense causes them to signify the rich Brazilian context of learning how to play football as a matter of luck: players are either gifted or non-gifted.


Keywords: culture, football, gift, magic.


Introdução


Aprender a jogar futebol no Brasil sempre esteve respaldado no significado cultural de sua prática. Desde a infância os brasileiros são influenciados por esse significado. Recebem bolas e uniformes dos clubes preferidos dos pais ou parentes. Torcem por determinados times. Assistem aos jogos pela televisão ou nos estádios, são incentivados a praticar o esporte. Jogam em quadras, na praia, na rua, em terrenos baldios ou em qualquer lugar onde se possa rolar um objeto esférico. Inventam brincadeiras com a bola nos pés. Fazem do verbo "jogar bola" uma identificação praticamente exclusiva do jogar futebol, salvo raríssimas exceções.


DaMatta (1982, p. 16) afirma que o futebol é um objeto social complexo, que pode ser socialmente apropriado de vários modos em diferentes nações, e defende que "cada sociedade tem o futebol que merece". Ele acredita que o futebol praticado no Brasil não é somente uma atividade com conotações específicas, mas também um jogo a serviço de todo um conjunto de valores e relações sociais, onde a população exercita e aprende costumes do que é ser brasileiro.


Muitos grupos se formam ou se formaram pelo futebol, seja para torcer ou praticar. Clubes e associações esportivas se originaram pela busca da prática da modalidade. Loterias são baseadas em jogos de futebol e mais recentemente nos distintivos dos clubes. A mídia dá mais ênfase ao futebol em detrimento das outras modalidades esportivas. Os brasileiros "vivem futebol" com grande intensidade, uma intensidade que lembra a briga de galos em Bali (Geertz,1989). Sem dúvida os significados gerados por essas práticas tão distintas são diferentes, porém ambas têm a capacidade de dar sentido a uma grande parcela da população.


De forma contraditória, entretanto, esse mesmo contexto que significa o desenvolvimento do fenômeno leva muitas pessoas a negarem tal significação, pois dá uma idéia de que os brasileiros já nascem sabendo jogar futebol, como se tivessem sofrido uma mutação genética ou herdado um dom divino para tal. Até mesmo Pelé, ícone máximo no universo do futebol, afirma que futebol não se aprende,1 desconsiderando todo esse processo de construção cultural.


Partindo-se desse entendimento da construção sociocultural do fenômeno futebol e sua relevância para o brasileiro, este artigo objetiva investigar como a categoria dom e seus significados interagem com o fenômeno em questão. O dom é um tema evidente para o entendimento do futebol brasileiro e é recorrente na fala de vários personagens em diferentes contextos no mundo do futebol, como nas entrevistas realizadas nesta pesquisa, com dois ex-jogadores e nove jogadores de futebol profissional e com seis jogadores de futebol para cegos.2 As entrevistas com os primeiros foram realizadas entre agosto de 2005 e janeiro de 2006; as entrevistas com os segundos foram realizadas de outubro a dezembro de 2005, e todas foram feitas em São Paulo.


O caráter mágico do dom


Numa busca pela literatura especializada em futebol, poucos são os trabalhos que se arriscam em definir a categoria dom. Diante dessa dificuldade, o Dicionário da Língua Portuguesa (Ferreira, 1995) torna-se uma fonte para pensar a questão. O verbete do dicionário define dom como uma dádiva ou presente. Porém, essa definição transmite uma idéia genérica que não abrange o significado do termo quando usado no meio esportivo. A dificuldade em encontrar definições a respeito do que realmente seria o dom é provocada pelo fato de não haver como provar sua existência, já que é um conceito que se localiza no campo da fé. A crença faz com que o dom, dentre outras coisas, seja uma justificativa viável para preencher as lacunas criadas com os freqüentes questionamentos sobre o destaque de um indivíduo em determinada área ou esporte. Nessas situações, o termo passa a ser utilizado com o sentido de uma categoria nativa, uma acepção que o dicionário não contempla.


Damo (2007, p. 200) comenta a história de dois irmãos que seguem trajetórias diferentes no futebol. Seu questionamento é sobre os motivos que levam um dos irmãos a ser mais bem sucedido no esporte que o outro: "[...] como dois filhos de um mesmo casal podem ter performances desiguais e, particularmente, no caso dos gêmeos – Diego e Diogo, [...] –, como um torna-se mais exitoso do que o outro? Por que um deles é melhor do que o outro e não o inverso?" Nesse caso, pode-se questionar se eles tiveram ou não as mesmas vivências e experiências e, se as tiveram, o êxito ou fracasso em uma atividade poderia ser explicado pela maneira como cada um lidou com a mesma. As variadas experiências não são consideradas como uma condição essencial no processo de aprendizagem, parecendo haver sempre uma lacuna entre o sucesso ou insucesso e a história de cada um.


No futebol, essa a lacuna é geralmente preenchida pelo dom, que surge como uma explicação para acontecimentos, até então, inexplicáveis. Damo (2007) considera que, se um dia essa lacuna for preenchida de outra forma, com outras explicações, talvez o futebol de espetáculo tenha diminuído, ao menos em parte, o interesse que provoca. O dom contribui para legitimar o pensamento mágico e místico do futebol.


O dom é precisamente isso: "nada de mais", "o instinto", "uma dádiva divina" e, agregando-se outros termos do meio futebolístico, dom é "aquele algo mais", "o que não se pode explicar, "aquilo que você sabe quando o sujeito tem, mas não sabe o que é", entre outras. Enfim, dom é, fundamentalmente, um termo que preenche um espaço que deveria ser ocupado por outro termo, um coringa, razão pela qual seu significado permanece oculto, aberto, como ilustra o diálogo com o olheiro Dada, citado anteriormente – "Você pode ver pelo jeito dele correr, o jeito que bate na bola". Só o contexto dirá o que está em jogo quando o termo é usado (Damo, 2007, p. 199).


O dom é um objeto de crença. Não há um meio termo, nele acredita-se ou não. Por ser objeto de crença, o dom assume, como observado nos dados obtidos, significados próximos e amplos. Na fala dos entrevistados o dom dificilmente aparece sozinho, sempre precisa de um complemento para validá-lo. Esse complemento pode ser traduzido pelos dois significados que o termo pode assumir: sinônimo de talento, em que ele seria uma predisposição inata, algo que pertence ao sujeito e pode ser aperfeiçoado; ou sinônimo de dádiva, em que seria uma predisposição que, além de inata, é hereditária (Damo, 2007).


O dom somente assume esses sentidos se for validado enquanto uma representação. Para existir, o dom precisa ser compartilhado por aqueles que integram o cenário do futebol. Se os próprios jogadores, técnicos, preparadores físicos, torcedores, jornalistas não acreditassem no dom, não faria sentido discuti-lo, já que ele não existiria aos olhos daqueles que compõem o cenário esportivo e assim perderia sua eficácia simbólica.


Mauss3 (2003) explica que a magia compreende agentes, atos e representações. O mágico é aquele que faz atos mágicos. As representações mágicas são as idéias e as crenças que correspondem aos atos mágicos; por sua vez, os atos são definidos em relação aos outros elementos da magia, conhecidos como ritos mágicos. Para se entender a magia é preciso compreender a sua natureza simbólica e, sem ela, torna-se impossível explicar sua eficácia. "A magia é, por definição, objeto de crença. [...] A magia, como a religião, é um bloco, nela se crê ou se crê" (Mauss, 2003, p. 126).


[...] a crença do mágico e a do público não são duas coisas diferentes; a primeira é o reflexo da segunda, já que a simulação do mágico só é possível em razão da credulidade pública. É essa crença, que o mágico partilha com todos os seus, que faz com que nem a sua própria prestidigitação, nem seus experimentos frustrados o façam duvidar da magia. Ele tem sempre aquele mínimo de fé que é a crença na magia dos outros [...]. Em geral, se não vê agir as causas, ele vê os efeitos que elas produzem. (Mauss, 2003, p. 131).


É essa crença que faz com que o dom seja considerado como habilidade, talento, algo inato, que é, portanto, uma dádiva divina: a habilidade é explicada pelo talento, o talento é explicado como uma característica inata, e se se nasce com ele, então, deve ser mesmo uma dádiva divina (Giglio, 2007). É essa a leitura que os jogadores fazem ao usarem uma série de palavras para dizerem a mesma coisa. Há um consenso, entre eles, de que para ser jogador de futebol é preciso ter algo que os diferencia dos demais, e isso é nada mais do que o dom para jogar futebol. No entanto, essa idéia não é exclusiva dos jogadores, atingindo também os professores de escolinhas de futebol (Scaglia, 1999), e técnicos de futebol profissional (Giglio, 2003).


Dessa forma, a crença de que o dom seja uma qualidade imprescindível aos jogadores é compartilhada por seus colegas de profissão e até mesmo por aqueles que não são do meio futebolístico.


Em suma, sua crença é sincera na medida em que é a de todo o seu grupo. A magia é acreditada e não percebida. É um estado de alma coletivo que faz com que ela se constate e se verifique em suas conseqüências, ainda que permaneça misteriosa, mesmo para o mágico. A magia é, portanto, em conjunto, o objeto de uma crença a priori; trata-se de uma crença coletiva, unânime, e é a natureza dessa crença que faz a magia poder facilmente transpor o abismo que separa seus dados de suas conclusões. (Mauss, 2003, p. 131).


O dom também é utilizado para explicar como um atleta chega à seleção brasileira, ou como, em um jogo informal de meninos, uns se destacam mais do que os outros, ou mesmo como, diante de tanta concorrência nas categorias de base, alguns conseguem chegar ao profissional. A importância do termo reside no fato de ele explicar o que se considera inexplicável e sua recorrência se dá por ter um sentido que é compartilhado e validado pelos torcedores, jogadores, mídia, etc.


As categorias e significados assumidos pelo dom


O uso da categoria dom é uma mescla de significados que, quando usados no plano concreto, são fundidos para dar sentido ao inexplicável. Apesar disso, o dom parece assumir dois significados amplos e complementares: sinônimo de uma dádiva de Deus/herança genética; ou sinônimo de talento/habilidade (Damo, 2007). Em ambas as categorias, o dom aparece como algo diferencial, que separa os dotados do não dotados.


O dom como dádiva ou herança


O dom como dádiva equivale a uma predisposição que, além de inata, é herdada. Seria uma qualidade natural pertencente aos bem nascidos, aos predestinados ou aos afortunados que teriam esse privilégio. Provavelmente essa seja a forma mais utilizada no cotidiano, pois não fica restrita somente ao campo esportivo. Serve para explicar como o dom é utilizado por outras áreas.


Entre os entrevistados, houve consenso de que o jogador de futebol e, principalmente o craque,4 possui um dom. Mas não qualquer tipo de dom, e sim o dom particular para o futebol. Quando pensam o dom como uma dádiva, os jogadores estão se distinguindo dos demais e fazendo um auto-elogio, como se fossem predestinados a recebê-la.


Para boa parte das pessoas, o atleta que alcança o sonho de jogar pela seleção brasileira é visto como um vencedor, um afortunado. Após passar pelo grande funil que separa aqueles que realmente serão jogadores daqueles que nunca o conseguirão, a seleção brasileira representa um funil ainda mais estreito, pois se acredita que só chegam a essa condição os jogadores que realmente possuem o dom.


Acho que dom eles tem sim, pelo fato deles sempre tá aí na seleção, aí sempre tá aí defendendo a amarelinha aí pra gente [...] acho que um dom que temos que agradecer a Deus porque esse dom, acho que Deus que deu pra gente, a gente tem que agarrar com as duas mãos e sempre tá buscando o melhor. (Entrevistado 5, jogador profissional, atacante, 21 anos5).


Jogar pela seleção brasileira representa o ápice da carreira de jogador. O atleta pode atuar por um grande clube brasileiro ou do exterior, mas jogar pela seleção representa uma espécie de validação e comprovação da sua qualidade. Geralmente, os atletas que atuam pela seleção são reconhecidos como ídolos de suas equipes.


Há um consenso, no meio futebolístico, de que o ídolo é um jogador que se sobressai diante dos demais atletas porque faz o melhor. Tal qual ídolos de outras esferas, como Roberto Carlos, da música, ou Ayrton Senna, do automobilismo, o ídolo no futebol é tido como aquele que recebeu uma dádiva e que deve, por isso, agradecer a Deus. Cabe somente ao atleta, entretanto, agarrar a chance e o privilégio de possuir o dom para buscar o melhor.


Por esse sentido de benção divina, acredita-se que, no Brasil, vários meninos nasçam já aptos para praticar futebol. Essa crença faz com que sejamos considerados os melhores jogadores de futebol do mundo. Além da associação ao sentido do divino, o dom também assume a forma de herança genética, unindo características de predestinação:


Genético. Já vem de berço, já é uma coisa que você não consegue fazer um jogador né. Você consegue lapidar o jogador. Você não consegue deixar ele craque, mas se ele tiver a qualidade, tiver o dom aí sim você vai lapidar para ele ser craque. (Entrevistado 4, jogador profissional, goleiro, 32 anos).


É genético. Realmente pelo que parece [...]. Então, a tendência de um filho de um neto nascer com esse dom de futebol é mais fácil. (Entrevistado 9, jogador profissional, lateral-esquerdo, 32 anos).


A partir desse pensamento, a idéia é a de que, na história de uma família, se já houve algum jogador de futebol, há maior possibilidade de haja, no futuro, outro jogador.


Os entrevistados consideram, assim, que a representatividade mundial que o Brasil conquistou no futebol é a combinação de uma qualidade genética e de uma prontidão do brasileiro para a prática. O dom, nessa perspectiva, faz uma clara alusão a uma grande máxima no futebol brasileiro: "futebol não se ensina, nasce com o jogador", ou se se preferir, "está no sangue".


O dom como habilidade ou talento


Souza (1996, p. 132, grifo do autor) afirma que no "sistema de valores que permeia o futebol brasileiro, uma categoria central que recebe, geralmente, uma valoração positiva é o talento. O talento seria uma característica inata, rara, singular, específica e exclusiva de cada jogador que o possuir". O talento, aí, aparece como a materialização do dom, fazendo com que ele se torne algo concreto.


Olha hoje em dia você fabrica jogador [...]. Agora, você não fabrica o craque. Você fabrica jogador. O craque já tem o dom. O craque já é desde pequeninho. [...] O dom é a habilidade que você tem é de [...] de rapidamente ser melhor do que os outros. Que nem eu tenho aqui, aqui na escola, nós temos 60 meninos, desses 60 você tira três que têm o dom de saber jogar bola, já pequenininho. Então, esse garoto bem lapidado a tendência é só crescer. Enquanto que os outros terão sérias dificuldades pra chegar num estágio médio desse jogador que já tem esse dom. (Entrevistado 1, ex-jogador profissional, meio-campo, 51 anos).


Essa é uma visão muito recorrente dos professores que ensinam futebol, que consideram ser possível identificar, em um grupo, com apenas um olhar, aquelas crianças que são craques e, por isso, possuidores do dom. Nessa lógica, se as habilidades desses meninos, forem lapidadas, eles poderão aperfeiçoar suas qualidades e serem exímios jogadores, enquanto que as outras crianças somente poderão chegar a um estágio intermediário de desenvolvimento, se comparadas aos primeiros. Esse pensamento corrobora com a crença de que os não dotados desse dom não poderão aprender.


Freqüentemente, a habilidade é classificada como sinônimo de talento. Tanto o talento quanto a habilidade representam um diferencial, "o jogador tem ou não talento/habilidade". Há um consenso no meio futebolístico de que se uma pessoa é habilidosa poderá desenvolver melhor os fundamentos do futebol e nessa linha, o dom é utilizado para dizer que uns são melhores que os outros:


O dom é você, por exemplo, pegar uma bola e ter facilidade de [ver] um companheiro, de tocar, de driblar, de chutar, de fazer um gol. Então, o dom é uma coisa que você se sobressai com mais facilidade dos outros colegas. [...] Eu acho que isso já nasce com a pessoa. [...], por exemplo, você tem cinco jogadores que tem o dom, aí os cinco vão treinar na Portuguesa ou no Corinthians, tal. Então, aquele que vai bem, vai muito do técnico também de gostar de um daqueles lá. Então, os cinco jogam bem, mas um fica e quatro não ficam. Então, é aí que você tem que [...], aquele negócio de treinar mais, de se dedicar mais. Tem um monte de coisas que faz com que o jogador possa estar se sobressaindo. (Entrevistado 6, ex-jogador profissional, meio-campo, 63 anos).


A confusão entre habilidade inata e adquirida é evidente. Tocar, driblar, chutar, cobrar uma falta bem, são fundamentos que compõem o treinamento das equipes, portanto, são investidas muitas horas no aperfeiçoamento e aprendizagem dessas habilidades. Mesmo os jogadores vistos como detentores de certas habilidades inatas, aprimoram seu talento em longas horas de treinamentos. E esse aprimoramento contribui ainda mais para serem tachados como possuidores do dom.


O dom torna-se "real", palpável e visível ao ser associado a algumas "virtudes", tais como perseverança, vontade e sorte. Ele torna-se real quando o seu entendimento é naturalizado. Sem a naturalização, o dom não existe.


Entre muitos fatores, a sorte torna-se um elemento plausível para explicar porque um menino, além de possuir o dom, consegue ser selecionado numa peneira diante de um grande número de garotos que jogam tão bem quanto ele e também são detentores do dom. Participar de uma peneira,6 isto é, participar de um jogo coletivo com avaliação, pode representar uma porta de entrada para o mundo do futebol. Nessas situações, não é apenas a sorte que está em jogo, mas também a possibilidade de realização de um sonho.


O coletivo, como o próprio nome diz, é uma oportunidade de avaliadores conhecerem quem joga melhor dentro das condições do jogo: afora o nervosismo por estarem sendo avaliados, os jogadores dos times se conhecem minutos antes do jogo, o que dificulta seu desempenho. Como estão sendo avaliados, o jogo torna-se individual, afinal, para ser notado é preciso demonstrar possuir mais habilidade que os demais. Outra situação típica é o jogo dos que já pertencem à equipe contra os que querem integrá-la.


Damo (2007) ressalta a enorme dificuldade encontrada pelos garotos que sonham em integrar um time de futebol, pois a própria estrutura do esporte faz com que seja necessário que um jogador saia para que outro entre. Portanto, quem está dentro de um time não quer sair e o grupo já estabelecido fecha-se em um objetivo claro: a permanência dos amigos.


O mais importante para um jovem jogador é que, uma vez aprovado no teste, ele passe a fazer parte das categorias de base do time, mesmo sem que tenha a garantia de que, a partir disso, chegue à categoria profissional.


[...] é um pouco difícil. Tem muitos jogadores né, a competição é muito grande né, nas categorias de base. Acho que de umas 300 pessoas que eu conheci em categorias de base, infantil, juvenil, juniores acho que dá para contar no dedo quem vingou no profissional. (Entrevistado 7, jogador profissional, atacante, 28 anos).


Diante de tanta concorrência e poucas vagas na equipe profissional, muitos são excluídos do processo ainda nas fases preliminares. Muitas vezes a explicação para esse fato recai sobre o dom. Este item passa a ser considerado o diferencial na vida de um jogador, isto é, considera-se que os que são expelidos a cada etapa do processo de formação do jogador e que sucumbiram devido à grande concorrência, não são detentores do dom. E caso o fossem, precisariam também mostrar esforço e perseverança para aperfeiçoar cada vez mais sua habilidade/talento.


O embate entre o natural e o adquirido


Ao se apropriar do termo dom, o senso comum encara as qualidades futebolísticas do jogador brasileiro como talento/habilidade, como naturais. Chutar, driblar, cabecear, ter uma melhor visão de jogo, dentre outros fundamentos, são considerados qualidades inatas. Ao conceituar o dom a partir dessa ótica da magia, chega-se à crença de que o brasileiro é "bom de bola" porque nasceu brasileiro, ou seja, porque possuiria um gene futebolístico.


Com o sentido de uma qualidade natural, a capacidade de jogar futebol no Brasil implicaria na impossibilidade ou não necessidade de ensinar o esporte, o que contradiz a existência das tantas escolinhas de futebol. Entretanto, mesmo dentre aqueles que ensinam o esporte ocorre a crença na impossibilidade de seu ensino. Scaglia (1999), por exemplo, constatou, em uma pesquisa, que a maioria dos professores de escolinhas de futebol entrevistados entendem que o futebol é uma questão de dom e que é, portanto, uma modalidade impossível de ser ensinada no seu todo:


Ah eu acho que, eu particularmente penso que é nato né, a pessoa acho que tem, nasce com o dom, e é obvio que ela desenvolve isso agora se a pessoa não tem o dom infelizmente não tem como aprender não. (Entrevistado 11, jogador do futebol de cinco, deficiente visual, atacante, 31 anos7).


A difusão da idéia natural do dom é alimentada pela imagem do ídolo, protagonista dos gramados. Para o imaginário social, os maiores craques são aqueles que se destacam devido aos seus dons, às suas virtudes intrínsecas consideradas freqüentemente como inatas e intuitivas. A pesquisa de Rodrigues (2004), por exemplo, sobre o motivo pelo qual jogadores de times profissionais escolheram essa carreira, mostra que 50% deles o fizeram por acreditar possuir o dom, em relação a 21,4% para o fizeram para enriquecer; a 14,7% que o fizeram por incentivo da família; a 10,7% para jogar pela seleção brasileira e a 3,6% que não responderam.


Em outras esferas do conhecimento, geralmente, no campo artístico, o craque é visto como gênio. Como explicar a presença de um craque/gênio em qualquer esfera além da esportiva? A justificativa, na maioria das vezes, também recai no âmbito do natural. Com essa explicação, naturalizam-se todos os estímulos que essa pessoa recebeu e codificou de maneira diferente dos demais.


Nos campos futebolístico e artístico, portanto, a presença de gênios e craques se explica pelo viés religioso, da crença e da fé, como algo mágico (Giglio, 2007).


Na verdade você vê que todo jogador de futebol ele tem que ter um dom né porque senão não tem jeito né. Às vezes se você pegar um cara que nunca chutou uma bola e tentar fazer com que ele vire um jogador de futebol dificilmente você vai conseguir. Porque ele não tem aquele dom realmente. [...] Deus dá um dom pra cada um, né, então. O jogador de futebol, realmente, pode ser qualquer um, qualquer jogador, goleiro, qualquer um tem que ter o dom porque realmente é uma profissão dificílima. (Entrevistado 8, jogador profissional, goleiro, 29 anos).


O que está por trás da afirmação do dom como definidor da qualidade de um artista ou jogador é o empenho, a determinação, em outras palavras, muito trabalho. Isso fica esquecido em meio à confusão entre treinamento e genética, entre inato e adquirido.


Em vários momentos, os entrevistados se contradisseram nesse ponto. No imaginário desses jogadores, o dom, sozinho, não resolve tudo. O jogador precisa ter o dom, e também dedicação e empenho para que ele se torne algo real. Segundo os atletas, se não houver lapidação, aprendizado e aperfeiçoamento, especialmente da habilidade/talento, não há como se manter no futebol.


Eu particularmente acredito que é um presente de Deus. Eu particularmente acredito nesse sentido. Cada pessoa tem um talento, cada pessoa tem um dom que precisa ser trabalhado, que precisa ser desenvolvido. E tem uma frase que um pessoal, tem um rapaz que me falou, que é bem interessante. Comentou que um rapaz falou pro outro que assim num lance difícil, não sei se do esporte ou da vida, acho que no esporte, ele falou que o rapaz tinha bastante sorte. E o rapaz falou: é engraçado que quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho. Então, eu acho que é uma coisa que está associada ao trabalho. Você ter o dom e desenvolver o dom. (Entrevistado 10, jogador profissional, volante, 30 anos).


Assim, dom é um presente divino que precisa ser trabalhado, lapidado e desenvolvido. Não basta tê-lo e não se empenhar. A questão que se coloca, portanto, é: se essas qualidades são tão importantes para conquistar objetivos, será que possuir ou não o dom é um determinante para ser um bom profissional, qualquer que seja a sua área?


Alguns fatores genéticos podem até facilitar o desempenho em uma ou outra modalidade, mas não há como afirmar que uma pessoa já nasce com um domínio de bola ou visão de jogo. O equívoco em considerar o dom como pré-requisito para o sucesso na carreira faz com que os atletas descartem o quanto aprenderam, desde seu início de carreira, em suas próprias histórias.


A gente terminava o almoço, a gente ia jogar bola, intervalo né, recreio a gente tava jogando bola é, às vezes entre o café da manhã, entre o café da manhã e a aula a gente jogava bola também, era o tempo inteiro, né? (Entrevistado 12, jogador do futebol de cinco, deficiente visual, defensor, 29 anos).


Os colegas chamaram para ir jogar. A gente começa jogando lá atrás na defesa, né, porque não sabe nada e então você sempre, eles [...] o pessoal põe você para jogar lá atrás. Por sorte eu [...] tinha um pouquinho de habilidade então, quem vai tendo habilidade acaba se destacando naturalmente, acaba melhorando a sua qualidade, acaba ganhando espaço. Isso em colégio é muito comum, muito normal, né? (Entrevistado 13, jogador do futebol de cinco, deficiente visual, ala, 36 anos).


No Brasil, é costume dizer que as crianças nascem jogando futebol. Essa frase quer dizer que aqui as crianças crescem jogando futebol. Em outras palavras, ela poderia ser interpretada da seguinte forma: no Brasil as crianças, principalmente os meninos, crescem com uma bola de futebol, e, em certa medida, se tornam "meninos" porque jogam futebol.


As crianças brasileiras ganham bolas de futebol mesmo antes de começarem a andar. Assim, o objeto faz parte das brincadeiras e da vida das crianças desde muito cedo. E como há uma idéia muito difundida no Brasil de que jogar bola nada mais é do que praticar futebol, a expressão jogar bola passa a ser definida culturalmente como significando jogar futebol. Esse sentido é uma marca carregada pelo brasileiro. Outros esportes com bola, diferentemente, não são expressos pelo sintagma (Giglio, 2005).


Como todas as pessoas são influenciadas pela cultura, também os craques do futebol brasileiro praticam futebol desde pequenos, muito antes de entrarem para as categorias de base dos clubes. A influência cultural, em todo processo de formação dos jogadores, precisa ser considerada. Todo o aprendizado não pode ser classificado como um complemento do dom, mas como a parte principal de todo processo.


Assim, não podemos analisar o dom sem considerar o aspecto cultural. Se aceitarmos a idéia de que uma pessoa possa ter um dom ou "talento natural", o ponto de partida da discussão deve ser feito pela ótica da cultura, ou seja, nesse caso, o dom pode ser entendido como algo aprendido culturalmente, como um componente adquirido que aperfeiçoa e melhora a natureza inata de cada um (Chauí, 2003). Mesmo que haja um processo de seleção "cultural" no futebol – parafraseando o famoso conceito de Darwin –, não fossem as experiências infantis, a vontade de "jogar fora de hora", a disposição para a união e troca com outras crianças (união potencializadora da criatividade para a criação de jogos e brincadeiras e para a adaptação de materiais e regras para o jogo), além da dedicação aos treinos formais, muitos atletas em potencial não teriam descoberto suas qualidades.


Pelo fato de o vínculo entre o futebol e o cidadão brasileiro ser tão grande, acaba-se por naturalizar as suas opções pela prática do futebol, fazendo com que toda a mediação existente em torno desse fenômeno seja esquecida, para se passar a acreditar num possível dom divino dessa nação, uma aptidão para jogar futebol responsável por tantas glórias conquistadas nos gramados. A história brasileira de sucesso em outros esportes, entretanto, serve para contrapor essa idéia. As vitórias da seleção brasileira de voleibol, nos últimos anos, por exemplo, coloca em cheque essa lógica. Será que, a partir de determinado momento, passamos a ter também o dom para este esporte? Ou se já o tínhamos, por que demorou tanto para que ele se revelasse no cenário mundial?


A declaração dada pelo atacante francês Thierry Henry, antes do jogo Brasil e França, pelas quartas de final da Copa de 2006, ilustra esse processo de mediação cultural para a prática do futebol em nosso país:


Quando eu era criança, ia à escola das 7 horas da manhã às 5 da tarde e, quando queria jogar bola, minha mãe não deixava. Dizia que estudar era mais importante. No Brasil, as crianças jogam das 8 às 18 horas. Em algum momento a técnica aparece. [...] [no Brasil as crianças] nascem com a bola nos pés. Na praia, na rua, na escola. Onde quer que você olhe, eles estão jogando. (Henry pisa..., 2006).


A afirmação, provocação ou pensamento de Henry, vai de encontro com a idéia que naturaliza o dom ao invés de vê-lo como um longo processo de aprendizagem por qual passam os meninos brasileiros.


De fato, há muita diferença entre a realidade vivida pelas crianças brasileiras e francesas. Damo (2007) analisou e comparou o modelo de formação de jogadores no Brasil e na França, e afirma que no futebol as diferenças também existem. Nas duas nações há uma legislação que garante o direito aos jovens de estudar. Enquanto os franceses treinam um período por dia para estudarem no outro, os brasileiros treinam em dois períodos para, se possível, estudar no período noturno. O autor fez um levantamento da quantidade de horas de treinamento que os jogadores são submetidos até chegar ao profissional aqui no Brasil. Considerou as horas de treinamento de cinco categorias8 e constatou uma carga horária de aproximadamente 5.650 horas. Ou seja, esses meninos são submetidos a um aprendizado, ao longo de sua formação, equivalente a dois cursos de graduação.


Damo (2007) também afirma que um modelo como o brasileiro só poderia mesmo produzir excelentes resultados futebolísticos. Porém, questiona o que acontecerá com o grande número de jovens que serão expelidos do processo de formação de jogador já que não possuem qualquer perspectiva de reconversão, afinal, "o que se pode fazer com os pés além de jogar futebol?" (Damo, 2007, p. 108). Existem outros interesses em cumprir uma lei que garante o acesso à educação e, em nosso país, ainda estamos longe de criar uma consciência da importância da educação para uma melhoria da sociedade.


Muitos jovens excluídos socialmente, sem acesso a uma educação de qualidade, encontram um espaço, um grupo e uma forma de "ser alguém" no futebol. É na periferia e nas famosas peladas e brincadeiras de bola (controle, bobinho, flechinha, rebatida, etc.) que grande parte dos brasileiros aprende a jogar futebol (Freire, 2003). Muitas habilidades desenvolvidas na infância, nos campos improvisados, na rua ou nas escolinhas, são capazes de explicar "o dom do jogador brasileiro para o futebol" (Giglio, 2005).


Mas se aprender jogos e esportes é algo que está ao alcance de todos, aprender bem determinado assunto ou habilidade pode ser para poucos. A diferença deve recair, nesse ponto, entre aprender a fazer e ter facilidade para aprender algo, se destacando ao fazê-lo, e não na incapacidade de aprender, pois a aprendizagem é uma característica inerente a todo ser humano. Jogar bola das 8h às 18h, como disse o jogador francês, representa uma das formas de aprendizagem desse esporte. Quando se trata de uma aprendizagem/vivência motora, o número de horas dedicadas à atividade torna-se o grande diferencial.


A eficácia simbólica do dom


Apesar da dificuldade de lidar com a categoria dom, principalmente em relação a explicar o inexplicável (ou o que se acredita ser inexplicável, por se situar no campo da fé), a análise dos dados permitiu compreender sua construção e o processo que eleva a categoria dom a um status mágico em nossa cultura. As relações que se estabeleceram e continuam a se estabelecer em torno do esporte nacional alimentam um ciclo capaz de fazer do dom um pré-requisito indispensável para a prática do futebol. Quando um indivíduo se destaca na modalidade, ele o faz por possuir esse pré-requisito.


Porém, a avaliação de quem tem ou não o dom é feita dentro de padrões criados culturalmente pelo próprio desenvolvimento da modalidade. Muitos são os "avaliadores de dom" (mídia de forma geral, torcida, olheiros, técnicos, os próprios parentes e amigos, etc.) e, por conseguinte, muitas são também as formas de avaliação do mesmo, todas baseadas nos modelos correntes de cada cultura. Independentemente da forma de avaliação, do peso dos diferentes avaliadores e do interesse por trás de cada avaliação, muitos jogadores recebem o certificado de "possuidores do dom".


Tais agraciados, os craques ou ídolos, que se encaixam nos modelos existentes, passam a realimentá-los ao adquirirem o status de ídolos no esporte, tendo suas imagens transmitidas aos novos pretendentes a "possuidores do dom". Assim, o dom passa a ser a justificativa do sucesso desses jogadores, enquanto que sua ausência explica o fracasso daqueles que não conseguiram se tornar jogadores, ou não se transformaram em jogadores de sucesso. Com isso o status de dom como pré-requisito para a prática do futebol vai sendo reafirmado, e a crença nele aumentada realimenta o ciclo e faz com que sua eficácia simbólica seja cada vez mais forte.


Enfim, a eficácia simbólica do dom é validada em ato mágico (Mauss, 2003), ao ser compartilhado e aceito por seus próprios criadores e consumidores, ao ponto de transformar o rico contexto de aprendizado para o futebol, vivido no Brasil, em um simples golpe de sorte: nascer ou não com o dom.


Recebido em: 24/02/2008


Aprovado em: 19/06/2008



Referências bibliográficas

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DAMATTA, R. Esporte na sociedade: um ensaio sobre o futebol brasileiro. In: DAMATTA, R. (Org.). Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982. p. 19-42.

DAMO, A. S. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Hucitec, 2007.

FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário básico da língua portuguesa "Folha/Aurélio". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.

FREIRE, J. B. Pedagogia do futebol Campinas: Autores Associados, 2003.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GIGLIO, S. S. Futebol-arte x futebol-força: a opinião de técnicos. Relatório final Fapesp (Iniciação Científica)Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.

GIGLIO, S. S. Futebol-arte ou futebol-força? O estilo brasileiro em jogo. In: DAOLIO, Jocimar (Org.). Futebol, cultura e sociedade Campinas: Autores Associados, 2005. p. 1-150.

GIGLIO, S. S. Futebol: mitos, ídolos e heróis. Dissertação (Mestrado em Educação Física)Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

HENRY PISA na bola ao elogiar o Brasil. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. E9, 30 jun. 2006.

MAUSS, M. Sociologia e antropologia São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

MORATO, M. P. Técnicas e táticas do futebol para cegos (futebol de cinco) Dissertação (Mestrado em Educação Física)Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

RODRIGUES, F. X. F. Modernidade, disciplina e futebol: uma análise sociológica da produção social do jogador de futebol no Brasil. Sociologias, Porto Alegre, n. 11, p. 260-290, jan./jun. 2004.

SCAGLIA, A. J. O futebol que se aprende e se ensina Dissertação (Mestrado em Educação Física)Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.

SOUZA, M. A. de. Gênero e raça: a nação construída pelo futebol brasileiro. Cadernos Pagu, Campinas, n. 6-7, p. 109-152, 1996.

*

Doutorando em Educação Física.

1

Entrevista ao

Jornal Nacional, do dia 21 de janeiro de 1999 (Scaglia, 1999, f. 35).

2

A modalidade Futebol para Cegos ainda não pode ser considerada profissional. Além dos jogadores entrevistados, integrantes da seleção brasileira campeã paraolímpica em Atenas/2004, que recebem a bolsa atleta do Ministério dos Esportes, dificilmente se encontram outros exemplos na modalidade em que os jogadores recebem para jogar (Morato, 2007).

3

"Esboço de uma teoria geral da magia" corresponde à primeira parte do livro de Mauss; esse capítulo teve a colaboração de Henri Hubert.

4

Denominação popular aos jogadores de destaque.

5

Idade que os entrevistados possuíam no momento da entrevista.

6

Segundo informação da assessoria de imprensa dos clubes: Palmeiras, Corinthians e Portuguesa ainda mantêm a seleção por meio de peneiras. O São Paulo e o São Caetano recrutam seus jovens jogadores apenas por indicação, pois a realização da peneira envolvia muito trabalho e pouco resultado. Se alguns clubes eliminaram essa forma de recrutar jogadores, outros informatizaram esse processo por meio da internet. Atualmente existe um site especializado em divulgar as datas das peneiras de diversos clubes brasileiros (

http://www.craques.com.br/).

7

As posições do futebol de cinco são: goleiro, defensor, alas e atacante.

8

Equipes formadas no ano de 2005: Seleções (anos de nascimento de 92 a 95), Mirim (91), Infantil (90), Juvenil (88 e 89), Júnior (85 a 87).

Datas de Publicação

 Publicação nesta coleção

13 Out 2008  Data do Fascículo

Dez 2008

Histórico

 Recebido

24 Fev 2008  Aceito

19 Jun 2008. O artigo de autoria da SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

O "talento natural" no futebol combina uma série de características inatas e desenvolvidas, incluindo habilidades técnicas (domínio da bola, passe, remate), físicas (velocidade, agilidade, resistência), táticas (leitura de jogo, tomada de decisões) e mentais (perspicácia, trabalho em equipa). Embora uma predisposição genética possa ser um ponto de partida, não é suficiente; a excelência requer uma combinação de fatores genéticos e ambientais, com ênfase no trabalho árduo, treino e desenvolvimento constante para alcançar o alto rendimento. 

Componentes do talento no futebol:

Habilidades Técnicas:

O controlo da bola, a capacidade de passe e o remate eficaz são essenciais. 

Condição Física:

A velocidade, a agilidade, a resistência e a potência são cruciais para um desempenho de topo. 

Mentalidade e Tática:

A capacidade de ler o jogo, tomar decisões rápidas, a comunicação eficaz e a perspicácia são características-chave. 

Atitude e Trabalho em Equipa:

A colaboração, a responsabilidade, o respeito e a flexibilidade são importantes para o sucesso individual e coletivo. 

A relação entre talento e trabalho:

Talento como Ponto de Partida

O talento natural pode ser um "dom inato" que facilita a aquisição de habilidades, mas não garante o sucesso por si só. 

A excelência no futebol é o resultado de uma conjugação de influências genéticas e ambientais. O talento é treinável e precisa de aperfeiçoamento constante. 

Mesmo um atleta naturalmente talentoso necessita de um trabalho árduo e disciplina para alcançar o seu potencial máximo. A ética de trabalho é um dos elementos mais importantes no desporto. 

O talento no futebol não é um dom puro e simples, mas sim um fenómeno complexo que resulta da interação entre predisposições inatas e o ambiente envolvente, incluindo a qualidade da formação e o empenho do atleta. A combinação de um talento inicial com uma dedicação contínua ao treino e ao desenvolvimento de todas as componentes do jogo é o que leva os jogadores a alcançar um alto nível de desempenho. 

A principal diferença é que o craque é um jogador de excelência técnica e decisiva, que desequilibra jogos e se destaca pela sua capacidade de fazer a diferença de forma consistente. Já o génio vai além, sendo um jogador que revoluciona o desporto através de criatividade superior e momentos de genialidade que elevam a arte do futebol a um nível transcendental, tornando-se, por vezes, algo que nem o próprio jogador compreende completamente. 

O Craque 

Definição: É um jogador de desempenho excepcional, que se destaca pela sua técnica, inteligência e capacidade de fazer a diferença em quase todos os jogos. 

Características:

Tem domínio dos fundamentos do jogo. 

Possui um repertório de jogadas características e pode ter um fundamento como especialidade. 

É a peça-chave do time e cumpre o seu papel de forma superior. 

Consegue resolver jogos complicados com um único lance, seja um passe, um drible ou um chute. 

Papel: Define jogos e é uma referência na sua posição. 

O Génio 

Está acima do craque, possuindo todas as qualidades do craque, mas adicionando uma camada de criatividade e inteligência superior que o eleva a outro patamar.

Realiza feitos históricos, superando o que outros gênios do passado fizeram.

A sua genialidade parece vir de uma fonte criativa superior, algo além da competência extrema.

Os seus movimentos podem ser tão surpreendentes que parecem ser imprevisíveis até para ele próprio.

Eleva o futebol de um desporto para uma forma de arte, tornando as experiências de vê-lo jogar mágicas e reveladoras.

Em resumo: O craque é um jogador que domina a excelência; o génio é um jogador que redefine a excelência, mostrando um nível de criatividade e impacto que vai além do que é esperado.  

  A qualidade técnica no futebol é a habilidade de um jogador em usar o corpo para resolver situações do jogo, como passar a bola ou defender. 

Como é a qualidade técnica no futebol?

É a capacidade de executar os fundamentos básicos do jogo, como passe, chute, drible, recepção de bola 

É a capacidade de interpretar o tempo  para resolver problemas rapidamente 

É a capacidade de aplicar  a inteligência e a questão  tática 

É a capacidade de analisar as situações de jogo e tomar decisões 

Fundamentos técnicos do futebol 

Passe, Chute, Cabeceio, Condução de bola, Drible, Finta, Domínio, Recepção, Marcação.

Importância da técnica

A técnica é um elemento muito importante no desempenho esportivo. Quanto mais treinado tecnicamente, melhor será o foco de atenção do atleta para analisar as situações de jogo.

 Conclusão.

O jogo posicional é um conceito de jogo no futebol utilizado por muitos dos principais treinadores mundiais. Quando uma equipe o adota, os jogadores ocupam posições específicas para tentar criar superioridades através de passes e transição com o intuito de progredir com a posse da bola.

 Os fundamentos do futebol. São 1 - Condução da bola · 2 - Passe (toque de bola) · 3 - Chute · 4 - Drible · 5 - Recepção ou domínio de bola.

Talento esportivo é a inclinação e habilidade natural ou desenvolvida de uma pessoa para realizar determinada atividade, algo que facilita o sucesso pessoal numa determinada atividade ou ocupação. Também refere-se a pessoa com competências fora da média para realizar uma determinada atividade esportiva.
Talentos no esporte são as inclinações e habilidades naturais ou desenvolvida de um esportista para realizar determinada atividade, algo que facilita o sucesso pessoal numa determinada atividade ou ocupação. Também refere-se a pessoa com competências individuais excelentes para realizar uma determinada modalidade esportiva.
No futebol. Os seus fundamentos técnicos são ; Condução da Bola; Passe; Chute ; Drible; Recepção ou domínio de bola e o cabeceio.
A condução da bola, significa que um futebolista, tem a excelência para manter consigo o controle e o total domínio da posse da bola, mesmo quando pressionado por um mais adversário.
O passe é a capacidade de visão de jogo e a visão periférica do campo, para que o futebolista tenha a plena visão periférica para acionar seus companheiros melhor posicionados dentro do campo de jogo.
O passe á habilidade técnica, executada com extrema perfeição, sendo muito importante para o funcionamento técnico, tático e periférico de uma equipe de futebol nos seus 90 ou 120 minutos de bola rolando.
O chute é e habilidade técnica de finalizar á uma jogadas em direção aos gol adversário, ou mesmo a habilidade técnica dos defensores em impedir a progressão de um adversário rumo á sua meta.
O domínio de bola, exige uma fusão entre o fundamento da conclusão, para que o jogador consiga com o equilíbrio e usa visão estratégica e a leitura tática de uma partida de futebol, executar movimentos inesperados, que possam quebrar as linhas de defesa, meio campo e ataque do time adversário.
O controle da bola, é a capacidade do jogador não somente em receber a bola. Mas também é a capacidade técnica do jogador ter uma visão estratégica necessária para manter a bola sob o seu controle.

O controle de bola é um dos fundamentos técnicos mais importante. Pois com o controle de bola, um jogador tem a capacidade de visão de jogo plena, não somente para manter a posse da bola, mas também para ditar o ritmo da partida em momentos de forte pressão ofensiva das linhas de meio campo e ataque da equipe adversária.  

O jogo posicional é usado para que a equipe consiga progredir com a bola através da criação de triângulos ou losangos que deem ao condutor da bola espaço e variadas opções de passe em qualquer momento do jogo.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, já afirmou que os jogadores brasileiros precisam evoluir mentalmente, tanto na educação quanto na formação pessoal. 

Contexto

Em 2022, Abel Ferreira disse que os jogadores brasileiros precisavam evoluir mentalmente. 

Mauro Cezar criticou Abel Ferreira, afirmando que o técnico tinha uma visão colonizadora em relação aos atletas brasileiros. 

Ferreira processou Mauro Cezar, alegando que as declarações eram injuriosas e carregadas de conotação xenofóbica. 

Educação é um processo de ensino-aprendizagem que visa ao desenvolvimento integral do ser humano. É uma prática social que envolve a transmissão de conhecimentos, valores, costumes e hábitos de uma comunidade. 

Veja bem leitor (a). Acho que Abel Ferreira errou feio em ter dado tal declaração no auge da polarização politica no Brasil.

Apesar de ter escolhido uma péssima hora para abordar tal questão.

Infelizmente Como cidadão brasileiro. Sou obrigado a admitir que Abel Ferreira não errou no mérito de sua analise.

Acompanho noticiários há 42 anos e   07  meses.  Em termos de educação e formação pessoal. Os jogadores brasileiros. Precisam sim evoluir  muito mentalmente.         Embora tenham talentos extraordinários .

Triste pátria amada Brasil.

Confira a noticia no Portal G1 da Rede Globo. https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/08/29/ex-amante-de-david-luiz-denuncia-jogador-por-ameaca-e-pede-medida-protetiva-no-ceara.ghtml

Imagem ; Site os Pedagógicos. 


 



  

sábado, 30 de agosto de 2025

Direita Liberal x Direita Conservadora.

 BOLSONARISMO, O NOVO FASCISMO .

 BRASILEIRO 

1. CONTEXTUALIZAÇÃO 

As pesquisas e a bibliografia consagradas dedicadas ao tema dos novos 

populismos de direita e de extrema-direita nos últimos anos é já respeitável. Em 

volume, em qualidade e em variedade de abordagens e de perspectivas teóricas 

e políticas, é possível falar de um novo corpo de conhecimento consolidado em 

matéria de reflexão política, ao mesmo tempo interdisciplinar (ciência política, 

filosofia, história, sociologia, economia), especializado, e de grande interesse 

público. Como as Democracias Morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, 

e Como a Democracia Chega ao Fim, de David Runciman, além de O Povo 

contra a Democracia, de Yascha Mounk, são apenas alguns dos exemplos de 

êxito popular. 

Na academia, pesquisadores se amparam em dados para apontar para o 

que chamaram de recessão democrática1 ou, em alusão à terceira onda de 

democratização de Huntington2, de terceira onda de autocratização3. 

Independentemente do nome, esse tem sido um movimento gradual, 

caracterizado por um redobrado autoritarismo de ditaduras, uma tendência de 

países da “zona cinzenta” democrática de decaírem para autocracias e uma 

crescente disfuncionalidade e perda de autoconfiança por parte de democracias 

estabelecidas. Isso é corroborado tanto por índices que medem o nível de 

democracia no mundo calculados por organizações como Freedom House4, The 

1Cf. DIAMOND, Larry. Facing Up to the Democratic Recession. Journal of Democracy, 26, 2015, pp. 

141-155 

2Cf. HUNTINGTON, Samuel. The third wave: Democratization in the Late Twentieth Century, 

University of Oklahoma Press, 1993 

3Cf. LÜHRMANN, Anna; LINDBERG, Staffan. A third wave of autocratization is here: what is new 

about it? Democratization, 26, 7, 2019, pp. 1095-1113 

4https://freedomhouse.org/report/freedom-world 

Economist Intelligence Unit5 e V-Dem6, quanto por pesquisas feitas por 

instituições como o Pew Research Center, que revelam que, mesmo que em 

teoria apoiem a democracia, as pessoas nem sempre demonstram 

comprometimento com seus princípios e estão mais insatisfeitas com o seu 

funcionamento, sendo essa insatisfação correlacionada com uma frustração 

com as elites políticas7. 

Como se vê, o fenômeno vem de par com importantes reflexões acerca 

da natureza, do atual estado, da grave crise e dos desafios contemporâneos da 

democracia, especialmente da assim chamada democracia liberal (em contraste 

com o que Zakaria definiu como “democracia iliberal”8). Tema de interesse 

quase permanente, pode-se constatar que desde o início da década passada a 

produção sobre o assunto vem crescendo, e fatores tão distintos quanto a crise 

financeira de 2008, a chamada “primavera árabe”, diversas ondas de 

manifestações populares ao longo dos últimos anos e o crescimento, cada vez 

mais destacado, da participação (ou pretensão de participação) popular por 

meio das mídias sociais assinalavam esse percurso histórico e a repercussão 

acadêmica e intelectual que lhe acompanhava. Com a vitória do Brexit no 

plebiscito britânico em junho de 2016, decidindo pela saída do Reino Unido da 

União Europeia, seguida pela vitória de Donald Trump nas eleições americanas 

de novembro daquele mesmo ano, o fenômeno de ascensão de governos e de 

bandeiras políticas populistas de direita, marcadamente iliberais, assumia uma 

proeminência até então inédita, fazendo com que as longínquas Filipinas de 

Rodrigo Duterte e as diminutas Hungria de Viktor Orbán e Polônia de Andrzej 

Duda passassem a figurar ao lado da Itália de Matteo Salvini e das duas nações

símbolo da democracia liberal representativa como exemplos precisamente da 

5http://www.eiu.com/topic/democracy-index 

6https://www.v-dem.net/ 

7https://www.pewresearch.org/global/2020/02/27/democratic-rights-popular-globally-but-commitment

to-them-not-always-strong/ 

8Cf. ZAKARIA, Fareed. The Rise of Illiberal Democracy. Foreign Affairs, 76, 06, novembro/dezembro 

1997, pp. 22-43 

derrocada dessa modalidade de regime político9. (Aqui, para não mencionar 

ainda outros exemplos de candidaturas ou movimentos que, se bem não se 

elegeram ou não elegeram lideranças a cargos máximos, tiveram e ainda têm 

impacto naquilo que constitui os elementos integrantes da chamada crise: na 

França, a candidatura de Marine Le Pen e, depois, já no governo Macron, os 

protestos dos gilets jaunes, os “coletes amarelos”; no Reino Unido, de Boris 

Johnson – ele próprio uma figura peculiar, que faz parte da discussão –, 

movimentos de radicalização na retórica eurocética, personificados 

institucionalmente por figuras como Nigel Farage; e ainda na própria 

Alemanha, um dos países que mais têm servido de exemplo de safe haven do 

liberalismo democrático esclarecido no governo de Angela Merkel, a ascensão, 

e declínio, e nova ascensão da AfD, partido de extrema-direita.) 

O Brasil fez figura – e má figura – nesse quadro de degeneração 

democrática com a eleição, em outubro de 2018, de um ex-militar 

historicamente acusado de planejar atentados terroristas, chefe de um clã 

familiar suspeito de envolvimento e de ativa participação junto às milícias do 

Rio de Janeiro e com um currículo de 30 anos de vida política preenchida 

exclusivamente por discursos de natureza fascista. A vitória de Jair Bolsonaro, 

embalada, ao menos na superfície, por uma combinação de lavajatismo (em 

referência à Operação Lava Jato), antipetismo e ressaca de crise econômica10, 

trouxe à cena no palco da política brasileira a associação (não inédita, frise-se) 

entre extrema-direita política, reacionários morais e comportamentais vários e 

liberais ortodoxos em matéria econômica, acrescidos, desta feita, de turbas e 

milícias digitais – ingrediente inédito na tradição do reacionarismo autoritário 

brasileiro. 

9Cf. GRZYMALA-BUSSE, Anna; KUO, Didi; FUKUYAMA, Frank; MCFAUL, Michael. Global 

Populisms and Their Challenges, Freeman Spogli Institute for International Studies, Stanford University, 

2020, https://fsi.stanford.edu/global-populisms/global-populisms-and-their-challenges 

10 Cenário que poderia caracterizar uma crise de stateness ainda mais grave do que a que acometeu o País 

durante o período de transição democrática pós-ditadura militar. Cf. LINZ, Juan; STEPAN, Alfred. 

Problems of Democratic Transition and Consolidation: Southern Europe, South America, and Post

Communist Europe, The Johns Hopkins University Press, 1996 Inspirado, de um lado, pelo chamado olavismo e, de outro, pelo 

“guedismo” (uma visão privatista reducionista de liberalismo econômico), com 

o suposto institucionalismo militar ocupando uma posição intermediária, o 

governo Bolsonaro mostrara-se em flagrante desacordo com os princípios mais 

elementares da democracia liberal representativa constitucional já em seu 

primeiro ano de mandato. Em 2019, desfilaram os escândalos políticos de 

variados portes, todos com a inequívoca e inamovível marca do autoritarismo 

iliberal que define o bolsonarismo, tendo a afronta aos demais poderes da 

República, a intimidação da imprensa e das vozes críticas da sociedade civil e 

a premeditada degradação institucional servido, combinadamente, como 

norteadores para uma suposta “revolução conservadora” de que Jair Bolsonaro 

seria o líder. Tal cenário radicalizou-se de modo singular já nos primeiros meses 

de 2020, quando, ainda em janeiro, o Secretário Nacional de Cultura 

protagonizou um vídeo oficial de perfil abertamente nazista, seguido pelo 

agravamento da imobilidade do governo em fevereiro, e chegando ao ápice com 

a eclosão da crise sanitária deflagrada pelo chamado novo coronavírus em 

março. 

Foi a partir da reação errática do governo federal no combate à pandemia 

de COVID-19 no País que suas características autoritárias, antidemocráticas e 

iliberais – núcleo da identidade política do governo – tornaram-se ainda mais 

explícitas, e para um número maior de pessoas, o que é fator decisivo. Descaso 

grosseiro com os mais pobres e mais afetados pela crise; combate à saúde e à 

ciência no lugar de combate à pandemia (haja vista, por exemplo, a demissão 

de dois ministros da saúde neste ínterim); teorias conspiratórias e fake news 

transformadas em política de Estado; participação ativa na concepção e na 

prática de diversas atividades golpistas e potencialmente criminosas; 

envolvimento suspeito, direto e indireto, com forças paramilitares de apoio ao 

governo; estímulo à fanatização mortífera de parcelas da população; 

organização, no centro mesmo do governo, de estruturas de ataque à imprensa 

e aos demais poderes, culminando na agressão física (já tornada comum) a 

jornalistas; aparelhamento institucional, seja em cargos próprios do Executivo, 

preenchidos por olavistas que compõem a assim chamada “ala ideológica” do 

governo, seja em órgãos de controle, como a Polícia Federal (não perdendo de 

vista o fato de que, ainda neste ano, Jair Bolsonaro indicará um novo ministro 

ao Supremo Tribunal Federal, já tendo anunciado que nomeará alguém 

“terrivelmente evangélico”) – eis, em síntese, o cenário em que se deu a 

escalada de mortes que levou o Brasil a ser um dos países em que a pandemia 

de COVID-19 causa uma devastação de vidas humanas das maiores 

proporções.  

Foi no interior de tal crise, importa acrescentar, que se deu a queda do 

então Ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, símbolo do combate à 

corrupção para expressiva parcela do eleitorado (precisamente aquela a que se 

pode chamar de lavajatista e antipetista) por sua atuação como juiz da 

Operação Lava Jato. Demissionário, o Ministro revelou um conjunto notável de 

crimes supostamente cometidos pelo Presidente da República, que, a serem 

comprovados, atestam inequivocamente o aparelhamento institucional e, em 

última análise, a implantação de um regime familiar-miliciano-militar à revelia 

do Estado de Direito, motivo pelo qual, agora mesmo, é periclitante a situação 

da República e é explícita a natureza fascista do atual governo.  

Nesse contexto, a pesquisa acadêmica sobre a crise da democracia 

liberal, sobre as novas ondas populistas, ou sobre a ascensão da extrema-direita 

no Brasil, ao mesmo tempo em que ganha em relevância teórica, adquire 

também contornos de uma intervenção no debate público e na cena política 

cheia de uma urgência característica do melhor ensaísmo esclarecido – uma 

tradição nacional – e do alto jornalismo.  

É bem verdade que a urgência e a relevância do assunto são quase que 

autoevidentes: basta ligar a televisão ou ler as primeiras manchetes de qualquer 

jornal. Por outro lado, e sobretudo em debates de natureza imediata, convém 

notar a justificação acadêmica para um projeto desta espécie. Muito embora já 

exista uma ampla discussão sobre uma suposta crise da democracia (parte 

manifesta nas obras mencionadas acima, de impacto relevante), é bastante 

comum – ainda mais quando tratamos de conceitos posicionais, interpretativos 

por excelência – que não mais se saiba exatamente sobre o que se está falando. 

Qual é a concepção de democracia que se discute (ou se postula como ideal)? 

Quais são exatamente as linhas demarcatórias possíveis que permitem a 

atribuição de um denominador comum aos diferentes governos democráticos e 

aos diferentes regimes iliberais? Quando falamos em esquerda ou direita, 

quando afirmamos ou negamos uma crise institucional, uma crise de 

representação, uma crise democrática, sobre o que estamos falando? O 

movimento a que chamamos bolsonarismo ou novo fascismo brasileiro, para 

ficar no exemplo diretamente relacionado à investigação, articula-se como 

“representante do povo”, prometendo uma “relação imediata” com esse mesmo 

“povo” reivindicado (remetendo, assim, à ideia de “democracia delegativa” 

como articulada por O’Donnell11 e ao conceito de populismo como definido por 

Urbinati12). O governo abertamente iliberal teve apoio de autointitulados 

liberais; a “revolução” que se pretende “conservadora” seria anátema à tradição 

do conservadorismo britânico de Hooker a Oakeshott. Democracia, liberalismo, 

conservadorismo, esquerda, direita, centro. A pesquisa acadêmica de 

excelência, em respeito às exigências do rigor que marca o saber científico, é o 

que permite que a discussão e o debate sejam construídos com graus mínimos 

de responsabilidade conceitual.   

O ponto é que, como se nota, estamos aqui tratando de um debate de 

natureza imediata. A crise da democracia, no Brasil de 2020, é constituída por 

pequenas grandes crises quase que diárias. O certo grau de distanciamento que 

marca a pesquisa acadêmica de qualidade não pode, ao mesmo tempo, 

caracterizar imobilismo ou complacência, sob pena de permanecer confinada 

aos gabinetes de uma suposta intelligentsia (que acabaria, paradoxalmente, por 

11 Cf. O’DONNELL, Guillermo A. Delegative Democracy. Journal of Democracy, 5, 1, 1994, pp. 55-69 

12 Cf. URBINATI, Nadia. Me the People: How Populism Transforms Democracy. Harvard University 

Press, 2019 

personificar exatamente um tipo de “elite descolada da realidade do povo”, 

como diria um típico slogan de movimentos populistas ao redor do globo). 

Assim, à combinação desse saber técnico, de avaliação aprofundada e 

interpretação matizada que caracteriza imperiosamente o bom trabalho 

acadêmico, deve somar-se, portanto, a crítica política ágil e informada, da 

cultura e da sociedade de nosso tempo, que é indissociável da boa prática 

jornalística e do melhor de nossa produção ensaística. A proposta, portanto, é 

acadêmica, mas não é apenas acadêmica; é de intervenção no debate público, 

mas não é apenas de intervenção no debate público. O que se pretende, aqui, é 

exatamente a construção de uma ponte entre o que há de melhor nessas duas 

esferas, permitindo uma articulação conjunta entre o saber acadêmico-científico 

e a atenção às circunstâncias de nosso presente em todas as suas peculiaridades, 

nuances e crises. Esse é o tipo de produção de conhecimento exigido pelo 

fenômeno social e político do bolsonarismo, cada vez mais articulado em 

termos de um novo fascismo brasileiro. 

Considerando (1) que “democracia” é um termo posicional, contestável13 – sendo reivindicado por todo tipo de grupo ou partido político, inclusive os 

antidemocráticos – e (2) que temos o rigor acadêmico como premissa 

fundamental, a tomada de posição aqui indicada exige algumas explicações de 

natureza mais teorética. Quando afirmamos que o bolsonarismo é um 

movimento político que efetivamente coloca a democracia em risco, não 

pretendemos aqui iniciar um mero exercício retórico ou articular qualquer tipo 

de acusação vazia, desprovida tanto de responsabilidade intelectual quanto de 

significado.  

13 Um predicado P é contestável se (1) não for implausível dizer tanto ‘algo é P se também for A’ quanto 

‘algo é P se também for B’ como explicações alternativas do significado de P; se (2) também houver um 

elemento e* de força valorativa ou normativa atrelada ao significado de P; e se (3) como consequência de 

(1) e (2), houver um histórico do uso de P de forma a significar padrões ou princípios rivais, tais como ‘A 

é e*’ e ‘B é e*’.” É o caso de democracia: é um termo sobre o qual (1) se pode falar tanto em termos de 

representação quanto em termos de participação direta, que tem (2) um significado valorativo favorável e, 

como consequência disso, (3) deriva-se princípios antagônicos a partir do mesmo conceito. Cf. 

WALDRON, Jeremy. Vagueness in Law and Language. California Law Review, 82, 03, 1994, pp. 509

540 

Pela natureza própria do conceito, é bastante difícil definir a democracia 

de forma taxonômica, como se fosse um simples conceito criterial. 

Interpretativo por excelência, o conceito convida à elaboração de diversas 

concepções distintas. De nossa parte, adotamos uma concepção na linha do que 

dizia Thomas Mann, em The Coming Victory of Democracy: “É insuficiente 

definir o princípio democrático [simplesmente] como o princípio majoritário, 

traduzindo a democracia literalmente, muito literalmente, como o governo do 

povo”; afinal, como alertava o próprio Mann, essa é uma expressão “de duplo 

significado”. Sem princípios mínimos que informem sua própria raison d’être, 

o governo da maioria pode estar “mais próximo da definição de fascismo”.14 

Essa ideia, tão bem ilustrada por Mann, é precisamente a consagração dos 

alertas já delineados por autores como James Madison, nos Federalist Papers, 

e Alexis de Tocqueville, no clássico De la démocratie em Amérique – alertas 

contra o que já se convencionou chamar na própria linguagem ordinária de 

tirania da maioria. 

O ponto fundamental, aqui, é que a concepção de democracia que 

adotamos é mais do que um conjunto formal de critérios a serem preenchidos 

de modo a respeitar a regra majoritária, e eis tudo. Uma democracia liberal 

autêntica é a que consagra, respeita e materializa precisamente as conquistas do 

liberalismo democrático enquanto tal: noções como direitos humanos e sociais, 

pluralismo, tolerância, separação de poderes, ordem legal, constitucionalismo 

em sentido amplo, império da lei. Adotamos uma concepção de democracia 

representativa, que só é possível quando prevalece a ideia de que há órgãos 

intermediários entre governantes e governados. Partidos políticos, imprensa 

livre, Judiciário forte e independente; como não falar, então, em crise da 

democracia no Brasil, quando o Presidente da República diz coisas como “eu 

sou a Constituição”15 e afirma que o “poder popular não precisa mais de 

14 Cf. MANN, Thomas. The Coming Victory of Democracy. Londres: Secker & Warburg, 1938, p. 21 

15 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/democracia-e-liberdade-acima-de-tudo-diz-bolsonaro

apos-participar-de-ato-pro-golpe.shtml 

intermediação”,16 incentivando e até praticando a perseguição à imprensa,17 

cada vez mais atacada – inclusive de forma direta – por seus apoiadores?18 

Quando um de seus filhos, que já havia sugerido o fechamento do STF,19 

ameaça uma “ruptura institucional” após decisão da Suprema Corte?20 Quando 

são mais do que relevantes os indícios de interferência política em órgãos de 

controle?21 

Reafirmar a democracia em crise no Brasil, portanto, não é um mero jogo 

de palavras. É precisamente porque as palavras importam que a crise pode ser 

constatada, uma vez que são explícitos os ataques a todos os princípios que dão 

forma a uma concepção de democracia liberal que, parafraseando José 

Guilherme Merquior, encarece a exigência epistemológica para a 

caracterização de um conceito. 

O mesmo vale para nossa afirmação de que lidamos com um novo 

fascismo. A despeito do reconhecimento de se tratar de termo com frequente 

emprego retórico, servindo de acusação dirigida contra adversários políticos, e, 

mais ainda, a despeito da evidente dificuldade para precisar conceitualmente o 

termo fascismo, que padece, em certo sentido, das mesmas peculiaridades 

acima descritas em termos da contestabilidade do predicado “fascista”, é fato 

que existe abundante produção acadêmica e intelectual oriundas da 

historiografia, da sociologia, da ciência política, da filosofia política, da 

economia e da psicologia que nos permitem usar tal vocabulário com suficiente 

rigor acadêmico na identificação do bolsonarismo como fenômeno fascista.  

16 https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/12/10/poder-popular-nao-precisa-mais-de-intermediacao

diz-bolsonaro-no-discurso-da-diplomacao.ghtml 

17 https://www.poder360.com.br/governo/bolsonaro-manda-reporter-calar-a-boca-e-diz-que-nao

interferiu-na-pf/ 

18 https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,profissionais-do-estadao-sao-agredidos-com-chutes

murros-e-empurroes-por-apoiadores-de-bolsonaro,70003290864 

19 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/basta-um-soldado-e-um-cabo-para-fechar-stf-disse-filho

de-bolsonaro-em-video.shtml 

20 https://istoe.com.br/apos-falar-em-ruptura-eduardo-bolsonaro-e-denunciado-em-conselho-de-etica/ 

21 https://veja.abril.com.br/blog/radar/delegado-revela-interferencia-de-ramagem-a-mando-de-bolsonaro

na-pf/ 

Basta indicar dois clássicos da bibliografia relativa ao tema para que 

possamos analisar o bolsonarismo com essas lentes. Considere-se, por exemplo, 

as chamadas “paixões mobilizadoras” do fascismo, tal como descritas e 

elencadas por Robert Paxton:22 “o sentimento de um crise catastrófica, além do 

alcance das soluções tradicionais”; “a primazia de um grupo”, assim como a 

crença de que tal grupo é “uma vítima”; bem como “o pavor da decadência do 

grupo sob os efeitos corrosivos” da modernidade, do individualismo moderno, 

do conflito de classes ou de “ameaça estrangeira”. Uma a uma, tais paixões 

mobilizadoras têm comparecido com alarde no universo político do 

bolsonarismo, às quais pode ser acrescido o agravante encontrado na definição 

de Michael Mann,23 que muito bem identificou a tendência para “construção de 

um Estado-nação transcendente e expurgado por meio do paramilitarismo” 

como tendo papel central na definição do fascismo – este mesmo fascismo que 

hoje caracteriza o bolsonarismo.24  

2. DESCRIÇÃO: NATUREZA, ESPECIFICIDADES E PROPÓSITO  

O Projeto Bolsonarismo: o Novo Fascismo Brasileiro (BNFB) é uma 

iniciativa do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação 

São Paulo/PUC-SP – LABÔ, fruto da compreensão do atual momento político 

e social do País tal como descrito acima. Expressa, em seu formato, uma das 

convicções basilares do LABÔ, a saber, a necessidade de construir uma ponte 

entre a universidade e o grande público não especializado, unindo produção de 

conhecimento rigoroso em alto nível com ensaísmo de qualidade, acessível e 

de impacto, valendo-se, para tanto, de diversas plataformas de interlocução com 

a sociedade e de divulgação acadêmica e intelectual. Ainda, como sói ser o caso 

das atividades do LABÔ, o projeto aprofunda a vocação interdisciplinar e 

22 PAXTON, R. O. Anatomia do Fascismo. Ed. Paz e Terra  

23 MANN, M. Fascistas. Ed. Record  

24 Ver, ainda, a lista de quatorze características do “fascismo eterno” listadas por Umberto Eco no ensaio 

“O Fascismo Eterno”  

colaborativa das pesquisas do Laboratório, bem como seu compromisso de 

contribuir com produção de conhecimento para a compreensão de temas 

contemporâneos de notória relevância pública.  

O Projeto BNFB nasce de uma dupla aposta interpretativa fundamental, 

que deve ser devidamente expandida e avaliada criticamente. Em primeiro 

lugar, está a identificação de um cenário de crise da democracia instaurado no 

Brasil (não de agora) e que tem conexões e similaridades fortes com o mesmo 

fenômeno vivido globalmente, ainda que com características próprias; assim, o 

BNFB recusa o argumento de uma permanente “normalidade” da vida 

democrática brasileira no período recente e nos dias em que corre o 

bolsonarismo oficialista, e frisa que os testes de “estresse” das instituições 

políticas do País são, em verdade, processos de implosão continuada dessas 

nunca devidamente bem formadas instituições, inserindo-se globalmente em 

uma perspectiva de abalo da democracia liberal constitucional representativa 

e dos seus mecanismos de funcionamento. Segundo, o reconhecimento do 

movimento político e social chamado de bolsonarismo como uma modalidade 

de fascismo político que dialoga tanto com a tradição do autoritarismo de direita 

no Brasil (como o integralismo e a ditadura militar, para dar dois exemplos) 

quanto com variadas experiências internacionais de perfil fascistizante – de 

Salvini a Orbán, por exemplo.  

Em ambos os casos, impõe-se, é claro, a tarefa de precisar 

conceitualmente a jogada interpretativa aqui exposta, não apenas contrastando 

hipóteses rivais – quer acerc acerca da democracia, em geral, quer acerca da natureza 

específica do bolsonarismo – como robustecendo as definições com que se 

opera para garantir tanto o primeiro quanto o segundo aspecto de tal linha de 

interpretação. É, contudo, partindo do pressuposto razoável no acerto do 

diagnóstico acima que o Projeto BNFB se propõe a investigar esse e todos os 

temas correlatos (detalhados a seguir, na seção 3). O resultado de tal 

investigação é, assim como sua própria natureza indica, distinto da produção 

acadêmica regular, pois não apenas (i) elege como matéria para exame um 

fenômeno multifacetado a se desdobrar correntemente, como (ii) se propõe a 

oferecer resultados também sob a forma de intervenções públicas no debate 

esclarecido do Brasil contemporâneo. Assim, algumas especificidades desta 

investigação precisam ser explicitadas: 

(a) o presente trabalho deverá expandir o procedimento de 

interdisciplinaridade e de método colaborativo, prática usual do 

LABÔ, e ativamente agregar aos esforços da investigação do BNFB 

pesquisadores das mais diversas áreas (ciência política, filosofia, 

sociologia, direito, economia, ciência de dados, gestão pública, 

antropologia, psicologia e psicanálise, filosofia da religião, etc.) que 

sejam capazes de contribuir para a melhor compreensão do fenômeno 

ora estudado; deve-se privilegiar, nesse sentido, a inclusão de 

pesquisadores de outras instituições universitárias com reconhecido 

trabalho em suas respectivas áreas de atuação, abrindo espaço para as 

mais variadas perspectivas teóricas, sempre com vistas a tornar o 

presente estudo plural, profundo e ágil; destaque-se, desde a origem 

deste projeto, a referência modelar do Observatório da Extrema

Direita, coordenado pelos professores Guilherme Casarões (FGV

SP) e David Magalhães (PUC-SP/FAAP) e Odilon Caldeira (UFJF), 

ainda em processo de institucionalização;  

(b) tal colaboração deve suceder de maneira voluntária, participativa e 

produtiva, tendo por base (i) a troca de informação especializada, de 

acordo com a legislação vigente, das áreas dos pesquisadores 

envolvidos, seja por meio de materiais produzidos previamente sobre 

tópicos atinentes ao tema da pesquisa, seja por meio de conferências, 

aulas e reuniões de trabalho (presenciais ou remotas); (ii) a produção 

de material escrito ou em mídias diversas (podcasts, vídeos, aulas e 

palestras) relativo aos temas que compõem este estudo;  

(c) o trabalho conjunto e cooperativo não gera nenhum tipo de vínculo 

entre os participantes e colaboradores e as respectivas instituições de 

atuação regular de cada pesquisador, aí incluso o próprio LABÔ;   

(d) a dimensão contemporânea do trabalho imprime à pesquisa um ritmo 

de avaliação conjuntural permanente, e agilidade e presteza na 

produção e veiculação de conteúdos a ela concernentes. 

Em vista de sua justificativa, já devidamente contextualizada na seção 1, 

e de sua natureza essencial e especificidades acima relatadas, o presente 

trabalho busca atingir os seguintes objetivos concretos de curto e médio prazo:  

(1) coletar, organizar, analisar e divulgar dados relativos aos temas gerais 

da pesquisa, bem como aos diversos tópicos detalhados que compõem 

o projeto;  

(2) escrever e publicar artigos de natureza acadêmica sobre os tópicos 

listados abaixo (idealmente, ao menos um para cada tópico); 

(3) escrever e publicar artigos e ensaios de intervenção na imprensa 

escrita do País com vistas a publicizar os dados, as análises e as 

reflexões produzidas no interior desta pesquisa (idealmente, ao 

menos um para cada tópico);  

(4) Organizar e realizar, ainda em 2020, um seminário para apresentação 

de trabalhos com a temática da pesquisa;  

(5) Organizar e publicar um livro que reúna a produção final da pesquisa.  

3. TEMAS A SEREM DESENVOLVIDOS 

Tendo em vista a já mencionada natureza interdisciplinar e colaborativa 

do projeto, dividimos os grandes eixos temáticos que compõem a investigação 

do BNFB nos seguintes tópicos: 

A - Fundamentação teórica geral e experiência global:   

(i) 

(ii) 

(iii) 

(iv) 

A crise da democracia liberal e de suas instituições; 

Extrema-direita, populismo e movimentos políticos iliberais; 

Fascismo, integralismo, autoritarismo e bolsonarismo; 

Democracia Digital Direta, redes sociais e fake news;  

B - Símbolo, religião e fanatismo:  

(i) 

Apropriação simbólica: Israel, USA, “Ocidente” e outros mitos da 

narrativa do BNFB; 

(ii) 

(iii) 

O novo fanatismo de base religiosa: neopentecostalismo e 

tradicionalismo católico a serviço do BNFB; 

O novo fanatismo de base política: “mito”, “guru” e realidade no 

BNFB; 

C - Doutrina do BNFB 

(i) 

Olavismo, doutrina do BNFB; 

(ii) 

(iii) 

(iv) 

(v)  

(vi)  

Militares e o BNFB; 

Nacionalismo “orgânico” e “transcendente” na retórica e na estratégia 

do BNFB; 

“Revolução conservadora” e “mobilização permanente” no BNFB; 

Afirmação da violência: culto da tortura, culto da agressão, culto do 

ódio e culto da morte no BNFB; 

Obscurantismo e retórica anticiência e anti-intelectual do BNFB; 

(vii) As teorias da conspiração do BNFB; 

D - Milícias, milícias digitais e financiamento 

(i) 

Milícias, crime organizado e BNFB; 

(ii) 

(iii)  

Milícias digitais e BNFB; 

Estruturas de financiamento do BNFB: Luciano Hang, Winston 

Ling, Brasil 200 e demais redes; 

E - Apropriação do Estado, ataque às instituições e corrosão democrática  

(i) 

Destruição e degradação institucional: princípio e tática do BNFB 

(análise geral); 

(ii) 

(iii) 

(iv) 

Ruptura com os Poderes e desafio à democracia: do populismo ao 

fascismo com o BNFB; 

Casos específicos a serem investigados: (a) aparelhamento, 

inoperância e aviltamento do MEC e do MCT na gestão do BNFB; 

(b) o ocaso do Ministério da Cultura sob as ordens do BNFB; (c) 

Meio-Ambiente e a ordem do BNFB para a devastação; (d) o fim da 

política de direitos humanos; (e) a diplomacia brasileira sob regime 

do BNFB; 

Ambição de controle de força policial/militar e de criação de força 

paramilitar: das franjas lunáticas ao apoio real no centro de poder do 

BNFB; 

F - Apoios, reais e digitais  

(i) 

A adesão dos institutos e dos movimentos liberais brasileiros ao 

BNFB; 

(ii) 

(iii) 

(iv) 

(v) 

A ilusão dos “bots” como “povo” na retórica do BNFB; 

O “cidadão de bem” e o BNFB; 

O servilismo voluntário: jornalistas, pundits e intelectuais do BNFB; 

A síndrome de Chauí: conivência, adesão e silêncio de intelectuais 

em face do BNFB; 

G - A Mente Reacionária 

(i) 

A retórica de ódio a minorias, a mulheres e a pobres no BNFB; 

(ii) 

(iii) 

A obsessão pela homossexualidade por parte do BNFB; 

Tradicionalismo e kitsch nas artes; estética clássica e medieval em 

linguagem digital: vaporwave, kitsch e reacionarismo de gosto: as 

marcas culturais do BNFB.  

H - Guerras culturais e guerra cultural bolsonarista 

I - Psicopatologia do bolsonarismo e do olavismo 

4. PARTICIPANTES 

Coordenação Geral:  

● Eduardo Wolf; 

○ Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande 

do Sul (2009); mestre em Filosofia pela Universidade Federal do 

Rio Grande do Sul (2012); doutor em Filosofia pela Universidade 

de São Paulo (2017). Tem experiência na área de Filosofia, com 

ênfase em Filosofia Antiga, Ética Antiga e Ética Aristotélica; 

método aristotélico; teoria da definição em Aristóteles. Atua 

sobretudo nos seguintes temas: Aristóteles, ética, método, 

dialética e teoria da definição. Também tem experiência em 

História das Ideias, com ênfase em ética e filosofia política 

moderna e contemporânea; bem como em Literatura, com ênfase 

em Literatura Brasileira, Teoria Literária e Crítica Literária. 

Coordenação Acadêmica: 

● Andréa Kogan; 

○ Doutora em Ciências da Religião pela PUC-SP, autora do livro 

“Espiritismo Judaico”, assistente acadêmica do Laboratório de 

Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC

SP – Labô, onde também coordena o Grupo de Pesquisa sobre 

Morte e Pós-Morte. 

● Luiz Felipe Pondé; 

○ Possui graduação em Filosofia Pura pela Universidade de São 

Paulo (1990), mestrado em História da Filosofia Contemporânea 

pela Universidade de São Paulo (1993), DEA em Filosofia 

Contemporânea - Universite de Paris VIII (1995), doutorado em 

Filosofia Moderna pela Universidade de São Paulo (1997) e pós

doutorado (2000) em Epistemologia pela University of Tel Aviv. 

Atualmente é Diretor do Laboratório de Política, Comportamento 

e Mídia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 

professor titular da Fundação Armando Álvares Penteado. Outros 

vínculos significativos em pós-graduação: Escola Paulista de 

Medicina, Unifesp, professor e pesquisador convidado (2007) , 

University of Warsaw, professor convidado (2007), Universität 

Marburg, professor e pesquisador convidado (2002 e 2003) - 

University Of Tel Aviv, pesquisador (2007 a 2010) - Universite 

de Paris VIII, pesquisador (1994 a 1996) - Universidad de Sevilla, 

professor convidado (2005) e colunista exclusivo do Jornal Folha 

de S. Paulo. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em 

Ciências da Religião e Filosofia da Religião, atuando 

principalmente nos seguintes temas: religião, mística, santidade, 

angústia, modernidade/Pós-modernidade e epistemologia. (Texto 

informado pelo autor). Diretor Acadêmico do Labô. 

Participantes LABÔ:  

● André Anéas; 

○ É técnico em informática pela Fundação Bradesco (2007). Possui 

graduação em Administração - Faculdades Integradas Rio Branco 

(2011). Teólogo pela Faculdade Teológica Batista (2015), com 

experiência na área de Teologia, ênfase em Experiência Religiosa 

no protestantismo histórico contemporâneo, e mestrando em 

Teologia pela PUC-SP (2016). Coordena o grupo de pesquisa 

Teologia Cristã e Religião Contemporânea do Laboratório de 

Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC

SP – LABÔ. 

● Andrei Venturini Martins 

○ Doutor em Filosofia, professor no Instituto Federal de São Paulo 

(IFSP) e coordenador do Núcleo de Estudos Agostinianos do 

Laboratório de Política, Comportamento e Mídia (Fundasp - 

PUC/SP). É autor do comentário e tradução do Discurso da 

Reforma do Homem Interior, de Cornelius Jansenius (Filocalia), 

e das obras Do Reino Nefasto do Amor-Próprio: a origem do mal 

em Blaise Pascal (Filocalia), A Verdade é Insuportável (Filocalia) 

e Joaquim Nabuco: um abolicionista liberal do Brasil (É 

Realizações - prelo). 

● Carlos Sousa 

○ Mestre em Ciências da Religião. PUC-SP. Graduação em 

Filosofia. UNIFAI. Professor de Filosofia e pesquisador do 

Núcleo de Estudos Agostinianos do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia (Fundasp-PUC/SP). 

● Danit Zeava Falbel Pondé; 

○ Possui graduação em psicologia pela Universidade Presbiteriana 

Mackenzie(2009), graduação em Administração de Empresas 

pelo Fundação Armando Álvares Penteado(1989), especialização 

em Formação Clínica em Psicanálise Winnicottiana pelo Instituto 

Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana(2016), mestrado em 

Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas(2012), 

doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de 

Campinas(2018) e ensino-medio-segundo-grau pelo Colégio 

Israelita I L Peretz(1979). Atuando principalmente nos seguintes 

temas:Sentimento,

 afeto, 

Amadurecimento,

 Psicanálise, 

Winnicott. Coordenadora do grupo de pesquisa A Crise do 

Amadurecimento na Contemporaneidade no Laboratório de 

Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC

SP – LABÔ. 

● Fernando Amed; 

○ Doutor em História Social pela USP. Historiador pela FFLCH da 

USP, professor da Faculdade de Comunicação da Faap e do curso 

de Artes Visuais da Belas Artes de São Paulo, autor de livros e 

artigos acadêmicos. Coordenador do Grupo de Pesquisa sobre 

Comportamento Político do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – 

LABÔ. 

● Flávia Sarinho 

○ Advogada nas áreas de direito comercial, bancário e projetos de 

infraestrutura. Formada em direito pela UFRJ (1996), Pós graduada 

pelo IBMEC-RJ (2001) e pesquisadora do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ. 

● Heraldo Galan 

○ Designer Editorial e Gráfico. Formado em Artes Plásticas pela 

FAAP, com pós-graduação em Design Gráfico pelo Senac. É 

pesquisador nos grupos Núcleo de Filosofia Política e Indivíduo, 

Democracia e Liberdade, ambos do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ. 

● João Domingues 

○ Graduando em psicologia (PUC-SP), pesquisador do Núcleo de 

Filosofia Política e do grupo de pesquisa Indivíduo, Democracia e 

Liberdade, ambos do Laboratório de Política, Comportamento e 

Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ. Concentra suas 

pesquisas em: epistemologia, filosofia da ciência, filosofia da 

psicologia, pesquisa teórica em psicologia, psicologia e filosofia 

política. 

● Leandro Bachega; 

○ Licenciado em Filosofia pela Faculdade de São Bento-SP e mestre 

em Filosofia pela PUC-SP. Pesquisador nos grupos de Filosofia 

Política e Estudos Agostinianos do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – 

LABÔ. 

● Lilian Wurzba; 

○ Lilian é psicóloga, Mestre e Doutora em Ciências da Religião 

(PUC-SP), docente do IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e 

Pesquisa) e coordenadora do grupo de pesquisa do Labô: Jung e 

Filosofia da Religião. 

● Luiz Bueno; 

○ Bacharel e Mestre em Filosofia, Doutor em Ciências da Religião 

e coordenador do Núcleo de Filosofia Política do Laboratório de 

Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC

SP – LABÔ. 

● Maria Cristina Mariante Guarnieri; 

○ Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade 

Católica de São Paulo (1985), mestrado em Ciências da Religião 

pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000) e 

doutorado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade 

Católica de São Paulo (2006). É psicóloga clínica e atua 

principalmente em Consultório Particular; é docente do IJEP- 

Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa, nos cursos de 

especialização em Psicologia Junguiana, Psicossomática, 

Dependências, Abusos e Compulsões e Arteterapia; no curso de 

Psicologia e Religião no COGEAE - Coordenadoria Geral de 

Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da PUC/SP ; 

psicóloga na Associação de Apoio à Criança com Câncer. Tem 

experiência na área de Psicologia e sua pesquisa está voltada para 

a Psicologia e Filosofia da religião, atuando principalmente nos 

seguintes temas: angústia, morte, mística, luto, religião. 

Pesquisadora e coordenadora do grupo de Judaísmo 

Contemporâneo do Laboratório de Política, Comportamento e 

Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ. 

● Ricardo Vinícius Ibañez Mantovani; 

○ Licenciado, bacharel, mestre e doutor em Filosofia pela USP. 

Coordenador e professor do curso de Pós-graduação em Ética e 

Filosofia Política da Faculdade Paulo VI. Pesquisador do núcleo 

de Estudos Agostinianos do Laboratório de Política, 

Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – 

LABÔ. 

● Rogério Tineu 

○ Doutor em Ciências Sociais PUC-SP. Mestre em Ciências da 

Comunicação ECA-USP, especialista em Docência no Ensino 

Superior UNICID, especialista em Economia do Turismo 

ECA/FIPE-USP e graduado em Ciências Econômicas pela 

Fundação Santo André, além de ser coordenador do grupo de 

pesquisa do Labô “Cultura do Consumo, Sociedade e 

Tendências”. 

● Tiago Pavinatto; 

○ advogado, doutor pela Faculdade de Direito da USP e 

coordenador do grupo de pesquisa do Labô: “Hiper-religiosidade: 

a prisão da fé na era das liberdades”, juntamente com Davi Lago. 

Participantes Externos:  

● Adriana Novaes 

○ Doutora em Filosofia e mestre em Comunicação pela USP, 

especialista na obra de Hannah Arendt. É autora do livro "O canto 

de Perséfone". 

● André Spritzer; 

○ Doutor em Ciência da Computação pela UFRGS, especializado 

em visualização de informações. Estudante de Ciência Política e 

Relações Internacionais na University of London/LSE. 

● Celina Alcantara Brod  

○ Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de 

Pelotas (2017). Mestre em Filosofia Política pela UFPEL. 

Doutoranda pela Ufpel em Filosofia Política. Atualmente é 

professora de inglês autônoma - Cab- English Lessons. Tem 

experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Política 

e Ética, atuando principalmente nos seguintes temas: 

liberalismo,conservadorismo,iluminismo, 

David Hume, 

moralidade social,responsabilidade, ceticismo, naturalismo, 

Strawson. Pesquisa de Doutorado sobre relações de culto e 

fanatismo, efeitos na razão e na moralidade dos agentes políticos. 

● Flavio Williges 

○ Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa 

Maria (1995), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de 

Santa Maria em convênio com a USP (1998), Doutor em Filosofia 

pela UFRGS (2009) e Estágio Pós-Doutoral na University of 

California em Davis, USA (2017-2018) com bolsa de Estágio de 

Pós-Doutorado da 

Capes

 Processo:

 POS-DOC 

88881.119129/2016-01. Professor Associado do Departamento de 

Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria. Tem interesse 

em epistemologia, ceticismo, ética normativa (ética do cuidado, 

ética das virtudes), psicologia moral, filosofia das emoções.  

● Gabriel Rostey 

○ Graduado pela Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP em 

Turismo com Especialização em Planejamento e Gestão Turística 

de Cidades, com graduação em intercâmbio acadêmico pelo Instituto de Estudios Urbanos da Pontificia Universidad Católica 

de Chile; cursou mestrado em Planejamento Urbano e Regional 

pela FAU-USP e é MBA em Gestão Estratégica pela Universidade 

de São Paulo. Coautor do livro “Nossa Cidade, Nossa Casa: 

conhecendo a arquitetura da cidade e aprendendo a cuidar dela”, 

da Associação Preserva São Paulo; colaborou para a publicação 

“Projetar arquitetura, construir cidades | Convivências Urbanas: 

patrimônio, comércio, habitação”, do LPP – Laboratório de 

Projetos e Políticas Públicas da FAU-Mackenzie; contribui 

esporadicamente com artigos em veículos de imprensa como O 

Estado de S. Paulo (online) e O Antagonista, e é colaborador da 

plataforma multimídia “O Estado da Arte” no jornal O Estado de 

S. Paulo. 

● Gilberto Morbach 

○ Mestre em Direito Público (summa cum laude), como bolsista do 

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 

(CNPq), pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). 

Bacharel em Direito pela Universidade Feevale. Tradutor (em 

andamento, a tradução de "Jurisprudence: Theory and Context", 

primeira obra do jusfilósofo Brian Bix a ser publicada no Brasil). 

Ensaísta, com contribuições para o Estado da Arte (Estadão). 

Membro e assistente do coordenador, Prof. Dr. Lenio Luiz Streck, 

do Dasein - Núcleo de Estudos Hermenêuticos; também membro 

da Aristotelian Society for the Systematic Study of Philosophy 

(Aristotelian Society) e da ABDPro - Associação Brasileira de 

Direito Processual. Advogado, inscrito na seccional do Rio 

Grande do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) sob 

o n.º 111.505. Ênfase de pesquisa em Teoria do Direito, Filosofia 

no Direito, e Direito Processual. 

● Irapuã Santana do Nascimento Silva 

○ Beneficiado pelas cotas raciais em 2003, graduou-se na 

Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2008, foi o 1° negro 

e mais novo coordenador do setor contencioso do renomado 

Escritório Jurídico Carbone. Em 2012, foi aprovado em 7° lugar 

no mestrado em Direito Processual pela mesma universidade, 

onde sua dissertação foi aprovada com louvor e distinção, em 

2015, por uma banca composta pelos melhores professores do país 

na área, que deu origem ao seu 1° livro chamado "O Princípio da 

Igualdade na Mediação e o Acesso à Justiça". Hodiernamente 

cursa o seu doutoramento com uma tese acerca do acesso à justiça, 

sob a perspectiva da jurisprudência e do cidadão. Em 2013 foi 

aprovado no concurso da Procuradoria-Geral do Município de 

Mauá, onde atua como procurador municipal até hoje. Em 2016, 

foi aprovado no disputadíssimo programa de intercâmbio 

"Linkage", da Faculdade de Direito de Yale, nos Estados Unidos. 

Além disso, atuou, entre os anos de 2014 e 2018, como assessor 

de ministro no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior 

Eleitoral. É consultor e apresentador do programa "Explicando 

Direito", na Rádio Justiça. Desde 2014, exerce trabalho voluntário 

na EDUCAFRO, como consultor jurídico, responsável pelas 

principais ações judiciais da entidade no país. É membro do 

Instituto Brasileiro de Direito Processual, do Centro Brasileiro de 

Estudos Constitucionais, da Comissão de Advocacia Pública da 

OAB/SP, da Comissão de Direito Processual Civil da OAB/SP e 

da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SP. É professor do 

Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). É conselheiro 

jurídico do movimento suprapartidário "Livres". Conselheiro do 

Instituto Mercado Popular. Autor do livro "13 de maio: A Maior 

Fake News de Nossa História". 

● Josias de Paula Jr. 

○ Doutor em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (2012), 

é Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco 

(UFRPE), no Departamento de Ciências Sociais (DECISO). 

Desenvolve pesquisas, sociologicamente orientadas, nas áreas de 

cultura, política e teoria social. É integrante do GECCA - Grupo de 

Estudos em Crítica Cultural em Artes. 

● Mano Ferreira  

○ Jornalista e especialista em comunicação política, cofundador e 

diretor de comunicação do Livres. Alumni da International 

Academy for Leadership da Fundação Friedrich Naumann Pela 

Liberdade, da Alemanha. É cofundador do Students For Liberty 

no Brasil e ex-editor do Café Colombo. 

● Michel Ghermann; 

○ Possui graduação em História com licenciatura em educação pela 

Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). É mestre em 

Antropologia e Sociologia - Hebrew University Of Jerusalem 

(2007).Tem título de doutor pelo Programa de Pós Graduação em 

História Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Atualmente Michel Gherman é pesquisador no Programa de Pós 

Doutorado na Escola Kreitman de Estudos Avançados na 

Universidade Ben Gurion do Neguev. Michel Gherman também é 

pesquisador do Núcleo de Estudos da Política da Universidade 

Federal Rural do Rio de Janeiro. 

● Rodrigo Cássio Oliveira 

○ Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas 

Gerais (UFMG) com pós-doutorado pela Università degli Studi di 

Pisa (Itália). Possui Mestrado e bacharelado em Comunicação 

Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e licenciatura 

em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás 

(PUC-Goiás). Pesquisador visitante na Universidad de Buenos 

Aires (UBA-Argentina) pelo Programa de Mobilidade Docente da 

AUGM - Asociación de Universidades Grupo Montevideo em 

2017. Membro da SOCINE - Sociedade Brasileira de Estudos de 

Cinema e Audiovisual. Parecerista de publicações acadêmicas na 

área de humanidades e artes, com foco em estudos de cinema, 

comunicação e filosofia. 

● Rodrigo Coppe 

○ Historiador e professor do Programa de Pós-graduação em 

Ciências da Religião da PUC Minas. Tem experiências na área de 

História contemporânea, atuando principalmente com os 

seguintes 

temas: 

direita 

religiosa, 

conservadorismo, 

tradicionalismo, catolicismo contemporâneo, secularização. Pós

doutor em Filosofia social pela Universidade de Varsóvia (2020). 

É presidente do Conselho Científico da Associação Nacional de 

Pós-Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião - 

ANPTECRE (2018-2020). É membro do Institut d’Étude du 

Christianisme (Strasbourg, França), investigador associado da 

rede de pesquisa Direitas, História e Memória e membro de vários 

conselhos editoriais de revistas nacionais e internacionais. 

Coordena o GT Religião e Espaço Público na SOTER e o ST 

Catolicismo e política: entre conservadores e progressistas na 

ANPUH. É líder do Laboratório de Estudos em Religião, 

Modernidade e Tradição (LeRMOT) e um dos líderes da Rede de 

Pesquisa História e Catolicismo no Mundo Contemporâneo. Foi 

professor convidado da Faculté de Théologie et de Sciences 

Religieuses da Université Laval - Québec (2015), onde é 

Pesquisador Associado no projeto de pesquisa Vatican II: 

herméneutique et réception. (2020). Colaboradora regularmente 

no Estado da Arte - Estado de S. Paulo. 

● Rodrigo de LemosPossui doutorado (2015) e mestrado (2010) em Letras pelo PPG 

da UFRGS e graduação em Letras pela Universidade Federal do 

Rio Grande do Sul (2006), onde já atuou como professor de 

Línguas e literatura francesa e francófonas. Atualmente, é 

professor adjunto da Fundação Universidade Federal de Ciências 

da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). No âmbito de sua pesquisa 

doutoral, realizou estágios de pesquisa como chercheur visitant na 

Université de Liège (Bélgica) e na Université du Québec à 

Montréal (Canadá). Realizou cursos internacionais de formação 

em gestão e em gestão universitária (Organização Universitária 

Interamericana,

 Montreal,

 Politécnica 

da

 2014;

 Catalunha,

 UNESCO-Universidade 

 2015,

 École

 Nationale 

d'Administration, Paris 2017). Contribui regularmente em 

veículos de imprensa como O Estado de São Paulo (online) e Zero 

Hora. Tem como interesses de pesquisa: a poesia, a mitologia, a 

literatura antiga, a literatura francesa, a literatura dos séculos XIX 

e XX, a Renascença e a tradução. 

● Rodrigo Toniol 

○ Graduado em ciências sociais, mestre e doutor em antropologia 

social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Realizou 

parte de seu doutoramento no programa de antropologia da 

University of California San Diego (UCSD). Foi pesquisador 

visitante no Global Health Institute da UCSD, nos Estados 

Unidos, no Ciesas/Guadalajara, no México e na Universidade de 

Utrecht, na Holanda. Realizou estudos de pós-doutorado no 

departamento de filosofia e estudos de religião da Utrecht 

University, Holanda. Atualmente é professor no departamento de 

antropologia e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia 

da Unicamp. É presidente da Associação dos Cientistas Sociais da 

Religião do Mercosul (2018- 2020). Coordena do projeto de 

pesquisa Espiritualidade institucionalizada, apoiado pela Fapesp 

na modalidade Jovem Pesquisador. É editor do periódico Debates 

do NER e do Boletim Cientistas Sociais e Coronavirus 

(ANPOCS). É membro da Cátedra Roberto Cardoso de Oliveira 

(Unicamp/Brasil – Ciesas/México) e do Comitê de Pesquisa de 

Sociologia da Religião da Sociedade Brasileira de Sociologia. 

Suas pesquisas privilegiam os seguintes temas: corpo, saúde, 

ciência e religião. Entre seus trabalhos, destacam-se as funções de 

editor e autor da Encyclopedia of Latin American Religions (ed. 

Springer), a autoria dos livros On the nature trail (ed. N.Science 

Publishers, 2015) e Do espírito na saúde (Ed. LiberArs, 2018); 

além da organização, entre outras, das obras: Conservadorismos, 

Fascismos e Fundamentalismos (Ed. Unicamp, 2018), Como as 

coisas importam: uma abordagem material da religião (ed. 

UFRGS, 2019) e Entre trópicos : Diálogos de estudios Nueva Era 

entre México y Brasil (Casa Chata, 2018). Escreve para Estado da 

Arte, do jornal Estado de S. Paulo e também para o Jornal de 

Toronto. 

● Vinícius Müller 

○ Doutor em História Econômica pela USP é professor do Insper e 

autor do livro Educação básica, financiamento e autonomia 

regional: Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul, 1850 - 

1930 (Editora Alameda, 2018) 

5. PROPOSTA DE CALENDÁRIO PRELIMINAR - 25 de Maio: retornar este documento com sugestões, comentários e 

contribuições para sua conclusão;  - 28 de Maio: versão final do Projeto BNFB; 

- Entre 28 de Maio e 26 de Junho: realização de encontros virtuais do 

coordenador acadêmico do projeto para discussão dos tópicos de pesquisa com 

os pesquisadores colaboradores; coleta de dados; redação de ensaios e artigos;  - 27 de Junho: Apresentação da primeira rodada de ensaios e artigos de 

intervenção com base nas discussões precedentes;  - 30 de Julho: Apresentação e discussão da primeira rodada de papers para 

futura submissão e publicação. Balanço dos primeiros meses de atividade.  

5. BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR  

A presente bibliografia deverá ser organizada, dentro do possível, de 

acordo com os tópicos de trabalho sugeridos acima. Conta-se, portanto, com a 

colaboração de todos os envolvidos.  

Geral   

Obra 

MOUNK, Yascha. O Povo Contra a 

Democracia: por que nossa 

liberdade corre perigo e como 

salvá-la. Companhia das Letras, 

2019 

Link 

https://www.amazon.com.br/povo-contra-democracia

liberdade-salvá

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STANLEY, Jason. Como Funciona 

o Fascismo: a política do “nós’ e 

“eles”. L&PM Editores, 2018  

https://www.amazon.com.br/Como-funciona-fascismo

pol%C3%ADtica-eles

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Daniel. Como as Democracias 

Morrem. Zahar, 2018  

https://www.amazon.com.br/Como-democracias

morrem-Steven

Levitsky/dp/8537818003/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=Å

 MÅŽÕÑ&crid=3MQLW06KUN41C&keywords=com

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+steven+levitsky&qid=1589941661&s=books&sprefix

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https://www.amazon.com.br/Narrow-Corridor

Societies-Liberty-English

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Bother with Elections? Polity Press 

2018 

 

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fascismos-fundamentalismos-an%C3%A1lises

conjunturais

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A "direita liberal" é uma ideologia política que combina elementos do liberalismo, como o apoio à economia de mercado, à propriedade privada e aos direitos individuais, com a posição da direita no espectro político, que geralmente prioriza a ordem e a estabilidade. No entanto, a própria definição de liberalismo pode variar, existindo o liberalismo social à esquerda e o liberalismo clássico à direita, o que torna a posição exata da "direita liberal" dependente do contexto. 

Princípios Fundamentais

Liberdade Econômica:

Defende a livre iniciativa, o livre comércio e uma economia descentralizada, considerando o mercado como um mecanismo fundamental para a liberdade. 

Direitos Individuais:

Valoriza os direitos à propriedade privada, os direitos civis e os direitos humanos, assim como as liberdades individuais e o Estado de direito. 

Democracia Liberal:

Apoia sistemas de governo democráticos que protegem as liberdades políticas e os direitos dos cidadãos. 

O termo "direita liberal" situa-se na direita do espectro político, mas com a adição do componente "liberal", que o diferencia de formas mais autoritárias de direita

O termo pode gerar confusão, pois o liberalismo pode ser associado tanto à esquerda (liberalismo social) quanto à direita (liberalismo clássico ou económico). A "direita liberal" tende a apoiar o liberalismo económico e clássico, enfatizando a liberdade económica e a pouca intervenção estatal. 

Em alguns países, partidos ou movimentos políticos de direita são descritos como liberais, embora possam ter componentes conservadores ou outras orientações, como no caso do Partido Liberal no Brasil, que é frequentemente descrito como liberal conservador. 

A "direita conservadora" refere-se a um espectro político que combina ideologias de direita, que geralmente defendem um governo limitado, com valores conservadores, como a preservação de instituições e tradições sociais, familiares e culturais estabelecidas. Essa combinação se manifesta em posições que podem valorizar a ordem, a segurança, a moralidade religiosa e a propriedade privada, e pode variar desde o conservadorismo moderado até o ultraconservadorismo. 

Características centrais:

Enfatiza a manutenção de valores sociais, morais e culturais tradicionais, como os da família. 

Ordem e Segurança:

Tende a defender o uso da força para garantir a ordem social e combater a criminalidade. 

Conservadorismo Moral:

Muitas vezes alinha-se com valores religiosos (como o cristianismo) e defende que a sociedade e, até certo ponto, o Estado reflitam essa moralidade. 

Apoio a instituições estabelecidas:

Valoriza as instituições existentes e é reticente a mudanças sociais radicais.

No Brasil, a direita conservadora pode se associar à extrema-direita, com características como o nacionalismo extremo e, em certos grupos, um forte apelo a intervenções militares e um passado de ditadura. 

A onda conservadora no Brasil tem sido fortemente impulsionada por evangélicos pentecostais, que atuam ativamente na defesa de posições morais e religiosas, buscando influenciar a ordem legal do país. 

No Brasil, o termo "conservador" tem sido usado por críticos com conotações negativas, como sinônimo de "intransigente" ou "autoritário", especialmente quando relacionado a posições morais rígidas. 

A direita conservadora é uma força política que busca preservar a ordem social e os valores tradicionais, muitas vezes com uma forte ênfase na moralidade e na família, e pode variar em sua intensidade e manifestação dependendo do contexto local e das correntes ideológicas dentro dela.  Segundo o Sociólogo, Mestre e Doutor Cesar Portantiolo Maia, no Quarto Período da Habilitação em Jornalismo,  pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM).

Na política, o centro se refere-se a uma posição moderada no espectro ideológico entre a esquerda e a direita, que busca o diálogo, o equilíbrio e o interesse público, em contraste com as posições extremas. Partidos e indivíduos de centro frequentemente adotam políticas mistas, combinando elementos de ambos os lados para encontrar um entendimento e resolver problemas de forma discernida, sem se prender a ideologias rígidas. 

Características do centro político:

Situa-se no meio do espectro político, entre os polos da esquerda e da direita. 

A estratégia de um partido de centro é abrir canais de comunicação e diálogo com diferentes setores da sociedade. 

Tende a combinar políticas de diferentes ideologias, extraindo o que considera melhor de cada lado para promover o bem público. 

Em momentos de forte polarização, o "espaço centro" pode ser usado por políticos como uma estratégia para se diferenciar dos extremos, apelando a eleitores mais moderados. 

Não se deve confundir com o "Centrão" brasileiro, que é um bloco parlamentar informal e fisiológico sem um centro ideológico claro, mais focado em manter o poder do que em princípios de centro. 

Em resumo: Ser de "centro" na política significa ser um moderado que não se prende totalmente à esquerda ou à direita, mas que, através do diálogo e da busca por consensos, tenta agir com mais discernimento e temperança em prol do interesse público.  Acho que a Direita Liberal. Tem uma tendencia mais ao centro. 

Contudo. A Direita Conservadora. Está majoritariamente com Jair Bolsonaro . E com o bolsonarismo.

Confira a noticia na Folha de São Paulo.                  https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/08/tarcisio-confirma-participacao-em-ato-bolsonarista-do-7-de-setembro-em-sp.shtml

 

E assim caminha a humanidade.

Imagem ; Folha de São Paulo.