terça-feira, 23 de setembro de 2025

Neoliberalismo

 



O neoliberalismo é uma doutrina político-econômica que defende a mínima intervenção do Estado na economia e a ampla liberdade de mercado. Ele surgiu na segunda metade do século 20 como uma adaptação do liberalismo clássico ao contexto da economia globalizada. Seus defensores argumentam que a liberdade de mercado promove o crescimento econômico e a eficiência. 

Características principais

Estado mínimo: Redução da participação estatal na economia, com privatização de empresas e serviços públicos.

Livre mercado: Promoção da livre concorrência, permitindo que as empresas e os consumidores tomem decisões sem intervenção do Estado.

Abertura econômica: Diminuição das barreiras comerciais, como tarifas e restrições, incentivando o comércio internacional e a circulação de capitais.

Flexibilização do trabalho: Redução de regulamentações trabalhistas e dos direitos dos trabalhadores, diminuindo a atuação dos sindicatos.

Disciplina fiscal: Controle rígido dos gastos públicos, geralmente por meio de tetos de gastos, o que pode resultar na redução de investimentos em serviços sociais. 


  Confira abaixo . A dissertação da autora Sabrina Rodrigues Marques.


Neoliberalismo: Uma fase atual do capitalismo 

Resumo 

Sabrina Rodrigues Marques1 

O neoliberalismo, tornou-se uma nova ordem mundial, a partir dos anos 80 e 90, 

primeiro na Europa depois em toda a América, de norte a sul. Assim sendo, as políticas 

neoliberais configuram-se hoje atual fase do capitalismo. A abordagem central do 

artigo, será compreender a expansão da hegemonia neoliberal, para isto, o trabalho 

consistirá de alguns pontos a ser discutido: 1) entender o conceito de hegemonia dentro 

de uma concepção gramsciana, 2) compreender as origens do capitalismo, 3) entender o 

Imperialismo, 4) compreender os fatores que contribuíram para a expansão neoliberal.  

Palavras chaves: Capitalismo- Neoliberalismo- Hegemonia 

Introdução 

O neoliberalismo, tornou-se uma nova ordem mundial, a partir dos anos 80 e 90, 

primeiro na Europa depois em toda a América, de norte a sul. Assim sendo, as políticas 

neoliberais configuram-se hoje atual fase do capitalismo, deste modo, buscou-se 

entender o neoliberalismo, por meio de um referencial teórico: O Capital, volume I, 

escrito por Karl Marx, Imperialismo, Estágio Superior do Capitalismo, escrito por 

Vladimir Ilitch Lênin, O Brasil e o Capital Imperialismo, escrito por Virgínia Fontes, 

Capitalismo, Origens e Dinâmica Histórica, escrito por Oswaldo Coggiola, O lucro ou 

as pessoas? Neoliberalismo e a ordem global, escrito por Noam Chomsky, os Cadernos 

do Cárcere, escrito por Antônio Gramsci. 

A abordagem central do artigo, será compreender a expansão da hegemonia 

neoliberal, para isto, o trabalho consistirá de alguns pontos a ser discutido: 1) entender o 

conceito de hegemonia dentro de uma concepção gramsciana, 2) compreender as 

origens do capitalismo, 3) entender o Imperialismo, 4) compreender os fatores que 

contribuíram para a expansão neoliberal. 

Um dos primeiros conceitos abordados no texto será o conceito de hegemonia, a 

partir disso, propõe-se compreender os espaços que o neoliberalismo ocupou dentro da 

1 Mestranda na Universidade Oeste do Paraná- UNIOESTE- Mal. Cândido Rondon. E-mail: 

proptical@hotmail.com. 

sociedade e os fatores que contribuíram para sua hegemonia política e econômica. 

Assim, dentro de uma concepção gramsciana, hegemonia significa que, 

“O fato da hegemonia pressupõe indubitavelmente que sejam levados 

em conta os interesses e as tendências dos grupos sobre os quais a 

hegemonia será exercida, que se forme um certo equilíbrio de 

compromisso, isto é, que o grupo dirigente faça sacrifícios de ordem 

econômico-corporativa; mas também é indubitável que tais sacrifícios 

e tal compromisso não podem envolver o essencial, dado que, se a 

hegemonia é ético-política, não pode deixar de ser também 

econômica, não pode deixar de ter seu fundamento na função decisiva 

que o grupo dirigente exerce no núcleo decisivo da atividade 

econômica”.2 

Assim, o neoliberalismo consolidou-se tomando a social-democracia como sua 

inimiga central, em países de capitalismo avançado, provocando uma hostilidade 

recíproca por parte da social-democracia3. Depois, os governos social-democratas se 

mostraram os mais resolutos em aplicar políticas neoliberais. Portanto, não basta apenas 

compreender o conceito de hegemonia, precisa- se entender como se constituiu o 

capitalismo e suas fases.  

O capitalismo é um sistema constituído pela circulação de mercadorias e a 

produção de capital (dinheiro), para Marx, a circulação de mercadorias é o ponto de 

partida do capital. Produção de mercadorias e circulação desenvolvida de mercadorias – o comércio – formam os pressupostos históricos a partir dos quais o capital emerge4, 

configurando-se os primeiros pressupostos do capitalismo. Ainda, Mészáros afirma que, 

o capitalismo é uma das formas possíveis da realização do capital, uma de suas 

variantes históricas, como ocorre na fase caracterizada pela subsunção real do 

trabalho ao capital.5 

Além disso, Marx afirmava também que se abstrairmos o conteúdo material da 

circulação das mercadorias, isto é, da troca dos diversos valores de uso, e considerar 

2GRAMSCI, Antônio, 1891-1937 Cadernos do cárcere. Edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 

2002. Vol 3. Nota §18, p, 48. 

3ANDERSON, Perry. In SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Balanço do neoliberalismo. Pós

neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 13. 

4MARX, Karl. O Capital. Editora Boitempo. 2012, Vol. I, p, 289. 

5MÉSZÁROS, István. Para Além do Capital. Editora Boitempo. 2011, p, 15. 

apenas as formas econômicas que esse processo capitalista engendra6, o seu produto 

final, será o dinheiro. Ou seja, o dinheiro tornar-se-ia a primeira forma de manifestação 

do capital, deste modo, as formas de manifestação do capital, se adaptaria conforme a 

complexificação da relação capital-trabalho. Para Lênin, a transformação do 

capitalismo, teve como consequência, 

A propriedade privada baseada no trabalho do pequeno patrão, a livre 

concorrência, a democracia, todas essas palavras de ordem por meio 

das quais os capitalistas e sua imprensa utilizam enganam os operários 

e os camponeses, pertencem a um passado distante. O capitalismo se 

transformou num sistema universal de subjugação colonial e de 

estrangulamento financeiro da imensa maioria da população do 

planeta por um punhado de países “avançados”. A partilha desse 

espólio efetua-se entre duas ou três potências rapaces, armadas até os 

dentes (Estados Unidos, Inglaterra, Japão), que dominam o mundo e 

arrastam todo o planeta para a sua guerra pela partilha do seu espólio.7 

Ao longo de seu desenvolvimento histórico-social, o capitalismo passou por todo 

uma evolução histórica, criando novas relações entre o homem e o capital. Conforme 

Lenin afirmava, o imperialismo seria uma etapa superior do capitalismo, seria a 

transformação da acumulação do capital, a formação de grandes monopólios, ou seja, o 

surgimento do capital-imperialismo. Segundo Fontes, 

A expressão capital-imperialismo permite capturar o movimento 

peculiar ocorrido após a Segunda Guerra Mundial que aprofundou e 

alterou os traços fundamentais do imperialismo tal como formulado 

por Lenin. Novas características resultariam exatamente de sua 

dilatação em nova escala. A perpetuação da violência de classes se 

duplica pela disseminação de envolventes malhas tecidas por 

entidades cosmopolitas voltadas para o convencimento, tentando 

dissuadir a classe trabalhadora pela repetição ad nauseam de que este 

é o único modo de existência possível. Violência e convencimento 

seguem conjugados, na disseminação de verdadeiros exércitos 

compostos por tanques de pensamento (think tanks).8  

A partir deste pensamento think tanks, surgiria o neoliberalismo, como ideologia 

econômica-política, que traria a complexificação das lutas de classes, a explosão de 

6Marx, Karl. Op. Cit., p,289. 

7LÊNIN, Vladimir Ilicht. Imperialismo, Estágio Superior do Capitalismo. Editora Expressão Popular. 

2012., p. 27. 

8FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital-imperialismo. 2. ed. Rio de Janeiro: EPSJV/Editora UFRJ, 

2010. 

crises políticas, econômicas e sociais. Isto é, o neoliberalismo possui uma relação 

intrínseca com o capitalismo atual, principalmente, a partir da década de 70.  

A hegemonia neoliberal passou a se expandir a partir das falhas das políticas 

keynesiana e do fracasso da social democracia. Apresenta-se, o neoliberalismo como 

uma retomada do liberalismo clássico, no qual constituiu-se como uma corrente teórica 

econômica. A construção da hegemonia neoliberal baseou em obras de teóricos que 

defendiam o “Estado mínimo”, assim como, Adam Smith, Hayek, Friedman, Mises 

entre outros. 

O neoliberalismo significou a ideologia do capitalismo financeiro, no qual as 

características centrais seria a propriedade privada e o livre mercado. O Estado terá 

como papel apenas de assegurador das práticas neoliberais, cujo, ação será de agente 

regulador nas quais tais práticas político-econômicos, funcionassem de maneira 

adequada.  

Este projeto neoliberal surge como uma política capaz de renovar as novas 

formas de acumulação do capital. Sendo assim, o trabalho consistirá na compreensão do 

conceito de hegemonia, no estudo sobre as origens do capitalismo, e o desenvolvimento 

da hegemonia neoliberal. 

Hegemonia: um conceito gramsciano 

A noção de hegemonia parte da formulação de dois autores: Lênin e Gramsci, 

cujo apresentam um conceito bem elaborado dentro do materialismo dialético. A 

hegemonia proposta por Gramsci trouxe uma nova relação entre estrutura e 

superestrutura. O conceito hegemonia tem como contexto, o desenvolvimento da 

sociedade civil, instituições e Estado, além disso, a ideologia aparece como constitutiva 

das relações sociais. 

No entanto, existe algumas diferenças entre Lênin e Gramsci no conceito de 

hegemonia, enquanto Lênin se refere apenas à ditatura do proletariado ao falar de 

hegemonia, enfatizando seu caráter coercitivo, Gramsci destacava a importância de 

formar uma classe dirigente que se mantenha pelo consentimento das massas e não 

apenas pela força coercitiva. 

O pensamento de Gramsci estava, obviamente, enraizado em Marx e 

Lenin. Ele assumiu todos os pressupostos marxistas a respeito das 

origens materiais de classe e do papel da luta e da consciência de 

classe na transformação social. Ele também adotou a noção de Marx 

sobre a "hegemonia" burguesa na sociedade civil, tal como expressa 

por Marx e Engels em A Ideologia Alemã e fez dela um tema central 

de sua própria versão do funcionamento do sistema capitalista. Tal 

hegemonia, nos termos de Gramsci, significava o predomínio 

ideológico dos valores e normas burguesas sobre as classes 

subalternas.9 

Conforme afirma Gramsci, toda relação de “hegemonia” é necessariamente 

uma relação pedagógica, que se verifica não apenas no interior de uma nação, entre 

diversas forças que compõem, mas em todo o campo internacional e mundial, entre 

conjuntos de civilizações nacionais e continentais”.10  

A hegemonia significa a capacidade de uma classe de manter sua dominação 

sobre a outra, por meio da coerção e do consenso, da formação intelectual e moral. 

Assim, a hegemonia constitui-se na organização e a manutenção de um aparelho estatal, 

ou seja, a formação de um tipo de sociedade civil + sociedade política, 

Para Gramsci, analiticamente, o espaço da hegemonia é o da 

sociedade civil, enquanto o do domínio é a sociedade política ou o 

Estado, pois podem-se fixar dois grandes “planos” superestruturais: o 

que pode ser chamado de “sociedade civil” (isto é, o conjunto de 

organismos designados vulgarmente como “privados”) e o da 

“sociedade política ou Estado”, planos que correspondem, 

respectivamente, à função de “hegemonia” que o grupo dominante 

exerce em toda a sociedade e àquela de “domínio direto” ou de 

comando, que se expressa no Estado e no governo “jurídico”.11 

A manutenção da hegemonia não depende apenas da constituição do aparelho 

estatal, e da formação intelectual e moral, mas da direção do partido. Gramsci afirma 

que o partido político é a forma aperfeiçoada da classe dirigente e é por meio do partido 

9CARNOY, Martin. Estado e Teoria política. (Equipe de trad. PUCCAMP) 2ª ed. Campinas: Papirus, 

1988, p 90. 

10 GRAMSCI, Antônio, 1891-1937 Cadernos do cárcere. Edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 

Vol. 1, 2002, p, 399.  

11 GRAMSCI, Antônio, 1891-1937 Cadernos do cárcere. Edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 

Vol. 2, 2001, p, 21. 

que a classe dirigente irá demonstrar sua capacidade de direção. O partido político é a 

expressão de um grupo social. 

A função da hegemonia tem como pressupostos a sociedade civil + sociedade 

política organizada e conectada, além disso, os intelectuais são os “prepostos” do 

grupo dominante para o exercício das funções subalternas da hegemonia social e do 

governo político, isto é12:  

1) do consenso “espontâneo” dado pelas grandes massas da população 

à orientação impressa pelo grupo fundamental dominante à vida 

social, consenso que nasce “historicamente” do prestígio (e, portanto, 

da confiança) obtido pelo grupo dominante por causa de sua posição e 

de sua função no mundo da produção; 2) do aparelho de coerção 

estatal que assegura “legalmente” a disciplina dos grupos que não 

“consentem”, nem ativa nem passivamente, mas que é constituído 

para toda a sociedade na previsão dos momentos de crise no comando 

e na direção, nos quais desaparece o consenso espontâneo. 

Se os intelectuais são os prepostos hegemônicos da classe dominante, a 

conservação da unidade ideológica do bloco social faz com que um determinado grupo 

social, mesmo que em contradição ao outro grupo, estes adotem a concepção de mundo 

daquele grupo. Ou seja, há uma disputa hegemônica dentro das lutas de classes, 

segundo Gramsci, 

“Todo povo tem sua literatura, mas ela pode vir-lhe de um outro povo, 

isto é, o povo em questão pode ser subordinado à hegemonia 

intelectual e moral de outros povos. É este, com frequência, o mais 

gritante paradoxo de muitas tendências monopolistas de caráter 

nacionalista e repressivo: o de que, enquanto se constroem grandiosos 

planos de hegemonia, não se percebe que se é objeto de hegemonias 

estrangeiras; do mesmo modo como, enquanto se fazem planos 

imperialistas, na realidade se é objeto de outros imperialismos, etc. De 

resto, não se sabe se o centro político dirigente não entenda muito bem 

a situação de fato e não busque superá-la: mas é certo que os literatos, 

neste caso, não ajudam o centro dirigente político em tais esforços e 

seus cérebros vazios empenham-se na celebração nacionalista para 

não sentirem o peso da hegemonia da qual se depende e pela qual se é 

oprimido.”13 

12 Idem, p, 21. 

13 GRAMSCI, Antônio, 1891-1937 Cadernos do cárcere. Edição. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 

2002, Vol. 6, nota §57, p,127,128. 

Assim, o neoliberalismo significa dominação “consentida”, a hegemonia 

neoliberal, dissemina, a dominação de uma classe social sobre a outra, de uma nação 

sobre a outra. Sendo assim, dentro do sistema capitalista as relações sociais são 

definidas pela troca de mercadorias, a detenção dos modos de produções e as relações 

de forças produtivas, entre capital-trabalho. O grupo dirigente detém a hegemonia 

mediante a produção de uma ideologia, quanto mais difundida a ideologia, tanto menos 

utilizada a violência explicita. 

Com isso, a hegemonia neoliberal significou uma conquista processual dentro 

dos espaços, no seio e por meio da sociedade civil, visando à conquista de posições. 

Conforme Gramsci, entende-se que, neste caso, impõe-se à luta de classes uma 

estratégia de ataque frontal e complexificação das lutas sociais.  

Origens do Capitalismo  

Marx afirmava, a riqueza das sociedades onde reina o modo de produção 

capitalista aparece como uma “enorme coleção de mercadorias”, e a mercadoria 

individual como sua forma elementar.14 Para compreender, o capitalismo15 e suas fases, 

e a implantação neoliberal mundialmente após o fracasso keynesiano, deve-se entender 

a hegemonia capitalista e suas transformações no decorrer do processo histórico da 

humanidade. 

Segundo Coggiola16, o capitalismo, a sociedade dominada pelo capital17, é um 

modo de produção da vida social que, nas suas características gerais (as comuns a todas 

14 MARX, Karl. Op. Cit., p, 157. 

15 COGGIOLA, Osvaldo. Capitalismo. Origens e Dinâmica histórica. São Paulo. 2014, p, 15. Segundo 

Coggiola, o termo e o conceito de “capitalismo” levaram a melhor sobre outras definições que foram 

também usadas (liberalismo, sociedade industrial, sociedade livre, sociedade aberta, e um belo etc.), para 

definir a sociedade burguesa, por fazer referência à sua relação (oposição) social determinante: a existente 

entre capital e trabalho assalariado, e ao polo dominante (Determinante) dessa contradição. A economia 

capitalista é um “sistema” (um modo de produção) dividido em unidades de produção independentes e 

concorrentes entre si. No interior de cada unidade de produção existe divisão (oposição) entre o 

proprietário dos meios de produção e os produtores, isto é, entre capital e trabalho assalariado. 

16 Idem, p, 5. 

17 MARX, Karl. Grundrisse. Editora Boitempo. 2012, p, 57. Segundo Marx, o capital, entre outras coisas, 

é também instrumento de produção, também trabalho passado, objetivado [objektivierte]. Logo, o capital 

as formações econômico-sociais modernas) se constitui como objeto da análise teórica, 

que o caracteriza pelas forças produtivas que ele suscita e mobiliza, e pelas relações de 

produção sobre as quais se assenta.  

Para Marx, o modo de produção é um conceito que passou a designar as formas 

sociais historicamente existentes para produzir e reproduzir as condições materiais de 

existência da sociedade. Segundo Mészáros, o sistema de sociometabolismo do capital é 

mais poderoso e abrangente, tendo seu núcleo constitutivo formado pelo tripé capital, 

trabalho e Estado18. Assim, Coggiola afirma que cada modo de produção corresponde 

tanto ao nível de desenvolvimento das forças produtivas da sociedade (meios de 

produção, técnicas de organização do trabalho, etc.) quanto às relações sociais que 

organizam as relações de trabalho (de produção).19 

A origem do capitalismo, parte do pressuposto que a mercadoria é uma forma 

social que comporta tanto o valor de troca como o valor de uso, mas essa forma 

aparece só como valor de uso, material e “coisificado”20. Deste modo, para Marx, o 

capital, historicamente assume invariavelmente a forma do dinheiro, da riqueza 

monetária, dos capitais comercial21.  

E que toda a gênese do capital, o dinheiro, será sua primeira forma de 

manifestação, todo novo capital entra em cena – isto é, no mercado, seja ele de 

mercadorias, de trabalho ou de dinheiro – como dinheiro, que deve ser transformado 

em capital mediante um processo determinado22.De acordo com Coggiola,  

O dinheiro, por sua vez, aparece como portador exclusivo do valor, 

como a manifestação da abstração da mercadoria, sendo, porém, só a 

forma fenomênica da dimensão de valor da própria mercadoria. A 

relações sociais do capitalismo aparecem, assim, fundadas na oposição 

entre a abstração monetária do valor e a concretude da natureza 

material da produção.23 

é uma relação natural, universal e eterna; quer dizer, quando deixo de fora justamente o específico, o que 

faz do “instrumento de produção”, do “trabalho acumulado”, capital. Por essa razão, toda a história das 

relações de produção aparece em Carey, por exemplo, como uma maliciosa falsificação provocada pelos 

governos. 

18 Mészáros, István. Op. Cit., p, 15. 

19 Coggiola, Osvaldo. Op. Cit., p, 5. 

20 Idem, p, 11. 

21 Marx, Karl. Op. Cit., p, 289. 

22 Idem, p, 289,290 

23 Coggiola, Osvaldo. Op. Cit., p,11. 

Segundo Coggiola, o capitalismo nasceu da apropriação da esfera da produção 

pelo capital, substituindo os modos de produção feudais. “A subordinação da produção 

ao capital e o aparecimento da relação de classe entre os capitalistas e os produtores 

devem ser considerados o divisor de águas entre o velho e o novo modo de 

produção”24.  

Hobsbawm, afirma que o triunfo global do capitalismo, foi o triunfo de uma 

sociedade que acreditou que o crescimento econômico repousava na competição da livre 

iniciativa privada. Uma economia assim baseada nas sólidas fundações de uma 

burguesia, composta daqueles cuja energia, mérito e inteligência elevou-os a tal posição. 

O sistema mundial do capitalismo era uma estrutura de "economias nacionais" rivais. 

O triunfo mundial do liberalismo ficava na conversão de todos os povos, pelo menos os 

que eram vistos como "civilizados".25 

O capitalismo unificou o planeta tanto econômica como politicamente. A 

economia mundial como fator histórico determinante, e as relações internacionais como 

fator político dominante, se impuseram no século XIX. Coggiola infere que, 

A ascensão do capitalismo ensejou a dissolução das relações 

comunitárias: “O mundo moderno desconhece a comunidade. O modo 

de produção capitalista dá origem à sociedade, cuja marca primeira é a 

existência de indivíduos separados uns dos outros por seus interesses e 

desejos. Sociedade significa isolamento, fragmentação ou atomização 

de seus membros, forçando o pensamento moderno a indagar como 

indivíduos isolados podem se relacionar, se tornar sócios [e levando] à 

invenção da ideia de pacto ou contrato social firmado entre os 

indivíduos, instituindo a sociedade”. A substituição de relações 

comunitárias por relações sociais mudou todas as esferas do 

pensamento e da ação.26 

Significou uma nova burguesia, uma nova classe social, especialmente na 

Europa, embora já existisse relações pré-capitalistas no mundo antigo, com aspectos 

iniciais do capitalismo mercantil. A burguesia reconfigurou todo o sistema de mercado, 

toda a política, o capitalismo desenvolveu-se adaptando-se as novas relações entre 

trabalhador e patrão, entre mercado e mercadoria. Conforme Coggiola,  

24 Idem, p,13. 

25HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital. 3º edição, p, 80. 

26 COGGIOLA, Osvaldo. Op. Cit., p, 127. 

10 

O capitalismo (o modo de produção baseado na hegemonia do capital 

sobre todas as outras relações sociais) não é qualquer sistema 

econômico dinamizado pela procura de lucro, mas só aquele baseado 

nas relações de produção capitalistas, no qual o lucro se origina na 

mais-valia extraída (extorquida) na e pela exploração da força de 

trabalho livremente contratada e remunerada por um salário. 

Diversamente das sociedades que o precederam, no capitalismo o 

processo de trabalho se desdobra, ou apresenta uma face dupla e 

contraditória: ele é, como em todas as sociedades precedentes, 

processo de trabalho (criador de valores de uso) e também, 

diversamente dessas sociedades, processo de valorização (criador de 

valor).27 

Para Lênin, o capitalismo foi se apoderando de sua nova máscara, à medida que 

aumentava as operações bancárias e se concentrava um número reduzido de 

estabelecimentos, estes convertiam-se, de modestos intermediários em monopolistas 

onipotentes, que dispunha de todo o capital dinheiro do conjunto dos capitalistas e 

pequenos empresários, bem como da maior parte dos meios de produção e das fontes de 

matérias-primas de um ou de muitos países. Esta transformação constituiu-se como um 

dos processos fundamentais da transformação do capitalismo em imperialismo. 

Imperialismo: Uma concepção Leninista 

Dentro de uma concepção leninista, o imperialismo surgiu como 

desenvolvimento e continuação direta das características fundamentais do capitalismo. 

Mas, segundo Lênin, o capitalismo só se transformou em imperialismo quando chegou a 

um determinado grau do seu desenvolvimento, quando algumas das características 

fundamentais do sistema capitalista começaram a transformar-se na sua antítese. 

Assim, Lênin abordava que o capitalismo ganhou corpo e se manifestou em toda 

a linha, os traços da época de transição do capitalismo para uma estrutura econômica e 

social mais elevada. O imperialismo significou a substituição da livre concorrência 

capitalista pelos monopólios capitalistas. Sendo assim, Lênin afirmava que, 

A livre concorrência é a caraterística fundamental do capitalismo e da 

produção mercantil em geral; o monopólio é precisamente o contrário 

27 Idem, p. 16. 

11 

da livre concorrência, mas esta começou a transformar-se diante dos 

nossos olhos em monopólio, criando a grande produção, eliminando a 

pequena, substituindo a grande produção por outra ainda maior, e 

concentrando a produção e o capital a tal ponto que do seu seio surgiu 

e surge o monopólio: os cartéis, os sindicatos, os trustes e, fundindo-se 

com eles, o capital de uma escassa dezena de bancos que manipulam 

milhares de milhões.28 

Portanto, os monopólios, não eliminava a livre concorrência, existindo lado a 

lado com empresas industriais menores, resultando assim nas contradições e conflitos 

do sistema. O monopólio é a transição do capitalismo para um regime superior. O 

imperialismo, para Lenin significava fase monopolista do capitalismo. Por um lado, o 

capital financeiro é o capital bancário de alguns grandes bancos monopolistas fundido 

com o capital das associações monopolistas de industriais, e, por outro lado, a partilha 

do mundo. 

Lenin, definiu cinco traços fundamentais, do imperialismo: 

1) a concentração da produção e do capital levada a um grau tão 

elevado de desenvolvimento que criou os monopólios, os quais 

desempenham um papel decisivo na vida econômica; 2) a fusão do 

capital bancário com o capital industrial e a criação, baseada nesse 

“capital financeiro” da oligarquia financeira; 3) a exportação de 

capitais, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma 

importância particularmente grande; 4) a formação de associações 

internacionais monopolistas de capitalistas, que partilham o mundo 

entre si, e 5) o termo da partilha territorial do mundo entre as 

potências capitalistas mais importantes.29 

Desta Forma, o imperialismo é, pois, o capitalismo na fase de desenvolvimento 

em que ganhou corpo a dominação dos monopólios e do capital financeiro, adquiriu 

marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos 

trustes internacionais e terminou a partilha de toda a terra entre os países capitalistas 

mais importantes30. O desenvolvimento do sistema capitalista trouxe novas dinâmicas 

sociais e políticas, a partir disso tornou-se imperialista, configurando em sua nova fase 

atual: o neoliberalismo. 

28 Op. Cit. Lenin. Vladimir. Ilich., p. 123. 

29 Idem, p. 124. 

30 Idem, p. 124,125. 

12 

A Hegemonia Neoliberal 

O capitalismo, necessitava de novas formas de expansão e de acumulação de 

capitais, o neoliberalismo surgiu como uma solução para o capitalismo. Conforme, 

Anderson31 afirma, o neoliberalismo foi um fenômeno do liberalismo clássico, do 

século passado, nasceu logo depois da II Guerra Mundial, na região da Europa e da 

América do Norte onde imperava o capitalismo, foi um projeto político-econômico 

contra o Estado intervencionista e de bem-estar social.  

De acordo com Chomsky32, o termo neoliberalismo sugere um sistema de 

princípios e baseia-se em ideais liberais clássicos. Esse sistema doutrinário é também 

conhecido como Consenso de Washington33, expressão que sugere algo a respeito da 

ordem global.  

Sendo assim, o neoliberalismo significou uma nova ordem mundial do capital, 

teve como objetivo ditar políticas a governantes conservadores, de perfil liberal, com o 

intuito de fazer as mudanças supostamente necessárias para se modificar o papel do 

Estado frente à sociedade, sob o argumento de que elas seriam imprescindíveis para a 

inserção de seus respectivos países no mundo contemporâneo globalizado.  

Segundo Lênin, o que caracterizava o velho capitalismo, onde reinava 

plenamente a livre concorrência, era a exportação de mercadorias. O que caracteriza o 

capitalismo moderno, era o monopólio e a exportação de capital. Assim, 

O capitalismo é a produção de mercadorias no grau superior do seu 

desenvolvimento, quando até a força de trabalho se transforma em 

mercadoria. O desenvolvimento da troca, tanto no interior como, em 

especial, no campo internacional, é um traço distintivo e caraterístico 

31 ANDERSON, Perry. In SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Balanço do neoliberalismo. Pós

neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 9-23. 

32 CHOMSKY, Noam. O lucro ou as pessoas? Neoliberalismo e a Ordem Global. Bertrand Brasil. 2002. 

33 Idem, p. 07. Segundo Chomsky, o Consenso [neoliberal] de Washington é um conjunto de princípios 

orientados para o mercado, traçados pelo governo dos Estados Unidos e pelas instituições financeiras 

internacionais que ele controla e por eles mesmos implementados de formas diversas – geralmente, nas 

sociedades mais vulneráveis, como rígidos programas de ajuste estrutural. Resumidamente, as suas regras 

básicas são: liberalização do mercado e do sistema financeiro, fixação dos preços pelo mercado (“ajuste 

de preços”), fim da inflação (“estabilidade macroeconômica”) e privatização. Os governos devem “ficar 

fora do caminho” – portanto, também a população, se o governo for democrático –, embora essa 

conclusão permaneça implícita. As decisões daqueles que impõem o “consenso” têm, é claro, um grande 

impacto sobre a ordem global.  

13 

do capitalismo. O desenvolvimento desigual, por saltos, das diferentes 

empresas e ramos da indústria e dos diferentes países é inevitável sob 

o capitalismo.34 

Chomsky, afirma que essas doutrinas não são novas, e seus pressupostos básicos 

estão muito distantes daqueles que animaram a tradição liberal desde o Iluminismo. Isto 

é, um dos primeiros filósofos que publicou o primeiro manifesto sobre o neoliberalismo, 

na década de 50, foi Friedrich Hayek, no qual publicou o livro intitulado, O Caminho da 

Servidão, escrito em 1944.  

Em 1947, enquanto as bases do Estado de bem-estar social na Europa do pós

guerra efetivamente se construíam, Hayek convocou aqueles que compartilhavam sua 

orientação ideológica para uma reunião na pequena estação de Mont Pèlerin, na Suíça. 

Entre os filósofos estavam Milton Friedman, Ludwig Von Mises, Walter Eupken, 

Walter Lipman, entre outros. Segundo Perry Anderson, 

Fundou-se a Sociedade de Mont Pèlerin, uma espécie de franco

maçonaria neoliberal, altamente dedicada e organizada, com reuniões 

internacionais a cada dois anos. Seu propósito era combater o 

Keynesianismo e o solidarismo reinantes e preparar as bases de um 

outro tipo de capitalismo, duro e livre de regras para o futuro. As 

condições para este trabalho não eram de todo favoráveis, uma vez 

que o capitalismo avançado estava entrando numa longa fase de auge 

sem precedentes – sua idade de ouro –, apresentando o crescimento 

mais rápido da história, durante as décadas de 50 e 60. 

A fundação da sociedade Mont Pélerin, significou a disseminação dos reais 

ideários neoliberais, os “perigos” do Estado intervencionista. Hayek a partir desta 

sociedade defendia que o novo igualitarismo, promovido por este Estado de bem-estar 

social, destruiria a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência. O 

neoliberalismo proclamava o fim de um Estado intervencionista, e defendia o livre

comércio, um mercado sem fronteiras, sem limites. Segundo Anderson, 

A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra, em 

1973, quando todo o mundo capitalista avançado caiu numa longa e 

profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de 

crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo. A partir daí as 

ideias neoliberais passaram a ganhar terreno. As raízes da crise, 

afirmavam Hayek e seus companheiros, estavam localizadas no poder 

excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do 

34 Op. Cit. LÊNIN, Vladimir Ilicht., p. 93. 

14 

movimento operário, que havia corroído as bases de acumulação 

capitalista com suas pressões reivindicativas sobre os salários e com 

sua pressão parasitária para que o Estado aumentasse cada vez mais os 

gastos sociais. 

A partir, da década de 70, o neoliberalismo, surge com capacidade de trazer 

novas formas de acumulação de capital. O modelo neoliberal consolidou-se a partir dos 

anos 80 em países ocidentais que teve como principal característica o afastamento do 

Estado (Estado mínimo) em relação à gestão de diversos setores da economia.  

Os primeiros inauguradores do modelo neoliberal na Europa foram os governos 

de Margareth Tatcher, na Inglaterra, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos, no início 

dos anos 80. No Brasil, consolidou-se a partir dos anos 90 com Fernando Collor e teve a 

consolidação no governo do Fernando Henrique Cardoso.  

A implantação neoliberal teve como característica a formação de intelectuais, a 

organização de instituições internacionais, por exemplo: a OCDE (Organização de 

Cooperação e de Desenvolvimento Econômico), OMC (Ordem Mundial do Comércio), 

o FMI entre outros. Segundo Anderson, 

A hegemonia deste programa não se realizou do dia para a noite. 

Levou mais ou menos uma década, os anos 70, quando a maioria dos 

governos da OCDE – Organização Europeia para o Comércio e 

Desenvolvimento – tratava de aplicar remédios keynesianos às crises 

econômicas. Mas, ao final da década, em 1979, surgiu a oportunidade. 

Na Inglaterra, foi eleito o governo Thatcher, o primeiro regime de um 

país de capitalismo avançado publicamente empenhado em pôr em 

prática o programa neoliberal. Um ano depois, em 1980, Reagan 

chegou à presidência dos Estados Unidos. Em 1982, Kohl derrotou o 

regime social liberal de Helmut Schmidt, na Alemanha. Em 1983, a 

Dinamarca, estado modelo do bem-estar escandinavo, caiu sob o 

controle de uma coalizão clara de direita, o governo de Schluter. Em 

seguida, quase todos os países do norte da Europa ocidental, com 

exceção da Suécia e da Áustria, também viraram à direita.35 

O neoliberalismo foi constituído por uma série de estratégias políticas, 

econômicas internacionais, orientado como solução para a crise capitalista de 70. A 

difusão deste projeto político-econômico, partiu da construção de uma nova ordem 

mundial, reconfigurando uma nova etapa do capitalismo. 

35 Op. Cit. CHOMSKY, Noam. p. 11. 

15 

Ainda, a hegemonia neoliberal assume outras características político

econômicas, por exemplo: a configuração da globalização, um terreno fértil para 

expansão neoliberal, difundindo a ruptura total entre os países, por meio do avanço da 

tecnologia, da livre concorrência, da exacerbação do consumo, produzindo novos estilos 

de vidas, reconfigurando a dominação capitalista.  

A globalização tornou-se sinônimo do neoliberalismo apontando para as 

transformações ocorridas no âmbito político, econômico e social, sendo assim, um dos 

meios para a consolidação da hegemonia neoliberal foram os veículos de comunicação.  

De acordo com Chomsky, o neoliberalismo36 caracterizou-se por meio do 

crescimento da desigualdade econômica e social, o aumento da pobreza absoluta entre 

as nações e povos mais atrasados do mundo, um meio ambiente global catastrófico, uma 

economia global instável. Chomsky afirma que a implantação neoliberal foi por meio do 

consenso de “Não Há Alternativas”. Ou seja, os defensores neoliberais praticam sua 

hegemonia por meio da inexistência de alternativas, criando falsas ideias que o único 

caminho viável seria por meio da expansão do capitalismo, do livre comércio. Segundo 

Chomsky, 

O neoliberalismo, sim, é de fato o “capitalismo sem luvas”, Ele 

representa uma época em que as forças empresariais são maiores, mais 

agressivas e se defrontam com uma oposição menos organizada do 

que nunca. Nesse ambiente político elas tratam de normatizar o seu 

poder político em todas as frentes possíveis, razão pela qual fica cada 

vez mais difícil contestá-las, tornando complicada – no limite da 

impossibilidade – a simples existência de forças extra mercado, não

comerciais e democráticas.37 

Para Silva, o neoliberalismo, enquanto forma de gestão do capital, contempla os 

interesses dos diferentes setores burgueses, ainda que de forma distinta, ou seja, é 

entendido como um processo, que vem sendo construído por meio das modificações na 

gestão política, na reestruturação produtiva, na linguagem ideológica e na imposição de 

36 Segundo Chomsky. O termo neoliberalismo sugere um sistema de princípios que, ao mesmo tempo em 

que é novo, baseia-se em ideias liberais clássicas: Adam Smith é o seu reverenciado santo padroeiro. Esse 

sistema doutrinário é também conhecido como Consenso de Washington, expressão que sugere algo a 

respeito da ordem global. Essas doutrinas não são novas, e seus pressupostos básicos estão muito 

distantes daqueles que animaram a tradição liberal desde o Iluminismo. P.7. 

37CHOMSKY, Noam. O lucro ou as pessoas? Neoliberalismo e a Ordem Global. Bertrand Brasil. 

2002.P.4. 

16 

uma cultura única. Em suma, baseia-se em uma acelerada internacionalização da 

economia, na financeirização do capital, na desregulamentação de direitos sociais e no 

desmantelamento da organização dos trabalhadores.38 

As práticas neoliberais trouxeram uma sustentação aos valores cultuados pelo 

capitalismo, servindo como um arcabouço teórico para a burguesia clamar, 

historicamente, pela não-interferência do Estado nas relações econômicas-políticas. 

Mas, na prática, o neoliberalismo, esse sistema político-econômico, trouxe como 

consequência uma complexificação na relação capital-trabalho e a acumulação de 

capitais 

nas 

mãos 

de 

poucos: 

Burguesia. 

38 SILVA, Carla Luciana. VEJA: O indispensável partido neoliberal (1989-2002) UFF. Niterói, RJ. 2005., 

p. 25. 

17 

Bibliografia 

ANDERSON, Perry. In SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Balanço do 

neoliberalismo. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio 

de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 9-23. 

CARNOY, Martin. Estado e Teoria política. (Equipe de trad. PUCCAMP) 2ª ed. 

Campinas: Papirus, 1988. 

CHOMSKY, Noam. O lucro ou as pessoas? Neoliberalismo e a Ordem Global. Bertrand 

Brasil. 2002. 

COGGIOLA, Osvaldo. Capitalismo. Origens e Dinâmica histórica. São Paulo. 2014.  

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EPSJV/Editora UFRJ, 2010. 

GRAMSCI, Antônio, 1891-1937 Cadernos do cárcere, volume 1. Edição. Rio de 

Janeiro. Civilização Brasileira, 2002.  

__________________________, Cadernos do cárcere, volume 2. Edição. Rio de 

Janeiro. Civilização Brasileira, 2001.  

__________________________, Cadernos do cárcere, volume 3. Edição. Rio de 

Janeiro. Civilização Brasileira, 2002.  

__________________________, Cadernos do cárcere, volume 6. Edição. Rio de 

Janeiro. Civilização Brasileira, 2002. 

HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital. 3º ed. 

LÊNIN, Vladimir Ilicht. Imperialismo, Estágio Superior do Capitalismo. Editora 

Expressão Popular. 2012. 

MARX, Karl. O Capital. Volume I. Editora Boitempo. 2012. 

MÉSZÁROS, István. Para Além do Capital. Editora Boitempo. 2011. 

18 

SILVA, Carla Luciana. VEJA: O indispensável partido neoliberal (1989-2002) UFF. 

Niterói, RJ. 2005. A dissertação da autora Sabrina Rodrigues Marques.

O liberalismo econômico é uma doutrina que defende a não intervenção do Estado na economia, a livre concorrência, o livre mercado e a propriedade privada. Originado no século 18  com pensadores como Adam Smith, ele sustenta que o mercado se autorregula pelas forças de oferta e demanda, impulsionado pelo interesse individual, o que, em tese, levaria a um maior bem-estar social. 

Suas características incluem o livre mercado, onde a oferta e a demanda determinam a alocação de recursos e preços, a livre concorrência para impulsionar inovação, a propriedade privada dos meios de produção, e uma mínima intervenção estatal, focada em proteger a propriedade e evitar monopólios. 

O liberalismo econômico surgiu como oposição ao mercantilismo e foi fundamental para a ascensão do capitalismo no século 18  e sua consolidação no século 19. 

A Grande Depressão de 1929 expôs a necessidade de maior regulação estatal, levando ao desenvolvimento de abordagens como o neoliberalismo e o liberalismo social, que buscam equilibrar liberdade econômica, justiça social e um papel maior do Estado. 

Apesar dos desafios atuais como guerras comerciais e protecionismo, as ideias liberais continuam relevantes e influentes globalmente, adaptando-se às mudanças contemporâneas. 

Confira a noticia na Folha de São Paulo.                   .https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/09/contas-de-tarcisio-ficam-pressionadas-na-reta-final-de-ano-pre-eleitoral.shtml

E assim caminha a humanidade.

Imagem ; Site Brasil de Fato. 



 

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