Paulo Guedes chegou ao poder como o Pigmaleão de Jair Bolsonaro, aquela figura mítica que esculpiu uma estátua, Galatéia, pela qual se apaixonou. Com pena, Afrodite conferiu vida ao mármore, e os dois foram felizes para sempre, segundo a coluna do jornalista Reinaldo Azevedo no UOL.
Guedes se apresentava às elites como o dono da estátua: o presidente assinaria tudo aquilo que o financista meio aloprado, um heterodoxo à sua maneira, prometia às elites, encantadas com a sua retórica contra o Estado — embora boa parte dos bacanas no país mamem em tetas estatais — e com a ladainha de que os pobres no Brasil sempre esperam tudo do governo e não gostam de empreender, segundo o relato do colunista no UOL.
O doutor sabe-tudo, o garantidor da suposta conversão de Bolsonaro ao liberalismo, o dono das ideias que teriam passado a ocupar o vácuo da cabeça presidencial, hoje se arrasta para ficar no poder. Antes, consta, ele teria uma agenda para mudar o Brasil. Agora, o seu único projeto é não cair, de acordo com o relato do jornalista na manhã desta quinta feira no UOL.
E não! Já escrevi, falei e reitero: não me peçam para fazer uma espécie de aliança tática com Guedes, na esperança de controlar Bolsonaro, uma vez que o ministro seria melhor e mais moderno do que o presidente. Essa é uma ficção criada por parte do jornalismo que cobre economia e que não consegue se livrar das amarras intelectuais ditadas pelas fontes de sempre, segundo Reinaldo Azevedo na manhã de hoje no UOL.
Nem se trata de afirmar que no embate recente entre Bolsonaro e Guedes, a razão estava com o presidente porque as coisas não devem ser postas nesses termos. A ideia de congelar as aposentadorias por dois anos e de desvincular o reajuste do mínimo dos proventos pagos pelo INSS é de tal sorte estapafúrdia — dado que mais de 67% dos vencimentos pagos a aposentados corresponde a um salário mínimo —, que cumpre constatar que os pobres foram salvos de mais uma mágica de Guedes pelo senso de sobrevivência eleitoral do seu chefe, de acordo com o jornalista no UOL nesta quinta (17).
O ministro não tem mais o que fazer no governo porque a sua leitura da política, da economia, do equilíbrio entre os Poderes pode ser compatível com uma ditadura, mas não tem como render frutos num regime democrático, ainda que seja este nosso, todo estropiado e crescentemente corroído pela estupidez anti-humanista — que, note-se, assume contornos cada vez mais nítidos em todos os estratos da sociedade, de acordo com a coluna do jornalista no UOL.
Á você que está me lendo eu digo : O Presidente Jair Bolsonaro perdeu muita força no eleitorado mais escolarizado. Esse eleitorado considera muito ruim o desempenho do mandatário no combate a pandemia.
Contudo, o auxilio emergencial,(que foi proposto pelo Congresso e pelos partidos de oposição), deu ganhos políticos ao Presidente Jair Bolsonaro justamente no eleitorado que o rejeita.
Ou seja : O ministério da economia corre sérios riscos, pois o auxilio emergencial despertou tentações politicas muito grandes em Jair Bolsonaro.
O calculo politico de Bolsonaro é prorrogar o auxilio emergencial o maior tempo possível, visando ganhar territórios estratégicos dos partidos de oposição. A mudança de tom no discurso de Jair Bolsonaro após a prisão de Fabricio Queiroz, visa justamente se aproximar de um eleitorado bem menos radical, eleitorado que tem rejeitado o mandatário nacional, devido ao seu péssimo desempenho no combate a pandemia.
O mandatário precisa ganhar sobrevida, pois seu governo sempre gerou muitas crises e incertezas, principalmente no campo econômico.
Jair Bolsonaro nunca foi um liberal na economia. O então deputado Bolsonaro pegou esse discurso surfando na onda da Operação Lava Jato. A verdade é que está chegando a hora de Paulo Guedes no governo.
O discurso liberal de Paulo Guedes está se tornando um fardo nos planos políticos do mandatário brasileiro para 2022. O presidente Bolsonaro quer se aproximar de um eleitorado que sempre o rejeitou historicamente. No calculo politico de Jair Bolsonaro, o auxilio emergencial poderá lhe dar frutos eleitorais na sucessão de 2022.
No calculo politico do mandatário, é absolutamente fundamental que ele tenha um Renda Brasil para chamar de seu. Contudo, a lei de diretriz orçamentária diz que o chefe do executivo não pode adquirir nova despesa sem comprovar a fonte da receita. Ou seja : Um Bolsa família mais turbinando esbarra na lei de diretriz orçamentária.
Contudo, não custa lembrar que os ex ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta foram sacrificados por serem um fardo nas ambições politicas de Jair Bolsonaro. Então, não é nenhum absurdo se imaginar que o economista Paulo Guedes possa ser sacrificado pelas ambições politicas do ex capitão. Pois convenhamos leitor (a), na politica o que se fala, não é necessariamente o que se escreve.
Talvez Paulo Guedes esteja na berlinda para ir para a guilhotina. Pois o candidato Jair Bolsonaro está em campanha antecipada para 2022. E é muito improvável que o mandatário não elimine aqueles que o atrapalham no seu projeto político.
E assim caminha a humanidade.
Imagem : Portal G1 da Rede Globo.
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