A economia brasileira voltou a crescer no terceiro trimestre deste ano e, com isso, saiu da chamada "recessão técnica". É o que indicam informações divulgadas nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central.
Segundo o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br)– indicador considerado com uma "prévia" do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) – a economia registrou um crescimento de 9,47% no terceiro trimestre, na comparação com o período de abril a junho de 2020.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Dois trimestres seguidos de encolhimento do nível de atividade, registrados neste ano, representam uma recessão técnica - que os números prévios do BC indicam ter sido superada.
O resultado oficial do PIB no terceiro trimestre deste ano, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente em 3 de dezembro.
Os resultados do IBC-Br, neste ano refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, sentidos com maior intensidade na economia em março e abril. De maio em diante, os números mostram o início de uma retomada da economia, puxada, entre outros fatores, pelo auxílio emergencial.
Em análise recente, o BC informou que "programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento".
Somente em setembro deste ano, de acordo com o IBC-Br, a economia brasileira mostrou crescimento de 1,29% na comparação com agosto. O número foi calculado após ajuste sazonal. Esse foi o quinto mês seguido de crescimento do indicador, na comparação com o mês anterior.
Mesmo assim, os números do Banco Central também mostram que o nível de atividade ainda não voltou ao patamar de fevereiro, registrado antes da pandemia do novo coronavírus.
Os economistas das instituições financeiras projetaram, na semana passada, uma queda de 4,80% para o resultado do PIB e 2020. Para o BC, a retração será de 5% neste ano.
Em setembro, o governo brasileiro manteve a expectativa de queda de 4,7% para o PIB de 2020. O ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que a economia esteja retomando em "V", com forte alta após queda pronunciada, e estima um tombo menor, ao redor de 4% em 2020.
Já o Banco Mundial prevê uma queda de 5,4% da economia neste ano e, o Fundo Monetário Internacional (FMI), estima um tombo de 5,8% em 2020.
Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o BC indicou, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), manutenção da taxa básica da economia nos próximos meses. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã desta sexta feira (13).
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