Lai Xiaomin, ex-presidente de um dos principais conglomerados financeiros da China, foi condenado à morte nesta terça-feira (5), anunciou a Justiça chinesa. Ele foi considerado culpado de ter recebido US$ 260 milhões em subornos e também pelo crime de bigamia.
Os valores são "muito elevados, e as circunstâncias, particularmente graves", diz a sentença emitida pelo tribunal de Tianjin, no norte do país. O empresário também foi condenado por ter vivido com mulheres fora do casamento, com as quais teve filhos.
Há um ano, a emissora estatal CCTV transmitiu a confissão de Lai em uma reportagem que exibiu imagens de um apartamento de Pequim com cofres e armários repletos de dinheiro. As imagens também mostraram carros de luxo e barras de ouro que ele teria aceitado como suborno.
Lai, que havia trabalhado no Banco Central chinês e para a agência de supervisão bancária, afirmou que "não gastou nenhum centavo" dos valores recebidos.
A China iniciou uma grande campanha anticorrupção em 2012, depois que o presidente Xi Jinping se tornou o líder do Partido Comunista (PCC). Desde então, mais de 1,5 milhão de dirigentes do partido foram punidos.
A luta contra a corrupção, muito disseminada no país, é apontada por especialistas como uma "desculpa" para eliminar quem se opõe ao presidente.
No ano passado, o ex-magnata imobiliário chinês Ren Zhiqiang foi sentenciado a 18 anos de prisão. Ele havia publicado um artigo que criticava a resposta das autoridades à pandemia da Covid-19, surgida no final de 2019, em Wuhan.
Em novembro, o bilionário Jack Ma, empresário mais conhecido da China, também enfrentou a vingança das autoridades, que impediram, no último minuto, a colossal entrada na Bolsa de Hong Kong do gigante de pagamentos on-line Ant Group, fundado por ele.
Jack Ma criticou publicamente os reguladores financeiros chineses por frearem a iniciativa. Desde então, este ex-professor de inglês que se tornou pioneiro do comércio on-line na China com seu grupo Alibaba não é visto em público.
Desde que Xi Jinping chegou ao poder, apenas um alto funcionário chinês foi condenado à morte, em 2016, por um caso de homicídio. Outros também foram condenados à morte, mas com sentenças que, na prática, nunca se cumprem. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na tarde desta terça feira (05).
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