A Polícia Federal (PF) procura pistas que comprovem uma vacinação clandestina de empresários e políticos em Belo Horizonte. A suspeita foi revelada na edição on-line da revista Piauí da última quarta-feira (24).
Uma postagem em uma rede social faz parte da investigação. A filha de um funcionário da empresa de ônibus Saritur publicou: "Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada". A mensagem e a conta foram apagadas na sexta-feira (26), mas a TV Globo conseguiu o contato do pai dela.
Carlos Eduardo Alvim: A sua filha fez uma postagem sobre compra de vacina nas redes sociais. Você tem alguma coisa a dizer?
Funcionário: Não, nada a dizer. Filho de menor, esses trem, saiu escrevendo bobagem.
Carlos Eduardo Alvim: Mas você sabe que ela fez essa postagem?
Funcionário: Não tô sabendo.
Carlos Eduardo Alvim: E você sabe de esquema de vacinação lá na garagem? Você foi vacinado?
(telefone fica mudo / desliga)
Segundo a revista Piauí, a aplicação das doses foi organizada pelos donos da Saritur: Rômulo e Robson Lessa.
Entre os vacinados, de acordo com a revista, estão empresários do ramo do transporte e até políticos que pagaram R$ 600 pelas doses.
Um vídeo mostra uma pessoa com jaleco branco, retirando algo do porta-malas e fazendo um movimento parecido com a aplicação de vacina. Uma outra, em pé, também parece ser vacinada.
“Tinham mais de 20 carros dentro da garagem. Eu como profissional de saúde, eu sei como é feita uma vacinação”, disse uma testemunha.
Os empresários Rubens e Robson Lessa negam.
Na sexta-feira, durante operação, a PF foi à garagem em busca de pistas. No local, funciona a empresa Coordenadas, que pertence à família Lessa, também dona da Saritur
Uma fonte ligada à investigação disse que os agentes apreenderam um celular que tinha mensagens combinando a vacinação. A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo dos equipamentos eletrônicos.
Na garagem da empresa em Belo Horizonte, a PF encontrou também uma lista com 57 nomes e quer saber se a relação é das pessoas que foram vacinadas. A investigação ouviu informalmente os empresários e está em busca de outras informações. Eles trabalham com três linhas de investigação.
A Saritur declarou que os nomes citados na matéria da revista Piauí não fazem parte da direção e que a empresa Coordenadas funciona de forma independente. A reportagem não conseguiu contato com Rômulo e Robson lessa, nem com a Coordenadas. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã desta segunda feira (29).
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