A Polícia Civil abriu inquérito para apurar uma denúncia de injúria racial em Santo Antônio do Amparo (MG) em que a vítima foi uma jovem de 19 anos eleita em um concurso como rainha da cidade.
O concurso para escolher princesas e rainha da cidade aconteceu no fim de semana e foi transmitido pela internet. Era uma comemoração pelo aniversário de Santo Antônio do Amparo. Mas a opinião de uma moradora sobre o resultado acabou roubando a cena.
"Gente, eu estava na roça e agora que eu vi o resultado. Ah, vou contar uma coisa procês: esse negócio de inclusão social tá foda. É os preto é que tá mandando em tudo mesmo. É cota na escola, é cota aqui, é cota ali…", disse a moradora em grupos de Whatsapp.
Com voto popular e também dos jurados, a vencedora foi a jovem Maiza de Oliveira, de 19 anos. Ela estava super feliz com a conquista, até ouvir o áudio.
"Na hora eu falei, ah, deixa, isso não vai fazer diferença na minha vida, mas depois que vai passando o tempo, você vai vendo o peso que isso é, aí isso foi me incomodando de uma forma que eu nunca me senti incomodada sabe, quando a gente vê o racismo contra a pessoa dói na gente, agora você imagina o racismo ser com você, dói muito mais", disse a jovem.
A jovem já tinha passado por uma outra situação de preconceito horas antes do concurso e fez questão de falar a respeito quando foi coroada.
"Eu já fui muito zoada pela minha aparência, já fui muito zoada pela minha forma de ser e de falar e hoje ser rainha da cidade é uma conquista muito grande pra mim", disse a jovem na coroação.
"Desde quando eu era criança, eu sempre fui muito zoada pela minha aparência, pelo meu jeito de falar. Quando eu tava no salão, me maquiando, eu recebi o áudio de uma mulher me zoando o jeito que eu estava falando, no dia do desfile, antes de desfilar, ela estava zoando meu jeito de falar e aquilo mexeu muito comigo, eu comecei a chorar, estragou toda a maquiagem, acho que essa crítica me deu força para ser melhor ainda", disse a jovem.
A jovem prestou queixa na polícia e já foi ouvida. Segundo o diretor de Esportes, Cultura e Turismo da cidade, que organizou o concurso, a ideia era valorizar a diversidade. Por isso, a única regra para participar era ter mais de 15 anos de idade.
"O baile da cidade sempre foi visto de uma forma elitizada, sempre poucas famílias participavam desse baile, este ano a gente quis fazer o baile realmente para toda a população de Santo Antônio do Amparo e a gente não pode deixar isso abalar a gente, nem achar que a gente está errado por essas coisas terem acontecido, a gente tem q levar o que de positivo a gente trouxe e eu acho que o objetivo a gente conseguiu", disse o diretor de Esporte, Cultura e Turismo, Vinícius Alves Isídio.
No áudio, que viralizou na cidade, a mulher ainda diz que pessoas brancas estariam sendo prejudicadas. "E e os branco tá tudo levando tinta. Da próxima vez, nós tem que pular num tanque de 'criolina' e sair tudo pretinha, aí pode candidatar a qualquer coisa, que ganha", disse a mulher.
Ativistas anti-racismo da cidade lamentaram os áudios. "Isso é um absurdo e demonstra um desconhecimento com a causa, não é de hoje que a nossa luta vem acontecendo, isso já é uma coisa secular, desde o início, desde a colonização, mas a gente está aqui para representar e de alguma forma levar conhecimento e mostrar para essas pessoas que é muito mais que a cor, a gente tem uma luta, uma história e a gente espera que isso não fique impune", disse o ativista da Frente Amparense, Gabriel Crespo.
A Prefeitura de Santo Antônio do Amparo usou seu perfil em uma rede social para dizer que "lamenta e repudia qualquer tipo de preconceito" e que "reitera o compromisso com o enfrentamento e combate a todo tipo de discriminação".
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso e já conseguiu identificar a mulher que seria autora do áudio. Ela foi chamada para prestar depoimento. A jovem que foi vítima do ato, também deverá ser ouvida novamente.
"Eu consegui erguer a minha cabeça e vou continuar porque eu sei que muita gente se inspira em mim e eu quero mostrar para elas que se um dia acontecer com elas é para elas lutarem também porque isso é crime e a gente não pode deixar passar em branco", disse a jovem.
A produção da EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, conseguiu falar com um dos filhos da mulher que gravou o áudio. Ele disse que a mãe apenas expressou uma opinião, que foi compartilhada fora de contexto. Nem ele, nem ninguém da família, quis gravar com a reportagem. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã desta quinta feira (17).
Á você que está me lendo eu digo :O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos
Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.
O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…".
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes, de acordo com uma das explicações de conceito histórico , que eu tive durante o quarto e ultimo ano do curso de Jornalismo nas Faculdades Integradas Alcântara Machado ( FIAAM FAAM), com a professora , doutora e socióloga Lilian de Lucca Torres.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia. Segundo as explicações da professora, doutora e socióloga Lilian de Lucca Torres, no meu primeiro ano do curso de Jornalismo Nas Faculdades Integradas Alcântara Machado ( FIAAM FAAM).
Caro (a) leitor (a). Eu também pertenço a um grupo considerado minoritário no Brasil. Sou deficiente intelectual. Como cidadão e como jornalista por formação, eu sempre vou apoiar as bandeiras da igualdade e da diversidade na sociedade. A igualdade e a diversidade, são os pilares fundamentais de qualquer democracia minimamente madura.
Uma democracia madura, é justamente aquela que respeita os ideais democráticos da igualdade e da diversidade entre as pessoas.
E assim caminha a humanidade.
Imagens : Portal G1 da Rede Globo.
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