quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Preconceitos históricos nos Estados Unidos.

 Um homem de Kansas City que ficou preso por mais de 40 anos por três assassinatos foi libertado da prisão nesta terça-feira (23), depois que um juiz decidiu que ele foi condenado injustamente em 1979.

Kevin Strickland, de 62 anos, sempre afirmou que estava em casa assistindo à televisão e não teve nada a ver com os assassinatos, que aconteceram quando ele tinha 18 anos.

Ele soube da decisão sobre sua libertação quando a notícia apareceu na televisão enquanto ele assistia a uma novela. Ele disse que os outros presos começaram a gritar.

“Não estou necessariamente com raiva. Isso é muito. Acho que criei emoções que todos vocês ainda não conhecem ”, disse ele aos repórteres ao deixar o Centro Correcional Western Missouri, em Cameron. “Alegria, tristeza, medo. Estou tentando descobrir como colocá-los juntos”.

Ele disse que gostaria de se envolver nos esforços para "evitar que isso aconteça com outra pessoa", dizendo que o sistema de justiça criminal "precisa ser demolido e refeito".

O juiz James Welsh, um juiz aposentado do Tribunal de Apelações do Missouri, tomou a decisão depois de uma audiência probatória de três dias solicitada por um promotor do condado de Jackson, que disse que as evidências usadas para condenar Strickland haviam sido retratadas ou refutadas.

Welsh escreveu em seu julgamento que "evidências claras e convincentes" foram apresentadas que "minam a confiança do Tribunal no julgamento da condenação". Ele observou que nenhuma evidência física ligava Strickland à cena do crime e que uma testemunha-chave se retratou antes de sua morte.

“Nessas circunstâncias únicas, a confiança do Tribunal nas condenações de Strickland é tão prejudicada que não pode ser mantida, e o julgamento da condenação deve ser anulado”, escreveu Welsh ao ordenar a libertação imediata de Strickland.

A promotora do condado de Jackson, Jean Peters Baker, que pressionou pela liberdade de Strickland, agiu rapidamente para rejeitar as acusações criminais para que ele pudesse ser libertado.

“Dizer que estamos extremamente satisfeitos e gratos é um eufemismo”, disse ela em um comunicado. “Isso traz justiça - finalmente - a um homem que tanto sofreu tragicamente como resultado dessa condenação injusta”.

Mas o procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt, um republicano que concorre ao Senado dos EUA, disse que Strickland é culpado e lutou para mantê-lo preso.

“Neste caso, defendemos o estado de direito e a decisão que um júri formado pelos pares de Strickland tomou depois de ouvir todos os fatos do caso”, disse o porta-voz de Schmitt, Chris Nuelle, em um breve comunicado. “O Tribunal se pronunciou, nenhuma outra ação será tomada neste assunto”.

O governador Mike Parson, que recusou os pedidos de clemência de Strickland, tuitou simplesmente que: "O Tribunal tomou sua decisão, nós respeitamos a decisão e o Departamento de Correções dará continuidade à libertação do Sr. Strickland imediatamente."

Crimes

Strickland foi condenado pelas mortes de Larry Ingram, de 21 anos, John Walker, de 20, e Sherrie Black, de 22, em uma casa em Kansas City.

As evidências se concentraram principalmente no testemunho de Cynthia Douglas, a única pessoa a sobreviver aos tiroteios de 25 de abril de 1978. Ela inicialmente identificou Strickland como um dos quatro homens que atiraram nas vítimas e testemunhou isso durante seus dois julgamentos.

Welsh escreveu que teve dúvidas logo após a condenação, mas inicialmente estava "hesitante em agir porque temia enfrentar acusações de perjúrio se retratasse publicamente declarações feitas anteriormente sob juramento".

Mais tarde, ela disse que foi pressionada pela polícia a escolher Strickland e tentou durante anos alertar especialistas políticos e jurídicos para ajudá-la a provar que ela havia identificado o homem errado, de acordo com depoimentos de sua família, amigos e um colega de trabalho. Douglas morreu em 2015.

Durante a audiência, os advogados do gabinete do procurador-geral do Missouri argumentaram que os defensores de Strickland não forneceram diversos papéis que provavam que Douglas tentou se retratar de sua identificação de Strickland, dizendo que a teoria era baseada em "boatos, boatos e boatos".

O juiz também observou que dois outros homens condenados pelos assassinatos insistiram posteriormente que Strickland não estava envolvido. Eles citaram dois outros suspeitos que nunca foram acusados.

Durante seu depoimento, Strickland negou sugestões de que ofereceu US$ 300 a Douglas para “manter a boca fechada” e disse que nunca havia visitado a casa onde os assassinatos ocorreram antes.

Strickland é negro, e seu primeiro julgamento terminou com um júri sem unanimidade quando o único jurado negro, uma mulher, pediu a absolvição. Após seu segundo julgamento, em 1979, ele foi condenado por um júri totalmente branco por uma acusação de assassinato capital e duas acusações de assassinato em segundo grau.

Nova lei

Em maio, Peters Baker anunciou que uma revisão do caso a levou a acreditar que Strickland era inocente.

Em junho, a Suprema Corte do Missouri se recusou a ouvir a petição de Strickland.

Em agosto, Peters Baker usou uma nova lei estadual para buscar a audiência probatória no condado de Jackson, onde Strickland foi condenado. A lei permite que os promotores locais contestem as condenações se acreditarem que o réu não cometeu o crime. Foi a primeira vez - e até agora a única - que um promotor usou a lei para combater uma condenação anterior.

“Mesmo com o promotor do seu lado, demorou meses e meses para o Sr. Strickland voltar para casa e ele ainda teve que voltar para um sistema que não fornecerá qualquer compensação pelos 43 anos que perdeu”, disse Tricia Rojo Bushnell, diretora executivo do Midwest Innocence Project, que ficou ao lado de Strickland quando ele foi solto.

O estado só permite pagamentos ilícitos de prisão para pessoas inocentadas por meio de provas de DNA, e por isso Strickland não se qualifica.

“Isso não é justiça”, disse ela. “Acho que estamos esperançosos de que as pessoas estejam prestando tanta atenção e realmente se perguntando 'como deve ser o nosso sistema de justiça?'” A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã desta quarta feira (24).


Á você que está me lendo eu digo :  O racismo e a discriminação étnica nos Estados Unidos, tem sido um grande problema, desde a época colonial e escravista no país. Privilégios e direitos legais ou socialmente sancionados eram dados aos  estadunidenses   brancos, mas não eram concedidos estudunienses  negros  nos Estados Unidos, assim como os mesmos direitos civis não eram concedidos aos asiáticos - americanos e a população latina.
Aos estudinenses europeus foram concedidos privilégios exclusivos em matéria de educação, imigração, direito ao voto, cidadania, aquisição de terra e processo penal ao longo de um período de tempo, estendendo- se desde o século XVII até a década de 1960. Contudo, imigrantes europeus não eram protestantes, especialmente irlandeses, poloneses e italianos, mas também em menor número eslavos, húngaros e franceses, que também sofriam ataques xenófobos, discriminação ou exclusão étnica na sociedade  estadunidense, além de não serem considerados totalmente brancos.
Cabe ressaltar, que grupos do Oriente Médio, como judeus e árabes, enfrentam discriminação continua nos Estados Unidos, e como resultado disso, algumas pessoas pertencentes a estes grupos, não se identificam totalmente como brancos. Também cabe ressaltar que a população do Sudeste Asiático e do Leste da Asia, também enfrentam o mesmo racismo nos Estados Unidos.
A discriminação racial foi totalmente banida em meados do século XX e passou a ser percebida como socialmente inaceitável ou moralmente repugnante. Contudo, as políticas raciais ainda eram um fenômeno de grandes proporções nos Estados Unidos e o racismo continuou a se refletir na desigualdade socioeconômica em território norte americano. Isso segundo as explicações da professora e historiadora Sandra Lima, quando eu cursava o primeiro semestre da habilitação em Jornalismo, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM).
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros  e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia. Segundo as explicações da socióloga e doutora Lilian Torres, quando eu cursava o segundo semestre da habilitação em Jornalismo, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM).
Ou seja leitor (a). Me orientando pelo que estudei, durante os 04 anos e meio na habilitação em Jornalismo, no curso de Comunicação Social nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM), tenho a impressão que os Estados Unidos tem sérios problemas com os preconceitos de marca e de origem praticados há séculos no seu território.

E assim caminha a humanidade. 

Imagens  : Portal G1 da Rede Globo.










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