terça-feira, 1 de março de 2022

A balança comercial no Brasil.

 SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As sanções impostas à Rússia, como a retirada de bancos do sistema internacional de pagamentos Swift e o congelamento de parte das reservas internacionais, pode inviabilizar o embarque de produtos daquele país para o Brasil e até atrasar o desembarque de mercadorias que já estão a caminho do nosso país.

Especialistas na área de comércio exterior avaliam que o maior risco para o Brasil neste momento é não garantir a entrega de adubos e fertilizantes, produtos que representaram 62% das importações vindas da Rússia em 2021.

Já as exportações poderiam ser direcionadas para outros países, uma vez que o país estrangeiro representou apenas 0,6% do mercado exterior para os brasileiros no ano passado.

Mauro Lourenço Dias, diretor-presidente da Fiorde Logística Internacional, afirma que as sanções impostas à Rússia podem inviabilizar a concessão de cartas de crédito a exportadores e importadores. Sem essa garantia de recebimento, tanto empresas brasileiras como suas contrapartes russas não teriam segurança para concretizar suas operações.

"Fica inviável você fazer o comércio internacional. O sistema de pagamentos já ficou comprometido. Se não tem swift, os grandes bancos não vão dar carta de crédito para operações com a Rússia", afirma.

Segundo o executivo, isso coloca a Rússia em situação semelhante à de Cuba, Venezuela e Irã, que também estão fora do sistema bancário internacional.

Ele afirma que mesmo mercadorias que já foram embarcadas podem ficar retidas mais tempo nos portos brasileiros até que a empresa importadora consiga fazer o dinheiro chegar ao vendedor na Rússia. "O navio vai chegar aqui e vai ter dificuldade de liberar a carga", afirma.

José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), afirma que o Brasil tem como compensar uma possível queda nas exportações de produtos para Rússia, entre eles a soja, carne e café, direcionando a oferta para outros países.

Em 2021, a Rússia responde por apenas 0,6% das vendas brasileiras ao exterior, com valores que representam cerca de um terço do verificado em 2008, durante o boom anterior de commodities.

Para ele, o problema será a importação, especialmente de fertilizantes. Esses produtos representaram 62% das compras brasileiras de produtos russo em 2021. No ano passado, a importação desses insumos alcançou o valor recorde de US$ 3,5 bilhões, um aumento de 98% em relação a 2020.

"O que se vende de carne, soja e outras coisas para lá não é tão importante. A exportação no ano passado foi de R$ 1,6 bilhão. Isso você pode colocar em outros países sem nenhum problema", afirma.

"Agora, na importação de fertilizantes, não tem mercado alternativo hoje. Se deixo de comprar fertilizantes, vai afetar a produtividade e vamos ter menos produtos para exportar, seja para a Rússia ou para outros países."

O presidente da AEB diz que as dificuldades com o sistema de pagamento Swift são um segundo problema. O primeiro será garantir que a oferta do insumo à lavoura não seja afetada. Ele avalia que os russos podem segurar suas vendas para valorizar o produto, pois sabem que não há alternativas hoje para os consumidores desses produtos.

"O Brasil, por ser o grande produtor do agronegócio, depende do fertilizante da Rússia e também da Ucrânia. Não temos mercado alternativo. Novos embarques vão depender do que a Rússia decidir e ela pode suspendê-los."

No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,6 bilhão para a Rússia e importou o valor recorde de US$ 5,7 bilhões (107% a mais do que em 2020), segundo dados do Ministério da Economia.

Os gargalos no comércio exterior são mais um fator que deve contribuir para a alta de preços de produtos importados pelo Brasil.

Economistas avaliam que os conflitos na Ucrânia tendem a gerar um aumento da pressão inflacionária no Brasil, o que pode levar a uma necessidade de juros ainda maiores por parte do Banco Central, e, consequentemente, a um crescimento econômico menor.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, assinala que o Brasil importou cerca de 40 milhões de toneladas de fertilizantes ao longo do ano passado.

Dessa quantia, pouco mais de 20% foi proveniente da Rússia, aponta o economista, acrescentando que a tendência natural é de um aumento no preço dos insumos, frente à escalada bélica na Ucrânia e as sanções de países do Ocidente contra a Rússia.

"A guerra na Ucrânia traz um choque que não é nada trivial em cima de uma economia brasileira que já está muito pressionada por uma inflação de dois dígitos", afirma Vale.

Com uma projeção de 5,8% para o IPCA para este ano e com uma Selic de 12,25%, o economista-chefe afirma que os conflitos no Leste Europeu devem fazer com que a inflação brasileira alcance a marca dos 6% em 2022, com uma taxa de juros que pode chegar mais perto de 13% ao final do ciclo de aperto monetário.

Neste cenário, o crescimento da atividade econômica, que a MB Associados já previa próximo de zero em 2022, tende a ficar no campo negativo, diz o economista.

"Não dá para descartar que a gente tenha, de fato, uma recessão", afirma Vale.

Ele lembra que, além da escalada dos riscos globais, é preciso atenção também com o cenário doméstico, em que as incertezas relativas ao campo político devem turvar ainda mais a expectativa do mercado para o desempenho da economia local.

"Além da pressão de preços trazida pela alta das commodities, a corrida por ativos mais seguros deve favorecer uma apreciação do dólar, em detrimento a moedas de mercados emergentes como o Brasil", diz Alexandre Schwartsman, economista da consultoria Schwartsman & Associados e ex-diretor de assuntos internacionais do BC.

Embora a inflação deste ano deva ser menor do que a de 2021, a desaceleração esperada para os preços deve ocorrer de maneira mais lenta do que se previa anteriormente, afirma Schwartsman.

No mais recente relatório Focus, a mediana das projeções aponta para uma inflação de 5,56% no ano, com um PIB de 0,30% e uma taxa Selic de 12,25%.

"Pelo andar da carruagem, não descartaria a inflação testando níveis acima de 6% neste ano, com a possibilidade de postergação da convergência da inflação à meta para 2024", afirma o economista, que diz considerar como uma "possibilidade bastante real" o BC ter de levar a taxa Selic para o patamar de 13% ao ano.

Sanções econômicas à Rússia e as reações do mercado Rússia é excluída do sistema financeiro mundial Países congelam reservas internacionais do banco central russo Títulos do governo russo se desvalorizam; investidores veem possível calote Russos estão correndo para caixas e agências em busca de dinheiro Negociações foram suspensas na Bolsa de Valores de Moscou Papéis de empresas russas negociados em outros mercados desabam Rússia dobra taxa de juros, e o rublo desabou com guerra econômica País proíbe transferir dinheiro para o exterior a partir desta terça Exportadores serão obrigados a converter em rublos 80% da receita Maior fundo de investimento do planeta vai vender ativos russos Grupo de energia britânico BP vai vender participação em petroleira russa Shell também anuncia que deixará o pais Volvo suspende exportações para a Rússia. A informação é do Jornal Folha de São Paulo, na manhã desta terça feira (01).









Á você que está me lendo eu digo : Um Banco Central ou autoridade monetária é uma entidade independente oyu ligada ao Estado, cuja função é gerir política econômica, ou seja garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda de cada país e do sistema financeiro como um todo. 
Um Banco Central, tem como objetivo, definir as politicas monetárias, ( como taxas de juro e cambio), e as politicas monetárias que regulamentam a economia global. Um Banco faz isso, interferindo mais ou menos no mercado financeiro, vendendo papeis do tesouro nacional, regulamentando taxas de juros e avaliando os riscos econômicos do país.
Banco  é uma instituição financeira intermediária entre agentes superavitários e agentes deficitários. Exercem, além de outras funções, a de captar os recursos dos superavitários e emprestá-los a juros aos deficitários, gerando a margem de ganho denominada de spread bancário. 
Comércio exterior é o conjunto de compras e vendas de bens e serviços feitos entre países. A exportação é quando um pais efetua a venda de um produto ou serviço a outro pais. A importação é quando um pais efetua a compra de um produto de um outro país.
A balança comercial resulta da agregação da balança de bens e serviços, ambas componentes da balança corrente. A balança comercial é a soma das importações e exportações entre os países. Quando as importações são maiores que as exportações existe um superávit na balança comercial. Quando as exportações são maiores que as importações se registra um déficit na balança comercial.
A balança comercial deficitária também implica em uma balança corrente deficitária. Pois a balança comercial á componente com peso maior na balança corrente.
Na manhã desta terça feira, o dólar está operando a R$ 5,16 centavos no Brasil. A balança comercial brasileira, certamente irá sofre muito com o conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu.
Conforme eu já comentei em outras postagens, o Brasil já vem em crise econômica desde 2014. Contudo, o negacionismo de Jair Bolsonaro na pandemia, agravou ainda mais a crise econômica no país.
A balança comercial brasileira se baseia muito superávit econômico gerado quando as importações são maiores que as exportações. Durante os 02 anos de pandemia no Brasil, a balança comercial do país, já sofreu muito com a desvalorização do real e o aumento excessivo das exportações.
O conflito entre Rússia e Ucrânia, certamente irá comprometer a já combalida balança comercial brasileira. Conforme eu sempre digo nas postagens. Eu não tenho formação em Economia ou Comércio Internacional.
A minha única formação acadêmica, é a habilitação em Jornalismo na Comunicação Social. Contudo, como cidadão brasileiro, que acompanha os noticiários, penso que haverá um aumento muito grandes nas exportações no Brasil.
Á partir do momento em que as exportações se tornarem maiores que as importações, o déficit na balança comercial brasileira, irá acelerar a desvalorização do real no mercado internacional.
E a provável desvalorização do real, irá inviabilizar ainda mais a chance dos nossos governantes manterem a inflação brasileira no centro da meta.
Os preços dos combustíveis vão voltar a disparar, devido ao certo déficit econômico na balança comercial do Brasil, caso o confronto entre Rússia e Ucrânia se prolongue no leste europeu.
Por isso leitor (a). Como eu sempre digo. É absolutamente indispensável que haja a plena harmonia institucional entre os Poderes da República aqui no Brasil.

E assim caminha a humanidade. 

Imagem : Site Suno.


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