sábado, 26 de março de 2022

O preconceito de marca no Brasil.

 O médico Márcio Antônio Souza Júnior se posicionou nas redes sociais dizendo que se sente “envergonhado” pela gravação que fez com um funcionário negro acorrentado e algemado, na cidade de Goiás. A Polícia Civil investigou o caso e indiciou o autor por racismo. O vídeo em que o caseiro é tratado como “escravo” viralizou na web e teve grande repercussão, gerando críticas e polêmica.

Márcio publicou novo vídeo, na sexta-feira (24), em que afirma estar passando por um “despertar de consciência”, em que reconhece que a filmagem que viralizou foi ofensiva .

“Fui pego de surpresa com a repercussão de algo que eu achava que era só uma brincadeira. Uma brincadeira que hoje eu entendo que é sem graça, idiota, irresponsável e muito infeliz. Que nunca, jamais deveria ser feita", diz em vídeo.

Esta é a terceira gravação do médico sobre o assunto. Logo após a original gerar polêmica, ele fez uma segunda dizendo que tudo não passava de uma “encenação”, uma “zoeira”.

O médico foi indiciado pelo crime de racismo no último dia 14 de março e o inquérito está sendo analisado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), que pode ou não oferecer denúncia contra Márcio 

O advogado que representa o médico, Pedro Paulo de Medeiros, disse que a defesa "confia que o Ministério Público reconhecerá o que ficou claro em seu depoimento e no depoimento dos outros envolvidos na inoportuna brincadeira”.

Ainda de acordo com nota do defensor, o cliente já se desculpou publicamente e não teve"intenção de ofender ou enaltecer qualquer tipo de discriminação”.

Vídeo e repercussão

A gravação mostra o funcionário acorrentado enquando o médico diz: "Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala".

O caso ganhou repercusão e a prefeitura da cidade divulgou uma nota dizendo que o ato causava "repulsa".

Depois disso, o médico gravou um novo vídeo ao lado do funcionário dizendo que não havia "nada de escravidão" e que as pessoas estavam "enchendo o saco".

A Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos da cidade de Goiás e o Ministério Público passaram a acompanhar o caso.

Quando a história começou a repercutir, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e defensor dos direitos da população negra, José Vicente, disse que o ato não pode ser encarado como uma "brincadeira".

Também à época da divulgação do vídeo original, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) disse que "rechaça qualquer incitação ao racismo".

O delegado Joaquim Adorno, que foi responsável pelo indiciamento do médico, disse que a conduta de Márcio foi de "racismo recreativo".

"Tem que reforçar que não é porque foi uma 'brincadeira', que não é crime", disse.

Segundo o delegado, o indiciado responde em liberdade e não cabe prisão no momento. Também de acordo com ele, a pena para quem é condenado por este crime é de dois a cinco anos de prisão. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã deste sábado (26).




Á você que está me lendo eu digo : O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes.

Depois da abolição da escravatura o movimento negro continuou em suas ações reivindicatórias, sempre enfrentando resistências, repúdio e incompreensão de vários setores da sociedade, ocorrendo fases de avanço e outras de recuo. , de acordo com uma das aulas de conceito histórico  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Comunicação Social  na FIAAM FAAM, com a professora, doutora  e socióloga Lilian Torres.

O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos

Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.

Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.

O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.

O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros  e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.

No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.

No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia sócial”,simplesmente pelo fato de ser negro.

A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros  da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer      que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.

O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo  o final do período da escravidão  no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.

O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.

A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil. de acordo com uma das aulas de conceito histórico  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Comunicação Social  na FIAAM FAAM, com a professora. doutora  e socióloga Lilian Torres.

E assim caminha a humanidade. 

Imagem : Revista Carta Capital. 

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