domingo, 17 de julho de 2022

Jornalismo como uma terra sem lei.

 Com a popularização e acesso facilitado ao mundo digital, as fake news ganharam ainda mais força. Mas, o compartilhamento de notícias mentirosas pode trazer grandes consequências para a vida das pessoas. O Terra entrevistou o filho dos donos da Escola Base e a filha de uma mulher que foi linchada até a morte após ser vítima de um boato. Os dois casos são exemplos de notícias falsas que marcaram o país. 

O caso Escola Base ocorreu no início de 1994, em São Paulo. À época, os donos de uma escola infantil, Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, assim como um motorista de transporte escolar e um casal de pais de um aluno, foram acusados por duas mães de abuso sexual.

A acusação, que foi amplamente divulgada pela mídia após ser reforçada por um delegado, foi comprovada ser falsa tempos depois. Mas, quando a verdade veio à tona, o estrago estava feito. A reputação da Escola de Educação Infantil Base já tinha ido à ruína, ainda que muitos pais tenham defendido os donos da instituição na época. 

E os danos não foram só esses. Os acusados tiveram suas reputações destruídas e carregaram traumas psicológicos por toda a vida. 

O filho do casal dono da escola, Ricardo Shimada, de 42 anos, relatou em entrevista ao Terra como foi a vida de seus pais após a notícia falsa ter sido espalhada. À época do ocorrido, Ricardo tinha apenas 14 anos. Ele relembra que os pais ficaram "paralisados" com a acusação. 

"Depois da minha mãe ser levada para delegacia e passar por toda essa exposição, a primeira coisa que ela teve foi um derrame no olho. Inclusive, ela estava tratando esse problema quando teve a prisão preventiva decretada. Lembro que na época vi a notícia [sobre a prisão] na TV, avisei meus pais e foi aí que eles decidiram fugir, se esconder", relembra Shimada.

Depois do derrame, ele conta que a saúde dos pais se deteriorou. A mãe dele faleceu por causa de um  câncer em 2007, e, em 2014, o pai morreu por infarto. "Minha mãe teve depressão e tentou se matar duas vezes. Ela não podia escutar as chamadas da Globo por causa do trauma. E ficou quase um ano sem sair do apartamento por medo de ser reconhecida na rua e não saber como lidar".

Segundo Shimada, isso não abalou só os pais, mas a ele também, que enfrentou uma depressão após todo ocorrido. Ele conta que o que ajudou a superar os traumas foram o jiu jitsu e a religião. 

"A escola sempre foi o sonho da minha mãe, já que ela lecionava antes de eu nascer. Meu pai tinha uma copiadora na Praça da Sé e foi desse comércio que vivemos após a escola ser fechada. A imprensa achou que estava dando um furo de reportagem, devido a certeza que era afirmada pelo delegado e pelas mães, mas faltou ouvirem o lado dos meus pais. Basicamente um lado só foi contado na época. Não houve empatia com nenhum dos acusados", relata

Shimada, que atualmente dá palestras sobre o que viveu, agora lançará o livro "O Filho da Injustiça", obra em que irá abordar não só as investigações, mas também detalhes da sua vida com os pais antes, durante e após todo o ocorrido. Além disso, contará sobre sua perspectiva todo o ocorrido.

O filho do casal vítima de uma mentira que marcou o paí viu de perto o quanto uma notícia falsa pode destruir vidas. "Se fosse hoje, com o advento do celular e da internet, talvez meus pais tivessem sido linchados. Infelizmente, fake news seguem sendo compartilhadas e fabricadas e hoje ainda dão até dinheiro", lamenta ele.

Boato gerou morte por linchamento 

E não é exagero dizer que a fake news mata. Em maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi espancada até a morte por moradores em Guarujá, no litoral paulista, após a publicação e o compartilhamento de uma notícia falsa sobre ela no Facebook. À época, ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra, amarrada e agredida. Quatro pessoas foram presas pelo crime. 

A dona de casa Yasmin de Jesus Neves, de 21 anos, tinha apenas 13 anos quando a mãe foi brutalmente assassinada. Ela relata que foi um "choque" muito grande o que aconteceu. "Foi uma vida tirada da gente. Já sabíamos que estava rolando um boato na internet, mas ainda não sabíamos por qual motivo. Então na hora que soubemos a causa da morte da minha mãe foi mais dolorido ainda", disse. 

Até hoje a família sente a dor pelo que ocorreu. Yasmin conta que a irmã mais nova tinha 1 ano quando a mãe faleceu e até hoje não sabe a verdadeira causa da morte. "Para minha irmã, minha mãe saiu, bateu a cabeça e morreu. Ela faz tratamento psicológico e a profissional está vendo a melhor forma de explicar para ela tudo o que realmente aconteceu, porque ela vê reportagens sobre a minha mãe e sempre pergunta. Meu pai ficou mal por um tempo e eu, até hoje, penso como seria se ela estivesse aqui. E agora tentamos levar como dá, mas nunca iremos esquecer."

Foi Yasmin que cuidou da irmã depois que tudo aconteceu e a família ainda luta até hoje pela indenização da rede social em que a fake news foi disseminada. "As pessoas precisam ter muito cuidado com o que compartilham nas redes sociais para que não aconteça o mesmo que ocorreu com a minha mãe. Se não fosse uma notícia falsa, nossos destinos poderiam ter sido totalmente diferentes", finaliza.

Mentiras que geraram conflitos internacionais

Durante uma palestra no TED Talks, a jornalista ucraniana Olga Yurkova, ativista engajada no combate a notícias falsas - cofundadora do site StopFake - disse que as fake news são "uma ameaça à democracia e à sociedade".

No programa, a especialista apontou três exemplos, de três países diferentes, de notícias ou informações fabricadas que chegaram à mídia e tiveram grande impacto. O primeiro deles foi uma notícia distribuída pela mídia russa que contava o caso de Galyna Pyshnyak, apresentada como uma refugiada russa.

Aos prantos, a mulher aparecia contando que soldados ucranianos haviam crucificado publicamente um menino de três anos de idade diante de sua mãe, "como se ele fosse Jesus", enquanto o garotinho gritava, sangrava e chorava. Mas tudo era mentira. Pyshnyak era na verdade a mulher de um militante pró-russo.

Outro exemplo de fake news de grande repercussão mundial teve como protagonista uma outra menor: Nayirah, uma menina kuwaitiana de 15 anos que denunciava atrocidades cometidas por invasores iraquianos em seu país. A história teria ocorrido em 1990. 

À época, Nayira apareceu diante do Congresso dos Estados Unidos com uma história brutal em que assegurava que os soldados iraquianos retiravam bebês prematuros de incubadoras de um hospital no Kuwait, onde disse ser voluntária. O impacto do seu testemunho foi tão grande, que muitos no Ocidente se convenceram de que era preciso expulsar as tropas de Saddam Hussein.

O que não sabiam era que o depoimento, na realidade, havia sido preparado por uma agência de relações públicas nos Estados Unidos ligada à monarquia do Kuwait, segundo revelou uma investigação conjunta da Anistia Internacional, da Human Rights Watch e de jornalistas independentes.

O terceiro caso é de setembro de 2017. A equipe do BBC Reality Check, criada para identificar e reportar notícias falsas, confirmou como uma série de imagens falsas "intensificou" a crise dos rohingya, o povo muçulmano - que representa 5% da população (de 60 milhões de habitantes) de Mianmar - que a Organização das Nações Unidos (ONU) afirma ter sido alvo de limpeza étnica.

As imagens em questão são fotos e vídeos de conflitos ocorridos há décadas, como a guerra de Ruanda, e que foram usados como propaganda para acusar os rohingyas de serem violentos. Essas fotos foram circuladas antes do aumento da violência no norte de Mianmar, explicou a BBC. A informação é do Portal Terra.










Á você que está me lendo eu digo : Jornalismo é a coleta, investigação e análise de informações para a produção e distribuição de relatóriossobre a interação de eventos, fatos, ideias e pessoas que são notícia e que afetam a sociedade em algum grau. A palavra se aplica à ocupação (profissional ou não), aos métodos de coleta de dados e à organização de estilos literários. A mídia jornalística inclui: impressão, televisão, rádio, Internet e, no passado, noticiários.
Os conceitos do papel apropriado do jornalismo variam de país para país. Em algumas nações, os meios de comunicação de notícias são controlados pelo governo e não são um corpo completamente independente. Em outros, os meios de comunicação são independentes do governo, mas a motivação pelo lucro entra em tensão com as proteções constitucionais da liberdade de imprensa. O acesso à informação livre recolhida por empresas jornalísticas independentes e concorrentes, com normas editoriais transparentes, pode permitir aos cidadãos participarem efetivamente do processo político. Nos Estados Unidos, o jornalismo é protegido pela cláusula de liberdade de imprensa na Primeira Emenda.
O papel e o estatuto do jornalismo, juntamente com o dos meios de comunicação de massa, tem sofrido mudanças ao longo das duas últimas décadas com o advento da tecnologia digital e a publicação de notícias na Internet. 
Liberdade de imprensa é a capacidade de um indivíduo de publicar e dispor de acesso a informação, através de meios de comunicação em massa, sem interferência do estado. Embora a liberdade de imprensa seja a ausência da influência estatal, ela pode ser garantida pelo governo através da legislação. Segundo um dos livros do jornalista Eugênio Bucci, que li na biblioteca das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).
A Constituição Federal afirma que é totalmente livre a publicação e circulação no território nacional de jornais e outros periódicos. A Constituição também afirma que nenhuma lei no Brasil deverá conter qualquer censura, impedimento ou embaraço ao exercício da liberdade de imprensa e exercício pleno exercício do jornalismo no país.
A Constituição Federal também afirma que é totalmente garantida a qualquer profissional de imprensa no Brasil o total sigilo da fonte jornalística, sempre que a atividade profissional do jornalista, assim o exigir.
Mas, entretanto, a Constituição também afirma que embora sendo livre e sem qualquer embaraço ou censura por parte do estado brasileiro, as prerrogativas que regem a liberdade de imprensa no Brasil, não excluem a punição e a responsabilização jurídica dos profissionais de imprensa que venham a prejudicar outras pessoas, ao praticarem abusos no exercício do jornalismo no Brasil.
Durante 08 semestres, eu cursei a habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM). Durante os 08 semestres cursados na habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, eu tive aulas sobre ética e legislação jornalística, o que sempre guiou minhas atividades como blogueiro, iniciadas em 2018.
O exercício do jornalismo, embora livre e sem qualquer censura por parte do estado e do governo brasileiro, não é necessariamente uma terra sem lei no Brasil, como alguns pensam.
O exercício do jornalismo no Brasil, é regulamentado pelos conceitos de responsabilidade pessoal e responsabilidade jurídica.
O principio da responsabilidade pessoal, é também conhecido como principio da pessoalidade ou da intransferência de pena. Segundo o principio da responsabilidade pessoal, a pena deve ser imposta ao condenado. A responsabilidade pessoal diz que a pena não pode transcender. Ou seja. A pena não pode passar da pessoa do condenado . A responsabilidade pessoal diz que somente o individuo condenado deverá ser submetido á uma sanção penal.
A responsabilidade jurídica é um conjunto de normas legislativas que um cidadão deve cumprir. A responsabilidade jurídica afirma, que caso qualquer cidadão venha a agir em desacordo com as normas jurídicas, estará sujeito as devidas penalidades previstas em lei. A responsabilidade jurídica afirma que as penalidades legislativas impostas em quem age em desacordo com as normas legislativas, são a reparação dos danos causados a outros através de indenizações financeiras, ou até mesmo por meio de detenção. De acordo com o autor Guilherme Pena de Moraes, no meu livro sobre a Constituição Federal do Brasil.
Ou seja leitor (a). O exercício do jornalismo e das atividade da Comunicação Social no Brasil, estão garantidos, dentre as prerrogativas de liberdade de imprensa, nos conceitos de responsabilidade pessoal e responsabilidade jurídica.
E que os jornalistas brasileiros nunca se esqueçam destas prerrogativas da Constituição Federal do Brasil.

E assim caminha a humanidade. 

Imagens : Portal Terra. 
















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