O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a líderes árabes neste sábado (16) que o governo americano irá permanecer totalmente comprometido com o Oriente Médio e não cederá a influência do país para outras potências mundiais.
"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.
Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reuniu os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo (seis estados do Golfo Pérsico: Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait), assim como Egito, Jordânia e Iraque.
Às 10h45 no horário de Brasília, Biden concluiu a visita de menos de 24 horas e deixou a Arábia Saudita a bordo do avião presidencial Air Force One.
O presidente americano pretendia aproveitar a viagem para chegar a um acordo sobre a produção de petróleo, no intuito de ajudar a reduzir os preços da gasolina, que estão elevando a inflação acima das máximas de 40 anos nos EUA e ameaçando seus índices de aprovação.
Ele deixa a região de mãos vazias, mas espera que o grupo Opep+, formado por Arábia Saudita, Rússia e outros produtores, aumente a produção em uma reunião em 3 de agosto.
Na sexta-feira (16), ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.
A inteligência dos EUA concluiu que Mohamed bin Salman aprovou diretamente o assassinato em 2018 do jornalista Jamal Khashoggi, do "Washington Post". O príncipe herdeiro nega ter um papel no assassinato.
Em suas declarações neste sábado (16), Biden disse aos líderes árabes ali reunidos que "o futuro será conquistado por países que liberarem todo potencial de suas populações (...), onde os cidadãos possam questionar e criticar os líderes sem medo de represálias".
A invasão russa da Ucrânia revelou uma divergência anteriormente impensável entre Washington e seus principais aliados do Oriente Médio – Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos –, gigantes do petróleo cada vez mais independentes no cenário internacional.
Convite para ir aos EUA
Também neste sábado, Biden convidou seu colega dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os EUA, em um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.
"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, ao Salão Oval, antes do final do ano", disse Biden em uma reunião bilateral em Jidá, na Arábia Saudita.
Há anos governante "de fato" dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed assumiu o cargo, formalmente, em maio, após a morte de seu meio-irmão, xeque Khalifa.
O rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços econômicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores.
O embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de estresse".
A declaração veio depois que os Emirados se abstiveram em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.
O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse a jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas". A informação é do Portal G1 da Rede Globo.
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