quarta-feira, 9 de novembro de 2022

O pragamtaismo do presidente eleito Lula.

 BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta terça-feira (8) os primeiros nomes que vão integrar o governo de transição.

Além de indicações do PT e da esquerda, foram confirmados a senadora Simone Tebet (MDB) e economistas liberais ligados a tucanos dentre os nomes atrelados a partidos de centro cortejados por Lula para seu terceiro mandato no Palácio do Planalto.

Dono de uma bancada considerável no Congresso (terá 42 deputados e 11 senadores em 2023), o PSD de Gilberto Kassab emplacou um integrante no conselho político da transição. A formatação da equipe foi anunciada no primeiro dia de trabalho em Brasília do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador-geral da equipe.

Alckmin recebeu políticos durante o dia para acertar as indicações. Um dos primeiros encontros foi com Tebet, senadora pelo MDB de Mato Grosso do Sul. Ela decidiu apoiar Lula no segundo turno e se tornou um importante nome da campanha petista, viajando o país e intermediando o diálogo com o agronegócio e a indústria.

Após o encontro, Alckmin disse que a senadora participaria do grupo de transição. O anúncio foi feito ao lado de Tebet e antes mesmo da manifestação do MDB.

Mais tarde, o vice eleito assinou portaria que institui o gabinete de transição. O texto apresenta a lista dos 31 grupos técnicos que vão debater temas como assistência social, cultura, economia, educação, saúde e igualdade racial.

Tebet será um dos quatro coordenadores do grupo de assistência social. Ela vai trabalhar ao lado de nomes históricos do PT nessa área, como as ex-ministras Tereza Campello e Márcia Lopes, além do político mineiro André Quintão.

O vice eleito também confirmou os coordenadores do grupo técnico da economia: Persio Arida e André Lara Resende, que têm um histórico de colaboração com políticos tucanos, além de Nelson Barbosa e Guilherme Mello, economistas próximos ao PT.

O vice eleito disse que não há problema em reunir economistas e políticos com visões distintas.

Ele destacou a pluralidade de visões entre os economistas da transição como um ativo do grupo. "Não são visões opostas, são complementares. É importante você ter no grupo técnico visões que se complementam, que se somam. E é uma fase transitória, para discutir, elaborar propostas, definir questões", afirmou.

Cada grupo técnico pode ter até quatro coordenadores. Alckmin disse que outros nomes escolhidos serão apresentados durante a semana.

"A Simone, com a sua experiência e a sensibilidade, da força da mulher, vai trabalhar conosco na área do desenvolvimento social, que é uma área importantíssima", disse o vice de Lula.

Alckmin evitou afirmar que a participação de Tebet é um indicativo de que ela irá ocupar posto no futuro governo. Repetiu que ele e o presidente Lula defendem que não há "relação entre transição e ministério".

Apesar da fala, a senadora é apontada por aliados como forte candidata a um lugar na Esplanada.

Tebet disse à imprensa nesta terça que vai tratar de temas ligados "à questão da cidadania" na transição, principalmente dos programas de transferência de renda.

Enquanto os nomes da economia eram fechados pela equipe de transição, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), costurou o apoio a Lula com partidos mais ao centro.

Um dos encontros foi com Kassab, presidente nacional do PSD. O partido detém a segunda maior bancada do Senado, Casa legislativa onde o bolsonarismo saiu fortalecido nas últimas eleições.

Após o encontro, Kassab disse nas redes sociais que teve uma "ótima" reunião com Gleisi.

"Acabo de sair de uma ótima conversa com o presidente do PSD Gilberto Kassab. Levei o convite para que o PSD integre o governo de transição e o Conselho Político. O deputado Antônio Brito foi indicado para compor o Conselho. Mais tarde o PSD indicará os membros que integrarão o governo de transição", informou por sua vez Gleisi, em publicação no Twitter.

Os partidos que participaram da coligação de Lula no primeiro turno ou deram apoio ao petista na segunda etapa da disputa emplacaram integrantes no conselho político.

Além de Brito e da própria Gleisi, vão participar do conselho Carlos Siqueira (PSB), Daniel Tourinho (Agir), Felipe Espirito Santo (Pros), Guilherme Ítalo (Avante), Jefferson Coriteac (Solidariedade), José Luiz Penna (PV), Juliano Medeiros (PSOL), Luciana Santos (PC do B), Wesley Diógenes (Rede) e Wolney Queiroz (PDT).

Mais cedo, o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), havia indicado que o partido faria parte da transição de governo de Lula.

"Eu posso dizer que há um espírito colaborativo muito grande no MDB. Já tenho feito conversas e tenho a convicção de que o MDB estará participando dessas discussões", disse Baleia, após encontro com Gleisi.

Em 2016, durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os dois partidos romperam. Na campanha eleitoral, Lula chamou o ex-presidente Michel Temer (MDB) de golpista.

Alckmin também confirmou os nomes dos quatro coordenadores gerais da transição.

Seu braço direito, o ex-deputado Floriano Pesaro será responsável pela coordenação executiva.

Gleisi vai ficar responsável pela coordenação de articulação política.

Outro petista, o ex-ministro Aloizio Mercadante será o coordenador de grupos técnicos.

Já a futura primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, vai ficar responsável pela coordenação da organização da posse.

A equipe de transição vai atuar até o dia 10 de janeiro de 2023. Os grupos vão elaborar relatórios finais sobre o trabalho desenvolvido nesse período.

Além do trabalho do gabinete de transição, Lula tem feito movimentos para ampliar o apoio ao seu governo e esvaziar atos antidemocráticos de apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

O apoio no Legislativo é essencial para Lula superar um dos primeiros desafios de sua gestão: a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que visa abrir espaço no Orçamento para promessas de campanha. Entre elas, a manutenção do valor mínimo de R$ 600 para o Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família), o benefício adicional de R$ 150 para crianças menores de seis anos e o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo.

OS 31 GRUPOS DO GOVERNO DE TRANSIÇÃO

Agricultura, pecuária e abastecimento;


Assistência social;


Centro de governo;


Cidades;


Ciência, tecnologia e inovação;


Comunicações;


Cultura;


Defesa;


Desenvolvimento agrário;

Desenvolvimento regional;


Direitos humanos;


Economia;


Educação;


Esporte;


Igualdade racial;


Indústria, comércio e serviços;


Infraestrutura;


Inteligência estratégica;


Justiça e segurança pública;


Meio ambiente;


Minas e energia;


Mulheres;


Pesca;

Planejamento, orçamento e gestão;


Povos originários;


Previdência social;


Relações exteriores;


Saúde;


Trabalho;


Transparência, integridade e controle;


Turismo. A informação é do Jornal Folha de São Paulo.







Á você que está me lendo eu digo: Governabilidade é o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder de governar. Compreende a forma de governo, o sistema de governo, as relações entre os poderes, o sistema partidário e o equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação. É a capacidade política de decidir, possibilitando a realização de políticas públicas. Assim, governabilidade também diz respeito à eficiência do governo de implementar suas políticas através de articulação entre partidos que formam maioria na base aliada. Envolve o atendimento ou troca de interesses políticos, de forma que o Executivo consiga apoio parlamentar na aprovação de projetos legislativos, dando em contraprestação, nesse jogo de poder, ministérios e cargos para seus aliados.
Muitos autores apontam que haja, hoje em dia, a chamada crise de governabilidade. Segundo Samuel Huntington, essa crise se dá devido ao excesso de participação da sociedade democrática que desequilibra o sistema. Esse grande poder participativo dado pela democracia acaba por sobrecarregar o governo, fazendo que com que haja um deslegitimação da autoridade e um enfraquecimento das instituições. Segundo o mesmo autor, a saída dessa sobrecarga de demandas é o reforço e a criação de instituições, que possam recuperar a autoridade governamental.
A governança é a capacidade do governo em elaborar, executar a eparovar no parlamento políticas públicas de Estado para a população do país que preside. A governança somente é possível caso haja a governabilidade.
No mundo da política, polarização pode referir-se à divergência ou ao aumento da divergência entre atitudes políticas de espectros políticos. Essa divergência pode ocorrer na população em geral ou dentro de certos grupos e instituições.
Quase todas as discussões da polarização em ciência política consideram-na no contexto dos partidos políticos e sistemas democráticos de governo. Quando a polarização ocorre em um sistema bipartidário, como os Estados Unidos, vozes moderadas muitas vezes perdem poder e influência.
A polarização popular ocorre quando a atitude de um eleitorado em relação a questões políticas, a políticas governamentais e a determinadas figuras públicas é claramente dividida em linhas partidárias. Em cada espectro político, é questionada a legitimidade moral do outro. Um lado e suas ideias são vistos pelo outro como uma ameaça ao seu estilo de vida ou à nação como um todo.
Embora já fosse possível identificar traços de crescimento da polarização política ao longo do período de redemocratização da década de 1990, em que os candidatos mais fortes nas eleições presidenciais invariavelmente representaram o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), um grande aumento na polarização política foi consequência da crise política e econômica iniciada em meados de 2014. Durante a eleição presidencial de 2014, acirravam-se os ânimos entre a esquerda, representada principalmente pelo PT, que estava no poder, e uma nova direita que surgia. Segundo minhas leituras no Centro Cultural São Paulo.
O presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva (PT), vai presidir um país absolutamente rachado. Ao contrário dos seus outros dois mandatos presidenciais, entre 2002 a 2010, Lula irá herdar um país muito mais polarizado neste seu terceiro mandato presidencial.
O cálculo político do presidente eleitor, se baseia na governabilidade, o que se faz mais do que necessário, para poder bancar bolsa família de R$ 600,00 e o aumento real do salário-mínimo, promessas de campanha de Lula.
O presidente eleito, é um profundo conhecedor da política brasileira, e por isso mesmo, tem diso pragmático em todas as suas decisões. Prestes a presidir um Brasil absolutamente rachado politicamente, Lula será extremamente pragmático em todas as suas decisões, sempre em nome da governabilidade.
Um país absolutamente rachado, é o que espera o presidente eleito em 2023.
Confira no link á seguir, o ranking dos partidos políticos no Brasil.https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_partidos_pol%C3%ADticos_do_Brasil

E assim caminha a humanidade.

Imagem: Jornal BBC



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