segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Bolsonarismo.

 O bolsonarismo é um fenômeno político de extrema-direita e populista, centrado na figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que se mantém relevante mesmo após o fim de seu mandato. É considerado por analistas uma versão brasileira de uma onda internacional reacionária. O movimento é caracterizado pela combinação de diversos elementos, como conservadorismo social, militarismo e o uso intenso das mídias digitais. 

Características principais

Valores conservadores: A plataforma bolsonarista se baseia em valores tradicionais, com ênfase na defesa da família, da religião e da ordem moral.

Militarismo e ordem: Promove a militarização da segurança pública e do comportamento social, valorizando a disciplina e a autoridade militar.

Populismo: O discurso bolsonarista é antiestablishment e se dirige diretamente aos eleitores, criando uma conexão forte com sua base de apoio. A retórica costuma explorar a polarização e a crítica a supostos inimigos, como a "velha política" e o "comunismo".

Uso de mídias digitais: O movimento utiliza intensivamente as redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, para mobilizar apoiadores, disseminar notícias e informações (muitas vezes falsas ou distorcidas), e contornar a mídia tradicional.

Nacionalismo e "cidadão de bem": O bolsonarismo se apropria de símbolos nacionais e constrói uma narrativa identitária em torno do "cidadão de bem" para se contrapor a grupos sociais considerados "fora do padrão", como a esquerda, movimentos antirracistas e a população LGBTQIAPN+.

Americanização da política: O movimento reproduz práticas e performances de grupos de extrema-direita internacionais, como o trumpismo nos Estados Unidos, utilizando estratégias de comunicação e narrativas compartilhadas. 

Após o fim do mandato de Bolsonaro e sua inelegibilidade, o movimento continua a se manifestar no cenário político brasileiro, mas enfrenta desafios: 

Enfraquecimento: Analistas indicam que a "onda bolsonarista" tem se enfraquecido, especialmente após condenações de Bolsonaro na Justiça. Há questionamento  sobre a capacidade do ex-presidente de manter a liderança de seu campo político.

Divisões internas: Reportagens recentes sugerem rachas dentro do bolsonarismo, com a ala mais radical questionando a liderança de Bolsonaro e figuras como o governador Tarcísio de Freitas sendo vistas como potenciais substitutos para a direita em 2026.

Apoio duradouro: Apesar das dificuldades, o bolsonarismo ainda mantém uma base de apoiadores significativa, que continua a se mobilizar em torno de suas pautas.

Cenário eleitoral: Embora seja considerado enfraquecido, o bolsonarismo continua a ser um fator relevante nas próximas eleições, com candidatos da direita buscando associar-se ou distanciar-se da figura do ex-presidente.

RASIL CONTEMPORÂNEO

 Artigo convidado | Editor responsável: Marco Antonio Teixeira

 DOI: https://doi.org/10.12660/cgpc.v28.89859

 O BRASIL DE BOLSONARO: UMA DEMOCRACIA SOB 

ESTRESSE

 Bolsonaro’s Brazil: A democracy under stress

 El Brasil de Bolsonaro: Una democracia bajo estrés

 Cláudio Gonçalves Couto1 | claudio.couto@fgv.br | ORCID: 0000-0003-0153-1877

 1Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

 RESUMO

 O ressentimento social manifesto nas Jornadas de Junho de 2013, resultante de expectativas frustradas de setores 

sociais ascendentes (que viram estancado seu progresso) e de camadas superiores na estratificação social (que 

perderam sua distinção), ensejou afetos antipolíticos. Estes, por sua vez, alimentaram o antipartidarismo e o 

sentimento antissistema, propícios ao sucesso eleitoral de outsiders e políticos marginais. Nesse contexto, tornaram-se 

prefeitos vários outsiders nas eleições municipais de 2016, e Jair Bolsonaro conquistou a Presidência em 2018. Seu 

governo-movimento caracterizou-se pelo populismo extremista de fundo religioso, excludente e antipluralista, que 

mobilizou apoios a um governo anormal e, por isso, incompreensível pela análise institucionalista convencional: 

em vez de tomar o quadro institucional como dado, atuou solapando-o. Isso gerou estresse no sistema, pois o 

ataque reiterado a outros poderes (especialmente o Judiciário) teve como resposta o hiperativismo institucional, 

gerador de uma armadilha populista, que minou a legitimidade de instituições instadas a atuar defensivamente.

 Palavras-chave: extremismo, populismo, governo Bolsonaro, instituições políticas, democracia. 

ABSTRACT

 The social resentment expressed in the June 2013 Journeys, resulting 

from frustrated expectations of ascending social sectors (who saw their 

progress stalled) and of higher layers in the social stratification (who 

lost their distinction), gave rise to anti-political affections. These, in 

turn, have fueled anti-party and anti-system sentiment conducive to the 

electoral success of outsiders and marginal politicians. In this context, 

several outsiders became mayors in the 2016 municipal elections, and 

Jair Bolsonaro won the presidency in 2018. His movement-government 

was characterized by extremist populism with a religious, exclusionary, 

and anti-pluralist background. This populism mobilized support for 

an abnormal government, which defies conventional institutionalist 

analysis as it undermines the existing framework instead of accepting 

it as given. This approach led to institutional stress, as the repeated 

attack on other branches of power (especially the Judiciary) triggered 

hyperactivity within the institutions, generating a populist trap that 

undermined the legitimacy of institutions.

 Keywords: extremism, populism, Bolsonaro government, political 

institutions, democracy.

 1

 RESUMEN

 El resentimiento social manifestado en las protestas de junio de 

2013, resultado de las expectativas frustradas de los sectores sociales 

ascendentes (que vieron frenado su progreso) y de las capas superiores 

de la estratificación social (que perdieron su distinción), dio lugar a 

afectos antipolíticos. Estos, a su vez, alimentaron el antipartidismo y 

el sentimiento antisistema, propicios al éxito electoral de outsiders y 

políticos marginales. En este contexto, varios outsiders se convirtieron 

en alcaldes en las elecciones municipales de 2016 y Jair Bolsonaro 

ganó la presidencia en 2018. Su movimiento de gobierno se caracterizó 

por un populismo extremista con trasfondo religioso, excluyente y 

antipluralista, que movilizó el apoyo a un gobierno anómalo y, por 

tanto, incomprensible para el análisis institucionalista convencional: 

en lugar de tomar el marco institucional como dado, actuó socavándolo. 

Esto generó tensión institucional, ya que el ataque reiterado a otros 

poderes (especialmente el Judicial) se encontró con un hiperactivismo 

institucional, que generó una trampa populista que minó la legitimidad 

de las instituciones exigidas a actuar defensivamente.

 Palabras clave: extremismo, populismo, gobierno Bolsonaro, 

instituciones políticas, democracia.

 FGV EAESP | CGPC | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 INTRODUÇÃO

 Finalizo este ensaio no último dia de junho de 2023, momento em que o ex-presidente Jair 

Bolsonaro se tornou inelegível por oito anos, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 

em Ação de Investigação Judicial e Eleitoral (AIJE) movida pelo Partido Democrático Traba

lhista (PDT). As razões para a cassação de seus direitos políticos foram desvio de finalidade e 

abuso de poder político, tipificados numa reunião do então presidente com embaixadores e 

outros representantes diplomáticos estrangeiros na residência oficial da Presidência, o Palácio 

da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro atacou o sistema de justiça, em particular a justiça eleito

ral, e – com base em informações sabidamente falsas – levantou suspeitas infundadas sobre o 

processo eletrônico de votação no Brasil, com vistas a deslegitimá-lo e, assim, criar pretextos 

para eventualmente contestar seus resultados.

 Não se tratou de um episódio isolado ou raro; antes disso, foi apenas mais um numa série 

de eventos em que Jair Bolsonaro investiu contra as instituições do Estado Democrático de 

Direito durante seu mandato presidencial. Seu governo nunca foi o de um típico chefe de 

governo do presidencialismo de coalizão brasileiro desde o início da redemocratização em 

1985. Até 2018, houve governos melhores ou piores, mais bem-sucedidos ou fracassados, de 

presidentes populares ou impopulares, chefiados por políticos habilidosos ou desastrados; 

o que ainda não existira é um governo marcado pelo signo da anormalidade, transformada 

em regra. Em se tratando do governo Bolsonaro, sequer é o caso de se falar em crise, já que 

esta supõe descaminho em relação a uma rota; neste caso o descaminho foi estatuído como 

a própria rota.

 Neste ensaio, dividido em quatro seções, além desta introdução, traçarei um apanhado do 

significado dos quatro anos do mandato de Jair Bolsonaro à frente do País. Na primeira seção, 

apontarei os precedentes que tornaram possível à extrema-direita chegar à Presidência da Repú

blica. Na segunda, tratarei do perfil da liderança e dos fundamentos ideológicos do movimento 

político que impulsionou a vitória eleitoral e definiu o modus operandi do governo. Na terceira, 

procurarei definir que governo foi esse, lançando mão do que concebi como um “governo-mo

vimento” (Couto, 2021a). Na quarta, seção de conclusão, apontarei as consequências de um 

governo como esse para a institucionalidade democrática, no que concerne tanto à sua opera

ção como à sua capacidade de resistir às investidas que procuram destruí-la.

 OS PRECEDENTES: O RESSENTIMENTO E OS ABALOS DE 2013

 Entre 2001 e 2014, o Brasil experimentou uma acentuada queda da desigualdade econômica, 

que se fez acompanhar também de um forte declínio da pobreza. As Figuras 1 e 2 ilustram esses 

dados com clareza. Nota-se que a redução mais acentuada de ambas se deu a partir dos anos 

de 2002 e 2003, quando se deram a eleição e o início do primeiro governo Lula. Essas mudan

ças produziram uma transformação estrutural das mais significativas na sociedade brasileira. 

Um grande contingente de pessoas até então excluídas do acesso a itens básicos de consumo e 

2

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 lazer passou a tê-lo, adentrando assim um âmbito social antes restrito a parcelas amplamente 

minoritárias da população. Nos termos de Arretche (2018), incluíam-se os outsiders da socie

dade brasileira.

 Tal inclusão não se deu sem que houvesse reações. Foi negativa a percepção de parce

las significativas dos setores mais bem aquinhoados da população brasileira, que não só viram 

tornar-se mais custosos certos bens e serviços que os distinguiam dos demais (como o serviço 

das empregadas domésticas), como ainda puderam perceber que seus espaços antes exclusivos 

passavam a ser ocupados também por segmentos antes ausentes – o que alguns chamaram de 

“efeito aeroporto”, com o acesso dos mais pobres às viagens aéreas, antes restritas às parcelas 

mais ricas da população (Pinto, 2014). Isso se refletiu na percepção negativa de contingentes 

significativos acerca dos governos petistas e seu partido (Aquino, 2020; Couto, 2013).

 Figura 1. Desigualdade de renda no Brasil

 Fonte: IPEADATA/IBGE.

 Tal mudança produziu uma perda de distinção social que abriu caminho para o avanço 

de um discurso populista voltado não exatamente aos eternos perdedores, mas aos novos, àque

les que viram fragilizar-se sua condição historicamente privilegiada e diferenciadora, definidora 

secular material e simbólica das bases desiguais da sociedade brasileira.

 Nos países ricos, o discurso populista da extrema-direita atingiu os perdedores de uma eco

nomia industrial cuja base de emprego se transformava, destruindo postos de trabalho antes 

seguros (como no rust belt americano, que, em vez de dar a vitória ao Partido Democrata, como 

de costume, ajudou a eleger Donald Trump em 2016); já no Brasil, foram os segmentos mais 

afluentes aqueles a se ressentir de sua perda, menos por terem decaído e mais porque os de 

3

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 baixo, ascendendo, deles se aproximaram. Assim, criou-se campo fértil para um curioso popu

lismo, vigoroso entre os de cima. Só que não apenas para eles.

 Entre os setores emergentes e a população de mais baixa renda, principais beneficiários 

da redistribuição de riqueza e das políticas sociais, ainda permaneciam questões não resolvidas. 

A primeira se dava fora das questões meramente econômicas, nas pautas moral e de costumes. 

Os governos petistas eram associados não apenas às políticas econômicas e sociais, mas também 

a uma pauta de costumes em dissonância com as perspectivas mais conservadoras de grande 

parte dos brasileiros das classes mais baixas, em especial aqueles de fé evangélica, particular

mente refratários à agenda identitária de esquerda e de direitos de gênero. Produzia-se entre 

esses brasileiros um terreno fértil para a disseminação de um ideário não apenas conservador, 

mas reacionário (Gracino et al., 2021).

 Figura 2. Pobreza no Brasil

 Taxa de Pobreza (1985-2014)

 Fonte: IPEADATA/IBGE.

 Ainda no âmbito moral, o antipetismo foi alimentado por anos a fio em decorrência de 

seguidos escândalos de corrupção que afetaram os governos do partido. Ainda durante os anos 

de Lula, o chamado “mensalão”. Depois de findos seus dois mandatos, já com sua sucessora, 

Dilma Rousseff, o chamado “petrolão”, deflagrado com as revelações e o estardalhaço midiá

tico da Operação Lava Jato. Assim, se, para os mais afeitos ao conservadorismo religioso, o PT 

passou a ser associado à devassidão dos comportamentos da vida privada, aos mais chegados ao 

4

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 conservadorismo social, a pecha da corrupção petista operou como um pretexto bem mais con

veniente do que a crítica às políticas de redução das desigualdades de classe. Não era mais o 

caso de atacar o Bolsa Família, o alto custo das empregadas domésticas ou a presença de “gente 

diferenciada” em shoppings de luxo, hotéis e aeroportos (Psicóloga nega ter dito que Metrô 

atrai “mendigos, gente diferenciada”, 2011). Bastava apontar o dedo para a corrupção petista 

(supostamente a maior de todas) e, com isso, rechaçar o partido e seus governos de consciên

cia limpa. Afinal, quem não seria contra a corrupção?

 Ademais, a perda de dinamismo da economia durante os anos de Dilma Rousseff também 

foi um fator crucial para a debacle petista, aguçando a insatisfação popular e motivando a ida 

massiva às ruas a partir de junho de 2013. Comandados por jovens de esquerda do Movimento 

Passe Livre (MPL), protestos contra o custo dos transportes rapidamente deram espaço a mani

festações multitudinárias sem foco definido, em que se protestava basicamente contra tudo, 

da corrupção à qualidade dos serviços públicos e à realização da Copa do Mundo no Brasil, 

bem como contra o sistema político estabelecido – com especial atenção aos partidos políticos. 

Repetiam-se situações em que, diante da aparição de militantes partidários nas marchas, por

tando suas bandeiras e emblemas, populares bradavam: “Sem partido!” e “Abaixa a bandeira!” 

(Pacheco, 2022).

 Notável naquele movimento foi a presença de grandes faixas amarelas em que se pro

clamava: “Meu partido é meu país” (Machado, 2023). Em pouco tempo, elas deram lugar a 

camisetas, igualmente amarelas, com a consigna levemente alterada: “Meu partido é o Brasil”. 

Essa indumentária celebrizou-se ao ser envergada em aparições públicas por Jair Bolsonaro 

e seus filhos. O rechaço aos partidos políticos, seja por brados, seja por letreiros, deslindava o 

animus daquelas jornadas: contra o sistema político e suas instituições, como se uma nação 

mobilizada espontaneamente se bastasse a si mesma e fosse mais autêntica, dispensando estru

turas organizacionais hierárquicas e oligarquizadas como soem ser as representativas, partidárias 

e sindicais. Esse paradoxal ativismo político antipolítico (Avritzer, 2020) de negação da política 

profissional e seu principal instrumento (os partidos), bem como das mediações institucionais 

da democracia liberal, abria espaço para o avanço do populismo. Associado ao antipetismo e 

marcado pelo conservadorismo (senão reacionarismo), esse ativismo oferecia terreno fértil para 

o populismo de extrema-direita.

 Uma primeira amostra desse espírito do tempo deu-se nas eleições municipais de 2016, 

mesmo ano do impeachment de Dilma Rousseff e da eleição, nos EUA, de Donald Trump. 

Além da retumbante derrota do PT e da esquerda como um todo (à exceção do PC do B, 

com bom desempenho no Maranhão do então governador Flávio Dino), surgiram outsiders 

que se apresentavam como não políticos. Na cidade de São Paulo, o empresário promoter de 

eventos João Dória Junior elegeu-se já no primeiro turno sob o lema “não sou político, sou 

gestor” (Dória, 2016). Em Belo Horizonte, o também empresário e dirigente de futebol Ale

xandre Kalil usou slogan de sentido similar: “Chega de político, é hora de Kalil” (Mendonça, 

2016). Se reais outsiders tinham campo para avançar eleitoralmente num ambiente hostil 

aos políticos tradicionais do establishment, por que não pretensos outsiders que fossem ainda 

5

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 mais capazes de encampar um discurso antissistema? Ia-se desenhando um cenário bastante 

favorável às pretensões eleitorais do antes improvável candidato presidencial Jair Bolsonaro.

 A LIDERANÇA ANTISSISTEMA E O POPULISMO RELIGIOSO DE JAIR 

BOLSONARO

 A categoria de outsider é inadequada para definir o tipo de político que era o então deputado 

Jair Bolsonaro. Afinal, tratava-se de um longevo parlamentar de oito mandatos consecutivos (um, 

parcial, como vereador e sete como deputado) e com todos os seus três filhos adultos também 

seguindo a carreira política como parlamentares nos níveis municipal, estadual e federal, confi

gurando um bem-sucedido empreendimento político familiar. O mais jovem dos três, Eduardo, 

para evitar concorrer com o pai em seu reduto, o Rio de Janeiro, mudou o domicílio eleitoral 

para São Paulo, elegendo-se deputado federal em 2014. O mais velho, Flávio, estava já em seu 

quarto mandato seguido como deputado estadual no Rio de Janeiro e concorreria ao senado 

em 2018, após ter sido derrotado como candidato a prefeito do Rio em 2016. E o filho do meio, 

Carlos, já era vereador no Rio de Janeiro por cinco mandatos consecutivos.

 Porém, se outsider não define adequadamente Bolsonaro, ele pode ser mais bem des

crito como um político marginal. Ao longo de seus sete mandatos na Câmara dos Deputados, 

jamais teve posição institucional de destaque, notabilizando-se antes por seu comportamento 

extravagante, suas declarações ultrajantes e sua presença constante na mídia, em especial a 

de entretenimento, que o tratava como uma atração de circo de horrores. Sua marginalidade 

institucional fica clara quando se considera que, durante esse extenso período de atividade 

parlamentar, Bolsonaro jamais teve um lugar na mesa diretora da Casa, nunca presidiu uma 

comissão permanente, nenhuma vez liderou a bancada de seu partido nem relatou projetos 

de lei importantes. Embora sempre integrando partidos de adesão, nunca atuou disciplinada

mente como um apoiador dos governos integrados por seus partidos; antes, operava como uma 

espécie de maverick, seguindo sua própria agenda, voltada à defesa dos interesses corporativos 

de policiais e militares e a bradar bazófias extremistas de direita.

 Uma coisa não se pode negar, contudo. Jair Bolsonaro de fato era (e é) um político antis

sistema. Entenda-se com isso sua explícita aversão ao próprio regime democrático e ao Estado 

de Direito, verbalizada inúmeras vezes na apologia à ditadura militar, ao golpismo, à tortura, 

à violência policial, à eliminação física de adversários, à intolerância, ao antipluralismo e ao 

desrespeito às leis. Foi esse seu destemor em afrontar a civilidade democrática (ou seja, o “sis

tema”) que levou seus seguidores mais apaixonados a o alcunharem como “mito”.

 Num cenário de rechaço amplamente disseminado à atividade política profissional, aos 

partidos, às instituições representativas e à esquerda, o discurso ultrarradical contra todos esses 

“inimigos” tinha potencial para prosperar eleitoralmente – como de fato ocorreu. Isso, a despeito 

de Bolsonaro ser ele mesmo um político profissional de longa trajetória parlamentar e líder 

do vasto empreendimento político familiar acima referido. Suas marginalidade institucional e 

extremismo ideológico lhe conferiram a aparência de outsider, mesmo sem propriamente o ser. 

6

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 Durante sua campanha, e já no governo, ganhou corpo um discurso populista de forte 

coloração religiosa. Os dois principais bordões de campanha, repetidos à exaustão, continham 

elementos religiosos. Um dizia: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”; o outro era uma 

passagem bíblica: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, retirada do Evangelho 

de São João (8:32). Além de acenar ao eleitorado mais fortemente devoto, especialmente o 

evangélico, que optou massivamente por Bolsonaro nas urnas, associava-se também a naciona

lidade à religiosidade. Tal associação é um elemento forte do discurso bolsonarista.

 O populismo bolsonarista traz uma concepção excludente de povo. Coloca fora dele os não 

cristãos, sejam os declaradamente desprovidos da fé, sejam aqueles passíveis de serem enqua

drados nesse papel por seu comportamento ou suas ideias. Na medida em que o Brasil seria 

um “país cristão” e, portanto, os valores cristãos deveriam prevalecer sobre os demais (segundo 

a percepção restritiva de cristianismo adotada pelo bolsonarismo, a mais conservadora, senão 

reacionária), os que não se enquadrarem nisso deveriam ser excluídos da condição de povo e 

se submeter ao jugo da maioria. Ou seja, no discurso bolsonarista, a inclusão na nação exige o 

pertencimento a uma fé religiosa.

 Há, portanto, uma noção de povo excludente e de base essencialmente religiosa. Se 

noutros contextos, como na Europa e nos EUA, o populismo exclui um grupo religioso 

em particular (os muçulmanos), no Brasil de Bolsonaro a exclusão é mais genérica: os não 

cristãos segundo os critérios adotados pelo próprio bolsonarismo. Até por isso, há uma pos

sibilidade de conversão e, consequentemente, de inclusão na condição de povo: os que 

“aceitarem Jesus” e se comportarem segundo os princípios de tal aceitação: conservadores, 

intolerantes, crentes.

 Essa perspectiva ficou clara em diversas declarações dadas por Jair Bolsonaro, tanto durante 

a campanha eleitoral como já na vigência de seu governo. Num ato de campanha na Paraíba, 

em fevereiro de 2017, disse ele: “Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico 

não. O Estado é cristão e a minoria que for contra que se mude. As minorias têm que se curvar 

para as maiorias” (Agence France-Presse, 2018). Já no cargo de presidente, Bolsonaro diferen

ciou o Estado do governo, atenuando o discurso, mas manteve a profissão de fé: “O Estado é 

laico. Respeitamos a todos. Mas nosso governo é CRISTÃO” (“O Estado é laico, mas nosso 

governo é cristão”, diz Bolsonaro no Twitter, 2020). Porém, na campanha presidencial de 2022, 

o presidente-candidato voltou ao discurso radical de sujeição dos dissidentes: “Meu Deus do 

céu. Para onde nós iremos cedendo às minorias? As leis existem, no meu entender, para prote

ger as maiorias. As minorias têm que se adequar” (Behnke, 2022). 

Esse povo excludente do discurso populista bolsonarista não é uma peculiaridade sua. Ele 

está presente nos discursos populistas mundo afora. Mesmo nos casos europeus e americano, 

em que se estigmatizam os muçulmanos, afirma-se que a identidade cristã (europeia, ameri

cana) estaria sob ameaça islâmica. Nesses casos o muçulmano é também associado ao imigrante, 

cujo afluxo massivo ameaçaria desfigurar a própria cultura local.

 No caso brasileiro, a imigração não tem peso relevante, e o “inimigo” é interno, com

pondo-se dos não cristãos que integram a população (mas não o povo) e as elites corrompidas 

(embora o bolsonarismo jamais as defina exatamente como “elites”). Esses inimigos podem 

7

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 ser artistas, intelectuais, comunistas ou homossexuais, enfim, todo tipo de desajustados que 

cotidianamente desrespeitariam os valores majoritários e, assim, deveriam ser eliminados ou 

subjugados. Não há pluralismo num povo assim concebido. Nas palavras de Bolsonaro: “As 

minorias se adequam ou simplesmente desaparecem” (Abrucio et al., 2020).

 Que governo foi esse?

 O governo Bolsonaro não foi um governo normal. Por isso, para entendê-lo, não é possível uti

lizar os mesmos parâmetros usados para analisar governos em tempos normais da política. Nas 

conjunturas fluídas das transições de regime, a estrutura institucional ainda não está bem esta

belecida e, consequentemente, a análise institucional é precária (Couto, 1998). Algo similar 

ocorre nas crises políticas profundas, quando a estrutura política se fluidifica (Dobry, 2015). 

Quando há um governo extremista, que atua reiteradamente para erodir as instituições e, com 

elas, a própria democracia, a estrutura constitucional é continuamente desafiada e abalada. 

Perdem efetividade analítica os critérios normalmente usados para entender como as institui

ções operam e como as políticas públicas são formuladas, implementadas e avaliadas (inclusive 

pelo eleitorado), pois o governo não atua em conformidade com os parâmetros institucionais 

dados, mas busca subvertê-los.

 O ataque constante à institucionalidade democrática pelo Executivo obriga os demais 

atores institucionais a agir de maneira defensiva e com maior intensidade do que em tempos 

normais. Noutras palavras, no contexto de um governo extremista, as instituições operam sob 

estresse, sendo desafiadas no seu limite e obrigando seus dirigentes a assumir condutas mais 

radicais do que as que seriam adotadas sob condições usuais de operação. O abuso sistemático 

por parte do Executivo faz com que condutas que seriam prontamente percebidas como abusi

vas por parte dos outros poderes se tornem não apenas normais, mas talvez indispensáveis. Por 

isso, todo o sistema político democrático passa a funcionar de modo excepcional – seja por ini

ciativa de seus agressores, seja de seus defensores.

 É por isso que tanto se questiona se as instituições estão ou não funcionando na vigência 

de um governo com tais características. Trata-se de um problema mal posto: não é tanto o caso 

de as instituições estarem ou não funcionando, mas sob que condições tal funcionamento se 

dá. Tal qual um organismo vivo acometido por uma doença, que passa a operar sob estresse e 

produz reações orgânicas diferentes das usuais, a estrutura institucional também passa a fun

cionar fora do compasso regular, com alguns órgãos precisando compensar a insuficiência ou 

a disfuncionalidade de outros. Ao se observar a interação do Executivo bolsonarista com os 

demais poderes (em especial o Poder Judiciário) e com os governos subnacionais (Abrucio et 

al., 2020), tem-se uma demonstração de como tal fenômeno se dá.

 As reiteradas transgressões dos limites constitucionais, a tentativa de invadir competências 

alheias, a abdicação do papel coordenador da presidência em sua relação com o Congresso, as 

omissões repetidas quanto a atribuições governamentais, o assédio institucional e o desmantela

mento da burocracia pública (Cardoso et al., 2022) vão tornando caóticas as relações políticas. 

Tais violações fazem com que o sistema de justiça seja chamado a agir numa frequência e 

8

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 numa intensidade extraordinárias. Caso não o fizesse, permitiria que se dessem as condições 

para uma concentração de poder excessiva nas mãos do Executivo, que por si mesma já seria 

uma nova disfunção, bastante danosa ao funcionamento da democracia, senão capaz de a des

truir definitivamente. Porém, ao atuar como essa força de contenção, os atores judiciais caem 

numa armadilha circular: precisam agir mais porque mais provocados; ao agir mais, são acu

sados de invadir competências alheias; isso os leva a terem de se defender, o que suscita novas 

acusações de excessos judiciais e de parcialidade, numa espiral de radicalização.

 O governo-movimento

 Esse modus operandi do bolsonarismo no governo ocorre porque não se trata de um governo 

especialmente ocupado com a produção de políticas públicas – noutra faceta, talvez a princi

pal, de sua anormalidade. Em vez disso, o governo se ocupa de mobilizar constantemente a sua 

base militante e ativar seus apoiadores, instrumentalmente fundamentais em sua estratégia de 

ataque continuado aos outros poderes. A esse fenômeno me refiro como governo-movimento 

(Couto, 2021b).

 A característica de governo-movimento da gestão de Bolsonaro está relacionada exata

mente ao aspecto não mediado nem institucionalizado do populismo, nos termos postos pela 

perspectiva político-estratégica de populismo (Weyland, 2017, 2021a, 2021b). Em vez de atuar 

por intermédio das instituições e adaptando-se a elas, o governo populista procura sobrepor-se 

às instituições, minando-as e submetendo-as a suas próprias conveniências.

 Por isso mesmo, o bolsonarismo não só prescinde de partidos, mas opera mais efetiva

mente sem as limitações institucionais que a dinâmica partidária impõe. O movimentismo 

bolsonarista serve como lógica operativa não só da atuação no Executivo, mas também no 

Legislativo. Em sua trajetória de político marginal, Bolsonaro operou embrionariamente 

como esse líder de movimento, embora sua marginalidade e seu individualismo, durante 

três décadas, não lhe tenham possibilitado atuar como líder de qualquer movimento efe

tivo. Isso só se tornou possível a partir da crise institucional deflagrada nas jornadas de 

junho de 2013, quando começa a colapsar a base sobre a qual se assentou a democracia 

da Nova República.

 O ápice desse governo-movimento deu-se já após terminado o mandato presidencial, o que 

não é inesperado em se tratando de um governo com tais características. Na Intentona do 8 de 

Janeiro, militantes bolsonaristas, instados pelos reiterados ataques de seu líder à institucionali

dade democrática, investiram furiosamente contra as sedes dos três poderes em Brasília, após 

dois meses acampados à frente de quartéis, clamando por um golpe militar. Esse golpe não se 

daria apenas contra o vitorioso nas urnas, Lula, mas contra toda a estrutura institucional – em 

especial o Poder Judiciário. Não à toa, além da intenção de derrubar o candidato presidencial 

vitorioso e já empossado, o bolsonarismo também exigia que as Forças Armadas interviessem 

no Supremo Tribunal Federal (STF) e no TSE, removendo os magistrados percebidos como 

antagonistas do líder.

 9

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 EXTREMISMO NO GOVERNO: INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS SOB 

ESTRESSE

 A análise usual da operação de instituições políticas poliárquicas tende a assumir como dado 

que os atores políticos relevantes atuem sem ter como objetivo o solapamento das próprias insti

tuições. Ou seja, as disputas dão-se dentro dos marcos constitucionais definidos, respeitando-se 

direitos fundamentais dos diversos atores e respeitando – minimamente que seja – as regras do 

jogo competitivo. Mesmo comportamentos contrários à legalidade (como a corrupção) não têm 

como objetivo suprimir a institucionalidade democrática, respeitando os limites da preserva

ção do regime. Noutros termos, nas poliarquias é de se esperar, por parte dos atores-chave, uma 

autocontenção que permita a preservação do jogo competitivo democrático.

 Uma situação limítrofe de atuação dentro dessa lógica de preservação da poliarquia é o 

“jogo duro constitucional” (constitutional hard-ball) ou, nos termos de Glezer (2020), “catimba 

constitucional” (Balkin, 2008; Tushnet, 2004). Nela, atores políticos, mais do que simplesmente 

transgredir as regras – seja literalmente, seja no espírito da lei –, atuam de modo a violar direitos 

políticos e civis de adversários, mas ainda sem ter como objetivo o solapamento da democra

cia em seu conjunto. Isto é, a violação das normas do Estado Democrático de Direito dá-se de 

maneira localizada e não sistêmica.

 Tal limite é ultrapassado, contudo, por quem busca deliberadamente uma ruptura do 

regime, seja estabelecendo uma autocracia plena, seja instituindo o que se tem denominado 

“democracias iliberais”. É esse o caso de populistas extremistas como Jair Bolsonaro.

 Como outros líderes nacionais de perfil similar no período recente, Bolsonaro não atuou 

declaradamente para romper a estrutura institucional democrática, o que poderia fazer por 

meio de um autogolpe ou da decretação de um Estado de Sítio ou de Emergência que esca

lasse mais rapidamente rumo à implantação de uma autocracia plena ou um regime iliberal. 

Em vez disso, agiu de modo a estressar continuamente a estrutura de freios e contrapesos, des

gastando outros atores institucionais, convertendo-os em inimigos políticos e produzindo um 

processo continuado de deslegitimação. Assim, tornou cada vez mais alto o custo de lhe impor 

freios e impedir ações suas voltadas ao desrespeito da institucionalidade democrática – mesmo 

quando perpetradas em nome de uma suposta defesa da ordem constitucional, ou, na peculiar 

linguagem política bolsonaresca, dentro das “quatro linhas da Constituição”.

 Entre 2019 e 2022, o estressamento da institucionalidade do Estado de Direito a fragilizou 

e gerou riscos sérios de desdemocratização no Brasil. A ruptura da democracia propriamente 

dita não ocorreu porque houve muita resistência institucional e social às investidas do então 

presidente, em especial por parte do Poder Judiciário, de governos subnacionais, de setores da 

imprensa e de organizações da sociedade civil.

 A Intentona do 8 de Janeiro foi apenas o ponto culminante e mais dramático desse pro

cesso de ataque à democracia, um ato desesperado de tentar obter numa última tentativa 

aquilo que não se logrou conquistar nos quatro anos anteriores. O fracasso dessa tentativa de 

golpe foi também resultado dessa continuada resistência, apesar do que as evidências pare

cem revelar como tentativas de sabotagem promovidas pelas próprias forças de segurança. 

10

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 E, assim como o golpismo bolsonarista se estendeu para além do final de seu mandato pre

sidencial, as medidas de resistência a ele também precisarão seguir ativas. A declaração da 

inelegibilidade de Jair Bolsonaro em 30 de junho foi apenas mais um passo nesse processo. 

Não poderá ser o último.

 REFERÊNCIAS

 Abrucio, F. L., Grin, E. J., Franzese, C., Segatto, C. I., & Couto, C. G. (2020). Combate à 

COVID-19 sob o federalismo bolsonarista: Um caso de descoordenação intergovernamental. 

Revista 

de 

Administração Pública, 54(4), 663-677. https://doi.org/10.1590/0034

761220200354

 Agence France-Presse. (2018, setembro 24). Frases de Bolsonaro, o candidato que despreza 

as 

minorias. IstoÉ. https://istoe.com.br/frases-de-bolsonaro-o-candidato-que-despreza-as

minorias/

 Aquino, J. A. (2020). Conservadorismo e ressentimento: Duas fontes do antipetismo. 

In E. Silva, F. Frota, & M. A. Silva (Orgs.), Atores políticos e dinâmicas eleitorais 

(pp. 232-274). EdMeta. https://www.researchgate.net/profile/Jakson-Aquino/

 publication/340686902_Conservadorismo_e_ressentimento_duas_fontes_do_antipetismo/

 links/5e998ad6299bf13079a207e2/Conservadorismo-e-ressentimento-duas-fontes-do

antipetismo.pdf

 Arretche, M. (2018). Democracia e redução da desigualdade econômica no Brasil: A 

inclusão dos outsiders. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 33(96), e339613. https://doi.

 org/10.17666/339613/2018

 Avritzer, L. (2020). Política e antipolítica: A crise do governo Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 

2020. https://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=6onrDwAAQBAJ&oi=fnd&pg

 =PT2&dq=avritzer+antipol%C3%ADtica&ots=5-CmBFynTL&sig=Sfn_5PT_kZcUL-r

glkqxbl7c34

 Balkin, J. M. (2008). Constitutional hardball and constitutional crises. QLR, 26(3), 579

598. https://heinonline.org/hol-cgi-bin/get_pdf.cgi?handle=hein.journals/qlr26&section= 

23&casa_token=ULT7PZtqPpIAAAAA:BibD749_UwTnN4UnrcqcIHrSESc5Qes2xjlskPT

 lwiq3slnF0G3S6ZK-wQRTh6v6g35hcSct

 Behnke, E. (2022, julho 15). Bolsonaro diz que minorias precisam se adequar às leis. Poder360. 

https://www.poder360.com.br/governo/bolsonaro-diz-que-minorias-precisam-se-adequar-as

leis/

 Cardoso, J. C., Jr., Silva, F. A. B. da, Aguiar, M. F. de, & Sandim, T. L. (2022). Assédio 

institucional no Brasil: Avanço do autoritarismo e desconstrução do Estado. In J. C. Cardoso 

Jr., F. A. B. da Silva, M. F. de Aguiar, & T. L. Sandim (Orgs.), Assédio institucional no Brasil: 

avanço do autoritarismo e descontrução do Estado.Brasilia: Afipea; UFEPB.

 11

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 Couto, C. (1998). A longa constituinte: Reforma do Estado e fluidez institucional no Brasil. 

Dados, 41(1), 1-11. https://doi.org/10.1590/S0011-52581998000100002

 Couto, C. (2013). Classes emergentes e oligarquização política. In L. C. Bresser-Pereira 

(Org.), O que esperar do Brasil? (pp. 99-114). Editora FGV. https://www.researchgate.net/

 publication/279531509_Classes_emergentes_e_oligarquizacao_politica

 Couto, C. G. (2021a). Do governo-movimento ao pacto militar-fisiológico. In L. Avritzer, M. 

Marona, & F. Kerche (Orgs.), Governo Bolsonaro: Retrocesso democrático e degradação 

politica (pp. 35-49). Autêntica. https://www.researchgate.net/publication/351366171_Do_

 governo-movimento_ao_pacto_militar-fisiologico

 Couto, C. G. (2021b). Do governo-movimento ao pacto militar-fisiológico. In L. Avritzer, F. 

Kerche, & M. Marona (Orgs.), Governo Bolsonaro: Retrocesso democrático e degradação 

política (pp. 35-50). Autêntica.

 Dobry, M. (2015). Sociologia das crises políticas: A dinâmica das mobilizações multissetoriais. 

Amazon.com.br; 

Editora 

Unesp. 

https://www.amazon.com.br/Sociologia-crises

pol%C3%ADticas-Michel-Dobry/dp/8539305534

 Dória, J., Jr. (2016, setembro 18). “Não sou político, sou gestor” Facebook. https://web.facebook.

 com/jdoriajr/photos/a.170842459639240/1189015977821878/?type=3&locale=pt_BR&_

 rdc=1&_rdr

 Glezer, R. (2020). Catimba constitucional: O STF, do antijogo à crise constitucional. Amazon.

 com.br; Arraes Editores. https://www.amazon.com.br/Catimba-Constitucional-STF

Antijogo-Crise/dp/6586138582

 Gracino, P., Junior, Goulart, M., & Frias, P. (2021). “Os humilhados serão exaltados”: 

Ressentimento e adesão evangélica ao bolsonarismo. Cadernos Metrópole, 23(51), 547-580. 

https://doi.org/10.1590/2236-9996.2021-5105

 Machado, U. (2023, junho 3). Junho de 2013: Antipolítica marca ciclo que vai até 8/1. Folha 

de S. Paulo. Poder. https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/06/antipolitica-marca-ciclo

que-liga-junho-de-2013-a-acao-golpista-de-8-de-janeiro.shtml

 Mendonça, H. (2016, outubro 31). Eleições 2016: Vitória de Kalil em Belo Horizonte joga areia 

nos planos de Aécio para 2018. El País Brasil. https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/30/

 politica/1477859629_540297.html

 “O Estado é laico, mas nosso governo é cristão”, diz Bolsonaro no Twitter. (2020, setembro 

16).  Diário de Pernambuco.  Política. https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/

 politica/2020/09/o-estado-e-laico-mas-nosso-governo-e-cristao-diz-bolsonaro-no-twit.html

 Pacheco, C. (2022, setembro 26). Vídeo mostra manifestação contra o PT em 2013 na Avenida 

Paulista, não em 2022 em Salvador. Estadão.com.br. https://www.estadao.com.br/estadao

verifica/salvador-botando-pra-quebrar/

 Pinto, A. C. (2014, fevereiro 7). No Rio, professores universitários ironizam foto de passageiro 

em aeroporto. Jornal GGN. https://jornalggn.com.br/cidadania/no-rio-professores

universitarios-ironizam-foto-de-passageiro-em-aeroporto/

 12

 FGV EAESP | Cadernos Gestão Pública e Cidadania | VoL. 28 | 2023 | e89859 | ISSN 2236-5710

CGPC | O Brasil de Bolsonaro: uma democracia sob estresse

 Cláudio Gonçalves Couto

 Psicóloga nega ter dito que Metrô atrai “mendigos, gente diferenciada”. (2011, maio 12). G1. 

Notícias em São Paulo. https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/05/psicologa-nega-ter

dito-que-metro-atrai-mendigos-gente-diferenciada.html

 Tushnet, M. (2004). Constitutional hardball. The John Marshall Law Review, 37, 523-553. 

https://heinonline.org/hol-cgi-bin/get_pdf.cgi?handle=hein.journals/jmlr37&section=28

 Weyland, K. (2017). Populism: A political-strategic approach. In C. R. Kaltwasser, P. Taggart, 

P. O. Espejo, & P. Ostiguy (Orgs.), The Oxford Handbook of Populism. (Vol. 1). Oxford 

University Press, 48-72. . https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780198803560.013.2

 Weyland, K. (2021a). Populism and authoritarianism. Routledge Handbook of Global Populism, 

Routledge; 1st edition, 319-333. https://doi.org/10.4324/9781315226446-26/populism

authoritarianism-kurt-weyland

 Weyland, K. (2021b). Populism as a political strategy: An approach’s enduring – and increasing – advantages. Political Studies, 69(2), 185-189. https://doi.org/10.1177/00323217211002669

 CONFLITOS DE INTERESSE

 O autor não tem conflitos de interesse a declarar.

 CONTRIBUIÇÃO DO AUTOR

 Cláudio Gonçalves CoJornal Estado de São Paulo.

E assim caminha a humanidade.

uto: Conceituação, curador

ia de dados, Redação – rascunho original; 

Redação – revisão e edição.

Confira o Editorial do Jornal Estado de São Paulo                  https://www.estadao.com.br/opiniao/o-brasil-ganha-quando-o-bolsonarismo-perde/. 

Imagem ; Jornal Estado de São Paulo. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário