segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Elites.

Os privilégios da elite no Brasil estão enraizados em estruturas históricas e perpetuados por mecanismos econômicos, fiscais e políticos que favorecem uma pequena parcela da população. Pesquisas e análises recentes apontam para a persistência desses privilégios, que amplificam a desigualdade social e drenam recursos que poderiam ser usados para melhorar a vida da maioria da população. 

Mecanismos de privilégio e concentração de renda

Sistema tributário regressivo: O Brasil possui um sistema tributário que concentra a maior carga de impostos no consumo (produtos e serviços), o que afeta mais as famílias de baixa renda. Enquanto isso, a taxação sobre grandes fortunas, heranças e lucros e dividendos é relativamente baixa, beneficiando o topo da pirâmide social.

Aumentos de renda desproporcionais: Entre 2017 e 2022, a renda da elite brasileira cresceu até três vezes mais que a da população mais pobre. No topo da pirâmide, os rendimentos de lucros e dividendos (que cresceram cerca de 120%) foram o principal motor de enriquecimento, em contraste com a renda do trabalho, que subiu apenas 30%.

Privilégios no funcionalismo público: Uma pequena elite dentro do serviço público, incluindo o Judiciário, o Ministério Público e carreiras de alto escalão do Executivo, goza de remunerações muito acima da média nacional e de estabilidade, exercendo grande poder de pressão sobre as decisões políticas. Esses gastos desproporcionais com uma minoria de servidores reduzem os recursos para serviços essenciais como saúde e educação.

Benefícios fiscais a grandes empresas: Grandes empresas privadas também recebem bilhões em benefícios e renúncias fiscais, o que onera os cofres públicos e favorece o grande capital. 

Contexto histórico e cultural

Heranças da escravidão: A história do Brasil, marcada pela escravidão, nunca foi completamente superada. A elite brasileira, em grande parte branca e de origem europeia, mantém seu domínio e privilégios ao longo das gerações, utilizando mecanismos culturais para marginalizar as classes populares.

Mentalidade colonialista: A elite muitas vezes adota uma visão "colonialista" do próprio país, onde enxerga o Brasil como uma fonte de recursos a ser explorada para seu próprio benefício, em vez de investir no desenvolvimento social e na qualidade de vida da população. Essa mentalidade extrativista e de curto prazo contrasta com a de países onde a colonização teve um foco maior em construção e longo prazo.

Manipulação de narrativas: As elites utilizam narrativas morais, muitas vezes baseadas na ideia de corrupção, para desumanizar e criminalizar as classes populares, justificando a manutenção de um sistema desigual. 

Consequências sociais

A persistência desses privilégios da elite tem um impacto direto e profundo na sociedade brasileira: 

Aumento da desigualdade: A concentração de renda em uma pequena parcela da população se intensificou, tornando o Brasil um dos países mais desiguais do mundo.

Drenagem de recursos públicos: Os privilégios de uma elite dentro do funcionalismo público e os benefícios fiscais concedidos a grandes empresas reduzem os recursos disponíveis para políticas sociais e investimentos em áreas prioritárias.

Perpetuação do status quo: A forte influência da elite nos processos políticos dificulta a implementação de reformas que poderiam reduzir as desigualdades e promover um desenvolvimento social mais equitativo.

Fomento ao ódio aos pobres: A negligência em relação à pobreza e a manutenção das desigualdades levam ao fomento de um ódio contra as classes populares, que são responsabilizadas pela própria situação, mascarando a responsabilidade das estruturas de poder. 


A INDIVIDUALIDADE DAS ELITE E O ABANDONO DA POPULAÇÃO DO BRASIL.


Prof. Dr. Márcio Magera Conceição PhD1 

PUBLISHED: 01/02/2025 

RESUMO 

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O Brasil enfrenta desigualdades sociais profundas, onde a elite desfruta de privilégios enquanto a 

maioria da população sofre com pobreza, violência e descaso estatal. O sistema político perpetua essa 

exclusão, garantindo benefícios a uma minoria enquanto os serviços públicos essenciais, como saúde e 

educação, são sucateados. A segregação espacial e a corrupção institucional agravam a crise social, 

resultando em altos índices de violência e desconfiança política. A falta de mobilidade social mantém 

milhões presos à precariedade, enquanto os meios de comunicação manipulam informações. Sem uma 

reforma estrutural, a desigualdade persistirá, beneficiando uma elite que historicamente resiste a 

mudanças. 

PALAVRAS-CHAVE: Brasil. Individualismo. Mobilidade Social. 

ABSTRACT 

Brazil faces deep social inequalities, where the elite enjoys privileges while most of the population suffers 

from poverty, violence, and state neglect. The political system perpetuates exclusion, favoring a minority 

while essential public services such as healthcare and education deteriorate. Spatial segregation and 

institutional corruption worsen the crisis, leading to high levels of violence and political distrust. The lack 

of social mobility traps millions in precarious conditions, while the media manipulates information. Without 

structural reform, inequality will persist, benefiting an elite that historically resists change. 

KEYWORDS: Brazil. Individualism. Social Mobility. 

O Brasil sempre foi marcado por profundas desigualdades sociais, onde uma elite privilegiada 

vive em um universo completamente distinto daquele da maioria da população. Enquanto uma parcela 

do país desfruta de segurança, acesso a serviços de saúde e educação de qualidade, a outra parte 

enfrenta uma realidade brutal de violência, pobreza e descaso político. Esse abismo social é sustentado 

por um sistema político que perpetua a exclusão e reforça os interesses da minoria em detrimento das 

necessidades básicas da maioria. 

Neste cenário excludente, um deputado federal recebe um salário de quase 50 mil reais por 

mês, enquanto quem o elegeu tem, em média, uma remuneração de apenas 2 mil reais. Um vereador de 

uma cidade de pequeno porte no Brasil recebe, em média, 8 mil reais mensais, realizando oficialmente 

apenas um encontro por semana na Câmara Municipal, enquanto o salário-mínimo é de 1.518 reais. O 

povo, quando está doente, recorre ao SUS – Sistema Único de Saúde; já a elite se desloca de 

helicóptero para o hospital Sírio-Libanês. Essas contradições sangram o povo brasileiro diariamente. 

Enquanto uma cirurgia no Sírio-Libanês acontece no mesmo dia da internação, no SUS, o paciente 

espera meses e, muitas vezes, quando finalmente é atendido, já é tarde demais. Mas quem se importa? 

Afinal, é o "Zé Povinho" que morre, não um "doutor de Brasília". 

1Economista pela PUC-Campinas. MBA de Marketing -ESAMC, Sorocaba. Mestrado em Administração pela UNG 

Guarulhos.  Mestrado em Sociologia pela PUC-São Paulo.  Doutorado em Sociologia pela PUC -São Paulo. 

Doutorado em Administração pela FCU -USA. Pós Doutor Unicamp -Campinas. Pós Doutor FCU -USA. Pós Doutor 

UC-Portugal. Jornalista e Escritor. Avaliador do MEC/INEP. Pró-reitor da Universidade Guarulhos, SP. Editor-chefe 

da RECIMA21 –REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR. Ph.D, UNG; CFE -U.C Portugal. 

revista educação  

v.20, n.1, 2025 

A INDIVIDUALIDADE DAS ELITES E O ABANDONO DA POPULAÇÃO NO BRASIL 

Prof. Dr. Márcio Magera Conceição PhD 

A violência urbana, um dos reflexos mais evidentes dessa desigualdade, atinge principalmente 

as camadas mais vulneráveis da sociedade. A segregação espacial empurra populações inteiras para 

áreas periféricas, onde o Estado está ausente e o crime organizado assume o papel de pseudo

governante. Ao mesmo tempo, a elite se protege em condomínios fechados, com segurança privada, 

mantendo-se alheia às consequências de um modelo social falido que insiste em ignorar a realidade da 

maioria. O Brasil enfrenta, anualmente, um verdadeiro Vietnã, com cerca de 50 mil óbitos por violência 

criminal. Já estamos em uma guerra civil, e a sociedade sequer se deu conta disso. 

A pobreza no Brasil vai além da falta de recursos financeiros. Trata-se de um mecanismo 

estrutural que impede a mobilidade social e mantém milhões de brasileiros presos a condições de vida 

precárias. A educação pública, sucateada, não oferece oportunidades reais de ascensão social. A saúde, 

precarizada, leva milhares de pessoas à morte por falta de atendimento adequado. O desemprego e a 

informalidade tornam-se alternativas inevitáveis para aqueles que nunca tiveram acesso a um sistema 

justo de desenvolvimento econômico e social. 

Essas informações e dados não chegam à população, devido ao aparelhamento dos meios de 

comunicação e à falta de cognição de grande parte da nação, que não teve acesso a uma educação 

adequada e de qualidade. Muitos abandonam os estudos ainda no ensino médio para ajudar seus pais 

nas despesas da casa, sendo que mais de 60% dessa renda vem de impostos cobrados por um governo 

ineficiente, que tira dos mais pobres para subsidiar projetos de uma pequena elite empresarial, 

financeira e política. 

O Congresso Nacional, longe de representar fielmente os interesses da população, funciona 

como um verdadeiro balcão de negócios, onde projetos de lei são pautados por interesses corporativos 

e lobbies de grupos poderosos. Os escândalos de corrupção são frequentes, demonstrando que os 

representantes do povo muitas vezes trabalham para beneficiar a si mesmos e suas redes de apoio, em 

vez de buscar soluções para os problemas estruturais do país. O distanciamento entre políticos e 

população é tão evidente que medidas necessárias para reduzir a desigualdade e garantir dignidade a 

todos raramente avançam. 

Nas eleições de 2022, quase 40 milhões de eleitores não votaram ou anularam seus votos. Isso 

significa que, de três eleitores, apenas dois votaram. E, segundo pesquisas, em menos de um ano, 

grande parte dos eleitores já não se lembra em quem votou para deputado, prefeito, vereador ou 

senador. 

A individualidade das elites brasileiras reflete uma cultura histórica de privilégios, onde poucos 

concentram riqueza e influência, enquanto muitos lutam diariamente pela sobrevivência. Segundo o 

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, os 10% mais ricos da população 

detinham 51% da riqueza nacional, um quadro socioeconômico perverso. 

Neste cenário, 54 milhões de brasileiros vivem do Bolsa Família, 12 milhões são funcionários 

públicos e outros 12 milhões são aposentados. Ou seja, 80 milhões de brasileiros dependem do Estado, 

enquanto apenas 20 milhões da População Economicamente Ativa (PEA) que é de 100 milhões, 

sustentam toda essa estrutura. Essa conta não fecha. Esse modelo social é insustentável e perpetua a 

instabilidade do país, alimentando um ciclo de exclusão e revolta. 

v.20, n.1, 2025 

A INDIVIDUALIDADE DAS ELITES E O ABANDONO DA POPULAÇÃO NO BRASIL 

Prof. Dr. Márcio Magera Conceição PhD 

O Brasil precisa urgentemente de uma reestruturação política e social que priorize a distribuição 

justa de recursos, o fortalecimento dos serviços públicos e a redução das desigualdades. Somente 

assim poderemos caminhar em direção a um futuro mais justo e igualitário. Mas as elites constituídas 

não querem e não vão mudar o status quo conquistado após séculos de exploração. O pior é que, 

mesmo aqueles que possuem apenas uma pequena casa e um emprego têm medo de se posicionar, 

temendo perder o pouco que conquistaram. 

Triste nação que não socializa o bem-estar coletivo, apenas os custos de um Estado pesado, 

inoperante, ineficiente e com altos índices de corrupção em todos os níveis administrativos. Talvez fosse 

melhor que Cabral tivesse desviado sua rota e não descoberto a ilha de Vera Cruz. Quem sabe assim 

ainda tivéssemos os mais de seis milhões de povos originários que mantinham esta terra cheia de vida 

pura e de alma ingênua. Mas eles chegaram, impuseram sua cultura e seu genocídio coletivo e, assim, 

construíram uma nação que até hoje não sabe bem o que é ética e moral. 

REFERÊNCIAS 

https://www2.camara.leg.br/comunicacao/assessoria-de-imprensa/guia-para-jornalistas/salario-de

deputados . Acesso em 30/01/2025. 

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quantos-habitantes-havia-no-brasil-na-epoca-do

descobrimento. Acesso em 30/01/2025. 

https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/12/10/lula-internado-em-sao-paulo.ghtml 

Acesso em 30/01/2025. 

https://blog.synsaude.com.br/qual-a-cirurgia-que-tem-a-fila-mais-demorada-no-sus/ 

Acesso em 30/01/2025. 

https://www.brasildefato.com.br/2023/12/06/brasil-tem-quase-50-mil-mortes-com-perfil-de-homicidio-fora

das-estatisticas-diz-atlas-da-violencia. Acesso em 30/01/2025. 

https://www.poder360.com.br/governo/lula-deu-60-de-publicidade-a-mais-do-que-bolsonaro-para-globo/. 

Acesso em 30.01.2025. 

https://www.ipea.gov.br/portal/retrato/indicadores/mercado-de-trabalho/desemprego-informalidade

subutilizacao-e-inatividade/apresentacao. Acesso em 30.01.2025. 

https://www.contabeis.com.br/tabelas/salario-minimo/. Acesso em 30.01.2025. 

https://www.scielo.br/j/cint/a/yc9kXFhYxqNPJXDJHNPPBNB. Acesso em 30.01.2025. 

https://transparenciainternacional.org.br/ipc/. Acesso em 30.01.2025. 

https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/178. Acesso em 30.01.2025. 

https://ibase.br/pesquisa-da-fgv-aponta-aumento-da-desigualdade-social-apos-a

pandemia/?gad_source=1&gclid=Cj0KCQiAhvK8BhDfARIsABsPy4g5eVcSU2Sen5IZ0FqqaV

xu_iQCsOlWRqDDLkmlePilAk_FGBw1AwaAi70EALw_wcB. Acesso em 31/01/2025. 

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9221-sintese-de-indicadores-sociais.html. Acesso em 

31/01/2025. O Artigo na Revista Educação.

Confira a reportagem no UOL.

E assim caminha a  humanidade.                             .https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2025/09/29/dono-de-empresa-condenada-por-fraudar-aposentado-ostenta-lamborghini-e-iate.htm

Imagem ; UOL. 




 

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