quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Estado Brasileiro.

 


Revista Percurso: Sociedade, Natureza e Cultura. Ano VIII, No. 10, 2009, 

Vol. 02, pp. 79-96 

Da guerra à gestão: a trajetória do Primeiro Comando da 

Capital (PCC) nas prisões de São Paulo 

Camila Caldeira Nunes Dias1 

Resumo: 

Nas últimas décadas, as prisões paulistas assistem a expansão de uma 

organização de presos (PCC) que se constitui como instância reguladora dos 

conflitos, fonte de elaboração das normas de convívio, bem como das punições 

aos seus transgressores e cujo domínio está baseado num discurso de união e 

solidariedade e também no exercício da violência física. O objetivo do texto é 

discutir as transformações no exercício do poder pelo PCC. Identificamos três 

momentos distintos que indicam três diferentes formas de utilização da 

violência pela organização criminosa. 

Palavras-chave: prisão; PCC; violência; poder. 

From war to management: the PCC’s course in the São Paulo’s prisons 

Abstract 

In the last decades, prisons in São Paulo state have witnessed the expansion of 

an inmates organization (the “PCC”) which consists itself of an authority that 

regulates conflicts and is a source of rules on living together standards as well 

as on punishments to its transgressors, and whose dominion is based on an 

alliance and solidarity speech and also on the use of physical violence. The 

purpose of the text is to discuss the changes in PCC’s power exercise. We 

identify three different moments that indicate three different ways to make use 

of violence by the criminal organization.  

Keywords: prison, PCC; violence; power.  

1Doutoranda em Sociologia pela USP, pesquisadora do Centro de Estudos em Segurança 

Pública e Direitos Humanos (CESPDH) da UFPR.  

Introdução:  

Nas duas últimas décadas assistimos a um agravamento das condições 

físicas das prisões que decorre, em grande medida, do aumento vertiginoso da 

população carcerária sem a correspondente melhora na infra-estrutura e na 

formação dos funcionários, cujo número também não acompanha o ritmo 

frenético de crescimento dos presos. Neste cenário, a corrupção e o arbítrio 

tornam-se a tônica dominante no relacionamento entre funcionários e presos e 

a violência se constitui como base deste sistema social. Na esteira deste 

processo de agravamento das condições materiais e morais das prisões, vimos 

a emergência – em São Paulo, onde estes processos ocorreram de forma mais 

contundente - de uma organização de presos, o Primeiro Comando da Capital  

(PCC) que, ao longo deste período alcançou uma capacidade de estruturação 

e de articulação jamais vista antes.   

Estendendo seu domínio por quase todo sistema carcerário, o PCC 

passou a controlar as atividades ilícitas realizadas dentro e fora da prisão. Além 

disso, a organização se apresenta como provedora de bens e serviços básicos 

para alguns presos e suas famílias. Simultaneamente, o PCC se impôs como 

instância reguladora e mediadora das relações sociais na prisão, exercendo o 

papel de árbitro e determinando as decisões nas mais diversas formas de 

conflitos sociais, além de participar direta ou indiretamente da gestão das 

unidades prisionais, escolhendo presos para ocupar os poucos postos de 

trabalhos existentes ou intercedendo junto aos diretores nos casos de abuso de 

poder por parte dos funcionários.  

Dividimos o processo de expansão e consolidação do PCC no sistema 

carcerário paulista em três momentos, de acordo com o padrão de ações 

violentas, considerado a partir da ocorrência de rebeliões, motins, resgates e 

assassinatos de presos, não apenas em termos quantitativos, mas, também, a 

partir da forma assumida por estes eventos.  

• 1993 a 2001: a constituição e expansão do PCC   

O processo de expansão do PCC no interior do sistema carcerário tem 

início no ano de 19942, mas sua influência começa a ser percebida a partir de 

1995. O aumento vertiginoso das rebeliões – que se repetia ano após ano, 

culminando com a megarrebelião de 2001 – com a exponencial ampliação do 

tempo de duração das mesmas e reivindicações que iam além das queixas 

pontuais, adquirindo caráter estrutural3, sinalizava que alterações profundas 

estavam em curso.  Além das rebeliões, o aumento das ações de resgate de 

presos – que demandam organização e posse de pesado armamento –, do 

número de assassinatos no interior das prisões e de fugas espetaculares 

evidenciavam não só a capacidade de planejamento da facção, mas também 

seu potencial corruptor, possibilitado pelos lucros auferidos do tráfico de drogas 

e de outros crimes empreendidos por membros da organização, como 

seqüestros e roubo a bancos. O crescimento significativo destes eventos 

indicava que o sistema carcerário estava passando por um processo de 

reconfiguração das relações de poder. 

Apesar dessas evidências de que algo novo estava acontecendo, o 

Estado não admitia a existência da organização de presos que começara 

aparecer timidamente no noticiário jornalístico a partir de 1997, mas que só 

teve sua existência reconhecida oficialmente pelo governo após a 

megarrebelião de fevereiro de 2001 – ou seja, quando já era suficientemente 

estruturada para organizar uma rebelião simultânea em 29 unidades 

prisionais4.  

• 2001 a 2006: consolidação de uma nova configuração do 

poder  

O evento ocorrido em 2001, que expôs publicamente a existência da 

facção, teve dois efeitos imediatos: de um lado, desencadeou a resposta 

2A criação do PCC ocorre em agosto de 1993.  

3Entre as reivindicações de caráter estrutural destacamos a desativação do Anexo da Casa de 

Custódia de Taubaté, prisão localizada na região do Vale do Paraíba, conhecida pelos maus

tratos aos presos e, não por acaso, o berço do PCC.   

4Neste evento, a televisão mostrou faixas estendidas em diversas unidades prisionais com o 

nome da organização e o seu lema “paz, justiça e liberdade”. Não havia, pois, como negar sua 

existência, tampouco seu protagonismo na desmoralização do governo estadual paulista. 

Importante lembrar que em junho do mesmo ano ocorreria a maior rebelião do estado do 

Paraná e uma das mais longas do país, na Penitenciária Central do Estado – PCE – que durou 

6 dias, foi liderada por 3 fundadores do PCC – Cesinha, Geléião e Misael – e mais 23 membros 

da facção e na qual foram mortos um agente penitenciário e três presos.  

repressiva do Estado com a criação do RDD5; por outro lado, a megarrebelião 

conferiu prestígio e respeito aos membros do PCC, fortalecendo e 

impulsionando a sua disseminação de forma mais rápida no sistema carcerário. 

A consolidação do poder da facção foi publicamente demonstrada na segunda 

crise mais aguda do sistema, ocorrida em maio de 2006, quando 74 unidades 

prisionais se rebelaram simultaneamente, além das centenas de ataques às 

forças de segurança ocorridas no lado de fora das cadeias.  

Como afirma Balandier (1982, p. 7), para garantir a manutenção do 

poder é fundamental a produção de imagens e a transposição das condições 

do exercício da dominação e das posições ocupadas pelos dominadores ao 

nível do simbólico, organizando esses símbolos num quadro cerimonial. A 

fundação do PCC, os rituais de batismo e as formas de execução de inimigos e 

traidores foram por muito tempo carregados de elementos simbólicos, 

essenciais no processo de consolidação do poder da facção e de justificação 

da violência por ela exercida. Neste sentido, um duplo homicídio ocorrido em 

agosto de 1993 é considerado o marco simbólico da criação do PCC, 

transformado em narrativa mítica, reatualizado no batismo dos novos membros 

da organização e nas muitas execuções de rivais, repletas de elementos 

simbólicos.  

Para Balandier (1982, p. 7) “ [...] o passado coletivo, elaborado em uma 

tradição, em costume, é a origem da legitimação. [...] permite empregar uma 

história idealizada, construída e reconstruída segundo as necessidades, a 

serviço do poder presente”.  Assim, a imagem de uma irmandade, constituída a 

partir de uma experiência comum de privação, sofrimento, opressão e injustiça 

entre os irmãos, é reativada pelo ritual de batismo, através da leitura do 

estatuto que relembra fatos marcantes na história dos abusos cometidos pelas 

autoridades no sistema penitenciário paulista, como o Massacre do Carandiru6 

e a tortura constante no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté.  

5O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) consiste num regime de cumprimento da pena de 

prisão muito mais rigoroso, onde o preso fica em celas individuais, com 1 hora de banho de sol 

por dia, além de várias restrições como a proibição de visitas íntimas. No Paraná esse sistema 

é denominado RATEP – Regime de Adequação ao Tratamento Penal.  

6O Massacre do Carandiru ocorreu em agosto de 1992, numa invasão da polícia militar à Casa 

de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, que resultou na execução de 111 

presos.   

As execuções de rivais ou de membros dos grupos acusados de 

transgredir as regras da organização pode se realizar de diversas formas, 

dependendo do contexto no qual a execução ocorre. Em alguns casos, é 

fundamental esperar a oportunidade propícia para cometer o assassinato e 

este deve ser efetivado rapidamente, de forma a evitar o flagrante. Nestes 

casos, a necessidade de praticidade e rapidez no ato da execução elimina o 

elemento simbólico. Sempre que a ocasião favorece, porém, as execuções 

comandadas pelo PCC contêm símbolos que marcam e reforçam o poder da 

facção criminosa. As rebeliões são as ocasiões mais favoráveis a esta 

demonstração de poder através dos suplícios sobre o corpo dos condenados. A 

decapitação é (ou era) uma das marcas do PCC nas execuções dos membros 

de outras organizações.  

O maior prejuízo trazido pela transgressão é a desordem ao corpo 

social, isto é, a possibilidade de generalização da infração ao código normativo. 

Tanto mais grave a transgressão quanto maior é a possibilidade de que a 

mesma se dissemine pelo grupo. Desta forma, se o perigo é a desordem social, 

a função da execução é impedir a propagação desta desordem. Obviamente, a 

reconciliação entre transgressor e corpo social – ou seja, a facção PCC – não é 

o objetivo do ritual de execução. A idéia de correção do infrator é ausente neste 

mecanismo de poder que visa o futuro – impedir novas transgressões - e não o 

passado – o transgressor é eliminado e completamente destruído (GIRARD, 

1998). A cerimônia aterrorizante faz do corpo destruído do rival ou do traidor 

um exemplo emblemático da ameaça terrível que paira sob aqueles que 

presenciam a execução, desestimulando, a partir da imposição do medo, a 

repetição do mesmo erro. A importância do caráter público do ritual de 

execução advém da sua função exemplar e preventiva (FOUCAULT, 2000, 

especialmente capítulos 1 e 2).  

Além disso, o ritual de execução de um condenado pelo PCC possui a 

função política de reparar a soberania lesada, na medida em que faz o poder 

do líder brilhar por sob aquele que, transgredindo as normas impostas, 

desafiou essa autoridade. Não responder à provocação é desonroso e 

desmoraliza o líder da organização e, desta forma, ameaça a sua posição 

social. Assim, a execução é também um ato de vingança do líder que, ao 

destruir o infrator, reconstrói a sua soberania e reafirma seu poder 

(FOUCAULT, 2000). 

Tendo o Yin e Yang – símbolo oriental que remete à idéia de energias 

opostas e complementares – na sua bandeira, além do lema “paz, justiça e 

liberdade”, o PCC coloca em prática todo um repertório de imagens que 

sustentam o exercício do seu poder, ao remeter ao universo simbólico da luta 

dos oprimidos contra os opressores, da identificação de todos os presos numa 

narrativa social marcada pela injustiça, pela violência e pela miséria, e cuja 

possibilidade de superação é dada justamente pela união de todos em torno da 

organização. Em nome deste ideal, construído simbolicamente, toda ação é 

passível de ser justificada, inclusive a violência.  

• A partir de 2006: a gestão da população carcerária pelo PCC 

Desde meados de 2006, temos assistido a uma relativa calmaria nas 

prisões paulistas, considerando-se não só a redução drástica do número de 

rebeliões, como também a queda expressiva do número de homicídios no seu 

interior.  O exercício do poder efetivado a partir de um aparato simbólico, válido 

durante o processo de expansão da facção e de consolidação de seu domínio 

no sistema carcerário, adquiriu um aspecto mais racional, como indicam os 

elementos que serão apresentados a seguir, e que sugerem uma nova 

configuração do poder.  

a-) Instituição de um corpo funcional e elaboração do código normativo: 

Um elemento importante que apareceu logo no início da expansão do 

PCC é a institucionalização do código normativo, com a elaboração do 

estatuto7 da facção e uma diferenciação funcional no interior da organização 

com um quadro de “funcionários” cuja função é impor e zelar pelo cumprimento 

das regras, assim como de promover o julgamento e a punição. Embora o 

estatuto e a diferenciação funcional sejam simultâneos à criação do PCC, eles 

têm sofrido mudanças importantes.  

O processo de diferenciação funcional ocorrida no interior da 

organização está diretamente ligado ao crescimento da facção dentro e fora 

7O estatuto do PCC foi escrito logo após sua fundação, em 1993, por um de seus fundadores, 

o preso de nome Misael (assassinado em 2002 a mando da própria facção) e continha 16 itens. 

Hoje, de acordo com alguns entrevistados, há uma cartilha do PCC, uma espécie de caderno, 

com todas as regras que foram acrescentadas ao longo dos anos.  

das unidades prisionais e à diversificação de suas áreas de atuação. Dentro 

das unidades prisionais, para os determos apenas nestes lócus de dominação 

do PCC, há a posição de “disciplina” que seria o responsável pela manutenção 

da ordem em determinado setor. Cada setor da unidade prisional – cozinha, 

oficina, faxina, esportes – e cada raio dos pavilhões possuem um “disciplina”, o 

qual, como bem expressa o seu cargo, é o responsável pelo controle e 

manutenção da ordem no local. Além do “disciplina”, há o responsável pela 

cobrança das dívidas – em geral, de drogas – que faz o papel de intermediação 

entre o traficante e o usuário em débito, a fim de evitar que a cobrança da 

dívida se transforme num conflito mais sério, resultando em morte8, como era 

muito comum num passado próximo.  Há, ainda, os “sintonias”, os quais são os 

responsáveis pela circulação das informações nas cadeias – quem está 

chegando na unidade, quem está saindo, se algo está saindo da rotina – bem 

como pela transmissão dos “salves”do Partido9, isto é, as ordens e decisões 

emitidas pelas instâncias de poder superiores da facção10. Há, ainda 

responsáveis pelos raios das unidades prisionais e, por fim, o posto mais alto 

da hierarquia local da facção é o “Piloto Geral”. Além destes cargos, os 

irmãos11 do PCC são distribuídos de forma que em cada cela permaneça um 

8Os entrevistados disseram haver dois cadernos para anotação dos devedores. Um deles era 

amarelo, e representava um sinal de alerta para que o indivíduo procurasse pagar suas 

dívidas, num prazo médio de 10 dias. Se a dívida não fosse paga, o mesmo se tornava 

“inadimplente” e seu nome seria registrado num caderno vermelho, sendo proibido de comprar 

qualquer coisa dentro da prisão. Uma lista dos nomes dos inadimplentes era colocada em 

vários setores da unidade para que fosse do conhecimento de todos, quem são os presos 

nesta condição. Insisti, muitas vezes, na questão acerca da punição para o indivíduo nesta 

situação e, embora não se admita abertamente, fica claro que o indivíduo que está com seu 

nome “sujo” se encontra numa situação-limite.  

9Partido ou Comando são as outras formas pelas quais o PCC é chamado.  

10 O setor de “sintonia”, tal como é chamado o grupo de presos que desempenham este papel 

é, em geral, formado pelos detentos que exercem a função de faxina ou boieiro. Formalmente, 

os “faxinas” são os responsáveis pela limpeza no interior da unidade prisional e os “boieiros” 

são os responsáveis pela entrega da bóia, isto é, da alimentação, aos presos. Além dessas 

funções formais, porém, esses presos desempenham importantes papéis na rede de poder 

estabelecida na prisão, na medida em que ocupam uma posição privilegiada que lhes permite 

maior liberdade de circulação e mais tempo livre, fora das celas. Por se tratar de postos 

estratégicos é que o PCC designa os nomes para ocupá-los uma vez que, mais importante do 

que as atividades formais que esse indivíduo vai desempenhar, são as atividades 

informais/ilegais ligadas à organização.  

11 “Irmão” designa os membros da facção. Importante salientar que para se tornar um “irmão” é 

necessário ser convidado por alguém que já integra a organização – que será o padrinho – e 

ser batizado, o que se dá através da leitura do estatuto e um juramento de fidelidade à facção. 

Os outros presos que não passaram por este processo são chamados de “companheiros”.   

deles, no mínimo, que, em geral é o responsável pela manutenção da ordem 

no local12, o que expressa a capilaridade do poder. 

Ao estatuto, várias regras de conduta são freqüentemente acrescidas, 

num mecanismo próprio de sustentação do poder. Destacaremos algumas 

regras que não fazem parte do estatuto do PCC, mas que estão em vigência 

atualmente: - a proibição de consumo de crack dentro das cadeias, que ocorreu no 

ano de 2002, aproximadamente, em decorrência do potencial altamente 

destrutivo da referida droga que gerava inúmeros transtornos e conflitos dentro 

da prisão que, somado ao seu preço baixo, fazia com que este comércio desse 

mais prejuízo do que lucro para a organização. - a responsabilização dos padrinhos pela atitude de seus afilhados em 

virtude do crescimento rápido da facção com novos membros sendo batizados 

numa velocidade muito alta e que gerou transtornos advindos da imaturidade 

de muitos destes novos “irmãos”. Neste sentido, a extensão da punição aos 

padrinhos, cujos afilhados infrinjam as regras da organização, visa disciplinar e 

regulamentar a entrada de novos membros para que estes “não denigram a 

imagem da organização”. Claro está que a cúpula do PCC visa, com este 

procedimento, estabelecer um determinado perfil para seus membros – de 

pessoas com maior preparo para lidar com conflitos e gerenciar a população 

carcerária - que, dentre outras razões, tem o objetivo de legitimar a existência e 

o domínio por ela exercido.  - gradação nas punições aos irmãos: se antes a execução do traidor ou 

infrator do código era, se não a única, a principal punição imposta pela 

organização aos seus membros, o desenvolvimento da facção resultou numa 

diferenciação das punições aos infratores do código normativo, cuja severidade 

depende da gravidade da infração. Assim, o irmão que incorrer em erros pode 

ser excluído permanentemente da organização ou pode ser suspenso por um 

período determinado de tempo. Esse período depende da infração cometida e 

pode variar de 90 dias até dois anos de suspensão. Pode ocorrer que, dentre 

os irmãos excluídos, alguns sejam executados; isso depende do que ocorreu e 

12 Embora essa seja a regra, há exceções que dependem muito do status do irmão e do status 

dos outros ocupantes da cela. Um dos entrevistados, por exemplo, muito respeitado entre a 

população carcerária afirmou que na cela dele o irmão lá presente não mandava em nada.  

também do status do ex-membro e, também, de ele representar ou não uma 

ameaça ao PCC. Em relação ao período de suspensão, em termos práticos, 

isso significa não poder batizar novos integrantes, ser proibido de comercializar – em especial, drogas - e também, perder seu status social diante da 

população carcerária.  - a proibição do porte de facas: essa, certamente, é mudança que 

melhor expressa o atual contexto do sistema carcerário paulista. As facas, 

serras, estiletes, sempre foram objetos centrais nas cadeias brasileiras e estão 

diretamente associados com a insegurança da vivência prisional e constituem

se em meios de auto-proteção. A faca era objeto central nas execuções do 

PCC, caracterizadas pela decapitação da vítima. Porém, há alguns anos, este 

objeto foi proibido pelo PCC, de acordo com informações de presos e de 

funcionários do sistema. Com exceção das ocasiões em que rebeliões são 

planejadas, o porte de faca em unidades prisionais do PCC acarreta severas 

punições ao indivíduo que for pego em tal infração. Ao questionar todos os 

presos com os quais conversei acerca dos motivos desta proibição, a resposta 

foi sempre a mesma: se todos são membros ou companheiros do PCC e, 

ainda, há uma ordem de manutenção da “paz” nas prisões – ou seja, brigas e 

mortes motivadas por desavenças pessoais e acerto de contas não estão 

sendo permitidas – sendo que quaisquer problemas adquiridos pelos indivíduos 

devem ser reportados à “autoridade” local, isto é, ao “Piloto”, que definirá as 

providências a serem tomadas. Assim, não há motivos para que alguém porte 

faca ou outro objeto de auto-proteção. O preso que for flagrado em tal 

transgressão será suspeito de tramar alguma coisa contra o PCC – de ser, 

portanto, um inimigo, pertencente a outra facção – ou de planejar desobedecer 

a ordem de manter a paz e de não respeitar a autoridade do líder local para 

solucionar conflitos interpessoais. Nos dois casos, trata-se de infração grave e 

acarretará punição.  

b-) Mudança na forma de matar: 

Em consonância com a regra destacada anteriormente, desde 2006 o 

PCC não executa mais seus inimigos dentro das prisões a golpes de facas ou 

estiletes. Utiliza, ao invés, mecanismos mais sutis e menos visíveis de 

execução, como o enforcamento – para simular suicídio – ou, como tem 

ocorrido mais recentemente, o “gatorade”13. A simulação do suicídio ou da 

morte por overdose elimina o problema histórico no sistema prisional da autoria 

do crime que, via de regra, era assumido por laranjas14. Trata-se, portanto, de 

uma forma racional de execução – que não é publicizada espetacularmente, 

como ocorrera outrora com a decapitação, mas é eficiente conquanto satisfaz a 

necessidade da punição e, ao mesmo tempo, dificulta a associação explícita 

com o homicídio. 

c-) Os tribunais e os debates: a democratização da organização?  

Uma nova configuração organizacional parece ter ocorrido no PCC após 

a ascensão de Marcola ao topo da hierarquia da facção; se antes o modelo de 

distribuição do poder era de tipo piramidal, hoje prevalece o modelo celular, no 

qual, apesar de haver uma hierarquia de fato, com uma cúpula no centro, há 

vários níveis intermediários, que dividem o poder de acordo com a região em 

que se encontram e prestam contas apenas à cúpula. Esta mudança 

organizacional tem o objetivo de dificultar as investigações acerca das 

atividades e dos recursos da facção, pulverizando as fontes e os responsáveis 

pela arrecadação e pelo controle do que é arrecadado.  

Porém, essa mudança organizacional veio acompanhada de um 

discurso de democratização da facção, que teria sido promovido pela nova 

cúpula, que, diferentemente da precedente (Geléião e Cesinha) tem um perfil 

“democrático” e propõe uma “ideologia social” para a organização, recusando a 

centralização do poder e instituindo um processo decisório onde todos – irmãos 

e companheiros – podem participar. Assim, de acordo com esse discurso, toda 

e qualquer questão – seja a instituição de uma nova regra, seja a execução ou 

a expulsão de alguém – é “debatida” entre todos e só após esse debate é que 

a decisão é tomada. Em consonância com esse discurso, as denominações 

“piloto” ou “líder” não são mais utilizadas uma vez que há a negação de que 

haja qualquer espécie de privilégio aos irmãos em relação aos companheiros e 

às “lideranças”15. Os membros do PCC se referem aos “líderes” como pessoas 

13 Gatorade consiste em obrigar o sujeito a ingerir um quantidade alta de drogas, geralmente 

cocaína, misturada com água que resulta em morte por parada cardíaca. 

14 Laranja ou lagarto é o nome que se dá ao preso que assume crimes ou faltas disciplinares 

cometidas por outros presos, geralmente como forma de pagamento de dívidas. 

15Todo esse discurso, cujos aspectos gerais apresentamos aqui – do PCC como organização 

de luta dos opressores contra os oprimidos, de democratização do sistema, inexistência de 

líderes, igualdade entre todos, participação coletiva na definição de regras de conduta e de 

que têm mais responsabilidade do que os outros – para manutenção da ordem 

e da harmonia – e que, além disso, são perseguidos pelo Estado, correndo 

risco de ir para a “tranca16” a qualquer momento. Além disso, criticam 

duramente a nomenclatura utilizada pelos líderes anteriores, que se auto

denominavam “generais”. 

Diretamente decorrente dos “debates”, foram instituídos tribunais17 

destinados a promover o julgamento de pessoas acusadas de infração às 

normas do Partido. Nestes casos, é realizado um debate prévio, em que 

participam o acusado, testemunhas que eventualmente existam, tanto de 

acusação quanto de defesa, e lideranças dos vários escalões do PCC, que ao 

final decidirão a sorte do acusado. De acordo com Bohannan (1966, p. 169) o 

tribunal se constitui como um corpo especializado para resolver disputas e 

proceder à correção do ato, o que pode denotar o acordo e/ou a punição do 

sujeito. Com a instituição dos tribunais, embora a estrutura da organização 

continue verticalizada, há uma participação maior das instâncias intermediárias 

de poder na discussão dos procedimentos corretivos adotados, sendo que a 

“sentença” passa a ser uma decisão coletiva e não mais de um único indivíduo – ainda que, obviamente, as opiniões tenham pesos distintos, de acordo com a 

posição ocupada na hierarquia da facção.  

Conclusão  

aplicação das punições - pode ser também percebido no depoimento de Marcola para a CPI do 

Tráfico de Armas, realizado em 2006, em Presidente Bernardes. Este depoimento foi tomado 

em caráter sigiloso e não está disponível na página oficial da referida Comissão Parlamentar 

de Inquérito.  

16 “Tranca” é como eles se referem às unidades que aplicam o RDD e também à Presidente 

Venceslau I (destinada ao cumprimento de castigo, onde os presos só podem permanecer por 

30 dias) e Venceslau II, que possuem um regime mais rígido do que as outras penitenciárias, 

mas muito mais flexível do que o RDD. Nesta unidade se encontram, atualmente, toda a 

liderança da organização e, por esse motivo, é chamada de “Parque dos Monstros”. Muitas 

unidades prisionais, ao identificar uma liderança muito expressiva e considerada “negativa” – a 

definição do que é ser um líder negativo não é claramente expressa - promove a remoção do 

referido preso para lá. Por este motivo, Venceslau II tem uma população de mais de 800 

presos, todos considerados “líderes” do PCC. 

17 Ao que parece, inicialmente os tribunais tinham como objetivo julgar os membros e os 

colaboradores da facção acusados de transgressão ao estatuto. Novos documentos 

encontrados pela polícia, bem como escutas telefônicas, revelam que estes tribunais vêm se 

expandindo para outras áreas de influência do PCC e estendendo seu âmbito de atuação 

desde os delitos mais graves, como estupros e homicídios praticados dentro das comunidades 

sob seu controle até as questões mais corriqueiras tais como, infidelidade no casamento, 

pequenos furtos e brigas entre vizinhos. A atuação do PCC independe de as pessoas 

envolvidas pertencerem ou não aos quadros da organização.   

10 

Todos estes elementos evidenciam a hegemonia do PCC no controle da 

ordem prisional e, ainda, o sucesso obtido pela facção na imposição da 

disciplina.  Claro está que o monopólio – privado – do exercício da violência 

física adquirido pela facção está consolidado. Analisando rapidamente algumas 

etapas deste processo, podemos perceber que num primeiro momento, a 

facção reunião para si os instrumentos materiais e financeiros18 que 

possibilitaram a imposição de um domínio que, ainda que tivesse uma base de 

apoio num discurso de solidariedade e união entre os presos, tinha na ameaça 

da violência um instrumento central. E, ainda, esse domínio exercido pela 

facção tinha um caráter essencialmente personalista, dependente do carisma e 

da disposição para matar das lideranças locais.  Hoje, no entanto, o poder 

exercido pela organização superou a individualidade de seus líderes locais, 

tanto que decisões de execução ou de espancamentos, por exemplo, não são 

mais tomadas isoladamente pelo mesmo, como o fora antes. Hoje, as punições 

são impostas pela e em nome da facção, ultrapassando todas as questões 

pessoais e as características de lideranças isoladas. O PCC se constitui como 

entidade mediadora dos conflitos sociais acima das partes, detentora da 

prerrogativa de zelar pela observância das normas e impor a punição aos seus 

transgressores, completando desta forma o processo de desapropriação dos 

indivíduos da possibilidade de resolver seus próprios conflitos.   

Hoje o PCC detém um amplo controle sobre toda a dinâmica da 

administração do cotidiano prisional. Em “parceria” com os funcionários 

públicos nos processos em que a participação destes é inevitável, como na 

seleção de presos para postos de trabalho, ou de forma completamente 

autônoma em relação à direção do estabelecimento, nos casos em que esta 

abre mão, deliberadamente, em exercer o seu papel de instância responsável 

pela administração e gestão dos presídios, o fato é que nada ocorre dentro das 

unidades prisionais sem o aval ou, no mínimo, o conhecimento das lideranças 

18 Durante a década de 1990 foram muitos os assaltos a carros-fortes e a bancos comandados 

pelo PCC – o que acontece até hoje – que possibilitaram a captação de recursos, fundamental 

na expansão e no fortalecimento da facção. O assalto ao banco Banespa, em 1999, é um 

exemplo emblemático deste processo, onde foram roubados quase R$ 33 milhões, sendo que 

parte desse valor foi destinada à facção. O mesmo ocorre com o assalto ao Banco Central de 

Fortaleza, ocorrido em 2005, onde R$ 168 milhões foram roubados.    

11 

da facção19. Nesta nova forma de exercer o poder, o PCC utiliza ao máximo as 

potencialidades de cada indivíduo preso, companheiro ou irmão.  

A abordagem de Foucault (2000) nos permite uma compreensão positiva 

das relações estabelecidas entre o PCC e a massa carcerária a ele submetida, 

isto é, como exercício do poder com objetivos econômicos e políticos. Objetivo 

econômico na medida em que mobiliza um exército de homens submissos para 

trabalhar nos negócios geridos pela facção; políticos, uma vez que a 

obediência garante a hegemonia da facção e a consolidação de seu domínio, o 

que, inclusive, se constitui como elemento de barganha em acordos e 

negociações com o Estado. 

Para Foucault, ao poder não interessa expulsar os homens da vida 

social e “sim gerir a [sua] vida [...], controlá-los em suas ações para que seja 

possível e viável utilizá-los ao máximo”. (MACHADO, 2000, p. XVI). É desta 

forma que, ao ter seu domínio consolidado, o PCC pode se permitir gerenciar e 

controlar minuciosamente a vida da população carcerária com uma violência 

muito menos visível, em muitos casos, imperceptível, até. Desta forma, ele 

atinge seus objetivos e, ao mesmo tempo, legitima ainda mais seu poder a 

partir de um discurso de afirmação da responsabilidade da facção na redução 

da violência no sistema prisional, com a diminuição significativa do número de 

mortos nas cadeias, de rebeliões, motins e conflitos diversos. Trata-se de um 

discurso de legitimação da organização que, evidentemente, corresponde 

apenas parcialmente à realidade das cadeias paulistas. De um lado, é fato que 

houve uma diminuição do número de mortos e de eventos de ruptura da ordem 

nas prisões (rebeliões e motins). De outro, é fato que a população carcerária se 

encontra hoje sob o domínio despótico dos líderes da facção PCC. A certeza 

da punição à transgressão das regras é tão forte, que esses indivíduos sabem 

19 Só para citar alguns exemplos deste domínio do PCC: as lideranças da organização dentro 

da respectiva unidade prisional é que indicam os presos que irão trabalhar na cozinha ou na 

faxina; se entre esses trabalhadores, algum não seguir as normas do setor, qualquer que seja 

o motivo, o funcionário responsável irá falar com o membro do PCC responsável pelo controle 

da disciplina no local e o mesmo decidirá se haverá “demissão” ou não. Todos os presos que 

chegam na unidade, após passar por uma entrevista com o diretor de disciplina, passa, 

necessariamente, por uma entrevista com alguma das lideranças da organização; nesta 

entrevista, o recém-chegado tem que informar nome, matrícula e as últimas unidades pelas 

quais ele passou, para que o “responsável” se comunique com os “responsáveis” destes locais 

para se informar se houve algum tipo de problema, se o mesmo saiu da outra unidade devendo 

alguma coisa etc. Ou seja, esse sistema de comunicação entre as lideranças das unidades 

prisionais forma uma rede de poder que abarca todo o sistema penitenciário, permitindo à 

facção um amplo controle de seu funcionamento.     

12 

que não podem transgredir, de forma alguma - outro fator que favorece a 

diminuição do número de assassinatos. Como o próprio Foucault (2003, p. 311) 

observa, os controles psicológicos são mais eficazes que os físicos.  

O PCC ocupa, hoje, uma posição privilegiada na rede de poder que 

atravessa o sistema prisional, que lhe permite o “governo dos homens pelos 

homens”.  (FOUCAULT, 2003, p. 385). Como vimos anteriormente, um dos 

traços dessa racionalidade intrínseca a dominação exercida pelo PCC é a 

redução dos aspectos simbólicos e mais visíveis da violência imposta pela 

facção àqueles que a ela são submetidos e a conformação de um discurso que 

procura descaracterizar a natureza despótica desta dominação e construir uma 

imagem de uma organização pautada por formas democráticas e voluntária de 

participação dos presos. A realidade, no entanto, é complemente diferente. De 

acordo com Foucault (2003, p. 319) “a violência encontra sua ancoragem mais 

profunda e extrai sua permanência da forma de racionalidade que utilizamos”.  

Assim, se ao PCC é dada a prerrogativa de se abster de demonstrar sua força 

e seu poder dentro das prisões, é porque o seu domínio está tão consolidado e 

tão consistente que se torna desnecessário e até contraproducente fazer da 

eliminação dos seus inimigos ou adversários uma demonstração pública da sua 

força. A violência não precisa mais ser publicizada conquanto ela esteja 

implícita no gerenciamento da massa carcerária efetivado pelo PCC e está 

mais potente e mais fulminante do que nunca, uma vez que é posta em prática 

através dos múltiplos e silenciosos processos de controle efetivados no 

cotidiano da prisão, e não mais através de explosões de força bruta que tinham 

o propósito de afirmação do poder.  

Tanto o aumento de rebeliões e de homicídios entre o período de 1994 a 

2006, como a queda destes eventos a partir de meados deste mesmo ano, 

devem ser compreendidos como produto da reconfiguração no poder no 

universo carcerário. Esta reconfiguração ocorreu com a desapropriação dos 

indivíduos da prerrogativa de utilização da força física e a progressiva 

centralização do uso da violência pela organização, na medida em que se 

expandia.  

Neste sentido, a violência adquire uma forma e uma função peculiar em 

cada um dos dois momentos deste processo. No momento de expansão e 

consolidação do PCC (1994-2006) a violência se constitui como instrumento da 

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conquista e demarcação de territórios com a necessidade de eliminação 

daqueles que se recusavam a aceitar o seu domínio, além de possuir um 

caráter simbólico de demonstração do poder. Num terceiro momento, porém, 

com a consolidação do seu domínio, a espetacularização da violência torna-se 

desnecessária e contraproducente. Hoje, a violência não precisa mais ser 

publicizada conquanto ela esteja implícita no gerenciamento da massa 

carcerária efetivado pelo PCC e está mais potente do que nunca, uma vez que 

é posta em prática através dos múltiplos e silenciosos processos de controle 

efetivados no cotidiano da prisão.  

Bibliografia 

BALANDIER, G. (1982) O poder em cena. Brasília: Editora UnB. 

BOHANNAN, Paul. (1966) “A antropologia e a lei” In Panorama da Antropologia 

(vários autores). São Paulo: Editora Fundo de Cultura. 

FOUCAULT, M. (2000) Vigiar e Punir: História da violência nas prisões. 

Petrópolis: Vozes. 

______. (2003) Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 

GIRARD, R. (1998) A violência e o sagrado. São Paulo: Paz e Terra.  

MACHADO, R. (2000) “Introdução: por uma genealogia do poder”. In: 

Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, pp. VII-XXIII.  A dissertação da autora Camila Caldeira Nunes Dias

A ineficiência do Estado contra o crime organizado decorre da corrupção de agentes públicos, da falha na implementação de políticas públicas que combatam a desigualdade social e a exclusão, e da falta de recursos e integração entre as instituições de segurança pública e o sistema de justiça. As organizações criminosas se infiltram em setores da economia e corrompem o poder público, dificultando a ação estatal e criando um ambiente de impunidade e insegurança jurídica. 

As organizações criminosas infiltram-se no sistema público oferecendo benefícios a funcionários para obter vantagens em suas atividades ilícitas. A corrupção é uma barreira para a ação do Estado, paralisando a Justiça e a atuação das polícias. 

Existe uma falta de cooperação e integração efetiva entre as diferentes instituições de segurança pública e o sistema judiciário, o que dificulta a troca de informações e a coordenação de ações contra o crime organizado. 

O crime organizado passa a competir com o Estado na capacidade de governar e de fazer valer a lei, enfraquecendo as instituições democráticas.  Segundo especialistas nos veículos de imprensa no Brasil.

Triste estado brasileiro.

Confira a noticia no Portal G1 da Rede  Globo.https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/09/04/posto-no-bixiga-em-sp-recebeu-metanol-desviado-pelo-pcc-para-adulterar-combustivel-e-ja-foi-interditado-ao-menos-4-vezes.ghtml

E assim caminha a humanidade.

Imagem ; Portal G1 da Rede Globo.

 


 

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