quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Trumpismo.

 O trumpismo é a ideologia e o movimento político centrados em Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e presidente eleito para o período a partir de 2025. Não se resume apenas às políticas de Trump, mas engloba um conjunto de características e comportamentos que atraem sua base de apoiadores, frequentemente identificada com o slogan "Make America Great Again" (MAGA). 

Principais características

Populismo de direita: O movimento se baseia na ideia de que os anseios da "gente comum" são ignorados por uma elite política, econômica e cultural, contra a qual o movimento se opõe.

Nacionalismo e protecionismo: Defende o fortalecimento da nação americana e a priorização de seus interesses, o que se traduz em políticas como "America First" (América Primeiro) e em medidas protecionistas, como a imposição de tarifas sobre produtos importados.

Anti-globalismo: Critica acordos multilaterais e organizações internacionais, propondo uma postura mais isolacionista nas relações exteriores.

Retórica de confronto: Trump utiliza uma linguagem agressiva e muitas vezes ofensiva, polarizando o debate público e atacando adversários, a mídia e instituições. O movimento se nutre da polarização política.

Neoconservadorismo: Além de atrair a direita cristã, o trumpismo incorpora elementos de neofascismo e conservadorismo mais radical, gerando debates e críticas.

Incerteza e imprevisibilidade: Trump costuma adotar estratégias políticas que fogem das normas tradicionais, usando a "Teoria do Louco" para convencer seus adversários de sua imprevisibilidade e obter vantagens em negociações. 


Divisão do Partido Republicano: A ascensão do trumpismo dividiu o Partido Republicano, com a base de Trump se tornando a facção dominante. O movimento gerou oposição interna, conhecida como "Never Trump".

Autoritarismo e questionamento da democracia: Alguns analistas veem no trumpismo inclinações autoritárias e uma desconsideração pelo Estado de direito. O movimento frequentemente questiona a integridade de processos eleitorais e dissemina teorias da conspiração.

Impacto global: O retorno de Trump à presidência em 2025 deve ter impacto nas relações internacionais, com a adoção de posturas protecionistas e o enfraquecimento de alianças tradicionais. 

O trumpismo é frequentemente comparado a outros movimentos nacional-populistas e de extrema-direita que surgiram globalmente, como o bolsonarismo no Brasil. Ambos os movimentos compartilham



Confira ao artigo dos autores  Ubirajara de None Caputoa  e Henrique Araujo Aragusukua 



 Donald Trump e o fascismo: uma análise inspirada na teoria crítica

 Ubirajara de None Caputoa * 

Henrique Araujo Aragusukua 

a Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Social, São Paulo, SP, Brasil

 Resumo: A atuação de Donald Trump durante o período em que esteve na presidência dos Estados Unidos 

suscita a investigação de possíveis semelhanças entre ele e líderes fascistas do passado. A proposta deste 

ensaio é apresentar reflexões sobre a atuação política de Trump, inspiradas pelas discussões sobre a psicologia 

e a propaganda fascista na teoria crítica. Embora pareça impossível tomar Trump por um líder fascista clássico, 

principalmente em razão de contextos históricos muito diferentes, também é impossível desconsiderar o nexo 

entre suas estratégias políticas e o modus operandi de agitadores fascistas no século XX. Além disso, é inegável que 

sua política mobiliza elementos sociopsicológicos que remontam às análises da emergência do fascismo histórico, 

como a identificação com uma figura idealizada e transcendente, a submissão a uma autoridade ou causa superior 

e a agressividade direcionada às ameaças do out-group.

 Palavras-chave: fascismo, teoria crítica, fascismo digital, psicologia social.

 Introdução

 regimes fascistas das primeiras décadas do século XX –  

que passaremos a chamar de fascismo histórico (Mann, 

O termo “fascista” costuma ser usado para 

desqualificar desafetos localizados em qualquer ponto 

do amplo espectro político-ideológico. Recuperando a 

história do fascismo, é preciso lembrar que “a direita é 

o gênero de que o fascismo é espécie” e “a ideologia de 

direita representa sempre a existência de forças sociais 

empenhadas em conservar determinados privilégios . . .  

de que tais forças são beneficiárias” (Konder, 2009, p. 27). 

O fascismo, contrapondo-se à influência das ideias liberais 

na própria direita, promove um Estado-nação transcendente 

e totalizante (Mann, 2008; Paxton, 2008). No entanto, não 

é raro encontrar o adjetivo “fascista” associado a ideias 

progressistas, o que seria suficiente para implodir o termo, 

necessariamente associado, em sua origem, a um tipo de 

conservadorismo de direita.

 Verifica-se que o senso comum atribui ao termo 

“fascismo” sentidos diversos que o afastam de sua 

configuração original. Mesmo que as múltiplas acepções 

insultuosas do significante “fascismo” não sejam 

nítidas, nota-se tendência de associá-lo ao autoritarismo,  

à rigidez e à negação do humano. Tais associações são 

compreensíveis, ao considerar que os movimentos fascistas 

originais se tornaram regimes políticos conhecidos por 

eliminarem seus oponentes pelo uso “justificado” da 

violência, excluírem os que consideravam indesejáveis 

e submeterem todos/as ao regime. O uso comum da 

palavra “fascismo” para denunciar ações contra grupos 

vulneráveis e posicionamentos políticos autoritários 

e inflexíveis demonstra que os modos de agir dos 

*Endereço para correspondência: biracaputo@gmail.com

 2008) para melhor orientar a leitura – permanecem na 

memória coletiva e nos discursos do presente.

 O fascismo histórico foi um movimento político 

emergente no início do século XX, marcado pelas 

seguintes características: nacionalismo, chauvinismo 

étnico e racial, estatismo, paramilitarismo, conteúdo social 

conservador, uso de mitos irracionais para a justificação 

de sua prática política, antiliberalismo, antidemocracia 

e antissocialismo (e.g. Bianchi & Melo, 2018; Konder, 

2009; Mann, 2008). Torna-se possível, em acordo com 

Freud, porque “a dicotomia entre in-group e out-group é 

de uma natureza tão profundamente enraizada que afeta 

até mesmo aqueles grupos cujas ideias aparentemente 

excluem tais reações” (Adorno, 2015a, p. 174). Sendo 

assim, Freud livra-se da “ilusão liberal de que o progresso 

da civilização iria produzir automaticamente um aumento 

de tolerância e uma diminuição da violência contra os 

out-groups” (Adorno, 2015a, p. 174). Por isso o fascismo, 

enquanto uma tendência política, permanece nos dias 

atuais. Atualiza-se de acordo com condições históricas 

objetivas, mas permanece.

 Problema e método

 Neste ensaio, buscamos levantar algumas 

reflexões sobre a atuação política de Donald Trump, 

inspirados pelas discussões sobre psicologia e propaganda 

fascista a partir da teoria crítica (Adorno, 2015a, 2015b; 

Carone, 2002; Fromm, 1980), em conexão com outros 

estudos sobre o fascismo histórico (e.g. Mann, 2008; 

Paxton, 2008) e sobre as tendências fascistas na política 

http://dx.doi.org/10.1590/0103-6564e220050

Ubirajara de None Caputo   & Henrique Araujo Aragusuku

 (MAGA), em que se evidenciam dois elementos:  

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 contemporânea (e.g. Fielitz & Marcks, 2019; Neiwert, 

2017). Nosso problema é lançar luz sobre como uma 

questão do presente – a emergência da extrema direita 

no cenário político estadunidense – pode ter confluências 

com análises de um fenômeno político do passado.

 Anteriormente um outsider da elite política 

norte-americana, Trump foi eleito 45º presidente dos 

Estados Unidos, em 2017 – cargo que exerceu até 

janeiro de 2021 –, através de uma campanha permeada 

por polêmicas e conflitos, amparando-se em uma 

agenda radicalmente neoliberal no campo econômico 

(avessa a direitos trabalhistas, políticas sociais etc.) 

e conservadora no campo cultural (xenófoba, contra 

as lutas dos movimentos LGBTI+, feminista e negro 

etc.). Embora pareça impossível tomar Trump por 

um líder fascista clássico, principalmente em razão 

de contextos históricos muito diferentes, também é 

impossível desconsiderar o nexo entre suas estratégias 

políticas e o modus operandi de líderes fascistas no 

século XX. Além disso, é inegável que sua política 

mobiliza elementos sociopsicológicos que remontam 

às análises da emergência do fascismo histórico.

 Nosso objetivo neste ensaio não é discutir 

exaustivamente os conceitos envolvidos em nossa análise, 

mas sim traçar, de forma ampla, reflexões que produzam o 

debate acadêmico e possam ser reaproveitadas no futuro, 

inspirando novos estudos. Por meio dos fundamentos 

da teoria crítica, compreendemos que os fenômenos 

políticos estão intrinsecamente conectados a elementos 

sociopsicológicos responsáveis por constituir a vida humana 

em sociedade (Azevedo & Menin, 1995). Paralelamente, 

tais fenômenos estão permeados por relações e estruturas 

de poder, sendo um dos fins do pensamento crítico o 

desvelamento das desigualdades e opressões que tornam 

a vida em sociedade miserável para a maioria das pessoas. 

Como definido por Max Horkheimer (2002), a teoria crítica 

é “uma teoria dominada em todos os aspectos por uma 

preocupação com condições razoáveis de vida” (p. 1999), 

por um compromisso teórico com a justiça social e a 

emancipação humana.

 Consonâncias e dissonâncias

 A discussão sobre a medida em que Trump e seu 

projeto de poder se assemelham ao fascismo histórico e, 

portanto, podem ser caracterizados como neofascistas, 

requer urgência, uma vez que projetos análogos, os quais 

propõem retrocessos sociais e políticos – ameaças às 

liberdade civis, proposições etnonacionalistas, negacionismo 

científico e afrouxamento de regras ambientais –, podem 

ser identificados em diferentes países, como Hungria,  

com Orbán; Turquia, com Erdogan; Filipinas, com Duterte; 

Rússia, com Putin; e Brasil, com Bolsonaro (Löwy, 2019).

 Inspirado em certa redução da influência dos 

Estados Unidos no cenário internacional e na ameaça 

econômica representada pela China, o mote da campanha 

presidencial de Trump foi “Make America Great Again” 

o nacionalismo e a necessidade de reerguer a pátria. 

Tais elementos são amplamente reconhecidos como 

características fulcrais e indispensáveis ao fascismo 

(e.g. Griffin, 1991; Turner, 2019). É razoável que o líder 

de uma nação a tenha em alta conta, mas o que se viu 

na campanha de Trump e ao longo de seu mandato foi a 

exacerbação da ideia de nação como um mito, exatamente 

como Mussolini havia feito no século anterior: “Criamos 

o nosso mito. O mito é uma fé, uma paixão. . . . O nosso 

mito é a nação, o nosso mito é a grandeza da nação!”1 

(Konder, 2009, p. 36).

 Embora espere-se que um projeto de governo 

inclua políticas que zelem pelos interesses do país, Trump 

baseou o seu governo na afirmação de que os Estados 

Unidos são uma nação ameaçada que deve ser defendida 

ardorosamente, bem ao gosto de líderes fascistas do 

passado. Em um discurso realizado no dia 3 de julho 

de 2020, num evento comemorativo da independência 

dos Estados Unidos, em meio a aplausos e um acalorado 

público, Trump anunciou que:

 Nossos fundadores declararam ousadamente que nós 

somos todos dotados dos mesmos direitos divinos – 

dados a nós por nosso Criador no Céu. E o que Deus 

nos deu, não permitiremos a ninguém, nunca, tomar 

de nós – nunca . . . Nossa nação está testemunhando 

uma campanha impiedosa para varrer nossa história, 

difamar nossos heróis, apagar nossos valores e 

doutrinar nossas crianças. . . . Eles pensam que o povo 

americano é fraco e brando e submisso. Mas não,  

o povo americano é forte e orgulhoso, e ele não permitirá  

que nosso país, e todos os seus valores, história e 

cultura, sejam tomados dele (“Remarks…”, 2020).

 É importante diferenciar o uso da “nação” como 

mito capaz de unir uma coletividade a serviço de algo maior 

do que si mesma do conceito de “Estado”. As concepções 

do fascismo histórico e de Trump quanto ao Estado, como 

ente político organizativo de uma sociedade, são muito 

diferentes. Mussolini chegou a declarar que nada deveria 

haver fora do Estado. É claro que o Duce não se referia a 

um Estado popular, democrático ou socialista, mas sim 

a um Estado capitalista-corporativista e intervencionista 

que deveria se submeter a seus desígnios ditatoriais.  

O estatismo é um elemento primordial do fascismo 

histórico (Mann, 2008), sendo o Estado autoritário, avesso 

às premissas do liberalismo, um meio de consolidação 

do imaginário de nação.

 Na Europa do século passado, os movimentos 

fascistas surgiram em contraposição aos governos liberais, 

nos quais “esperava-se que a intervenção governamental 

se limitasse às poucas funções que os indivíduos não 

podiam desempenhar para si próprios” e que “os assuntos 

1 Tradução da fala original de Mussolini citada em Opera omnia 

(Vol. XVIII, p. 457).

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 Psicologia USP   I   www.scielo.br/pusp

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 Donald Trump e o fascismo: uma análise inspirada na teoria crítica

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 econômicos e sociais fossem entregues ao livre jogo das 

escolhas individuais no âmbito do mercado” (Paxton, 

2008, p. 135). Trump não preconizou a interferência do 

Estado na economia de seu país. Ao contrário, defendeu o 

modelo neoliberal ao trabalhar para reduzir a participação 

do Estado em programas de saúde implementados pelo 

seu antecessor, reforçando a ideia de autorregulação dos 

mercados e de supressão de políticas sociais (Bianchi 

& Melo, 2018). Enquanto as lideranças do fascismo 

histórico são frutos da crise dos regimes liberais do 

início do século XX (Fromm, 1980; Mann, 2008), Trump 

surge no contexto de hegemonia neoliberal existente no 

mundo globalizado, reafirmando as premissas basilares 

do capitalismo financeiro em plano geopolítico, a despeito 

de algumas medidas protecionistas para favorecer o 

mercado estadunidense contra a concorrência externa.

 O ideário liberal, contra o qual o fascismo 

histórico se lançou, não repercute apenas nos modos 

de funcionamento das economias. Ele se assenta na 

ideia de liberdade individual como direito fundamental 

dos/as integrantes de uma dada sociedade. O fascismo 

histórico, ao contrário, preconiza a subordinação de 

cada homem e mulher ao “bem comum”, com estreita 

margem para escolhas livres e pessoais – o que o torna 

essencialmente antidemocrático. Trump não ameaçou 

abertamente as liberdades individuais e nem propôs 

institucionalmente restrições democráticas, mas 

buscou apagar a estrutura multicultural da sociedade 

estadunidense. Ao desqualificar as pessoas latinas, 

muçulmanas, asiáticas, negras e de outros segmentos 

populacionais vulneráveis, por contraste, acabou por 

delinear um modelo de cidadão/ã ideal, baseado em raça/

 cultura, acentuando o imaginário de poder da população 

branca e cristã, revitalizando as políticas segregacionistas 

que marcaram a história dos Estados Unidos.

 Outro inimigo do fascismo histórico foi o 

comunismo. Também nos Estados Unidos, durante a 

guerra fria, a retórica da ameaça comunista foi mobilizada 

por grupos de direita. Expoentes da política institucional, 

como o senador McCarthy, precedidos por religiosos, 

como Martin Luther Thomas, entre outros ativistas de 

extrema direita, tratavam os comunistas como “inimigos 

do povo” (Carone, 2002, p. 198), justificando políticas 

que suspendiam liberdades e direitos civis. Em seu 

período como presidente, no qual o comunismo não 

mais se configurava como ameaça, Trump elegeu as 

pessoas imigrantes, em especial muçulmanas e latinas, 

como inimigas dos valores de sua nação. E o fez de 

forma muito semelhante a seus antecessores de extrema 

direita, conforme se nota ao comparar sua retórica anti

imigração ao padrão da propaganda norte-americana 

do início do século XX (Adorno, 2015a; Carone, 2002). 

Ao alertar para os riscos de permitir a permanência 

de imigrantes indesejados/as no país, Trump inverteu 

os papéis de agressor e vítima. Segundo Iray Carone 

(2002), “o aspecto psicológico imanente à construção 

ideológica que converte o agressor em vítima ameaçada 

e a vítima em agressor, consiste em estimular e justificar 

a violência contra os out-groups, neles projetando o que 

deles se imagina” (p. 202).

 A respeito do vazio de argumentos que justificassem 

uma cruzada pró-americana nos discursos da extrema 

direita norte-americana do passado, Carone (2002) 

acrescenta: “a argumentação era substituída pelo artifício 

de nomear grupos, pessoas e raças como alvo de suas 

diatribes” (p. 205), exatamente como fez Trump em diversos 

discursos sobre imigrantes (e.g. Lind, 2019). Não é por acaso 

que o público-alvo desses discursos – “pessoas de baixa 

classe média, com pouca escolaridade, sujeitos de meia

idade ou idosos com profundas convicções religiosas de 

caráter fundamentalista ou sectário” (p. 199) – se assemelha 

ao público de seguidores/as mais fanáticos/as de Trump.

 Esses/as eleitores/as foram convencidos/as, como 

se deu no fascismo alemão e italiano do século passado, 

de que se tornaram “vítimas de um sistema de exploração 

internacional” (Konder, 2009, p. 37), e se sentiram impelidos/

 as a lutar contra o inimigo para buscar “uma restauração de 

algo do passado – uma revolução conservadora, a volta aos 

bons velhos tempos” (Carone, 2002, p. 208). Sendo assim, 

intencionalmente ou não, Trump agiu como um herdeiro 

genuíno da retórica e das tendências fascistas existentes 

em grupos da extrema direita estadunidense do século 

XX, ressentidos com os processos de democratização e 

o avanço dos movimentos por direitos civis para grupos 

historicamente excluídos e perseguidos.

 O personagem

 O fascismo é indissociável da figura de um líder 

capaz de sensibilizar uma massa de seguidores a cultuá-lo 

e apoiá-lo em suas pretensões. Foi isso que Trump fez 

ao incitar seguidores a invadirem o Capitólio em 6 de 

janeiro de 2021. Nesse dia, ele discursou para milhares de 

pessoas na capital estadunidense e insuflou uma multidão 

a marchar e, posteriormente, invadir violentamente o 

Congresso para tentar impedir o término da sessão que 

formalizaria a vitória de seu sucessor à presidência da 

república. Repetindo o slogan “Stop the Steal”, Trump 

enfatizou que as eleições foram fraudadas para “impedir 

sua esmagadora vitória”, mesmo sem qualquer evidência 

ou compromisso em provar essas graves acusações 

(“Trump’s…”, 2021).

 Theodor Adorno tratou sobre a retórica de líderes 

fascistas com maestria. Ele nos fala de uma atmosfera de 

agressividade emocional propositadamente promovida 

pelo líder, de uma reiteração constante de ideias, da 

necessidade de o líder atuar narcisicamente para permitir a 

identificação narcísica de seus seguidores (Adorno, 2015a). 

Tais características são frequentemente identificadas nos 

discursos de Trump e em suas constantes postagens nas 

redes sociais. Conforme enfatizado por Ruth Wodak 

(Jackson, 2021), foram 34 mil tweets disparados por 

Trump entre junho de 2015 e janeiro de 2021, nos quais 

circulou grande parte de sua propaganda – que privilegiou 

Psicologia USP, 2024, volume 35, e220050

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Ubirajara de None Caputo   & Henrique Araujo Aragusuku

 ambiente televisivo, o que prevaleceu foi a excelência 

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 a escandalização, a provocação, a violação de normas 

e a incitação ao ódio como formas de mobilização de 

seus apoiadores/as. Sobre isso, Adorno (2015a) afirma:

 O líder pode adivinhar os desejos e necessidades 

psicológicas daqueles suscetíveis à sua propaganda, 

porque os reflete psicologicamente e deles se 

distingue por uma capacidade de exprimir, sem 

inibições, o que é latente . . . a própria linguagem, 

desprovida de seu significado racional, funciona de 

uma forma mágica e favorece aquelas regressões 

arcaicas que reduzem os indivíduos a membros de 

multidões (p. 181).

 Assim como as massas do entreguerras elegeram 

líderes fortes, potencialmente capazes de restaurar a 

ordem, nos dias atuais, quase metade do eleitorado 

estadunidense tentou eleger Trump para um segundo 

mandato, cuja campanha baseou-se em um suposto 

mito da “restauração nacional” diante das ameaças 

de inimigos internos e externos, presumidos como 

sabotadores de valores verdadeiramente americanos. 

Uma parte desse eleitorado se identificou de forma tão 

absoluta com seu líder político que chegou a crer nas 

afirmações de Trump, mesmo sem qualquer tipo de 

evidência, de que a eleição havia sido fraudada e que 

isso justificaria uma insurreição violenta.

 É notável que o lema “Stop the Steal” tenha sido 

empregado de forma instrumental, como uma propaganda 

política sem qualquer compromisso com a verdade, tendo 

como objetivo final a mobilização de uma base social. 

Evidencia-se, assim, mais um elemento estruturante da 

ideologia fascista: a mentira como estratégia para construir 

uma realidade planejada (Arendt, 2012). Ao submeter a 

própria verdade a seu poder, o líder fascista pretende atingir 

os limites da dominação, e isso se torna possível, segundo 

Federico Finchelstein (2020), porque o que o líder diz ou 

faz torna-se mais importante do que os fatos. Conforme 

Jason Stanley (2018), “a política fascista troca a realidade 

pelos pronunciamentos de um único indivíduo. . . . Mentiras 

óbvias e repetidas fazem parte do processo pelo qual a 

política fascista destrói o espaço da informação” (p. 66).

 A personalidade e a história de vida de Trump 

estão longe de serem compatíveis com o exigido para 

um líder responsável por combater a corrupção e pela 

regeneração dos valores da nação. Enquanto ele dizia 

defender valores conservadores do povo americano 

oprimido pelo corrupto establishment, sua história era 

permeada por contradições. Como um bilionário do ramo 

da construção e celebridade televisiva, Trump faz parte 

da elite econômica dos Estados Unidos. Sua história é 

permeada por polêmicas, dentre elas, diversos casos 

de corrupção e más práticas empresariais, infidelidade 

conjugal e escândalos sexuais (e.g. Dickinson, 2018; 

Prokop, 2016). No entanto, tais incoerências não 

abalaram a sua influência política e sua capacidade de 

convencimento de milhões de pessoas. Assim como no 

na execução de um personagem, pois sua liderança não 

se sustentou na coerência de suas práticas, mas sim 

em sua performance como agitador e propagador de 

uma narrativa política. Em acordo com as reflexões 

de Adorno, esse elemento se assemelha à retórica de 

agitadores fascistas do início do século XX.

 Este caráter fictício é o elemento vital das 

performances da propaganda fascista. . . . O caráter 

fictício da oratória propagandista, o hiato entre a 

personalidade do locutor e o conteúdo e caráter de 

suas afirmações são atribuíveis ao papel cerimonial 

que ele assume e que dele se espera. Essa cerimônia, 

entretanto, é meramente uma revelação simbólica da 

identidade que ele verbaliza, uma identidade que os 

ouvintes sentem e pensam, mas não podem exprimir. 

A gratificação que eles obtêm da propaganda 

consiste muito provavelmente na demonstração dessa 

identidade. . . . Certamente podemos chamar este ato 

de identificação um fenômeno de regressão coletiva 

(Adorno, 2015b, p. 146).

 Desse modo, destacamos, a retórica fascista 

se sustenta em processos primários de identificação – já discutidos por Freud (2011) em seu texto sobre a 

psicologia das massas, retomado por Adorno (2015a) – em que a racionalidade das ações e a autonomia dos 

sujeitos é suspensa pelo culto à liderança que encarna 

valores e ideais superiores. Dentro dessa lógica, mentiras 

e afirmações não baseadas em evidências, sempre imersas 

em provocações e agitações, tornam-se práticas cotidianas 

no jogo político, pois a coerência da narrativa política 

não se dá por meio da racionalidade de suas proposições, 

mas através de processos de identificação. Isto é, pela 

evocação de uma identidade étnico-nacional idealizada 

e sempre em perigo.

 Inúmeras vezes Trump utilizou a expressão 

“we, the american people” ao mesmo tempo que se 

apresentava como o único e legítimo representante dos 

interesses desse coletivo (que se entende como um povo

nação). Em seus pronunciamentos, ele constantemente 

utilizou a estratégia retórica de afirmação de si – o amor 

a si próprio do narcisismo (Freud, 2011) – novamente 

recorrendo a declarações inverificáveis. Já em 2015, 

quando se lançou candidato à presidência, Trump 

afirmou: “eu sou o único que pode fazer a América 

verdadeiramente grande novamente”. Ao longo dos 

seus quatro anos de presidência, declarações como 

“eu sou o único”, “sou o melhor” e “ninguém sabe 

mais do que eu” foram utilizadas com frequência em 

seus discursos, como uma forma de autoafirmação 

de sua autoridade (NowThis News, 2019; Vice News, 

2020). Mesmo as afirmações mais absurdas, como 

“ninguém sabe mais sobre o Estado Islâmico que eu” e 

“sou o melhor presidente para as pessoas negras desde 

Abraham Lincoln [que aprovou o fim da escravidão em 

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 Donald Trump e o fascismo: uma análise inspirada na teoria crítica

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 1863]”, eram ouvidas com naturalidade e concordância 

por seus/suas eleitores/as.

 Como evidenciado por Adorno (2015b), “o agitador 

fascista é usualmente um exímio vendedor de seus próprios 

defeitos psicológicos. Isso somente é possível devido a 

uma similaridade estrutural geral entre seguidores e 

líder” (p. 144). Em uma espécie de narcisismo coletivo, 

Trump corporificou a grandeza e infalibilidade da “nação 

americana”, angariando fervorosos/as seguidores/as que 

entregaram suas vidas e suas individualidades para uma 

causa maior e para a defesa da nação.

 O movimento MAGA

 O fascismo não se constitui apenas por uma retórica 

promovida por lideranças, agitadores e propagandistas, 

mas também por um movimento que mobiliza pessoas 

em ações políticas. Como agitadores fascistas convencem 

uma parcela significativa da população de que suas ideias 

políticas, geralmente incoerentes e irracionais, devem ser 

seguidas? Quais os mecanismos sociais e psicológicos 

que tornam possível a emergência de um movimento 

fascista de massas?

 Existem diferenças importantes entre o contexto 

sociopolítico em que Trump presidiu os EUA e o da Europa 

do entreguerras, o que dificulta qualquer tipo de analogia 

direta e explícita (Bianchi & Melo, 2018). Entretanto, 

existem notáveis semelhanças entre as estratégias 

retóricas utilizadas por Trump enquanto líder político e 

as propagandas fascistas do século XX. Em relação ao 

caráter de seus/suas seguidores/as, também é possível 

traçar alguns paralelos a partir das discussões sobre os 

aspectos sociopsicológicos do fascismo histórico (Adorno, 

2015a; Fromm, 1980).

 Desde que se lançou como candidato à 

presidência dos Estados Unidos, Trump organizou em 

torno de si um potente movimento comprometido com 

sua eleição – e, posteriormente, reeleição – e com a 

defesa intransigente de sua liderança: o “Make America 

Great Again (MAGA)”. Slogans desse movimento 

foram estampados em camisetas, bonés e bandeiras, 

os quais se tornaram importantes elementos de 

autoidentificação e unificação de seus/suas seguidores/

 as. A lealdade intransigente a esse movimento foi 

enfatizada por diversos meios de comunicação e pelo 

próprio Trump em um comício de campanha, em 2016, 

quando afirmou que “eu poderia parar no meio da 

Fifth Avenue [movimentada via de Nova York] e atirar 

em alguém, e eu não perderia nenhum eleitor” (CNN, 

2016), seguido por risadas e ovações do público que 

lhe assistia. De fato, a lealdade a esse movimento foi 

testada nas eleições de 2020, quando Trump recebeu 

74 milhões de votos (em torno de 47% do total de 

votos) graças à mobilização de suas bases eleitorais.

 No entanto, há muitas diferenças entre o movimento 

pró-Trump e o fascismo histórico. De modo distinto aos 

movimentos fascistas do século XX, não existiu unidade 

política e nem estrutura centralizadora no MAGA. 

Trump atuou por meio do Partido Republicano, porém 

não se ateve às decisões de seus organismos de direção. 

Ao contrário, procurou sempre impor suas decisões ao 

partido, recorrendo constantemente ao conflito direto com 

as principais lideranças partidárias quando contrariado. 

Diferentemente do fascismo histórico (Mann, 2008; 

Paxton, 2008), não houve unidade entre movimento, 

partido e liderança e, principalmente, não houve organismo 

paramilitar responsável pela operação da violência política. 

Apesar da existência de diversos grupos paramilitares pró

Trump – muitos responsáveis pela organização da invasão 

do Capitólio –, estes atuaram de forma independente às 

estruturas do Partido Republicano e à liderança de Trump. 

Sendo assim, o modo de operar do movimento político 

que sustentou Trump difere significativamente de seu 

correspondente no fascismo histórico.

 Por outro lado, quando analisamos os mecanismos 

sociopsicológicos e as motivações que unificaram os/as 

seguidores/as de Trump em um movimento, algumas 

analogias são possíveis. Em suas teses sobre a psicologia 

do fascismo, Erich Fromm (1980) defendeu que fatores 

sociológicos relacionados à emergência do capitalismo –  

em especial, a expansão da liberdade individual e a 

desestruturação da ordem e da autoridade tradicional – 

produziram efeitos em nível psicológico, como o aumento 

da percepção da insegurança existencial e do desamparo 

social, que modificaram a relação dos sujeitos com o 

mundo. Atuante no plano político, o fascismo histórico 

surgiu em reação às incertezas e inseguranças do mundo 

moderno, tratando-se de uma resposta à universalização 

do individualismo (desagregador e desamparador) 

promovida pelo capitalismo e pelo liberalismo.

 Fromm (1980) descreve dois mecanismos 

psicológicos que atuam como recursos para a fuga das 

incertezas geradas pela modernidade, podendo fazer as 

pessoas aderirem aos movimentos fascistas. O primeiro 

mecanismo é a renúncia do próprio ego individual e a sua 

fusão a algo maior (uma liderança ou uma causa), suprindo 

a impotência do eu perante o mundo. Trata-se de uma 

forma de controle das ansiedades por meio da submissão 

a uma autoridade ou identidade que promove estabilidade, 

ordem e controle. O segundo é o da destrutividade, 

isto é, a busca pela destruição dos objetos (podem ser 

grupos, pessoas, ideias etc.) considerados responsáveis 

pela insegurança e impotência perante o mundo.  

A destruição das ameaças produziria assim um mundo 

mais seguro e menos incerto. Ambos os mecanismos 

atuaram em conjunto no caso do fascismo histórico: 

“o indivíduo sobrepuja o sentimento de insignificância 

em comparação com o poder esmagador do mundo 

exterior, seja renunciando à sua integridade individual, 

seja destruindo outros de maneira que o mundo deixe 

de ameaçá-lo” (p. 150).

 Adorno (2015a) também descreve alguns 

mecanismos psicológicos capazes de fazer as pessoas 

aderirem a movimentos fascistas; esses mecanismos 

Psicologia USP, 2024, volume 35, e220050

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Ubirajara de None Caputo   & Henrique Araujo Aragusuku

 massa de pessoas aparentemente indiferentes,  

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 estruturam traços de personalidade que os tornam o que o 

autor, ao tratar sobre a personalidade autoritária, chamou 

de indivíduos potencialmente fascistas (Adorno, Frenkel

Brunswik, Levinson, & Sanford, 1950). Para ele, existe 

uma dinâmica entre submissão e agressividade que torna a 

retórica da liderança fascista verdadeiramente eficaz para 

o seu público-alvo, na qual “a imagem do líder satisfaz 

o duplo desejo do seguidor em se submeter à autoridade 

e ser ele mesmo a autoridade” (Adorno, 2015a, p. 172). 

Desse modo, há um ganho narcísico aos/às adeptos/as 

dos movimentos fascistas por meio da identificação de 

si em um coletivo que transcende o eu individual, com a 

elevação da autoestima e a idealização das características 

do in-group. Em contrapartida, intensificam-se as 

hostilidades contra o out-group, com o direcionamento de 

toda a agressividade a ameaças imaginárias (geralmente 

grupos minoritários e oprimidos) que desestabilizam a 

identidade transcendente idealizada.

 No caso do MAGA, é evidente que tais mecanismos 

psicológicos atuaram no processo de mobilização política, 

seja pela intransigente submissão desse movimento à 

autoridade de Trump e à idealização de uma identidade 

nacional pura e transcendente (“os verdadeiros americanos”) 

ou pela agressividade extrema direcionada aos grupos que 

ameaçam essa autoridade e identidade (imigrantes, latinos, 

mulçumanos, negros etc.). Se por questões de estrutura 

organizacional é indevido identificar o movimento pró

Trump com fascismo per se, não é difícil visualizar suas 

tendências fascistas.

 Fascismo no século XXI?

 Respeitados os diferentes contextos econômicos, 

políticos e sociais, analistas sociais de todo o mundo 

(e.g. Bull, 2012; Foster, 2017; Löwy, 2019) apontam 

alguns motivos para o fortalecimento de movimentos 

de extrema direita capazes de pavimentar o caminho 

para a implementação de governos de característica 

fascista. Alguns desses motivos são: enfraquecimento dos 

movimentos de esquerda após a queda do muro de Berlim, 

avanço do neoliberalismo com supressão de políticas 

sociais e aumento da insegurança material, reação 

ao processo de globalização, aumento do sentimento 

de ameaça em razão da ação de grupos extremistas e 

imigração em massa de refugiados de guerras.

 Os eleitores de Trump e de partidos de extrema 

direita fora dos Estados Unidos guardam semelhanças 

entre si e com aqueles que levaram os regimes fascistas 

do início do século XX ao poder. De acordo com Hannah 

Arendt (2012),

 Potencialmente, as massas existem em qualquer 

país e constituem a maioria das pessoas neutras e 

politicamente indiferentes. . . . Em sua ascensão, 

tanto o movimento nazista na Alemanha quanto 

os movimentos comunistas na Europa depois 

de 1930 recrutaram os seus membros entre uma 

que todos os outros partidos haviam abandonado 

por lhes parecerem demasiado apáticas ou estúpidas 

para lhes merecerem a atenção. Isso permitiu a 

introdução de métodos inteiramente novos de 

propaganda política . . . (p. 439).

 Decerto, Arendt referia-se à pesada máquina de 

propaganda nazifascista, a qual se utilizou sobretudo 

da tecnologia radiofônica, ao citar novos métodos 

de propaganda política. Sobre isso, Adorno (2015a) 

escreveu:“[a propaganda fascista] é psicológica por causa 

de seus objetivos irracionais e autoritários, que não 

podem ser alcançados por meio de convicções racionais,  

mas somente através do despertar habilidoso de ‘uma parte 

da herança arcaica do sujeito’” (p. 165). “O que acontece 

quando massas são subjugadas pela propaganda fascista 

[é] uma revitalização quasi-científica de sua psicologia. . . . 

A psicologia das massas foi apropriada por seus líderes e 

transformada em meio para dominação” (p. 186).

 Nos dias atuais, não há dúvidas de que novas 

estruturas têm sido intensamente utilizadas para 

disseminar mensagens de cunho fascista. Aos meios 

de comunicação de massa corporativos, como redes de 

televisão e grande imprensa, junta-se a contribuição 

de recursos telemáticos (sistemas de comunicação 

imediata e de longa distância), que se constituem numa 

importantíssima arena de disputa ideológica. Usuários/

 as das redes sociais disseminam suas próprias versões 

sobre os acontecimentos e opinam obstinadamente sobre 

tudo e todos. A presumida possibilidade de anonimato,  

a sensação de plena liberdade para manifestar-se,  

a busca por reconhecimento, o descomprometimento com 

a verdade e a argumentação incipiente e superficial são 

alguns fatores que tornam as redes sociais ambientes 

propícios ao desmonte da racionalidade. Por meio delas, 

trafega instantaneamente imensurável quantidade de 

informações, dificultando um olhar consequente e 

apurado sobre elas e esmaecendo suas fronteiras com a 

realidade. O quadro se agrava quando as interações entre 

usuários/as são interpeladas por robôs e algoritmos que 

selecionam conteúdos de reforço, evitando a reflexão 

crítica e o contraditório.

 Maik Fielitz e Holger Marcks (2019) descreveram 

a gramática da propagação de ideias da extrema direita 

contemporânea, constituinte do que denominam fascismo 

digital: uma variação do fascismo que não precisa de 

partidos, pois utiliza a estrutura do mundo digital para 

sua dinâmica. Segundo os autores, a internet tornou-se 

um território usado pela extrema direita para minar 

as sociedades democráticas, usando uma concepção 

ampliada de liberdade de expressão. As estruturas 

comunicacionais disponíveis nas redes sociais permitem a 

disseminação de discursos de intolerância, com conteúdos 

misóginos, LGBTfóbicos, racistas, xenófobos etc., cujos/

 as autores/as, quando confrontados/as, alegam ser vítimas 

de intolerância e terem sido alijados de sua liberdade de 

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 Donald Trump e o fascismo: uma análise inspirada na teoria crítica

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 expressão. Trata-se de uma estratégia discursiva à qual 

Fielitz & Marks (2019), recorrendo à formulação liberal 

de Karl Popper, denominam reedição do paradoxo da 

tolerância. Isto é, tais grupos se utilizam da liberdade de 

expressão para serem intolerantes, atacando a liberdade 

de grupos minoritários ou destituídos de poder e, em 

última instância, minando a própria democracia e a 

liberdade geral.

 Outra retórica largamente utilizada pela extrema 

direita por meio das redes sociais é o discurso do medo. 

Segundo Rebecca Lewis (2018), a extrema direita 

desenvolveu um sistema para descontextualizar fatos a 

fim de fazer sua audiência se sentir, em termos pessoais 

ou como sociedade, alvo potencial de um perigo iminente. 

Por exemplo, a notícia de que uma mulher foi atacada 

por um imigrante em um país distante pode basear uma 

mensagem como: “É urgente proteger nossas mulheres 

e crianças dos imigrantes”. Roger Griffin (1991) alerta 

para o fato de quase todos os estudos sobre a extrema 

direita atribuírem a ela o medo como estratégia política 

porque a ideia de uma sociedade ameaçada pode suscitar 

uma solução autoritária.

 As mensagens que consubstanciam os discursos 

utilizados pela extrema direita têm origem em uma 

postagem de um/a líder, ou simplesmente numa fala pública 

que lança um tema a ser “trabalhado”. Os/as apoiadores/as 

fiéis – também chamados ativistas digitais ou influencers – formulam mensagens que serão disseminadas “por 

enxame”, utilizando a estrutura ramificada das redes 

sociais. Para terem maior impacto, essas mensagens são 

concebidas para serem consumidas rapidamente, com 

conteúdo simples e direto, de caráter visual (memes) e 

com apelo dramático (Fielitz & Marks, 2019).

 Como redes sociais são remuneradas por 

publicidade, isto é, proporcionalmente à atenção que 

conseguem captar de seus bilhões de usuários, influencers 

se beneficiam economicamente do alcance de suas 

postagens e têm milhões de seguidores/as, os quais muitas 

vezes não se dão conta de que estão cooperando com 

uma dinâmica fascista. Os algoritmos de aproximação de 

usuários/as das redes sociais auxiliam o recrutamento de 

seguidores/as, pois permitem encontrar quem concorde 

com suas ideias e dão a sensação de que muitas pessoas 

estão ouvindo (Neiwert, 2017). As milhões de replicações 

de uma mensagem falaciosa tendem a fazê-la ser 

aceita como verdade, inibindo que o contraditório seja 

ouvido e confundindo a percepção de quem são seus/

 suas reais emissores/as. Diferentemente das estruturas 

comunicacionais utilizadas pelo fascismo histórico, 

no qual poucos/as emissores/as se dirigiam a muitos/

 as receptores/as, na era do fascismo digital (Fielitz & 

Marks, 2019), as mensagens originárias podem ir sofrendo 

ajustes à medida que são compartilhadas por múltiplos/

 as emissores/as, os quais passam a ser, de certo modo, 

seus/suas coautores/as.

 A manipulação é vital para o fascismo digital. 

Mensagens ambíguas e imprecisas causam confusão 

sobre o que é a realidade, passando a impressão de que 

ela pode ser reinterpretada mesmo sem qualquer tipo de 

evidência (pós-verdade, fake news, realidade alternativa 

etc.). Ficou célebre o risível episódio em que o secretário 

de imprensa estadunidense, Sean Spicer, mentiu ao dizer 

que a tomada de posse de Trump bateu todos os recordes 

de participantes. Ao ser desmentido por inúmeros veículos 

de imprensa por meio de imagens inquestionáveis do 

evento, a porta-voz da Casa Branca, Kellyanne Conway, 

disse que o secretário apenas havia manifestado “fatos 

alternativos” (Jaffe, 2017). A manipulação de informações 

também foi usada pelo fascismo histórico e, por isso, 

foram desenvolvidos mecanismos de controle, tais como 

jornalismo profissional e rigor ético na produção de 

conhecimento (Fielitz & Marks, 2019).

 Redes sociais são empreendimentos comerciais que 

movimentam trilhões de dólares e congregam bilhões de 

usuários/as. Ao serem questionadas sobre o uso pernicioso 

às sociedades democráticas das estruturas comunicacionais 

das redes sociais, as empresas responsáveis costumam 

argumentar que as redes são territórios livres nos quais 

todos/as podem se expressar em igualdade de condições. 

Entretanto, é preciso considerar que a racionalidade fascista 

não se atém aos limites éticos. No fascismo digital, segundo 

Fielitz e Marks (2019), a verdade não importa. As mensagens 

podem ser manipuladas para se tornarem dramáticas,  

com forte apelo emocional, pois assim se disseminam mais 

facilmente (Soroka, Young, & Balmas, 2015). Segundo 

Zeynep Tufekci (2017), política não se faz só com a razão, 

e o papel do líder de extrema direita é fazer funcionar em 

seu benefício “essa máquina emocional” – as redes sociais.

 Entre os vários elementos envolvidos na psicologia 

das massas e na propaganda fascista – tais como vínculo 

entre os membros da “horda fraterna”, identificação 

narcísica, primazia da forma sobre o conteúdo discursivo, 

gratificação pela rendição à massa e renúncia da 

individualidade, hostilidade ao out-group etc. (Adorno, 

2015a, 2015b; Fromm, 1980) –, há um que se destaca pela 

grande importância: o apelo à violência. De acordo com 

Adorno (2015a), “[há um] potencial atalho de emoções 

violentas a ações violentas enfatizado por todos os 

autores da psicologia de massa” (p. 161). Foi o que se 

viu na violenta invasão do Capitólio, possibilitada pela 

mobilização nas redes sociais, quando foi consumada a 

derrota de Trump para um segundo mandato. Para Robert 

Paxton (2021), reconhecido especialista no fascismo 

histórico europeu, esse episódio foi um importante ponto 

de virada em seu entendimento sobre o fascismo de 

Trump: “Eu hesitei em chamar Donald Trump de fascista. 

Até agora”, escreveu poucos dias após o evento.

 Considerações finais

 O fascismo italiano originário pode ser visto como 

uma ideologia para justificar um projeto de poder tido 

como necessário para defender a nação e reconduzi-la 

a um passado glorioso. Sobre essa ideia seminal, 

Psicologia USP, 2024, volume 35, e220050

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Ubirajara de None Caputo   & Henrique Araujo Aragusuku

 ameaçadores, causa erosão no entendimento intersubjetivo 

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 durante o século passado, outros movimentos políticos 

se desenvolveram, chegaram ao poder e operaram por 

meio de extrema violência. Segundo os autores evocados 

neste ensaio, o fascismo é notadamente fortalecido por 

nossa vocação intrínseca à autopreservação.

 A partir do século XX, o exercício do poder, 

que nos séculos anteriores podia ser discricionário, 

passou a depender de eleições populares e, portanto,  

do convencimento das massas. Para isso, o método 

utilizado pelo fascismo é a propagação do medo para 

agregar multidões e emprestar uma noção ética ao uso 

da força. Neste século XXI, testemunhamos partidos 

conservadores de extrema direita tentando reeditar 

métodos do fascismo, adaptando-os a novos contextos 

socioeconômicos e informacionais. A veiculação maciça 

de tipos de discurso utilizados pela extrema direita, 

muitas vezes simplistas, manipulados, dramáticos e 

sobre o que é a verdade. Por isso, torna-se indispensável 

repensar estruturas que disseminam mentiras, produzem 

intolerância e alimentam as tendências fascistas de 

determinado grupo de pessoas.

 Mas se é possível explorar as disposições 

psicológicas para o fascismo, presentes em todos/as 

nós, seria possível estimular a solidariedade e o respeito 

à diversidade? Se sim, como? Sabe-se que, apesar de 

nossa tendência à autoconservação, é possível acatar as 

necessidades do out-group como legítimas e, em alguma 

medida, sentirmo-nos comprometidos/as coletivamente 

com elas. Essa possibilidade, no sentido oposto ao da 

propaganda fascista, implica evocar o respeito à diferença, 

à justiça social, à razão crítica, ao método científico, 

e a capacidade de mobilizar-se em favor do outro.  

Se efetivada, marcará o futuro de nossa civilização.

 Donald Trump and fascism: an analysis inspired by critical theory

 Abstract: Donald Trump’s actions during his presidency calls for an investigation regarding possible similarities between him 

and fascist leaders of the past. This essay is reflects on Trump’s political actions inspired by discussions on fascist psychology and 

propaganda within Critical Theory. Although Trump may escape the category of a classic fascist leader, mainly due to the different 

historical contexts, the similarities between his political strategies and those of 20th-century fascist agitators is undeniable. 

Moreover, his politics mobilize socio-psychological elements that date back to the emergence of historical fascism, such as 

identification with an idealized and transcendent identity, submission to a superior authority or cause, and aggressiveness 

directed to out-group threats.

 Keywords: fascism, critical theory, digital fascism, social psychology.

 Donald Trump y el fascismo: un análisis inspirado en la teoría crítica

 Resumen: La actuación de Donald Trump durante el período en el que fue presidente de los Estados Unidos plantea la posibilidad 

de investigar posibles similitudes entre los líderes fascistas del pasado y él. El propósito de este ensayo es presentar reflexiones 

sobre la actuación política de Trump inspiradas en discusiones sobre psicología y propaganda fascista en teoría crítica. Si bien 

parece imposible ver a Trump como un líder fascista clásico, principalmente debido a contextos históricos muy diferentes, 

también es imposible ignorar el nexo entre sus estrategias políticas y el modus operandi de los agitadores fascistas en el siglo 

XX. Además, es innegable que su política moviliza elementos sociopsicológicos que se remontan al análisis del surgimiento 

del fascismo histórico, como la identificación con una identidad idealizada y trascendente, la sumisión a una autoridad o causa 

superior, y agresividad dirigida a amenazas del out-group.

 Palabras clave: fascismo, teoría crítica, fascismo digital, psicología social.

 Donald Trump et le fascisme : une analyse inspirée de la théorie critique

 Résumé: Les actions de Donald Trump au cours de sa présidence appellent une enquête sur les similitudes possibles entre lui et 

les leaders fascistes du passé. Cet essai réfléchit aux actions politiques de Trump en s’inspirant des discussions sur la psychologie 

et la propagande fasciste au sein de la Théorie Critique. Bien que Trump puisse échapper à la catégorie de leader fasciste 

classique, principalement en raison de contextes historiques très différents, les similitudes entre ses stratégies politiques et celles 

des agitateurs fascistes du XXe siècle sont indéniable. En outre, sa politique mobilise des éléments socio-psychologiques qui 

remontent à l’émergence du fascisme historique, tels que l’identification à une identité idéalisée et transcendante, la soumission 

à une autorité ou à une cause supérieure, et l’agressivité dirigées vers les menaces du out-group.

 Mots-clés: fascisme, théorie critique, fascisme numérique, psychologie sociale.

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 Donald Trump e o fascismo: uma análise inspirada na teoria crítica

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 Recebido: 22/01/2021

 Revisado: 20/04/2022

 Aprovado: 05/07/2023. O artigo dos autores  Ubirajara de None Caputoa * e

Henrique Araujo Aragusukua .

­O populismo de direita e de esquerda compartilham a base retórica de dividir a sociedade entre um "povo virtuoso" e uma "elite corrupta", mas se diferenciam nos valores, temas, estratégias e na visão de futuro que promovem. 

Populismo de esquerda

O populismo de esquerda busca construir uma identidade popular a partir da inclusão e da luta por direitos sociais. 

Visão de mundo: É anticapitalista e busca superar as desigualdades sociais e econômicas, defendendo uma maior intervenção do Estado.

Principais temas: Enfatiza direitos sociais, renda cidadã, serviços públicos e pautas progressistas, como o ambientalismo e o feminismo.

Narrativa: Articula a raiva popular contra o establishment político e econômico, buscando unir diferentes movimentos sociais sob uma mesma bandeira.

Estratégia: Pode buscar compor governo com partidos tradicionais para manter a democracia, mas corre o risco de perder a retórica "antissistema" e o apoio eleitoral, como ocorreu com o Podemos, na Espanha. 

Populismo de direita

O populismo de direita constrói sua identidade a partir da exclusão e da defesa de valores tradicionais e conservadores. 

Visão de mundo: Promove a ordem social e tende a rejeitar objetivos igualitários, considerando a desigualdade econômica como algo natural ou benéfico.

Principais temas: Foca em pautas como imigração, segurança e moralidade, mobilizando a população por meio do nacionalismo e da xenofobia.

Narrativa: Mobiliza a insatisfação popular e pode se apresentar como um movimento "antissistema", mesmo quando o líder já tem uma longa carreira política. O populismo de extrema-direita tende a ser mais radical, atacando a democracia por dentro ao questionar a legitimidade das eleições.

Estratégia: Em contraste com o populismo de esquerda, a extrema-direita frequentemente demonstra pouca hesitação em levar o sistema político ao colapso para atingir seus objetivos. Segundo o Sociólogo, Mestre e Doutor Cesar Portantiolo Maia, no Quarto Período da Habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM).

Lamentável o populismo de Direita no mundo.

Confira a noticia na BBC. News Brasil.                                         .https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4gvxg2zxl7o

E assim caminha a humanidade.

            .

              Imagem ; BBC News Brasil 

 


 




 

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