O ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo
afirmou nesta segunda-feira (11) em depoimento que o presidente Jair Bolsonaro
queria alguém com "maior afinidade" no comando da corporação, de
acordo com a reportagem do Portal G1 da Rede Globo.
Valeixo esteve na superintendência da PF em Curitiba para
prestar depoimento, no inquérito aberto por ordem do ministro Celso de Mello,
do Supremo Tribunal Federal, para apurar suposta interferência política do
presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, de acordo com o que denunciou o
ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao deixar o governo,segundo relata a
reportagem do Portal.
Escolhido para o cargo pelo ex-ministro da Justiça Sergio
Moro, Valeixo foi exonerado do cargo em 24 de abril por decisão de Bolsonaro.
Na ocasião, Moro anunciou demissão do cargo e acusou
Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da PF ao demitir
Valeixo,segundo o relato da reportagem nesta terça feira (12).
"Para o depoente [Valeixo], a partir do momento em que
há uma indicação com interesse sobre uma investigação específica, estaria
caracterizada uma interferência política, o que não ocorreu em nenhum momento
sob o ponto de vista do depoente; que em duas oportunidades, uma
presencialmente, outra pelo telefone, o presidente da República teria dito ao
depoente que gostaria de nomear ao cargo de diretor-geral alguém que tivesse
maior afinidade, não apresentando nenhum tipo de problema contra a pessoa do
depoente; que o depoente registra que o presidente nunca tratou diretamente com
ele sobre troca de superintendentes nem nunca lhe pediu relatórios de inteligência
ou informações sobre investigações ou inquéritos policiais.",declarou o
delegado segundo o veiculo
Valeixo também disse que Bolsonaro telefonou para informar
que a exoneração dele do cargo seria publicada "a pedido".
Exonerações publicadas no "Diário Oficial da União"
com o termo "a pedido" informam que o ocupante do cargo pediu para
deixar a função. Quando o termo não é publicado, indicam que o funcionário foi
demitido,de acordo com o relato da reportagem.
"[Valeixo disse] que nessa ligação, o presidente
[Bolsonaro] comunicou ao depoente [Valeixo] que sua exoneração do cargo de
diretor-geral ocorreria [...] como indagou ao depoente se ele concordava que a
publicação se desse como 'a pedido', momento em que o depoente que sim",
diz o depoimento de Valeixo segundo o G1.
Conforme o documento, Valeixo afirmou "que não houve
formalização do pedido de exoneração".
A exoneração de Valeixo, publicada "a pedido", foi
assinada por Bolsonaro e por Moro. O episódio levou Moro a se demitir,segundo
cita o G1.
Isso porque Moro afirmou que Bolsonaro havia tentado
interferir politicamente na PF ao tirar Valeixo do cargo. Moro disse também que
não havia assinado a exoneração de Valeixo nem recebido o pedido de exoneração
do então diretor-geral da PF,de acordo com o relato do Portal.
As declarações de Moro levaram à abertura de um inquérito,
autorizado pelo Supremo Tribunal Federal, para investigar a suposta tentativa
de interferência política por parte de Bolsonaro na PF,segundo cita o G1.
Valeixo também abordou no depoimento a troca no comando da
Polícia Federal do Rio de Janeiro. No ano passado, em agosto, o então diretor,
Ricardo Saadi, deixou o cargo. Ele era criticado publicamente pelo presidente
Jair Bolsonaro,de acordo com o relato do Portal.
"[Valeixo disse] que em junho de 2019 foi consultado
pelo ex-ministro Sergio Moro sobre a possibilidade de troca do superintendente
do Rio de Janeiro, dr. Saadi, pelo dr. Saraiva, então superintendente do
Amazonas; [disse também] que segundo o dr. Moro, esse nome havia sido ventilado
pelo presidente da República; que não sabe dizer por quais razões o presidente
da República teria sugerido aquele nome", declarou Valeixo em outro trecho,segundo
o relato da reportagem.
No depoimento prestado em 2 de Maio, Sergio Moro disse que
Bolsonaro pediu a troca no comando da PF no Rio de Janeiro e afirmou:
"Você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma",segundo cita o
G1.
Questionado nesta segunda-feira sobre o assunto, Valeixo
respondeu: "Que se encontrava na Embaixada do Brasil em Washington , em
março de 2020, quando o ex-ministro Moro pediu ao depoente para conversarem de
forma reservada, momento em que o ex-ministro lhe transmitiu o desejo do
presidente da República em mudar o superintendente no Rio de Janeiro,
novamente; que não viu a mensagem citada, à qual apenas tomou conhecimento
quando da publicação" do depoimento de Moro,de acordo com o G1.
Quando anunciou a demissão do Ministério da Justiça, Sergio
Moro afirmou que Bolsonaro pedia a ele acesso a relatórios de inteligência,
produzidos pela PF,de acordo com o veiculo.
Questionado sobre o assunto nesta segunda-feira, Valeixo
disse que a Presidência não o pediu acesso a relatórios nem o cobrou por não
ter enviado relatórios,segundo o G1
Á você que está me lendo eu digo: No momento de uma pandemia
que estamos vivendo, não é o momento para termos um debate sobre uma interferência
do Presidente Jair Bolsonaro na Policia Federal.
O momento atual exigiria uma ação coordenada de Jair
Bolsonaro com governadores e prefeitos na busca para possíveis soluções para o
corona vírus . O Presidente da República ainda insiste em ser o animador de plateia
para seus seguidores.
Definitivamente, o decoro e o bom senso não combinam com Jair
Bolsonaro. Desde a sua posse, o mandatário fabrica crises atrás de crises, comprometendo
ainda mais a economia brasileira.
As interferências do Supremo Tribunal Federal tem sido a voz
da razão na insanidade de Jair Bolsonaro. Os ministros da Suprema Corte tratam
de lembrar ao Presidente que seu poder no executivo é delimitado por regras
constitucionais.
Se Jair Bolsonaro tivesse o necessário decoro para o
cargo,talvez os efeitos do corona vírus seriam menores no Brasil. Entretanto,o
decoro não faz parte do jeito de ser do ex militar.O ex ministro Luiz Henrique
Mandetta foi demitido por ter mostrado uma capacidade de decoro muito maior que
a do próprio Jair Bolsonaro.
O mandatário nacional é movido apenas pela insanidade da ala ideológica
do Palácio do Planalto. O gabinete do ódio comandado por Olavo de Carvalho está
alimentando a insanidade que está levando o Brasil as cinzas.
Jair Bolsonaro trata governadores e prefeitos como seus
inimigos políticos. Mas, no entanto, o momento atual pede uma integração do
Presidente com Prefeitos e Governadores. E assim segue o extremismo xucro do
Presidente,justamente no pior momento da
crise do corona vírus no Brasil.
E assim caminha a humanidade.
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