terça-feira, 26 de maio de 2020

O Patrimonialismo Brasileiro nos nossos dias.

Um homem de 39 anos foi preso na tarde dessa segunda-feira (25) suspeito de aplicar golpes em estabelecimentos comerciais no município de Picos, distante 307 km de Teresina. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o homem se apresentou aos policiais como detetive particular. Aos comerciantes, ela se passava por agente da PRF,segundo a reportagem do Portal G1 da Rede Globo.

Segundo a PRF, ao realizar a abordagem ao homem que estava hospedado em uma casa alugada às margens da BR-316, o suspeito se o homem se apresentou aos policiais como detetive particular e apresentou documentos da Agência de Inteligência Estratégica (Abrinp),segundo a matéria do Portal.

De acordo com Alexsandro Lima, inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a ação aconteceu após os comerciantes de estabelecimentos lesados denunciarem atuação do acusado.

 

“Ele informava ao comerciante que era Policial Rodoviário Federal e tentava lograr vantagens se utilizando da função, como tentar deixar os débitos em restaurantes 'fiado' ou então conseguir realizar compras a prazo”, explicou o delegado de acordo com o veiculo nesta terça feira (26).

Ainda segundo a PRF, durante a abordagem o homem se apresentou aos policiais como detetive particular e apresentou documentos da Agência de Inteligência Estratégica (Abrinp) e confirmou ter se passado por PRF para abastecer um veículo de sua propriedade e sair sem o devido pagamento do produto,de acordo com a reportagem.

Os policiais deram voz de prisão ao suspeito e o encaminharam até a Central de Flagrantes no município de Picos para as providências necessárias. O homem poderá responder pelo crime de Falsa Identidade previsto no Código Penal,segundo afirma o G1.

Á você que está me lendo eu digo: O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os regimes autocráticos.

No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distingue perante as autoridades. Assim, torna-se "natural" desde o período colonial (1500–1822), perpassando pelo período Imperial (1822–1889) e chegando mesmo à República Velha (1889–1930) a confusão entre o público e o privado.

O patrimonialismo como traço histórico da sociedade brasileira permanece na crença de que o poder político é a via de acesso ao poder econômico. O patrimonialismo começou no Brasil quando os portugueses proibiram a construção de escolas e universidades no Brasil,pois nosso país servia apenas para enriquecer a coroa portuguesa.Ou seja: No período colonial brasileiro não havia qualquer distinção entre o público e o privado.

A cultura patrimonialista no Brasil começou no período colonial,quando o país foi totalmente explorado pela coroa portuguesa. De certa forma,a mistura entre o público e o privado começou no período colonial.

Historicamente o Brasil nunca conseguiu separar o publico do privado na administração pública. Em todos os regimes governamentais, ainda que o país tenha tido algum progresso com a revolução industrial, o Brasil nunca conseguiu se livrar da praga patrimonialista herdada do período colonial.

Eu estive na Suíça e na Itália em 2013.Na Suíça há uma clara distinção entre o público e o privado na administração pública.O parlamento suíço funciona basicamente em três princípios fundamentais,transparência,educação e igualdade. Na Suíça não existe espaço para as delinquências da corrupção que temos no Brasil. Na Suíça os parlamentares tem custo praticamente zero e sabem a diferença entre o publico e o privado.

O patrimonialismo brasileiro trabalha com a ideia de que o poder político é o acesso ao poder econômico. Durante os 322 anos do período colonial em que não tivemos escolas e universidades no Brasil, o patrmonialismo começou a ser colocado como um meio de ascendência econômica no alto baronato.

O patrimonialismo impediu com que o Brasil tivesse de fato fundado uma República em 1889. O termo “república” deriva do latim Res Publica e significa, literalmente, “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito ao interesse público de todos os cidadãos.

No Brasil temos certamente uma República das Bananas. Sim querido (a) leitor (a): O conceito republicano na sua absoluta essência não trabalha com o principio de que o poder político é o acesso ao poder econômico. A verdadeira estrutura republicana trabalha como os princípios de transparência, educação e igualdade, valores  absolutamente fundamentais do parlamento da Suíça.

O Brasil é considerado uma das dez maiores economias do mundo. Nosso país  tem potencial natural o suficiente para ser uma superpotência. Entretanto, talvez precisasse de uma grande revolução. O Brasil talvez precisasse ser refundado para separar claramente o público e o privado na administração pública.

A Suíça não é um país culturalmente patrmimonialista. Na Suíça não existe espaços para crimes de colarinho branco como no Brasil. A república suíça separa claramente os conceitos público e privado. Infelizmente o Brasil nunca conseguiu resolver essa questão desde o inicio da sua história.

E assim caminha a humanidade.

Credito da Imagem : Portal G1 da Rede Globo.


Homem se passava por Policial Rodoviário Federal — Foto: PRF/PI

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