
Até aliados mais próximos do presidente da República, Jair Bolsonaro, foram surpreendidos pela iniciativa dele de tentar justificar a presença de Fabrício Queiroz em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, segundo a reportagem do Portal G1 da Rede Globo.
Queiroz é ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e foi preso nesta quinta-feira (18) em Atibaia (SP). Ele é suspeito de envolvimento no suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do parlamentar quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, de acordo com o relato do Portal na manhã de hoje.
Na noite desta quinta-feira, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que Queiroz estava no imóvel do advogado por ser perto do hospital em que o ex-assessor fazia tratamento de saúde. Porém, o presidente não detalhou qual era o hospital, segundo o relato da reportagem.
"E por que estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde faz tratamento de câncer. Então, esse é o quadro. Da minha parte, está encerrado aí o caso Queiroz", disse Bolsonaro, de acordo com o veículo.
Até a fala do presidente, essa explicação não tinha sido dada por nenhum dos envolvidos diretamente no caso: nem pela defesa de Queiroz e nem pelo próprio Wassef, que ficou em silêncio durante toda quinta-feira, de acordo com o veículo nesta sexta feira (19).
A tentativa de Bolsonaro de explicar o episódio causou estranhamento entre aliados e foi vista como uma fala defensiva, de acordo com o relatado pelo Portal da Rede Globo.
Investigadores do caso não identificaram deslocamento constante de Queiroz para hospitais. Pelo contrário: todos os fatos levantados apontam que o ex-assessor estava escondido no imóvel de Atibaia, de acordo com o que afirma o Portal .
Em nota, o Hospital Novo Atibaia, fez o seguinte esclarecimento:
"O Hospital Novo Atibaia esclarece que Fabrício Queiroz, preso na manhã de hoje em Atibaia, não estava em tratamento de saúde regular nesta instituição. A assessoria confirma, porém, que o paciente passou por uma consulta em janeiro deste ano, mas não divulgou os detalhes dessa consulta.", segundo o G1
A casa onde Queiroz foi encontrado fica a cerca de 90 quilômetros de distância, por exemplo, do Hospital Israelita Albert Eistein, em São Paulo, onde o ex-assessor retirou um câncer no ano passado, de acordo com o relato do Portal.
Na transmissão ao vivo, Bolsonaro ainda deixou a principal questão sem explicação: por qual motivo Queiroz estava justamente no imóvel do advogado dele e do filho Flávio?, indagou o G1 durante o andamento da matéria.
Á você que está me lendo eu digo: O patrimonialismo é a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os regimes autocráticos.
No Brasil, o patrimonialismo fora implantado pelo Estado colonial português, quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa em que o público e o privado não se distinguem perante as autoridades. Assim, torna-se "natural" desde o período colonial (1500–1822), perpassando pelo período Imperial (1822–1889) e chegando mesmo à República Velha (1889–1930) a confusão entre o público e o privado.
O patrimonialismo como traço histórico da sociedade brasileira permanece na crença de que o poder político é a via de acesso ao poder econômico. O patrimonialismo começou no Brasil quando os portugueses proibiram a construção de escolas e universidades no Brasil, pois nosso país servia apenas para enriquecer a coroa portuguesa. Ou seja: No período colonial brasileiro não havia qualquer distinção entre o público e o privado.
A cultura patrimonialista no Brasil começou no período colonial, quando o país foi totalmente explorado pela coroa portuguesa. De certa forma, a mistura entre o público e o privado começou no período colonial.
Historicamente o Brasil nunca conseguiu separar o publico do privado na administração pública. Em todos os regimes governamentais, ainda que o país tenha tido algum progresso com a revolução industrial, o Brasil nunca conseguiu se livrar da praga patrimonialista herdada do período colonial.
Eu estive na Suíça e na Itália em 2013.Na Suíça há uma clara distinção entre o público e o privado na administração pública. O parlamento suíço funciona basicamente em três princípios fundamentais, transparência, educação e igualdade. Na Suíça não existe espaço para as delinquências da corrupção que temos no Brasil. Na Suíça os parlamentares tem custo praticamente zero e o país sabe a diferença entre o público e o privado.
O patrimonialismo brasileiro trabalha com a ideia de que o poder político é o acesso ao poder econômico. Durante os 322 anos do período colonial em que não tivemos escolas e universidades no Brasil, o patrmonialismo começou a ser colocado como um meio de ascendência econômica no alto baronato.
O patrimonialismo impediu com que o Brasil tivesse de fato fundado uma República em 1889. O termo “república” deriva do latim Res Publica e significa, literalmente, “coisa pública”, isto é, aquilo que diz respeito ao interesse público de todos os cidadãos.
No Brasil temos certamente uma República das Bananas. Sim querido (a) leitor (a): O conceito republicano na sua absoluta essência não trabalha com o principio de que o poder político é o acesso ao poder econômico. A verdadeira estrutura republicana trabalha como os princípios de transparência, educação e igualdade, valores absolutamente fundamentais do parlamento da Suíça.
O Brasil é considerado uma das dez maiores economias do mundo. Nosso paias tem potencial natural o suficiente para ser uma superpotência. Entretanto, talvez precisaria de uma grande revolução. O Brasil talvez precisasse ser refundado para separar claramente o público e o privado na administração pública.
A Suíça não é um país culturalmente patrmimonialista. Na Suíça não existe espaços para crimes de colarinho branco como no Brasil. A república suíça separa claramente os conceitos público e privado. Infelizmente o Brasil nunca conseguiu resolver essa questão desde o início da sua história.
E assim caminha a humanidade.
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