A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (21) uma operação que investiga suposto caixa 2 na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014. As investigações apontam que ele recebeu R$ 5 milhões em doações não contabilizadas feitas a mando do empresário José Serpieri Júnior, da Qualicorp, alvo de mandado de prisão, segundo a informação do Portal G1 da Rede Globo.
A operação, que foi denominada Paralelo 23, é uma nova fase da Lava Jato que apura crimes eleitorais e é feita em conjunto com o Ministério Público Eleitoral (MPE). As apurações se restringem a fatos de 2014, quando Serra ainda não tinha o mandato de senador. Por volta das 8h50, três dos quatro mandados de busca e apreensão já tinham sido cumpridos, segundo o relato do Portal.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do senador José Serra, mas não havia obtido retorno até por volta de 8h20. A reportagem tenta contato com a Qualicorp, de acordo com a reportagem na manhã de hoje.
Resumo, de acordo com o G1:
Serra, que havia sido denunciado por lavagem de dinheiro no início do mês (leia mais abaixo), é um dos alvos de mandados de busca e apreensão.
Há mandados cumpridos no gabinete de Serra no Senado, no apartamento funcional dele em Brasília e em dois imóveis do senador em São Paulo.
Investigações apontam doações por meio de operações financeiras e societárias simuladas, que ocultavam a origem ilícita dos R$ 5 milhões recebidos.
Segundo investigações, o empresário José Seripieri Júnior, fundador e acionista da Qualicorp, grupo que comercializa e administra planos de saúde coletivos, determinou doações não contabilizadas a Serra em duas parcelas no valor de R$ 1 milhão e uma de R$ 3 milhões.
Ao todo, são cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Itatiba e Itu.
Até por volta de 8h45, três pessoas haviam sido presas; entre elas Artur Azevedo. Ele teria pedido a prisão domiciliar por motivos de saúde, segundo o MP.
Também foi determinado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral o bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados.
Os outros alvos de mandados de prisão, de acordo com o Portal são:
Arthur Azevedo Filho
Mino Mattos Mazzamati
Rosa Maria Garcia
Segundo a operação, os investigados responderão por pelos crimes descritos abaixo, com penas de 3 a 10 anos de prisão:
associação criminosa (artigo 288 do Código Penal)
falsidade ideológica eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral)
lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei nº 9.613/1998)
O senador José Serra já tinha sido alvo de outra operação no início deste mês, quando foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo por lavagem de dinheiro. Na ocasião, a filha dele, Verônica Allende Serra, também foi denunciada pelo mesmo crime, segundo o relato da reportagem nesta terça feira (21).
Segundo o Ministério Público Federal, a Odebrecht pagou a Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, supostamente para usar na sua campanha ao governo do estado de São Paulo. Outros cerca de R$ 23 milhões foram pagos entre 2009 e 2010, para a liberação de créditos com a Dersa, estatal paulista extinta no ano passado, ainda segundo a denúncia, segundo informações do veiculo.
Os procuradores concluíram que houve lavagem de dinheiro usando a técnica "follow the money" ("siga o dinheiro", em tradução livre). A denúncia diz que Serra e Verônica praticaram lavagem de dinheiro de obras do Rodoanel Sul no exterior de 2006 a 2014, de acordo com a reportagem do Portal.
Em relação à operação desta terça-feira, o caso de suposto caixa 2 foi remetido para a primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo após a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas em 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas, segundo o relato da reportagem.
Por meio da quebra do sigilo bancário e da troca de informações com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram identificados indícios do recebimento das doações eleitorais não contabilizadas a Serra, de acordo com o G1 na manhã de hoje.
As investigações apontam que as doações foram repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, de modo que ocultavam a origem ilícita dos R$ 5 milhões recebidos, de acordo com o Portal.
As investigações também identificaram outros pagamentos de valores elevados feitos por grandes empresas, sendo uma do setor de nutrição e outra da construção civil, perto das eleições de 2014. Essas doações, segundo foi investigado, eram feitas a uma das empresas supostamente utilizadas pelo então candidato para a ocultação do recebimento das doações. Esses fatos ainda serão objeto de mais apurações, segundo finalizou o G1 na manhã de hoje.
Á você que está me lendo eu digo :O centrismo na política, dentro do conceito de uma esquerda e direita no espectro político. Se para algumas pessoas, existe apenas a direita e a esquerda no campo ideológico.
Entretanto, no conceito da direita e a esquerda, há a visão centrista. Teoricamente falando, um partido do centro, não é um capitalista extremado, nem um socialista. O partido do centro teoricamente enxerga a necessidade de defender o capitalismo sem abrir mão da preocupação de uma Social Democracia de centro esquerda com a questão social. Teoricamente, na visão política do centro, não deve haver extremismo ou intransigências na sociedade que se vive. Na teoria, os políticos do centro, são caracterizados historicamente como os mais conciliadores e menos intolerantes.
Historicamente, o PSDB sempre aderiu ao centro. Os tucanos sempre defenderam o capitalismo, sem abrir mão das politicas sociais dos Sociais Democratas de centro esquerda. Além dos dois mandatos presidenciais do ex presidente Fernando Henrique Cardoso entre 1994 a 2002, o PSDB chegou ao segundo turno das eleições presidenciais de 2002,2006,2010 e 2014, com expressivas votações , que lhe assegurava força na política nacional.
Entretanto, assim como PT e MDB, o PSDB também vem sendo extremamente sangrado pela Operação Lava Jato. Os tucanos perderam sua identidade no espectro centrista no campo político nos últimos anos. O discurso da ética na política, já não cabe mais para os tucanos da alta plumagem. A perda da identidade do PSDB, foi a principal causa do ex governador Geraldo Alckmin ter ficado fora do segundo turno na ultima eleição presidencial.
As lideranças tucanas perderam sua identidade no espectro centrista na política. A perda do discurso na ética na politica, fez com que o PSDB perdesse sua identidade histórica como o partido de centro no Brasil. Foi exatamente por causa disso, que o governador João Doria, aderiu a extrema direita de Jair Bolsonaro para se eleger em 2018.
E assim caminha a humanidade.
Imagem : Jornal A Gazeta do Povo.
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