domingo, 18 de outubro de 2020

O preconceito de marca como uma marca nacional.

 O atual presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, tenta destruir uma luta histórica, construída por um movimento que teve como um dos protagonistas, seu pai, Oswaldo de Camargo, de acordo com o colunista André Santana, no Portal UOL.

Nascido em 1936, em Bragança (SP), o poeta, ficcionista, crítico literário, jornalista e músico Oswaldo de Camargo, desde a juventude deu a sua contribuição ao movimento que o filho chamou de "escória maldita" que abriga "vagabundos", de acordo com o relato do comentarista.
Em entrevista recente, Oswaldo afirmou pertencer ao "mais antigo movimento negro do país, feito com palavras", em referência à sua atuação na imprensa e na literatura, de acordo com o colunista no UOL.
Na década de 1950, participou de entidades negras, como a Associação Cultural do Negro, em São Paulo, em um momento de extrema segregação racial de um país que não dava ouvidos às vozes que se rebelavam contra o racismo, segundo relatou o comentarista na manhã de hoje.
Seu primeiro livro de poemas, "Um Homem Tenta Ser Anjo", foi publicado em 1959. Logo depois lançou "15 Poemas Negros", em 1961, com prefácio do sociólogo Florestan Fernandes. No mesmo período contribuía em veículos da imprensa negra paulista, como os jornais Novo Horizonte e O Ébano e a revista Níger, da qual foi redator-chefe, segundo o comunicador, na manhã de hoje.
Em 1978, em plena ditadura militar (1964-1985), Oswaldo de Camargo integrou o grupo que criou a publicação Cadernos Negros, uma das mais importantes iniciativas para a divulgação da literatura feita por pessoas negras no Brasil, segundo relatou o jornalista na manhã de hoje.
Oswaldo Camargo foi a ponte necessária entre os pioneiros na luta pela inserção na sociedade pós-escravidão e uma nova geração que utilizava a escrita para exigir o reconhecimento da contribuição dos negros ao país, de acordo com o colunista, na manhã desse domingo (18).
Oswaldo de Camargo é autor de cerca de 20 obras, entre poesia, ficção, biografia de poetas negros, críticas e ensaios literários. Além de participações em uma dezena de antologias, segundo o colunista relatou no UOL.
O livro "Negro Escrito: Apontamentos sobre a Presença do Negro na Literatura Brasileira", de 1987, é considerado um dos mais importantes para a construção de uma consciência negra no Brasil. Na obra, Oswaldo faz um mapeamento histórico e crítico dos pioneiros na literatura afrobrasileira e de expressivos nomes do século 20, segundo afirmou o jornalista no UOL.
Em um raro momento em que se posicionou sobre o comportamento do filho à frente do órgão público de preservação da arte e cultura negras, Oswaldo de Camargo disse que nunca houve atrito entre eles e "apenas há a distância de ideias, um valor bastante fundo". E recomendou: "Nessa história da Fundação Palmares, a despeito de toda a revisão que se tente, persistirá o que tiver solidez histórica e cultural. A única fórmula para saber mesmo qual é minha posição diante da gestão do Sérgio é ler meus livros", segundo afirmou o comentarista no UOL.


Á você que está me lendo eu digo :O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…".
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes, de acordo com uma das aulas para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Jornalismo na FIAAM FAAM.
Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros  e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.
No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.
No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia sócial”,simplesmente pelo fato de ser negro.
A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros  da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer      que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.

O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo  o final do período da escravidão  no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.
O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.
A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil.

E assim caminha a humanidade.


Imagem : Site Slyde Player.

A Construção da Desigualdade Racial no Brasil - ppt carregar

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