O governo dos Estados Unidos (EUA) causou uma turbulência internacional ao anunciar que não iria enviar dinheiro à Organização Mundial da Saúde (OMS), como protesto diante do que considerou como um comportamento inadequado da agência em relação aos interesses chineses, de acordo com o jornalista Jamil Chade, na sua coluna hoje no Portal UOL.
Mas, sem alarde, um outro país também não fez sequer uma transferência de recursos para a entidade que lidera a resposta à pandemia: o Brasil, de acordo com o relato do comentarista.
Dados obtidos pela coluna revelam que o governo brasileiro não pagou o quanto deve à agência em 2020. O Brasil tampouco pagou sua contribuição relativa ao ano de 2019. De fato, no ano passado, Brasília apenas depositou o quanto devia em 2018. Mas deixou as contas de 2019 e 2020, de acordo com o relato do comentarista.
Hoje, o governo acumula a segunda maior dívida na entidade, em cerca de US$ 32 milhões. O valor representa mais de 10% do buraco de US$ 310 milhões que enfrenta o orçamento regular da OMS, num momento crítico de sua atuação no mundo, segundo relatou o jornalista na manhã de hoje.
Procurado, o Ministério da Economia — responsável por fazer os pagamentos — explicou que o governo "trabalha com vistas a compatibilizar o imperativo do ajuste fiscal com obrigações assumidas pelo país junto a organismos internacionais", de acordo com o jornalista, na manhã deste domingo (11).
A crise financeira envolvendo o Brasil nas instituições internacionais não é nova. Sob o governo de Dilma Rousseff (PT), parte dos pagamentos foram interrompidos, gerando um profundo mal-estar entre diplomatas brasileiros e os organismos da ONU (Organização das Nações Unidas), segundo o jornalista.
Durante os meses do governo de Michel Temer (MDB), alguns desses atrasos foram quitados. Mas a dívida bateu novos recordes sob o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), superando os valores do governo Dilma, segundo relatou o jornalista na manhã deste domingo.
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