domingo, 25 de outubro de 2020

Os tempos sombrios no Brasil.

 Após ser flagrado pela Polícia Federal com quase 15 salários mínimos entre as nádegas, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu licença de 121 dias. Com isso, assumirá em seu lugar o suplente, seu filho, Pedro, de acordo com o jornalista Leonardo Sakamoto, no portal UOL.

Seus colegas senadores articularam a solução para evitar que o plenário do Supremo Tribunal Federal analisasse o seu afastamento. Não por amor a Chico, mas por autopreservação. Aumenta, assim, a chance de tudo ser esquecido, soterrado pelo próximo escândalo, de acordo com o jornalista.

O Senado Federal é parte fundamental de nosso sistema político desde o Império. Mas parece fazer questão de fornecer argumentos àqueles (entre os quais, não me incluo) que defendem o seu fim em nome da redução de custos, de acordo com o relato do jornalista.

A discussão sobre a necessidade de o Congresso Nacional ser bicameral, com uma Câmara dos Deputados (que representa os cidadãos) e um Senado (que representa os Estados e o Distrito Federal), não é de hoje, de acordo com o relato do jornalista.

Há os que advogam pela extinção desta segunda casa, sob a justificativa de que, com exceção de atividades específicas que poderiam ser transferidas (como sabatinar e ratificar a nomeação de embaixadores e de indicados ao STF), ela tem atuado apenas como uma plataforma para políticos que já governaram ou pretendem governar seus Estados de origem, de acordo com o jornalista.

Outro argumento que pesa é que o Senado estaria abrindo mão de seu papel de câmara revisora, agindo como um puxadinho da Câmara ou do Palácio do Planalto, de acordo com o jornalista.

Por exemplo, em 2017, para evitar que mudanças no Senado levassem a Reforma Trabalhista de novo à Câmara, um acordo foi firmado entre senadores da base aliada e o governo Michel Temer - que prometeu a edição de uma Medida Provisória com um grupo de alterações que os senadores gostariam de ver no projeto, segundo o jornalista.

Os senadores da base se deram por satisfeitos e aprovaram a reforma. A MP foi editada, mas caducou na Câmara. Em outras palavras, interpretaram o papel de paga-lanche, de acordo com o relato do jornalista no veiculo de imprensa.

O Senado é maior do que isso. Quer dizer, deveria ser. Como já escrevi aqui, é paradigmático que Chico Rodrigues, um vice-líder do governo, flagrado com maços de dinheiro escondidos entre suas nádegas durante uma operação da Polícia Federal que investigava desvios de recursos que deveriam ir para o combate à covid, seja membro titular do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, de acordo com o jornalista.

Não que o colegiado faça jus ao nome. Tanto que se movimentou rapidamente em nome de uma operação-abafa a fim de evitar a suspensão. Aqui não se defende uma expulsão sumária do senador, mas que seus colegas sejam céleres em cobrar explicações e entregá-las à sociedade. Explicações melhores do que aquelas que ele deu em seu pedido de afastamento: "Em um ato impulsivo, acordado pela Polícia, de pijama, assustado com a presença de estranhos em meu quarto, tive a infelicidade de tomar a decisão mais irracional de toda a minha vida", segundo o jornalista, no Portal de Imprensa.

Mas em um momento em que o próprio líder da nação é acusado de usar a estrutura de inteligência do Estado na defesa de seu filho, um senador, envolvido em um caso de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, a proteção dada pelo Senado a Chico Rodrigues é apenas um detalhe no novo normal da República, segundo o jornalista, neste domingo (25).


Á você que está me lendo eu digo : O patrimonialismo foi implantado no Brasil pelo Estado colonial português quando o processo de concessão de títulos, de terras e poderes quase absolutos aos senhores de terra legou à posteridade uma prática político-administrativa ema por que o público e o privado não se distingue perante as autoridades.
A Social Democracia, é uma corrente social liberal, que tem origem no humanismo moderno . A Social Democracia é defendida pelos progressistas liberais. A Social Democracia tem como foco, a promoção do bem estar social, dentro do capitalismo liberal.
O bolsonarismo é uma corrente de extrema direita, que é elevada ao mais grau mais radical do direitismo dentro do aspecto politico. A politica do bolsonarismo, envolve uma oposição radical ao modernismo do socialismo liberal. O bolsonarismo tem total desprezo pelo igualitarismo liberal, acreditando na hierarquia social entre os indivíduos.
Desde a redemocratização do país, em 1985, nós brasileiros, sempre fomos governados, pela Social Democracia Liberal. A Social Democracia Liberal, foi responsável, por exemplo, pela politica de valorização do salário mínimo, após os anos de arrocho salarial do período militar. Programas sociais, como o FIES, o Fundo de Financiamento Estudantil, foram um exemplo da ordem Social  Democrata Liberal, que tínhamos no Brasil.
No governo do ex presidente Lula, tivemos, como marcos a introdução de programas sociais, como o Bolsa Família e o Fome Zero, ambos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas como os programas que possibilitaram a saída do país do mapa da fome. Durante seus dois mandatos, empreendeu reformas e mudanças radicais que produziram transformações sociais e econômicas no Brasil, que triplicou seu PIB per capita e alcançou o grau de investimento.
Nos governos do ex presidentes FHC e Lula, tivemos a ordem Social Democrática Liberal, com correntes políticas de centro e centro esquerda, respectivamente. Contudo, tivemos, a Operação Lava Jato, que aniquilou os partidos que representam a Social Democracia Liberal. Uma boa parcela da sociedade, aderiu ao bolsonarismo radical, uma subversão da ordem.
Hoje, temos no Brasil, os brasileiros polarizados, entre aqueles a favor do bolsonarismo, contra aqueles favoráveis a corrente social democrata liberal. Tempos insanos, conduzidos, por um país, que nunca foi capaz de distinguir o público e o privado na administração pública.

E assim caminha a humanidade.

Imagem : Jornal O Globo.

No Congresso, só 17,8% dos parlamentares são negros - Jornal O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário