segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O machismo familiar .

 Milhares de mulheres — e também uma quantidade considerável de homens — foram às ruas neste domingo em várias cidades do país para protestar contra a cultura do estupro. O que motivou a manifestação é o caso Mariana Ferrer. Reportagem do site The Intercept Brasil narra a história da influencer que diz ter sido estuprada pelo empresário André de Camargo Aranha, há dois anos, durante uma festa na casa de eventos Café de La Musique, em Florianópolis.

Houve manifestações em São Paulo, Rio, Fortaleza, Belo Horizonte, Belém, Salvador, Florianópolis, Goiânia, Maceió, Recife, Brasília, Criciúma, Joinville e Santos, entre outras. Protestos virtuais também já aconteceram em Portugal, na Holanda, na Espanha e na Polônia.

Embora exames médicos tenham constatado que houve relação sexual entre Camargo e Mariana, com "rompimento recente do hímen", o promotor Thiago Carriço de Oliveira pediu a absolvição do réu porque, segundo disse, não havia como o empresário saber que a jovem não estava em condições de decidir. Mariana diz que foi dopada — o que caracterizaria "estupro de vulnerável".

"Como não foi prevista a modalidade culposa do estupro de vulnerável, o fato é atípico", escreveu o promotor. Na sentença, o juiz Rudson Marcos reconhece que "há provas da materialidade e da autoria, pois o laudo pericial confirmou a prática de conjunção carnal e ruptura himenal recente", mas aponta: "Pela prova pericial e oral produzida, considero que não ficou suficientemente comprovado que [Mariana] estivesse alcoolizada — ou sob efeito de substância ilícita — , a ponto de ser considerada vulnerável, de modo que não pudesse se opor a ação de André de Camargo Aranha ou oferecer resistência".

Durante o julgamento, o advogado de defesa de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, submeteu a vítima a uma asquerosa sucessão de agressões verbais e humilhação, sem que tenha havido a devida e necessária reação enérgica de juiz, do promotor ou mesmo do defensor público presente. Um procedimento foi aberto para apurar o caso no Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional do Ministério Público.

Independentemente do mérito da questão, diga-se uma vez mais: aquilo que se viu foi uma aberração porque a sessão se converteu num julgamento da vítima, não do réu. Ainda que se chegasse à conclusão de que ele era inocente, é inaceitável que se crie um ritual de culpabilização da vítima, com todos os requintes da humilhação.

As mulheres sabem por que estão indo às ruas. E fazem muito bem! "Estupro culposo", é verdade, não é um tipo penal. E o "estupro por merecimento" não pode ser uma espécie de motivação silenciosa, país afora, para absolvições devidas ou indevidas. Essa é a coluna do jornalista Reinaldo Azevedo, no Portal UOL, nesta segunda feira (09).


Á você que está me lendo eu digo :Machismo é a sensação de ser ' viril' e autossuficiente, o conceito associado a "um forte senso de orgulho masculino: uma masculinidade exagerada". Está associado à "responsabilidade de um homem de prover, proteger e defender sua família"
Patriarcado é um sistema social em que homens mantêm o poder primário e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades. No domínio  da família, o pai mantém a autoridade sobre as mulheres e as crianças.
O Brasil é um país extremamente machista. Mesmo com os avanços das mulheres, o nosso país ainda insiste em colocar as mulheres a serviço dos homens. Os supostos valores familiares, querem impor o conceito da "mulher direita". E, segundo a lógica da "mulher direita", as mulheres que não desejam ser estupradas, não deveriam ter certos "tipos de comportamentos", e nem se "trajar de determinada maneira".
E então, temos assim, a cultura do estupro. Os "valores da família", na verdade, querem colocar as mulheres como submissas aos valores patriarcais. Sim leitor (a): O patriarcado e o machismo, são conceitos que pregam a superioridade masculina em relação as mulheres. E, as ideias do machismo e do patriarcado, são disfarçadas nos "valores da família".
Como jornalista, eu apoio o movimento feminista. Ainda bem que existem mulheres com alto nível intelectual, para se contrapor aos valores machistas. Ainda bem que as mulheres tem um senso critico apurado contra os conceitos machistas.
Ainda bem que existe mulheres intelectuais que compõem os movimentos feministas. E, que diga-se, não são mocréias, e tão pouco vadias. Pelo contrário. São mulheres com alto nível intelectual e politico. O feminismo é composto por mulheres corajosas, que jamais se intimidam com uma sociedade patriarcal e machista.


Credito da Imagem :Jornal Estado de São Paulo


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