segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O racismo de marca no Brasil.

 A atendente de pizzaria Danielle da Cruz de Oliveira, que acusa o advogado Frederick Wassef de racismo após ser chamada de "macaca" dentro do estabelecimento, disse em entrevista ontem que acredita que o homem gosta de humilhar as pessoas. Wassef, que já atuou para a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nega as acusações e diz ser "vítima" de um plano que visa uma "futura ação indenizatória".

"Eu acho que ele [Wassef] gosta de humilhar as pessoas por ele ser, digamos assim, de "alto padrão [financeiro]", disse a atendente ao Fantástico, da TV Globo. À emissora, Danielle relembrou que, em outubro, Wassef já teria se negado a ser atendido por ela no estabelecimento, que fica localizado em Brasília (DF).

"Ele [Wassef] disse que não queria ser atendido por mim porque eu era negra e disse que eu tinha cara de sonsa e não saberia anotar o pedido dele.".

Já em novembro, o advogado teria voltado ao restaurante e chamado Danielle de "macaca".

"Ele [Wassef] quis vir até onde eu estava, que era o balcão, onde eu só fecho as mesas e aí ele veio do meio da pizzaria até onde eu estava. Falou que a pizza estava uma bost*, perguntou se eu tinha comido a pizza, eu falei que não. Mas aí ele começou a falar 'ah, mas você é uma macaca. Você come o que derem para você comer'.".

A atendente ainda contou que assim que o superior dela ficou sabendo do caso, ele ligou para um advogado e informou que a funcionária "tinha todo o apoio" para fazer um boletim de ocorrência contra o advogado porque "eles [restaurante] não aceitam que pessoas façam isso com outras pessoas".

O boletim de ocorrência lavrado por Danielle no início do mês contra o advogado foi registrado como injúria racial e três funcionários do estabelecimento são testemunhas do caso.

"Sim, eu sou negra. Com toda a certeza, eu sempre me reconheci como uma", disse Danielle contra as falas do advogado que a chama de 'branca'. "Eu acho que ele [Wassef] gosta de humilhar as pessoas por ele ser, digamos assim, de "alto padrão [financeiro].".

Wassef afirmou ao programa que Danielle disse mentiras e que a atendente foi prepara para incriminá-lo. O advogado ainda comentou que é uma "vítima".

"Isso tudo que essa mocinha disse são mentiras. Essa menina foi treinada e preparada por advogado e terceiras pessoas que ficaram três dias preparando-a para um depoimento falso e criminoso. Essa moça não é negra, essa moça é branca. A vítima sou eu e não a mocinha", disse.

O Wassef foi à outra delegacia e fez um boletim de ocorrência por denunciação caluniosa, quando uma pessoa acusa outra injustamente, contra a atendente. No boletim, o advogado pediu que a polícia buscasse as imagens da câmera de segurança para analisar do caso, mas a rede de pizzaria informou que as câmeras da unidade "se encontram desligadas".

Na última semana Wassef também concedeu uma entrevista à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, no qual explica que não é racista porque até "já namorou uma negra".

"Já namorei uma negra, o meu avô, pai de meu pai, era mulato, meio mulato. Não sou racista. Inclusive, meu pai mesmo tem o cabelo bem pixaim, encaracolado. Estão mentindo e armando para destruir a minha imagem e minha reputação, me incriminar. Jamais na minha vida destratei qualquer pessoa, não sou nem fui racista, tenho grandes amigos irmãos negros", ponderou.

Procurado pelo UOL no dia 12, Wassef afirmou que não chamou ninguém de "macaca" e se disse "vítima de uma farsa e armação montada".

"Sou vítima de uma farsa e armação montada. Sou vítima de denunciação caluniosa que foi organizada sob orientação de terceiros visando futura ação indenizatória para ganhar dinheiro através desta fraude arquitetada. Não chamei ninguém de macaco. A funcionária não é negra e mentiu afirmando que eu a chamei de negra e por isto não queria ser atendido por ela.".

A Lei de Racismo, de 1989, engloba "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O crime ocorre quando há uma discriminação generalizada contra um coletivo de pessoas. Exemplo disso seria impedir um grupo de acessar um local em decorrência da sua raça, etnia ou religião.

O autor de crime de racismo pode ter uma punição de 1 a 5 anos de prisão. Trata-se de crime inafiançável e não prescreve. Ou seja: no caso de quem está sendo julgado, não é possível pagar fiança; para a vítima, não há prazo para denunciar.

Já a injúria racial consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem a fim de atacar a dignidade de alguém de forma individual. Um exemplo de injúria racial é xingar um negro de forma pejorativa utilizando uma palavra relacionada à raça. A pena prevista para injúria racial é o pagamento de multa ou de 1 a 3 anos de detenção. A informação é do Portal UOL , na\ manhã desta segunda feira (16).


Á você que está me lendo eu digo :O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos
Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.
O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…".
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes, de acordo com uma das aulas de conceito histórico  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora e socióloga Lilian Torres.
Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros  e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.
No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.
No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia sócial”,simplesmente pelo fato de ser negro.
A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros  da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer      que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.

O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo  o final do período da escravidão  no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.
O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.
A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil. de acordo com uma das aulas de conceito histórico,  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora e socióloga Lilian Torres.

E assim caminha a humanidade.

Imagem : Site Slyde Player.




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