terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O tabuleiro politico para 2022.

 Jair Bolsonaro sempre foi movido a confronto. Foi atacando inimigos reais e imaginários que ele conseguiu destaque no Congresso, conquistou a presidência da República e governou até o presente momento.

Quando deputado do baixo clero, teve seus dias de glória ao atacar pautas da esquerda como o nunca materializado "kit gay" e a Comissão da Verdade, tentativa fracassada de apurar crimes cometidos pelos militares na ditadura militar (1964-1985).

Na campanha à Presidência, fez do petismo seu trampolim para a vitória e, no governo, seguiu ampliando a sua carteira de antagonistas: ora era o Congresso a encarnação do mal, ora o Supremo Tribunal Federal, ora a imprensa.

Neste preciso momento, o inimigo atende pelo nome de João Doria.

Mais do que um antagonista real, o governador de São Paulo virou um adversário estratégico.

Na visão do Planalto, recentes posturas do tucano ajudam a realçar pontos cruciais do discurso bolsonarista, sobretudo o de que a economia "não pode parar" por causa do coronavírus.

A última pesquisa Datafolha confirmou monitoramentos do Palácio que apontavam para a manutenção da popularidade do presidente mesmo com o agravamento da pandemia, os estilhaços da guerra das vacinas, a redução do auxílio emergencial e a subida no preço dos alimentos..

Continuam achando o governo Bolsonaro "ótimo" ou "bom" 37% dos brasileiros, mesma taxa aferida em agosto. As avaliações "ruim" ou "péssimo" oscilaram negativamente (34% para 32%).

Para o Palácio do Planalto, os números atestam que Bolsonaro deve seguir apostando no discurso da recuperação econômica ao mesmo tempo que tenta colar na testa do governador paulista o título de catalisador de "esquerdistas e comunistas, responsáveis por quebrar o Brasil nos últimos 30 anos", nas palavras de um assessor palaciano. 

Os planos imediatos do Palácio para cristalizar a ideia da recuperação econômica iminente passam sobretudo pela inauguração de obras. São elas que farão o ex-capitão avançar no Nordeste e recuperar-se no Sul e no Sudeste, onde se avalia que a "campanha da mídia contra o presidente" teve mais impacto até o momento.

A partir de agora, Bolsonaro intensificará seu périplo de inauguração de obras também no interior dos estados do Sul e do Sudeste, onde se concentra o seu eleitorado conservador. O interior de São Paulo terá prioridade na agenda.

Na estratégia para pavimentar o caminho de Bolsonaro para 2022, se há algo que hoje não tira o sono dos principais assessores do Palácio do Planalto é o esperneio do bolsonarismo raiz diante dos recuos ideológicos do ex-capitão. Parte dos apoiadores de Bolsonaro, incluindo aliados no Congresso, tem expressado insatisfação, por exemplo, com a aproximação do presidente com o Centrão.

Para o núcleo estrategista do Palácio, essa insatisfação em nada deve abalar o apoio ao presidente. Isso porque, se é possível pespegar no tucano Doria a pecha de "esquerdista", não é fácil identificar, ao menos até o momento, um nome competitivo à direita de Bolsonaro ou no mesmo quadrante.

Em outras palavras: os bolsonaristas raiz, frustrados ou não, ficarão com Bolsonaro simplesmente porque não têm para onde correr. O relato é da jornalista Thaís Oyama, na sua coluna no UOL, na manhã desta terça feira (15).


Á você que está me lendo eu digo :  Nas ciências políticas, dentro dos conceitos de esquerda e direita, existe a visão centrista. Os centrismo é conhecido por não ter posições extremas no espectro político. O centrismo defende pontos considerados de direita pela esquerda tradicional. Os centristas também defendem pontos considerados de esquerda pela direita tradicional. Na ciência política, os centristas são conhecidos por serem políticos conciliadores e tolerantes.
O PSDB se perdeu no campo centrista. Os escândalos de corrupção também chegaram ao ninho tucano. Caciques do PSDB também protagonizaram bizarros escândalos de corrupção. Ou seja: A Operação Lava Jato colocou por terra o discurso tucano sobre o centro e a ética na politica.
João Doria abriu mão do centrismo, aderindo a extrema direita de Jair Bolsonaro para se eleger governador do estado de São Paulo nas eleições de 2018. Entretanto, João Doria começou a se descolar de Bolsonaro, pois visa chegar a presidência em 2022. Mas, para tal, Doria terá que driblar sua alta rejeição na capital paulista.
O tabuleiro politico segue indefinido. Os tempos de Lava Jato no Brasil, levaram os brasileiros a uma polarização raivosa entre os sociais democratas liberais e a extrema direita. Jair Bolsonaro sabe muito bem disso. E por isso mantem sua estratégia de procurar um antagonista para alimentar sua base eleitoral.

E assim caminha a humanidade.



Imagem : Jornal O Globo.

No Congresso, só 17,8% dos parlamentares são negros - Jornal O Globo





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