sábado, 23 de janeiro de 2021

Minha escolha pela cidadania.

 Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um indivíduo em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão.

Caro (a) leitor (a). Eu sou portador de deficiência. Eu sou portador de deficiência intelectual e psíquica  . Eu trabalho na Loja Riachuelo do Shopping Ibirapuera nas vagas para PCDS ( Pessoa com Deficiência).

Durante 04 e meio, entre Agosto de 2012 a Dezembro de 2016, eu cursei Jornalismo nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM). Quando eu comecei o curso de Jornalismo, eu era magro e saudável, pesava no máximo 89 ou 90 Kg.

Sendo portador de deficiência, eu tive dificuldades para acompanhar minha turma na universidade. Para compensar minha dificuldade, eu tive que consumir muita literatura na biblioteca fora da sala de aula. Nos meu  dia de folga no trabalho, em vez de descansar, eu ficava o dia inteiro  consumindo muita literatura na biblioteca da universidade..

A dupla jornada entre faculdade e trabalho, me causou danos. O cara magro e saudável do inicio do curso de Jornalismo, foi senso substituído por outro cara gordo e pesado. No sétimo semestre, no quarto e ultimo ano do curso de Jornalismo, eu já pesava 102 kg. 

Eu conclui a graduação em Jornalismo com o trabalho de conclusão de curso sobre a inserção dos portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho.

Minha vida parou nesta pandemia. Desde o final de Março do ano passado, eu estou trancado em casa, em isolamento total, sem qualquer contato com outras pessoas. Caro (a) leitor (a). Eu tomo remédio controlado. Não precisamos ser médicos ou psicólogos, para saber os danos que o confinamento total, causou na saúde mental de quem é portador de deficiência intelectual e psíquica  . Mas se você leitor (a) é médico ou psicólogo, você sabe perfeitamente o que estou falando.

Minha saúde mental praticamente acabou. Ainda assim, eu sou contra furar a fila da vacinação. Como jornalista e cidadão, sei que os idosos em asilos, indígenas e quilombolas, são mais vulneráveis do que eu na pandemia do novo corona vírus. E esses grupos, além dos profissionais de saúde da linha de frente, devem ter prioridade.

Furar a fila da vacinação contra o novo corona vírus é falta de cidadania. A pandemia do novo corona vírus jamais pode ser desculpa para a falta de cidadania e respeito com o próximo. O exercício da cidadania plena, é a essência fundamental para o funcionamento de uma democracia. Não furar a fila da vacinação e vou seguir o exemplo democrático da cidadania. Mesmo tendo perdido minha saúde mental, como cidadão e jornalista, eu vou respeitar os grupos mais vulneráveis do que eu nesta pandemia. Em nome da cidadania.

E assim caminha a humanidade.

Minha colação de grau em Março de 2017.








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