sábado, 21 de agosto de 2021

O Machismo e o Patriarcado no Brasil.

A CBF recebeu mais uma denúncia de assédio sexual contra o presidente afastado da entidade, Rogério Caboclo. Uma ex-funcionária que lidava com o dirigente declarou, num documento de seis páginas ao qual o ge teve acesso, ter sido agredida física e psicologicamente por Caboclo. O dirigente nega as acusações.

O relato da ex-funcionária chegou à CBF na quarta-feira, anexado a uma notificação extrajudicial de natureza trabalhista. O documento cita casos ocorridos entre 2017 e 2019 – ano em que ela deixou de trabalhar na entidade.

O Rogério me expôs inúmeras vezes. Começou com jantares profissionais, em reuniões ele tentava me abraçar e me beijar, entre outras tentativas de me agarrar à força. Foram muitas ocasiões. Ele tentou desde me pedir em casamento em sua sala enquanto Diretor Executivo de Gestão, à total insanidade com os assédios físicos os quais descrevo abaixo. Ele não aceitava não como resposta.

Em nota , a defesa de Rogério Caboclo informou que o dirigente "nega veementemente" a acusação e diz que a funcionária recebeu proposta de dois diretores da CBF, Gilnei Botrel e Manoel Flores, para prejudicar Caboclo.

Botrel e Flores foram procurados pela reportagem e, em nota, "negaram qualquer ação" perante a ex-funcionária para prejudicar o presidente afastado. Eles afirmaram que a posição da defesa de Caboclo "se trata de estratégia diversionista e falaciosa do ex-presidente diante das novas acusações de extrema gravidade". O advogado da funcionária também foi procurado após a nota da defesa de Caboclo. Se houver resposta, esta reportagem será atualizada.

A CBF afirmou que "tomou conhecimento dos episódios narrados na data de ontem [19 de agosto de 2021], mediante o recebimento de denúncia formal encaminhada pelos advogados da ex-funcionária, e remeteu o expediente de imediato à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro".

Após o recebimento da denúncia, a Comissão de Ética abriu uma nova investigação. O primeiro caso, que foi revelado pelo ge no dia 4 de junho e resultou no afastamento de Caboclo, está em fase final. Uma Assembleia Geral foi marcada para a próxima quarta-feira, dia 25 de agosto. Os 27 presidentes de federações estaduais vão decidir o futuro de Rogério Caboclo.

No total são três mulheres que afirmam ter sido assediadas por Rogério Caboclo. Além das duas que fizeram denúncias formais, uma ex-funcionária da entidade declarou ao Ministério Público que sofreu assédio – mas ela não quis formalizar denúncia.

Agressão no apartamento

De acordo com a denúncia da funcionária, houve diversos casos de agressões físicas e psicológicas.

– Ele me agrediu muito, as agressões físicas doeram, eram agressões no nível emocional e psicológico, sofri muito, gritei muito, chorei todas as lágrimas possíveis. Decidi que nunca mais passaria por isso e resolvi sair da CBF – diz um trecho do documento.

Um dos casos, segundo a funcionária, ocorreu em fevereiro de 2018, no apartamento de Caboclo, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

– Quando chego em sua casa, com meu computador ele tranca a porta, me oferece vinho, digo que não [...] Aí então ele saiu, foi para outro lado do apartamento dele. Quando ele voltou com o que me parecia shorts de banho, ele tentou me beijar, puxou meu cabelo para trás com muita força, e tentou me beijar novamente. Eu pedi para ele parar e ele não parou.

O relato prossegue:

– Ele então me pegou pelo pescoço contra [a] parede e forçou a sua mão entre as minhas pernas, tentando ao mesmo tempo enfiar a mão dentro da minha calcinha. Tentei revidar empurrando com o cotovelo e ele fez mais força no meu pescoço. Ele me largou por sorte a comida que ele havia pedido chegou.

Em seguida, sempre segundo o relato da ex-funcionária, chegou ao apartamento de Caboclo o então secretário-geral da CBF, Walter Feldman, que também participaria da reunião. Ela relata ter contado ao dirigente o que havia acabado de sofrer. De acordo com a denúncia, Feldman teria minimizado o episódio e dito a seguinte frase: "Entenda, todo gênio é um pouco louco".

Procurado nesta sexta-feira pela reportagem, Feldman afirmou não se lembrar do episódio.

Restaurante

Outro episódio narrado no documento apresentado à CBF teria ocorrido no dia 27 de agosto de 2017 num restaurante do Leblon, no Rio de Janeiro.

– Durante o almoço, ele saiu para o banheiro, quando voltou se sentou ao meu lado, segurou a minha perna e cintura, tentou me dar um beijo. Eu disse Rogério, por favor, não faça isso. Ele continuou tentando. Pedi a conta, e por sorte tinha o telefone do seu motorista, [que] estava por perto aguardando.

Convites para viagens

Segundo o relato da ex-funcionária, em pelo menos três ocasiões Rogério Caboclo pediu a ela para acompanhá-lo em viagens, sem que ela tivesse um papel profissional definido. Uma delas seria para Miami, para acompanhar uma reunião com um patrocinador da CBF. Outra seria para Zurique, sede da Fifa. E a terceira para Porto Alegre, num jogo contra o Equador pelas Eliminatórias para a Copa de 2018. Nas três ocasiões, ela se recusou a viajar.

Ligações durante a madrugada

No documento, a denunciante afirma que, com frequência, Caboclo lhe enviava mensagens e fazia ligações durante a madrugada questionando "por onde anda", "bem linda?", "vai deixar eu mandar em você?". Algumas dessas ligações ocorreram, segundo o relato, após situações em que ela havia se negado a ceder aos seus assédios.

Ela narra que, em uma das ligações destacadas pela ex-funcionária, ocorrida em abril de 2019, Caboclo "telefonou oferecendo dinheiro para falar de sexo com ele ao telefone. Ofereceu R$ 15 mil e disse que não era a última oferta dele", escreveu, informando ter desligado o telefone na sequência.

A primeira denúncia contra Caboclo

No dia 4 de junho, uma funcionária da CBF protocolou denúncia de assédio sexual e moral contra Rogério Caboclo. O documento foi entregue à Comissão de Ética da CBF e à Diretoria de Governança e Conformidade.

Entre os fatos narrados por ela, estão constrangimentos sofridos por ela em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF. Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se "masturbava" - o áudio desta conversa foi revelado pelo Fantástico em 6 de junho. Entre outros episódios, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de "cadela".

Dois dias depois da denúncia, em 6 de junho, Caboclo foi afastado da presidência da CBF por 30 dias, por determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro. Na ocasião, a entidade informou que o processo seguiria em sigilo. O presidente afastado nega as acusações. Em 3 de julho, a Comissão renovou o afastamento de Caboclo por 60 dias

Leia a nota da defesa de Rogério Caboclo

"O presidente da CBF, Rogério Caboclo, repudia as acusações levianas e falsas lançadas contra ele e nega veementemente que tenha cometido atos que configurem assédio em relação à mencionada funcionária da entidade.

Ocorre que, durante o processo do afastamento ilegal de Caboclo do cargo, ele recebeu áudios de diálogos da acusadora e de sua mãe em conversa com um colaborador da CBF (nota da reportagem: o interlocutor é Ricardo Trade, o Baka, que não é funcionário da confederação, mas se apresenta como uma pessoa que quer ajudar Caboclo). Elas relatam de forma clara o recebimento de proposta para prejudicar Rogério Caboclo e retirá-lo definitivamente do comando da entidade. As propostas incluíam oferecimento de alto cargo de direção na CBF, além de R$ 1 milhão.

Essas tentativas de cooptação da funcionária, como comprovam as conversas, foram conduzidas pelos diretores Gilnei Botrel e Manoel Flores, aliados do ex-presidente banido do mundo do futebol e investigado pela Polícia Federal, Marco Polo Del Nero. A defesa de Rogério Caboclo já entrou com pedido de investigação na Comissão de Ética da CBF contra os diretores citados no áudio por suspeita de corrupção de testemunha e contra o ex-presidente da CBF." A informação é do Portal G1 da Rede Globo.


Á você que está me lendo eu digo : O patriarcado é um sitema social em que os homens mantem o poder primário e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades. No patriarcado; tradicional, os homens mantem a autoridade absoluta sobre as mulheres e as crianças.

O machismo é a sensação de ser "viril" e "autossuficiente. O machismo é associado á um forte senso de orgulho masculino. O machismo defende um modelo exacerbado da masculinidade, estando associado a "responsabilidade de um homem prover, proteger e defender a sua familia."

O machismo também se baseia no conceito de o homem é superior a mulher em todos os sentidos. Baseado no conceito da superioridade masculina, os machistas defendem que as mulheres que não se sujeitarem ao poder masculino," devem sofrer as consequencias".

A misoginia é o ódio  as mulheres e aversão aos valores femininos. A misoginia pode se manifestar através da obetificação, da depreciação, do descrédito e dos varios tipos de violencia  contra a mulher. Seja a violencia fisica, moral, sexual, patrimonial ou psicológica.

O feminismo é um conjunto de movimentos politicos, sociais, intelectuais e filosóficos, que tem como objetivo comum, os direitos iguais entre homens e mulheres por meio do empoderamento feminino e da libertação dos valores patriarcais, que se baseiam em normas de genero.

O feminismo é composto por mulheres com alto nivel intelectual. Na sua intelectualidade, as mulheres aderem ao feminismo para se libertarem das normas hierarquicas do patriracdo e do machismo vigentes em uma sociedade conservadora.

O Brasil é sim um país patriarcal e extremamente machista. Sim leitor (a). No Brasil, ainda se enxerga as mulheres como um objeto de posse para o deleite masculino. No Brasil, muitos dizem que infelizmente existe esse movimento feminista.

Contudo, como cidadão e jornalista eu digo, ainda bem que existe esse movimento feminista. Sim leitor (a). Como cidadão e jornalista, eu sempre irei defender as lutas das mulheres contra o patriarcado e o machismo na sociedade brasileira.

As minhas colegas jornalistas foram vitimas de ataques misóginos, apenas por exercerem seu dever de oficio. Sim leitor (a). As minhas colegas jornalistas foram vitimas da ataques misóginos, simplesmente por exercerem o seu dever de levar a informação aos leitores.

O machismo e o patriarcado no Brasil, ainda se manifestam pela "defesa dos valores tradicionais". A " defesa dos valores tradicionais", ainda justificam o poder hierárquico que muitos homens ainda acreditam que devem exercer sobre as mulheres.

De acordo com o IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar das mulheres serem mais instruídas no ensino superior, elas ocupavam apenas 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam 77,7 % a menos do que os homens.

O IBGE também afirmou que em 2020, as mulheres eram apenas 14,8 % dos deputados federais, a menor proporção da América do Sul e as posição 142 no ranking com dados para 190 países. O IBGE também cita que no processo eleitoral de 2018, apenas 32, 2% das candidaturas de deputado federal foram de mulheres. O IBGE também cita que entre as candidaturas que contaram com receita superior a R$ 1 milhão, apenas 18,0 % foram femininas.

O IBGE também cita, que em 2020, as mulheres eram 14,8% dos deputado federais, a menor proporção da América do Sul e posição 142 no ranking de 190 países. O IBGE também cita, que no processo eleitoral em 2018, apenas 32,2 % das candidaturas para o cargo de deputado federal foram de mulheres.

O IBGE também cita, que em 2020, entre os vereadores eleitos, apenas 16 % eram mulheres. O IBGE também cita, que as mulheres, eram apenas duas entre 22 ministros. Assim como o IBGE também cita, que na esfera estadual e distrital, apenas 27,6 % dos policiais civis e 11 % dos policiais militares, eram mulheres em 2018. As informações são da Agencia de Noticiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na data de 04 de Março de 2021.

A violência contra as mulheres está em toda a parte. A violência contra a mulher, se baseia em conceito de deleite e poder. Portanto, como cidadão e jornalista, eu reafirmo meu apoio aos movimentos feministas na luta contra os conceitos patriarcais.

E assim caminha a humanidade.

Imagem : Portal G1 da Rede Globo.


 


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