segunda-feira, 4 de abril de 2022

Os litígios da esquerda em 2022.

 RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Nos dois principais colégios eleitorais do Nordeste, os palanques do ex-presidente Lula (PT) têm características similares, com candidatos desconhecidos da população em geral, grupos há 16 anos no poder e estratégia de nacionalização dos pleitos estaduais nas eleições de 2022.

O grupo que cuida da estratégia eleitoral do PT avalia que é preciso sair com ampla margem de votos sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Nordeste para compensar eventuais defecções nas outras regiões do país, como o Sul e o Centro-Oeste.

Para isso, petistas ligados à campanha de Lula preveem que é fundamental alavancar o ex-presidente em estados-chave do Nordeste, como Bahia e Pernambuco.

Quarto maior colégio eleitoral do Brasil, a Bahia é governada pelo PT desde 2007. Foram dois mandatos de Jaques Wagner e dois de Rui Costa, que está no último ano de gestão.

A escolha do candidato à sucessão de Rui foi tumultuada na base aliada. De início, o mais cotado era o senador Jaques Wagner, que desistiu da postulação. Depois, a missão passou para o senador Otto Alencar, que externou preferência pela reeleição ao Legislativo.

Por fim, o escolhido foi o ex-secretário estadual de Educação Jerônimo Rodrigues. O processo tenso ocasionou o rompimento do vice-governador João Leão (PP) com o PT. Para compensar a perda de votos, os petistas fecharam aliança com o MDB, do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

O embate do PT na Bahia é com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil). Para ampliar a competitividade, o desafio dos petistas é associar a imagem de Jerônimo Rodrigues à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder em intenções de voto para presidente no Brasil e na Bahia.

"É voto casado na Bahia. É L de Lula lá e J de Jerônimo cá para governador", disse Jaques Wagner em discurso na última quinta-feira (3).

Também na quinta, Lula desembarcou em Salvador para dar a benção à chapa de Jerônimo Rodrigues para o governo e Otto Alencar para o Senado.

Outra tática que deverá ser usada pelo PT na Bahia é a presença de Jerônimo nas inserções partidárias da legenda no rádio e na televisão. Mesmo que não possa fazer campanha direta, a sigla pretende fazer com que a imagem dele esteja mais presente na mente do eleitorado baiano.

O PT da Bahia também tenta associar a imagem de ACM Neto à de Bolsonaro, explorando o apoio dado pelo ex-prefeito ao hoje presidente no 2º turno da eleição de 2018.

"De um lado está o time de Lula, que é do sonho, da esperança e trabalha para cuidar de gente. Do outro lado está o grupo do atraso, formado por pessoas que trabalham com ódio, que não têm coragem de assumir o presidente deles. Eles estão do lado do bolsonarismo", afirmou Jerônimo no lançamento da pré-candidatura, em 31 de março.

A fala de Jerônimo é direcionada a ACM Neto, que tem evitado se associar a uma candidatura presidencial.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o Governo da Bahia, ele tem tentado se aproximar do eleitorado de Lula com aliados que declaram voto no ex-presidente, como João Leão (PP), seu pré-candidato a senador.

Em Pernambuco, o cenário é parecido com o da Bahia, só que para o PSB. Há quase 16 anos no poder, o partido adotará a nacionalização da eleição estadual em 2022.

Nos planos traçados em reuniões de bastidores, estão previstas gravações para programas eleitorais de rádio e da televisão com o pré-candidato ao governo, Danilo Cabral, ao lado do ex-presidente Lula.

O objetivo é, além de tentar jogar Bolsonaro (com rejeição elevada no estado) no colo da oposição, evitar que a deputada federal Marília Arraes, pré-candidata ao governo pelo Solidariedade, associe-se a Lula.

O comportamento do PSB na eleição de 2022 deverá ser o oposto do que aconteceu na eleição de 2020 no Recife. Na ocasião, no segundo turno, o candidato do partido, João Campos, usou o antipetismo como estratégia para derrotar Marília Arraes, à época no PT.

A escolha do candidato do PSB a governador também teve uma recusa, como a de Jaques Wagner pelo PT na Bahia. No caso do PSB pernambucano, o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio jogou a toalha.

Temendo a exploração de investigações da Polícia Federal sobre supostas irregularidades em compras para o combate à Covid-19 na Prefeitura do Recife em 2020, quando era prefeito, ainda que não tenha sido implicado diretamente, Geraldo optou por dar negativa à possível candidatura em 2022.

Outra razão foi um veto da família à sua postulação na disputa estadual.

A postulação caiu no colo do deputado federal Danilo Cabral, tido como da confiança da família Campos, influente no poder em Pernambuco.

Pesquisas internas apontam que outro desafio para o PSB em 2022 será superar a rejeição ao governador Paulo Câmara. A tática deverá ser esconder o gestor da campanha de Danilo Cabral, explorando a imagem de Lula junto ao candidato.

"O povo brasileiro tem sim saudade de Luiz Inácio Lula da Silva. E nós queremos Lula de volta. Por tudo o que Lula representou para o Brasil. Pelo conjunto de ações e de políticas que ele implantou e que trouxe de volta para o Brasil o orgulho de ser brasileiro", disse Danilo em discurso recentemente.

A área de marketing eleitoral do PSB também já prepara um acervo com banco de imagens de Danilo Cabral junto ao ex-governador Eduardo Campos. A ideia é reativar na memória do eleitor os momentos positivos dos governos de Eduardo.

Por outro lado, haverá uma pesquisa com um banco de imagens e vídeos para criticar os ex-prefeitos de Petrolina Miguel Coelho e de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira, pré-candidatos a governador, pelos vínculos com o presidente Bolsonaro.

Anderson é o candidato declarado de Bolsonaro, enquanto Miguel Coelho tem se afastado do presidente desde que o seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, deixou a liderança do governo no Senado, em dezembro.

Para a cientista política Priscila Lapa, a estratégia de nacionalização da eleição pode ter sucesso em estados do Nordeste, que votam majoritariamente em Lula, como Bahia e Pernambuco, no entanto, há brecha para esse roteiro falhar.

"Vejo como o risco dessa estratégia o nível de desgaste que o PT na Bahia e o PSB em Pernambuco possuem por estar há muito tempo no poder, a fadiga de material político e por não conseguirem mais agradar totalmente o conjunto de aliados que formam chapas de oposição competitivas. A nacionalização pode não ser suficiente para vencer a eleição", afirma Priscila. A informação é do Jornal Folha de São Paulo, na tarde desta segunda feira (04).











Á você que está me lendo eu digo : No campo político, a esquerda se caracteriza pela defesa de uma maior igualdade social. Normalmente a esquerda envolve uma preocupação com os cidadão menos favorecidos e que estão em desvantagem em relação aos mais abastados. A esquerda defende que existem desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas. 
A centro esquerda é um campo politico para descrever aqueles que se encontram entre o centro e a esquerda no espectro politico. Dentre os conceitos de direita e esquerda, a centro esquerda foca no promoção da justiça social dentro do establishment capitalista. 
A centro esquerda defende que a igualdade deve ser alcançadas dentro do próprio capitalismo, como politicas ambientalistas e sociais democratas dentro do mercado capital.
Os partidos de esquerda tem muita força no campo parlamentar. Nas eleições municipais em 2020, o PDT elegeu 3441 vereadores. O PSB elegeu 3029 vereadores. O PT elegeu 2665 vereadores. O PSB conta com uma bancada de 70 deputados estaduais, por exemplo.
O PDT conta com uma bancada de 52 deputados estaduais. O PT, por exemplo, conta com uma bancada de 85 deputados estaduais e 53 deputados federais nos parlamentos.
Na política, o calculo é feito por probabilidades. Os parlamentares do centrão, por exemplo, já reconheceram a força dos partidos de esquerda nas bancadas legislativas.
Não por acaso, o presidente da Câmara dos Deputados Artur Lira ( progressistas) e do Senado Rodrigo Pacheco (PSD), já acenam com alianças pontuais com partidos de esquerda no legislativo.
Em algumas oportunidades, por exemplo, os presidentes da Câmara e do Senado, já abriram negociações em relação a politicas progressistas, que são muito caras aos partidos de centro esquerda e esquerda no Brasil. 
Em uma federação partidária, dois ou mais partidos políticos, podem se reunir em uma federação partidária, que após a consolidação e registro no Tribunal Superior Eleitoral, atuará nos legislativo como se fosse um único partido.
Conforme eu já comentei em outra postagem, os partidos de esquerda e centro esquerda, tem litígios a resolver para as eleições de 2022. Os partidos de esquerda e centro esquerda no Brasil, ainda tem litígios, devido as suas visões diferentes de país dentro do campo da esquerda.
Ainda assim, não se pode desconsiderar a força dos partidos de esquerda nas bancadas legislativas. A esquerda possui bancadas muito expressivas no legislativo. Ainda que a esquerda tenha seus litígios, devido as visões diferentes de país dentre os partidos de esquerda no Brasil.
O PSB conquistou 254 prefeituras em 2020. O PDT conquistou 315 prefeituras, também em 2020.  Mas, se por um lado, PDT e PSB conquistaram mais prefeituras, por  outro lado, o PT é extremamente dominante no campo de centro esquerda e esquerda. O PT tem aproximadamente 1.606.892 filiados, sendo o PT o segundo maior partido político do Brasil, estando atrás apenas do MDB.
Na legislatura atual (2019-2022), o PT tem a segunda bancada na Câmara dos Deputados, atrás apenas do União Brasil . Os litígios na esquerda, acontecem pelo fato dos demais partidos de esquerda e centro esquerda, quererem contrabalançar a hegemonia petista. no campo da esquerda.
Centro esquerda e Esquerda, tem litígios a resolver em 2022. A hegemonia do PT, fragmenta bastante o campo da esquerda. Fragmentação esta, que prejudicou muito centro esquerda e esquerda nas eleições de 2018.


E assim caminha a humanidade. 



Imagem : Site Política por Elas.



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