sábado, 28 de maio de 2022

A disputa por poder e hierarquia no campo da esquerda.

 SÃO PAULO, SP FOLHAPRESS) - Carlos Lupi, presidente do PDT, diz ao Painel que a pressão que tem sido feita por petistas para que Ciro Gomes (CE) retire sua pré-candidatura presidencial para aumentar as chances de Lula (PT) vencer Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno só vai piorar a relação entre os partidos e pode inclusive inviabilizar o apoio ao ex-presidente em um eventual segundo turno.

Levantamento do Datafolha divulgado nesta quinta-feira (26) mostrou Ciro com 7% das intenções de voto no primeiro turno. Lula lidera com 48%, seguido por Bolsonaro, com 27%. O ex-presidente venceria a eleição de 2022 no primeiro turno se o pleito fosse hoje, com 54% dos votos válidos, ante 30% do presidente.

Lupi se diz mais irritado que Ciro com os apelos para que o projeto federal da sigla seja interrompido e diz que essa pressão pode impossibilitar o apoio ao PT em um eventual segundo turno que não envolva o ex-governador do Ceará.

A cada dia que o PT insiste em falar para a gente desistir, a cada dia a gente vai insistir mais. Porque isso é um desrespeito à instituição. Partido político não pode ser controlado nem por pesquisa nem por pessoas de outro partido", diz.

"Cada vez que eles fazem essa pressão para que o Ciro desista, mais a gente vai dizer não. Nós somos osso duro de roer. Temos uma história de 42 anos de partido, depois da democratização, e mais 50 anos com Getúlio Vargas, Leonel Brizola, João Goulart. Não funciona pressão com a gente. Quanto mais pressiona, mais a gente vai ficar firme no processo. É uma ação que acaba revertendo contra eles", continua.

"Então vou dizer que o PT tem que desistir do Lula? É ridículo. Como é que outro partido vai dizer o que você tem que fazer? Aí inviabiliza até a possibilidade de segundo turno. Inviabiliza mesmo. Muita gente pode ir para o voto nulo, voto de protesto, não votar. É muito perigoso esse comportamento do PT. A cada ação dessa vai piorar nossa relação", completa.

"A Gleisi [Hoffmann, presidente do PT] disse que respeita o PDT, mas que seria bom ter o apoio... Seria bom para ela, né? Para casar, os dois têm que querer. Se um não quer, não tem casamento", diz

Em 2018, Ciro viajou para a Europa durante o segundo turno da eleição entre Fernando Haddad (PT) e Bolsonaro, o que virou um marco na relação tensa de petistas com ele. Em vídeo recente, ele negou ter ido para Paris, como costumam dizer os petistas, e atribuiu a Lula essa "versão malévola". Ele afirma que foi para Lisboa e retornou ao Brasil antes do dia da votação, quando escolheu Haddad.

O presidente do PDT diz que a chance de desistência é zero. "Voto útil é inútil. Como que vai declarar voto útil numa eleição de dois turnos? Daqui a pouco vão abolir as eleições. 'Se a pesquisa está dizendo, para que eleição?' Isso é menosprezar o direito à cidadania e o direito ao voto. Até o dia da eleição muita coisa acontece", argumenta.

Sobre o Datafolha, Lupi diz ter feito uma leitura positiva do quadro.

"Fiquei mais otimista. Ciro ampliou sua vantagem sobre o Bolsonaro em um segundo turno. Isso tira o discurso de que só o Lula vence o Bolsonaro. Também mostra baixa rejeição. Ciro tem muito menos rejeição que o Lula e menos da metade da rejeição do Bolsonaro. Ele tem potencial de crescimento muito grande ainda", afirma.

O pedetista aposta em um segundo turno entre Lula e Ciro.

"Ninguém na história conseguiu se reeleger com uma rejeição de 50% como a que Bolsonaro tem", diz. "Quem garante que a rejeição do Bolsonaro não aumenta e ele fica fora do segundo turno? Eu acredito nisso.". A informação é do Jornal Folha de São Paulo.














Á voce que está me lendo eu digo : O Presidente da República é a autoridade máxima do Executivo de um Estado soberano cujo estatuto é uma república. Tal como os chefes de estado das monarquias, o presidente da república representa o Estado, mas os poderes específicos que detém e o modo como um cidadão se torna presidente variam bastante consoante o sistema institucional de cada país. Em grande parte dos países o Presidente da República usa uma faixa presidencial como distintivo do cargo.
Em algumas repúblicas, o presidente é o chefe do poder executivo, fazendo parte das suas competências a gestão do governo do país e, até certo ponto, a própria direção do rumo político da nação. Assim se organizam as democracias que seguem um sistema presidencialista, caso em que o presidente é, geralmente, eleito por sufrágio universal e direto, muito embora haja algumas exceções, sendo a mais relevante a dos Estados Unidos, república presidencialista em que o presidente é eleito por um colégio eleitoral, esse sim, eleito pelo povo. Mas, frequentemente, também nas repúblicas que vivem sob ditadura, o regime é presidencialista.
Uma república federal (ou república federativa) é um Estado que estruturalmente é simultaneamente uma federação e uma república. Uma federação é um estado composto por determinado número de regiões com governo próprio (chamados de "estados") e unidas sob um governo federal. Numa federação que ao contrário do que acontece num estado unitário, o direito de autogoverno de cada região autónoma está consignado constitucionalmente e não pode ser revogado por uma decisão unilateral do governo central. O uso do termo "república" talvez seja inconsistente mas, no mínimo, indica um Estado em que o chefe de estado não é um monarca.
Em uma república federal, há uma divisão de poderes entre o governo federal e o governo das subdivisões individuais. Embora cada república federal administre esta divisão de poderes de maneira diferente, questões comuns relacionadas à segurança e defesa e política monetária são geralmente tratadas em nível federal, enquanto questões como manutenção de infra-estrutura e política educacional são geralmente tratadas em nível regional ou local. Segundo as informações do autor Guilherme Pena de Moraes, no meu livro sobre a Constituição Federal.
Existe uma clara disputa por poder e hierarquia no campo da esquerda. 
O PSB conquistou 254 prefeituras em 2020. O PDT conquistou 315 prefeituras, também em 2020.  Mas, se por um lado, PDT e PSB conquistaram mais prefeituras, por  outro lado, o PT é extremamente dominante no campo de centro esquerda e esquerda. O PT tem aproximadamente 1.606.892 filiados, sendo o PT o segundo maior partido político do Brasil, estando atrás apenas do MDB.
Na legislatura atual (2019-2022), o PT tem a segunda bancada na Câmara dos Deputados, atrás apenas do União Brasil . Os litígios na esquerda, acontecem pelo fato dos demais partidos de esquerda e centro esquerda, quererem contrabalançar a hegemonia petista. no campo da esquerda.
Em um pais com uma Republica Federativa, existem dois tipos de grupos de eleitores. Os dois grupos de eleitores, são os eleitores que votam do centro para a esquerda e os eleitores que votam do centro para a direita.
A disputa de poder no campo da esquerda, acontece pelo fato dos demais partidos de esquerda quererem a contra hegemonia no PT diante deste eleitorado que vota do centro para a esquerda.
Em 2018, a contra hegemonia do PDT neste eleitorado que vota do centro para a esquerda, foi a principal razão pela qual Ciro Gomes não apoiou o ex prefeito Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro em 2018.
A hegemonia e contra hegemonia neste eleitorado que vota do centro para a esquerda, é justamente o que fragmenta o campo da esquerda em 2022, assim como já havia acontecido em 2018.

E assim caminha a humanidade. 

Imagem :  Jornal o Globo. 




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