Ainda não é dia, mas já não é noite, e já se sente uma dessas aragens benfazejas boas para limpar as cabeças do pesadelo que nos aflige por quatro intermináveis anos. Falta pouco, e a agonia disso que aí está pode levar tempo até seu desenlace final com elementos catastróficos ou sem eles. O retorno ao regime do AI-5 não é mais uma hipótese plausível e a sociedade demonstrou à saciedade sua rejeição ao fascismo e enfrenta seu destino pela via democrática do processo eleitoral. Nesse terreno inóspito ao bolsonarismo, ancorado no Centrão, é que ele joga sua última cartada com a derrama de dinheiro entre os mais pobres que ora se inicia visando capturar seus votos, iniciativa de resultados imprevisíveis.
Essa hipótese, contudo, está bem longe de ser confiável, como evidente no levante da consciência democrática na defesa que se alastrou entre a inteligência e ponderáveis setores das elites econômicas dos valores e instituições que conformam o Estado democrático de direito, nos vigorosos manifestos lidos em 11 de agosto na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o dos juristas e dos empresários da FIESP , a que dezenas de outras, de vários estados da federação se acrescentaram replicando o inteiro teor do texto dado a público nesse simbólico dia de agosto subscrito por mais de 900 mil pessoas e inúmeras entidades, entre as quais as mais representativas do capital e do trabalho e de movimentos sociais.
No caso, é de especial relevância o fato de que tal manifestação optou por estabelecer uma linha de nítida convergência com as manifestações de 1977 em oposição ao regime ditatorial da época, tanto no texto, como no lugar em que ambas vieram a público. Nesse sentido, bem mais do que um protesto tópico contra os descaminhos do atual governo e sua índole autocrática a poderosa manifestação dos dias de hoje se endereça à intenção de levar a cabo a democratização inconclusa da sociedade brasileira.
Este 11 de agosto descortina uma nova oportunidade para a democracia que não pode ser perdida por equívocos na condução da política, quando se deixou se apartarem as dimensões da questão social com as da democracia política. Nos atos de hoje na faculdade de Direito de São Paulo e em tantas outras sedes de manifestação igual, a amplitude das forças políticas, culturais e de movimentos sociais é a melhor indicação de que se encontrou o melhor caminho para deixarmos para trás a história de horrores que é a da nossa modernização autoritária. /sociólogo, PUC-Rio. O texto está no Jornal Estado de São Paulo.
Á você que está me lendo eu digo : O bolsonarismo é um fenômeno político de extrema-direita que eclodiu no Brasil com a ascensão da popularidade de Jair Bolsonaro, especialmente durante sua campanha na eleição presidencial no Brasil em 2018, que o elegeu presidente. A crise do petismo durante o governo Dilma Rousseff, (PT), precipitada e acelerada pela crise político-econômica de 2014, fortaleceu a ideologia bolsonarista e a nova direita brasileira, que se inserem no contexto da ascensão do populismo da Nova Direita em nível internacional.
O bolsonarismo permanece como a ideologia predominante do governo Bolsonaro e é associado à retórica de defesa da família, do patriotismo, do conservadorismo, do autoritarismo, de elementos neofascistas, do anticomunismo, do negacionismo científico, do porte de armas, da rejeição aos direitos humanos, da defesa do racismo estrutural na sociedade, da defesa do racismo por parte das autoridades policiais, da defesa da tortura como método de interrogatório policial, da defesa da homofobia, da defesa da transfobia e da aversão à esquerda política, bem como pelo culto à figura de Bolsonaro, frequentemente chamado de "mito". O escritor Olavo de Carvalho é frequentemente citado como tendo sido o guru da ideologia bolsonarista.
O bolsonarismo não é reconhecido como uma ideologia por apoiadores – chamados pejorativamente por bolsominions – nem pelo presidente Jair Bolsonaro, que define seu governo como "livre de amarras ideológicas".
Presidente da República é o chefe de Estado e de governo da República Federativa do Brasil. O regime constitucional brasileiro optou pelo presidencialismo. O presidente da República escolhe livremente seus auxiliares diretos, os ministros de Estado, sem interferência do parlamento, que no caso brasileiro, é o Congresso Nacional. De acordo com a revista estadunidense Newsweek, o ocupante do cargo é considerado a pessoa mais poderosa da América Latina, devido à posição de potência regional do Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), é sim uma ameaça a democracia. Visando agradar sua base ultra conservadora, o atual mandatário impôs a necropolítica aos demais brasileiros que não se encaixam na sua base eleitoral.
Necropolítica é um conceito filosófico que faz referência ao uso do poder social e político para decretar como algumas pessoas podem viver e como outras devem morrer; ou seja, na distribuição desigual da oportunidade de viver e morrer no sistema capitalista atual.
A necropolítica é frequentemente relacionada ao "biopoder", conceito criado pelo filósofo Michel Foucault para referir-se ao uso do poder social e político para controlar e disciplinar a vida das pessoas.
Na visão do filosofo camaronês Achille Mbembe, a necropolítica é mais do que o direito de matar (droit de glaive), mas também o direito de um govrenante expor outras pessoas (incluindo os próprios cidadãos de um país) à morte. Sua visão da necropolítica também inclui o direito de impor a morte civil ou social, o direito de escravizar outrem, e outras formas de violência política.
Para agradar sua base ultra conservadora, o presidente Jair Bolsonaro (PL), tem decretado a necropolítica a todos os demais brasileiros que não se encontram no seu campo eleitoral.
Na condução da pandemia do novo corona vírus, a necropolítica do presidente Jair Bolsonaro (PL), tirou a vida de 681 mil brasileiros. Não fosse os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Brasil teria milhões de mortos pela Covid 19.
Na sua necropolítica presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL), jamais demostrou mínima compaixão pelos brasileiros mortos pela Covid 19.
E agora, na sua necropolítica presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL), quer desestabilizar a democracia para agradar seus apoiadores mais radicais.
A manifestação de ontem, foi um basta ao arroubos autoritários do presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação pela democracia, foi um basta aos atentados do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra os pilares da democracia no Brasil.
Não cabe ao Presidente da República, qualquer tentativa de impor retrocessos democráticos no Brasil. As manifestações pela democracia, deixaram isto bem claro.
E assim caminha a humanidade.
Imagem : Jornal Estado de São Paulo.
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