sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Maquinas partidárias.

 Republicanos e democratas nos EUA são os representantes dos partidos Republicano (Grand Old Party - GOP) e Democrata (Democratic Party). Os dois grupos configuram a polarização política que existe no país desde a época de sua independência, em 1776. Ao contrário do que muitos pensam, não há apenas esses dois partidos nos EUA, mas a forma como o sistema eleitoral funciona nesse país acaba fazendo com que os dois dominem a cena política.

Em suas origens, os republicanos e democratas mantinham posições bem distintas das atuais. Os republicanos defendiam o fim do sistema escravocrata e o estímulo à indústria, por exemplo. Seus representantes estavam concentrados no Norte do país. Já os democratas se concentravam no Sul, e defendiam o sistema escravocrata bem como a propriedade privada, entre outros pontos. Após a Guerra Civil Americana, no entanto, republicanos migraram para o Partido Democrata, que se alinhou mais ao campo progressista 

Republicanos e democratas são os grupos partidários que compõem a polaridade política dos Estados Unidos que existe desde a sua independência.

O Partido Republicano tem uma visão conservadora da organização pública, baseada em pontos como a defesa da propriedade privada e do porte de armas; bem como uma visão liberal da economia, defendendo o livre mercado, por exemplo.

O Partido Democrata tem uma visão progressista associada a uma esquerda democrática, defendo políticas sociais assistencialistas e movimentos de minorias, por exemplo

A origem dos republicanos esteve na independência dos EUA, em 1776. À época, os federalistas formaram o Partido Republicano, atrelado a lideranças políticas do Norte do país. Seus agentes defendiam questões como o fim do sistema escravagista.

A origem dos democratas se deu no Partido Republicano Jeffersoniano, que teve uma presença forte no Sul dos EUA. Tinham uma visão alinhada com a exploração econômica via sistema de escravidão e concentração agrária.

Após a Guerra Civil Americana (1861-1865), membros do Partido Republicano foram para o Partido Democrata, que passou a se posicionar mais à esquerda a partir da década de 1920.

O Partido Republicano tem um viés mais alinhado ao pensamento ao conservadorismo moderado ou liberal conservador. Nesse sentido, há, por parte dos republicanos, um apreço pelos princípios conservadores, como a defesa da propriedade privada, do porte de armas, do livre mercado e da livre concorrência. Nesse sentido, o Partido Republicano pode ser denominado de centro direita.

Já o Partido Democrata tem um viés associado à tradição da  centro esquerda democrática, que se diferencia da esquerda anticapitalista , com foco nas  políticas sociais assistencialistas, a intervenção do Estado l na economia,  com bandeiras de movimentos sociais, como a dos negros afro-americanos, a dos gays, a dos imigrantes latinos . Seno classificado como centro esquerda. 

As eleições presidenciais nos Estados Unidos decidem sobre o cargo do presidente e vice-presidente dos Estados Unidos. Trata-se de um sistema de eleição indireta em que os cidadãos dos Estados Unidos registrados para votar em um dos cinquenta estados americanos ou em Washington D.C., votam não diretamente para esses cargos, mas sim para membros do Colégio Eleitoral. Esse sistema de votação data de 1787, quando a Constituição dos EUA estava sendo elaborada, e era praticamente impossível a realização de uma votação popular nacional para eleger um presidente, por conta do tamanho do país e das dificuldades de comunicação.

Como há 538 delegados no total, um candidato precisa de pelo menos 270 para ser eleito. O que se traduz em metade dos 538 (ou 269) + 1 = 270 delegados a serem eleitos presidente dos Estados Unidos. Nas cédulas de votação, cada candidato a presidência leva junto do nome, o nome do vice-presidente e do partido afiliado. Segundo a Mestra e Historiadora Sandra Lima. No Primeiro Período da habilitação em Jornalismo na Comunicação Social. Pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAAM FAAM).

 Republicanos e democratas nos EUA são os representantes dos partidos Republicano (Grand Old Party - GOP) e Democrata (Democratic Party). Os partidos  configuram a polarização política que existe no país desde a época de sua independência, em 1776. Ao contrário do que muitos pensam, não há apenas esses dois partidos nos EUA, mas a forma como o sistema eleitoral funciona nesse país acaba fazendo com que os partidos dominem a cena politica.

Nas suas formas originais, Republicanos e Democratas matinham posições politicas muito distintas das que conhecmemos atualmente. Os republicanos defendiam o fim da ecravidão e o desenvolvimento da industria. Os Reçpublicanos ficavam concentrados no Norte dos Estados Unidos. Os Democratas defensdiam o sistema escravocrata e a propriedada privada. E ficavam concentrados no Sul dos Estados Unidos.

Com o fim da guerra civil americana. Os antigos membros do Partido Republicano migraram para o Partido democrata e se alinharam mais a esquerda.

A maquina partidária é a capacidade de influencia geopolítica, financeira e política, que um partido possui, não somente em termos de defender seu território político, como também aumentar sua influencia geopolítica, financeira e hierárquica dentro e fora de seu espectro político.

Na área  geopolítica, uma maquina partidária, as políticas territoriais na relação de poder e influencia dentro de seu espectro político, aonde se visa manter seu poder e influencia política dentro de um determinado seguimento. Uma maquina partidária, envolve no seu sentido geopolítico, o gerenciamento e expansão de poder e influencia de um determinado partido em um determinado espectro político.

Uma maquina partidária, na sua área hierárquica, garante a influencia absoluta de um determinado partido dentro do seu espectro político. Com uma maquina partidária, na sua área hierárquica, garante a influencia expansionista de um determinado partido, além das bases do seu espectro político.

No âmbito financeiro, uma maquina partidária, garante á um determinando partido, se sobrepor pelo poder econômico. Mantendo sua influencia geopolítica e hierárquica, uma maquina partidária, representa a concepção total na sua "natureza política", em uma clara manifestação da hierarquia econômica, política e territorial de um determinando partido, dentro e fora de seu espectro político. 

Uma maquina partidária, garante a "natureza política" de um determinado partido, no seu total e absoluto poder e influencia expansionista por meio do seu poder econômico, que se traduz na "natureza política", dentro e fora do seu espectro político, em uma influencia geopolítica, hierárquica e financeira, pelo "natureza política" do poder econômico que uma maquina partidária proporciona á um determinado partido político.

Uma maquina partidária, garante á um determinado político, a plena capacidade de estrutura e poder político, para se adaptar organicamente a qualquer mudança em uma sociedade.

Democratas e Republicanos, tem maquinas partidárias, que certamente estão entre as maiores do mundo. 

 Confira abaixo o artigo do autor  Antonio Pedro Tota

  Uma tentativa de entender as eleições norte-americanas

 Uma tentativa de entender as eleições norte-americanas

 Antonio Pedro Tota

 RESUMO

 A eleição nos Estados Unidos intriga os brasileiros. Poucos

 conseguem entendê-las:nem mesmo os americanos sabem exatamente como funciona sua democracia.Não escolhem

 o presidente pelo voto direto, como aqui. Delegam o poder de escolha a um Colégio Eleitoral composto por represen

tante dos dois únicos partidos que conseguem realmente participar do processo.

 PALAVRAS-CHAVE: eleições norte-americanas; Barack Obama;

 primárias; bipartidarismo.

 SUMMARY

 The American elections are a mystery for Brazilians. Even for

 Americans elections are difficult to understand. Under the Electoral College system the popular vote for president has

 no significance. For us is a basic principle. The two party system creates barriers for a small party. It is impossible, for

 a third party, to achieve power.

 KEYWORDS: American elections;Barack Obama;primaries;two party

 system.

 Novembro de 2004,Universidade de Maryland,

 cerca de vinte minutos da Casa Branca,Washington DC.Os Estados

 Unidos estavam em alerta total,não por questões de segurança nacio

nal:a tensão era pela disputa entre o democrata John Kerry e o republi

cano George W.Bush,buscando a reeleição.“Não se troca o cavalo no

 meio da jornada.” Essa metáfora western-hollywoodiana foi usada

 para justificar a vitória,relativamente fácil,de George W.Bush,consi

derado o pior presidente que os americanos já tiveram.

 Militantes do Partido Democrata protestaram quando,aparente

mente,alguns votos não foram contados porque os eleitores não con

seguiram entender a disposição dos nomes dos candidatos nas cédu

las — que são diferentes em cada estado.Intrigado com o mecanismo

 das eleições que eu não podia entender completamente,por mais aten

ção que prestasse,pedi a um professor de História Americana explica

ções sobre o sistema eleitoral do país.O professor não hesitou em res

ponder:“não sabemos exatamente”.

 NOVOS ESTUDOS  81 ❙❙ JULHO 2008    

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O processo eleitoral nos Estados Unidos é bastante complexo e

 confuso,para os próprios americanos;para nós,é quase impossível de

 entender.A leitura de um livreto editado pelo Bureau of International

 Information Programs1do Departamento de Estado no início do cor

rente ano,ajudou a esclarecer um pouco.

 Os Estados Unidos da América são uma democracia representa

tiva desde que a constituição de 1787 foi ratificada. Eleição nunca foi

 uma novidade para os habitantes das treze colônias inglesas na Costa

 Leste do continente americano.O township na América,lembrada por

 Tocqueville,vinha da Inglaterra e elegia seus administradores.

 As eleições atuais guardam alguns resquícios dos tempos da colô

nia.A escolha do presidente e do vice-presidente ocorre a cada quatro

 anos e se realiza em anos pares. E a cada dois anos são eleitos 435

 membros da câmara dos deputados,assim como,aproximadamente,

 um terço dos cem membros do senado (o mandato dos senadores é

 de seis anos).

 O sistema federativo americano é muito complexo.O governo

 federal exerce o poder central, evidentemente.Mas nem tanto.Os

 governos dos estados têm muita autonomia,quando se compara com

 o que ocorre no Brasil. Na verdade,muitas vezes,ao governo federal

 não é permitido exercer certas funções que só competem ao governo

 dos estados.Os estados e governos locais (entenda-se governos dos

 condados ou county — o que corresponde mais ou menos a nossos

 municípios) têm uma variedade muito grande de independência.Há

 dois tipos básicos de eleições:uma primária e outra geral. As primá

rias são,como o nome indica,realizadas antes das eleições para presi

dente e servem para indicar o candidato de cada um dos dois partidos

 americanos,isto é,o Democrata e o Republicano.A rigor,a política dos

 Estados Unidos funciona como um sistema bipartidário.Há outros

 partidos,mas foram poucas as vezes em que um terceiro partido che

gou perto da vitória.Chegou perto,mas nunca ameaçou o monopólio,

 ou melhor,o duopólio,dos dois partidos.

 Desde o começo do século XX,as eleições primárias têm sido,em

 certo sentido,o principal instrumento para a escolha do candidato do

 partido à presidência.Raramente aquele que ganha nas primárias não

 é escolhido candidato do partido.Em alguns estados o candidato é

 escolhido por tradição em convenções locais em vez de primárias.Esse

 sistema é chamado caucus.O caucus é uma espécie de encontro de

 membros do partido de uma pequena localidade para escolher o dele

gado.O caucus envolve reuniões em casas de pessoas conhecidas ou

 clube de uma comunidade. Cada pequeno grupo reúne-se num

 cômodo da casa ou nas dependências do clube e tenta chegar a um con

senso,depois numa reunião maior dizem o nome escolhido até chega

rem a um nome comum.

 [1] 

USA — Elections in brief. Bu

reau of International Information

 Programs.U.S.Department of State.

 <http://usinfo.state.gov/ 2008>,

 acessado em 01/07/2008.

 70 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

 70 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

Depois disso,o partido se reúne na convenção nacional,geral

mente entre julho e setembro.Desde os anos 1970,já se fica sabendo

 o nome do candidato muito antes da convenção.É o que está aconte

cendo agora:McCain,pelo Republicano,e Barack Obama,pelo Demo

crata.Tudo isso porque eles conseguem a nomeação de delegados par

tidários de suas candidaturas antes que as primárias e os caucuses

 terminem… Assim,as convenções viram uma festa.Apitos,balões,ou

 melhor,bexigas,e principalmente bandas acompanhadas de cheerlea

ders.E os chapéus de “palheta”,herança da moda do fim do XIX.Na ver

dade,a convenção já é um primeiro e importante passo para a propa

ganda nacional do candidato.

 Daí vai-se para as eleições gerais.O problema é que não se escolhe

 somente o candidato.Alguns estados aproveitam para fazer petições

 por escrito na própria cédula para aprovar o orçamento de uma obra

 pública.Segundo o site da UOL,para a próxima eleição um grupo de

 democratas da Califórnia está recolhendo assinaturas para incluir nas

 cédulas das eleições de novembro uma proposta de mudança do nome

 de uma estação de tratamento de água,de “Oceanside Water Pollution

 Control Plant” para “George W.Bush Sewage Plant” — ou seja,Esta

ção de Tratamento de Esgotos George W.Bush.Não é fácil votar nos

 Estados Unidos.A escolha do candidato,na eleição geral,é feita por

 meio de uma lista escrita numa cédula. Assinala-se e deposita-se

 numa urna.No livreto do Departamento de Estado há uma fotografia

 de uma funcionária segurando uma máquina de votar.Essas novas

 máquinas estão sendo adotadas em alguns estados.

 O número de votantes vem caindo de eleição em eleição.Com exce

ção das duas últimas (2000 e 2004),votam no máximo 50% dos elei

tores.Daí a dúvida que paira sobre a legitimidade do pleito.O voto não

 é obrigatório, mas voluntário.O sistema complica-se com o grande

 número de eleições que podem ocorrer simultaneamente nos planos

 local e geral. O eleitor precisa se auto-registrar, o que é diferente em

 cada condado,cada estado,cada pequena cidade perdida no “sertão”

 de Montana ou de Oregon.Tudo isso leva o americano a uma preguiça

 eleitoral macunaímica.E mais:a eleição não é feita num domingo,e

 sim em dia comum de trabalho.

 Só americano nato pode se candidatar a presidente.Um terceiro

 mandato ficou proibido desde que a vigésima segunda emenda foi

 aprovada,em 1951.O último que se reelegeu por mais de uma vez foi

 Franklin Delano Roosevelt.No começo,isto é,em 1787,na época em

 que foi escrita a constituição,os chamados founding fathers não planeja

ram a existência de partidos na acepção moderna do termo.Os primei

ros mecanismos estavam assentados nas premissas da separação

 entre os poderes Executivo,Legislativo e Judiciário.O federalismo era

 a base e o presidente deveria ser eleito por um colégio eleitoral. Isso

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ajudou a nova república a ficar mais independente de partidos e fac

ções políticas.

 No entanto,apesar das intenções dos pais da pátria,por volta de

 1800 a nova república possuía organizações políticas em bases nacio

nais semelhantes a partidos.Sem dúvida,isso era novo no mundo da

 política.Mesmo na França revolucionária,não havia exatamente par

tidos nacionais.Pela primeira vez podia-se transferir o poder de uma

 facção para a outra por meio de eleições.O desenvolvimento e expan

são dos partidos foram seguidos pela extensão do direito de voto.No

 começo da república,somente proprietários do sexo masculino é que

 podiam votar.No século XIX,com a chegada dos imigrantes,a expan

são para o Oeste e o crescimento das cidades,os novos atores sociais

 começaram a exercer poderosa pressão para uma maior participação

 política.Aos poucos,o direito foi se tornando extensivo a todos.Uma

 cena do filme O homem que matou o facínora (The man who shot Liberty

 Valance), de John Ford,dá uma boa idéia do significado do direito de

 voto adquirido pelos imigrantes.Ramson Stoddart,o advogado do

 Leste recém-chegado em Chimbone,uma imaginária cidadezinha

 perdida no Oeste,dá aulas de cidadania aos semi-analfabetos habitan

tes da localidade, adultos e crianças. Num determinado momento,o

 improvisado professor pergunta a Nora,uma sueca,o que ela havia

 aprendido sobre a democracia.“Se o representante em quem vota

mos”,respondeu a imigrante,“não fizer o que prometeu,vamos dar

 um chute nos ‘manda-chuvas’ de Washington e não vamos votar mais

 nesses políticos.” Na época em que o filme foi ambientado,isto é,

 pouco depois da Guerra Civil,o voto ainda não tinha se estendido às

 mulheres,mas já havia clara consciência dos direitos.Direitos limita

dos,entretanto.Depois da Guerra Civil,teoricamente os ex-escravos

 estavam habilitados a votar.Durou pouco.Em 1877,o programa de

 reconstrução foi dado por encerrado,e os negros livres voltaram a uma

 quase-escravidão,pelo menos em muitos estados do Sul.

 O Partido Republicano e Partido Democrata têm suas origens nos

 predecessores do século XIX e dominam totalmente o processo elei

toral.Com raríssimas exceções,são os dois partidos que controlam a

 presidência, o congresso,a câmara dos deputados,os governos dos

 estados.Por exemplo,desde 1852 todos os presidentes foram eleitos

 ou pelo Partido Republicano,ou pelo Democrata.Há possibilidade

 da participação de outros partidos? Legalmente sim.Eles podem e

 têm seus candidatos.Mas a máquina dos dois partidos é de tal forma

 poderosa que,na prática,é impossível a eleição por meio de um ter

ceiro partido.

 Os dois partidos majoritários não têm uma programação clara

mente ideológica.Há,isto sim,uma base mais pragmática,o que faci

lita uma adaptação ao processo político.

 72 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

 72 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

OS DOIS PARTIDOS E O COLÉGIO ELEITORAL

 [2] Ver Lipset, Seymour Martin.

 American excepcionalism — a double

 edge sword. Nova York:W.W.Norton

 & company,1996,p.18.

 O domínio dos dois partidos,desde os anos 1860,está ligado a

 aspectos da estrutura do sistema político americano.A formação de

 bases nacionais do partido exige um aperfeiçoamento de gerencia

mento,fontes de financiamento e apelo popular para vencer nos dis

tritos legislativos por todo o país. Sob esse sistema, pequenos parti

dos ou o chamado terceiro partido não têm chance de ter

 representação.Mas os americanos não parecem ver nisso um pro

blema.“Estamos satisfeitos com os dois partidos.Dois partidos dão

 conta de nossos aspirações políticas ideológicas”,parece dizer o elei

tor. Além do mais,para o historiador Richard Hofstader,“o destino

 dos Estados Unidos da América não é o de ser uma nação que possui

 ideologias,mas de ser uma ideologia”2.

 Tecnicamente,os americanos não elegem o presidente e o vice-pre

sidente por meio do voto direto.Essa é uma atribuição do colégio elei

toral. Os americanos votam dentro de seus estados em um grupo de

 eleitores que se compromete com um ou outro candidato (somente

 um) e formam um Colégio Eleitoral.Cada Estado tem um determi

nado número de eleitores no colégio,baseado no tamanho de sua

 população.Em quase todos os estados,o vencedor do voto popular

 leva todos os votos do colégio eleitoral daquele estado.Por causa desse

 sistema,um candidato pode chegar à Casa Branca sem ter o maior

 número de votos populares em âmbito nacional.O número de eleito

res corresponde ao número de representantes (deputados) e senado

res de cada estado. A eleição do presidente requer maioria absoluta

 dos 538 votos dos cinqüenta estados.

 Os pais fundadores dos Estados Unidos planejaram o colégio elei

toral para que os estados pudessem repartir o poder estatal e nacional.

 É por isso que, sob o sistema de colégio eleitoral, o voto popular não

 possui um peso significativo no resultado final.Algumas vezes,candi

datos foram eleitos sem a maioria dos votos populares.

 As eleições primárias (presidência,senado e governo estadual) são

 consideradas peças fundamentais para a existência da democracia.Se

 algum militante mais radical,ou mais liberal,na linguagem da cultura

 política americana,conseguir ser nomeado nas eleições primárias,ele

 pode e deve fazer valer sua plataforma política dentro dos limites do

 programa do partido.A elasticidade política dos partidos americanos

 é social e étnica. Com exceção dos judeus e dos negros americanos

 (que majoritariamente votam com os democratas),os dois partidos

 recebem votos de quase todos os segmentos sociais e étnicos do país.

 Ou seja,os partidos têm grande flexibilidade e grande diversidade a

 ponto de absorver em suas fileiras radicais de todos os lados.Em

 outras palavras,como já vimos,quando um partido assume o poder,o

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pragmatismo tende a suplantar a ideologia.E para complicar mais as

 coisas,um presidente não pode exigir do senador ou deputado de seu

 próprio partido um voto de lealdade partidária.

 Se a exigência de maioria absoluta torna impossível a eleição de um

 candidato por um terceiro partido,algumas vezes isso quase foi possí

vel. Em fevereiro de 1912,o ex-presidente Theodore Roosevelt quis

 disputar a indicação como candidato do Partido Republicano.A dis

puta era severa.Do outro lado do partido estava William Howard Taft,

 antigo amigo de Roosevelt que disputava a reeleição.A máquina do

 partido estava nas mãos dos seguidores de Taft.Roosevelt,sabendo

 que seria derrotado,fundou um novo partido de caráter progressista.

 Durante sua presidência,Roosevelt ficou conhecido como durão e se

 dizia forte como o alce gigante encontrado nas florestas frias da Amé

rica do Norte — em inglês,moose.O novo partido ficou conhecido

 como Bull Moose Party.Três nomes disputavam a eleição em novem

bro de 1912:Theodore Roosevelt pelo Bull Moose Party,William Taft

 pelo Partido Republicano e Woodrow Wilson pelo Partido Demo

crata. A participação de um candidato (Roosevelt) com forte apelo

 popular por meio de um terceiro partido que tentava romper com a tra

dição do bipartidarismo só serviu para dividir os eleitores do Partido

 Republicano.O democrata Wilson,como sabemos,foi eleito.Theo

dore Roosevelt arrumou sua bagagem e veio curtir a ressaca da derrota

 na selva amazônica,ao lado de Cândido Rondon3. Algo parecido ocor

reu em 1992 quando o bilionário texano Ross Perot saiu por um ter

ceiro partido com uma plataforma conservadora.O Partido Republi

cano dividiu-se, e Bill Clinton, do Partido Democrata, venceu,

 derrotando George Bush pai.Há quem afirme que a candidatura do

 verde Ralph Nader foi financiada,secretamente,pelo Partido Republi

cano,já que Nader surrupiou muitos votos que iriam para Al Gore,do

 Partido Democrata,facilitando a duvidosa vitória de George W.Bush

 em 2000.Ou seja,a candidatura por um terceiro partido é legal,mas a

 eleição,impossível.

 ORIGEM DOS PARTIDOS

 O Partido Republicano que elegeu Abraham Lincoln em 1860 des

cendia do “Partido Federalista/Whig”.Nasceu com base de uma pla

taforma reformista,progressista,antiescravista e favorável a taxas que

 protegessem as indústrias e manufaturas.Durante a ausência dos

 democratas no Congresso (na Guerra Civil 1861-1865),o Partido

 Republicano implementou leis favoráveis aos negócios e aos agricul

tores do Norte:com altas tarifas, ferrovia transcontinental, assenta

mentos de agricultores no Oeste (homesteads).A vitória do Norte na

 Guerra Civil garantiu o domínio dos republicanos até 1913 (exceção

 [3] Ver Millard, Candice. O rio da

 dúvida: a sombria viagem de Theodore

 Roosevelt e Rondon pela Amazônia.São

 Paulo:Companhia das Letras,2007.

 74 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

 74 ORIGENS DO BIPARTIDARISMO: UMA TENTATIVA DE ENTENDER AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS ❙❙ Antonio Pedro Tota

feita a dois mandatos de Grover Cleveland,em 1885-1889 e 1893

1897).Em grande parte,graças à Guerra Civil,consolidou-se como um

 dos dois partidos que dominam o cenário político americano.

 Já o Partido Democrata originou-se no “Partido Republicano Jef

fersoniano”,por volta de 1790,para opor-se ao “Partido Federa

lista/Whigs”.De Jefferson,o partido recebeu os fundamentos de

 um governo mínimo — opondo-se aos impostos que os Federalis

tas defendiam — e o apoio aos interesses agrários,em especial os do

 Sul. Nos anos 1830, o Partido Populista de Andrew Jackson

 (apoiado por pequenos agricultores) reforçou as fileiras do Partido

 Democrata,transformando-o.Com a Guerra Civil,o Partido Demo

crata, por ter iniciado a secessão, ficou associado aos sulistas, ao

 racismo e ao reacionarismo.

 Os herdeiros políticos democratas-jacksonianos-populistas

 renasceram no final do século XIX com uma plataforma de defesa dos

 interesses dos pequenos sitiantes (farmers) e de trabalhadores em

 geral.Esse grupo acabou por se fundir aos progressistas de Theodore

 Roosevelt,representado também pelos partidários de Wilson do Par

tido Democrata.Nos anos 1920,muitos membros do Partido Demo

crata — que haviam ficado fora do poder por muitos anos — fundiram

se aos conservadores do Partido Republicano.Foi aproximadamente

 nesse período que os dois partidos começaram a mudar de sinal.Isto

 é,a bandeira de conservadorismo passou para o Partido Republicano,

 e a bandeira do liberalismo (na concepção americana),mais progres

sista, passou para o Partido Democrata,que finalmente se livrou do

 estigma de escravista.Mas foi somente com Franklin Delano Roose

velt (depois de 1933) que o Partido Democrata foi transformado em

 verdadeiro agente de uma revolução democrática,que reviveu as refor

mas wilsonianas (e também do primeiro Roosevelt),radicalizando

as. Devem-se levar em conta as particularidades do Sul dos Estados

 Unidos,onde o Partido Democrata continuou sendo o baluarte de um

 reacionarismo racista.A revolução de Roosevelt apoiava-se forte

mente na classe operária dos grandes centros urbanos e industriais,na

 classe média ascendente,nos sindicatos,em minorias étnicas e reli

giosas e em alguns democratas do Sul.

 PRIMÁRIAS

 As eleições primárias nem sempre foram a regra nos Estados Uni

dos.No século XIX e em parte do XX,a escolha do candidato se fazia

 nas convenções,que eram controladas pelos líderes dos partidos.A

 liderança política usava sua influência para garantir que os delegados

 votassem corretamente (de acordo com o interesse dos grupos) na

 convenção.No entanto,no começo do século XX,os oponentes dos

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caciques dos partidos demandaram modificações no sistema de esco

lha. Aos poucos,muitos estados começaram a fazer eleições para a

 escolha dos delegados,isto é,eleições primárias.Em 1916,mais da

 metade dos estados americanos já realizavam esse tipo de eleição.

 Durou pouco a alegria das oposições aos caciques.Depois da Primeira

 Guerra,os poderosos do partido perceberam que as primárias mina

vam a estrutura de poder criada e mantida há muitos anos.Houve

 pressões sobre os poderes dos estados:as primárias eram muito caras,

 e poucas pessoas participavam — esse era o argumento deles.Na elei

ção de 1936,somente doze estados as realizaram.

 Depois da Segunda Guerra Mundial,o crescimento das cidades,a

 expansão dos subúrbios e,principalmente,a difusão da televisão

 como meio de comunicação de massas transformaram a sociedade

 americana.Antes mesmo de 1960,quando Kennedy foi eleito,mais de

 90% das famílias americanas possuíam pelo menos um aparelho de

 televisão.E foi a televisão que ajudou a trazer de volta as eleições pri

márias.A maioria das pessoas podia ver e ouvir as campanhas políti

cas entre a propaganda de um sabão em pó e de um novo modelo de

 aspirador ou de uma soap opera.Um candidato a presidente poderia

 exibir seu popular appeal,como foi o caso de John Kennedy.Da televisão

 para a retomada na participação das primárias foram necessárias algu

mas décadas.Até chegar à situação atual.

 A vitória de Obama sem dúvida insere-se nesse quadro.O papel de

 Oprah Winfrey,conhecida líder de audiências na televisão americana

 em talk-show,não foi determinante,mas foi fundamental.Ela abraçou

 a candidatura de Barack Obama.E isso,sem dúvida,ajudou o senador

 por Illinois a superar Hillary Clinton em várias primárias em redutos

 brancos do Centro-Oeste e Centro-Norte.Controvérsias dentro do

 Partido Democrata podem ainda complicar as coisas.O historiador

 Sean Wilentz,autor de livros sobre a democracia americana,põe em

 dúvida a lisura da campanha de Obama.E as militantes feministas

 democratas hillaristaspreferem votar em McCain por discordar da pla

taforma mais elástica de Obama,que pode dar margem a interpreta

ções machistas.No recente encontro pela unidade do partido,elas gri

tavam da platéia: “Nobama!”,ou ainda “Snobama!”,uma alusão ao

 caráter elitista do jovem advogado formado em Harvard.

 O que sabemos,neste meio de ano eleitoral americano,é que as

 pesquisas indicam uma ampla vantagem para o candidato afro-ame

ricano.É fato inédito na história de um país com heranças racistas.

 Antonio Pedro Totaé professor de História da América no Curso de Relações Internacionais da

 PUC-SP. O artigo do autor  Antonio Pedro Tota.

Confira a noticia no Portal G1 da Rede Globo.                                    .https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/03/shutdown-nos-eua-senado-vota-nova-tentativa-de-aprovar-orcamento-paralisacao-entra-no-3o-dia.ghtml

E assim caminha a humanidade.

Imagem ; Site Guia do estudante. 



                




E assim caminha a humanidade.


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