sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Pragmatismo politico ?

 A guerra comercial é uma disputa econômica entre dois ou mais países, que ocorre quando as tensões comerciais se intensificam e levam à implementação de medidas protecionistas para dificultar o comércio. O objetivo principal é proteger os produtores, empregos e indústrias nacionais. 

Instrumentos Utilizados

Os países envolvidos em uma guerra comercial geralmente empregam uma ou mais das seguintes medidas:

Tarifas: Impostos adicionais sobre produtos importados, encarecendo-os e tornando-os menos competitivos no mercado interno (também chamada de guerra tarifária).

Cotas de importação: Limitação da quantidade física de determinados produtos que podem ser importados.

Subsídios: Concessão de auxílios financeiros aos produtores nacionais para que possam competir de forma mais agressiva no mercado global.

Barreiras não tarifárias: Restrições como barreiras sanitárias, técnicas ou regulatórias que dificultam a entrada de produtos estrangeiros. 

Causas e Consequências

Causas

As guerras comerciais podem ser motivadas por:

Protecionismo: Desejo de proteger a indústria nacional da concorrência estrangeira.

Insatisfação comercial: Quando um país considera que as práticas comerciais de outro são injustas ou desleais.

Geopolítica: Tensões políticas ou disputas por liderança global podem se manifestar como conflitos comerciais. 

Consequências

Os impactos de uma guerra comercial são geralmente negativos para todas as partes envolvidas e para a economia global: 

Aumento de preços: As tarifas encarecem os produtos importados para os consumidores.

Retaliações: Os países afetados frequentemente respondem com suas próprias tarifas e barreiras, criando um ciclo vicioso.

Redução do comércio global: A dificuldade em comercializar leva à diminuição das importações e exportações.

Incerteza econômica: A imprevisibilidade das políticas comerciais afeta investimentos e cadeias de suprimentos globais.

Desaceleração econômica: A diminuição da produção e do comércio pode levar à redução do PIB dos países envolvidos. 

Exemplo Recente: EUA vs. China

O exemplo mais proeminente na história recente é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, iniciada em grande parte durante a administração de Donald Trump. Os EUA impuseram tarifas massivas sobre produtos chineses, e a China retaliou com medidas semelhantes. Essa disputa teve efeitos negativos para ambas as maiores economias do mundo e impactou o comércio global, levando outros países, como o Brasil, a se tornarem mercados mais atraentes para os produtos chineses. Segundo a Jornalista e Mestra Carla de Oliveira Tozo, no Sexto Período da Habilitação em Jornalismo na Comunicação Social, pelas Faculdades Integradas "Alcantara Machado (FIAAM FAAM).

A a imposição de tarifas generalizadas por Donald Trump pode, de acordo com a análise da maioria dos economistas, levar ao isolamento comercial dos Estados Unidos e aumentar significativamente o custo de vida para os consumidores americanos. 

Potenciais Consequências

Aumento do Custo de Vida: As tarifas de importação encarecem os produtos, o que é repassado para o consumidor final na forma de preços mais altos em supermercados e lojas. Estudos indicam que isso pode levar centenas de milhares de americanos à pobreza. Recentemente, em novembro de 2025, o próprio governo Trump cortou tarifas sobre alguns alimentos (carne bovina, café, tomates, bananas) na tentativa de reduzir o custo dos alimentos para os consumidores.

Isolamento e Retaliação Comercial: A imposição de tarifas a parceiros comerciais, como já ocorreu com o Brasil, Canadá e China, provoca retaliações de outros países, o que reduz o volume do comércio global e gera incerteza econômica. Esse cenário pode levar a um "novo normal" no comércio mundial, caracterizado por fluxos menores e maior volatilidade.

Impacto no PIB e Emprego: Analistas sugerem que um "tarifaço" pode, contrariamente aos objetivos declarados de Trump, causar uma recessão econômica nos EUA, com potencial queda no PIB e aumento do desemprego, prejudicando uma população já sensível ao aumento de preços.

Volatilidade Econômica: A imprevisibilidade da política de tarifas de Trump gera grande incerteza e volatilidade nos mercados, afetando investimentos e a cotação de moedas (como a valorização do dólar frente ao real em momentos de anúncios de tarifas). 

Em resumo, a estratégia de tarifas é vista por muitos especialistas como uma medida que gera resultados ruins para a própria economia dos EUA, além de desestabilizar o comércio global. 

Confira o artigo no Site Sistema FIEMG.


Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao anunciar a imposição de uma

 tarifa comercial de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país. A nova tarifa entrará em vigor

 no dia 1º de agosto. As justificativas apresentadas para essa medida baseiam-se em um suposto desequilíbrio

 comercial entre os dois países, com alegações de que o Brasil impõe barreiras às exportações norte-americanas.

 Além disso, e principalmente, foi apontada como motivação a condução de ações judiciárias contra o ex-presidente

 Jair Bolsonaro, bem comouma supostacensura aosmeiosde comunicaçãono Brasil.

 A notícia gerou grande preocupação quanto ao

 futuro das relações bilaterais entre os países, tanto

 no âmbito político quanto no econômico. Do ponto

 de vista econômico, a relação entre Brasil e Estados

 Unidos é historicamente marcada por interesses

 complementares e por uma ampla variedade de

 produtos comercializados. Os EUA são o segundo

 maior parceiro comercial do Brasil, absorvendo

 cerca de 12% das exportações brasileiras– o que

 representa aproximadamente 1,8% do PIB

 brasileiro. Diante desse cenário, torna-se essencial

 analisar a dinâmica comercial entre os países, para

 compreender os possíveis impactos da medida

 sobre a economiabrasileira.

 Principais destinos das exportações brasileira (2024)

 País

 Valor US$ FOB

 (bilhões)

 % do 

total exportado

 TOTAL EXPORTADO

 337

 China

 94,4

 Estados Unidos

 40,4

 Argentina

 13,8

 28,0%

 12,0%

 4,1%

 Países Baixos (Holanda)

 11,7

 3,5%

 Espanha 

9,9

 3,0%

 Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 40 bilhões aos EUA, e, em 2025, já acumula US$ 20 bilhões em

 exportações. Entre os principais produtos exportados destacam-se: combustíveis minerais (especialmente petróleo),

 ferro e aço (semimanufaturados e brutos), aeronaves, café, produtos hortícolas, carnes bovinas, entre outros.

 Portanto, o Brasil é um importante fornecedor de recursos energéticos e insumos estratégicos para os EUA.

 Conforme se observa na tabela abaixo, os 10 principais grupos de produtos exportados representam 70,7% das

 exportações brasileiras totais para os EUA. Nesse contexto, acredita-se que os setores mais afetados pela nova tarifa

 serão aqueles que pertencem à manufatura,representando 12,4% do PIB da indústriade transformação.

 Principais produtos brasileiros exportados aos EUA (2024)

 Produtos 

US$ (bilhões)

 Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias 

betuminosas; ceras minerais

 Ferro fundido, ferro e aço

 % nas exportações 

totais para os EUA

 7,7

 19,0%

 5,7

 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas 

partes

 Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes

 Café, chá, mate e especiarias

 Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão para 

reciclar (desperdícios e aparas).

 Madeira, carvão vegetal e obras de madeira

 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

 3,6

 2,7

 1,9

 14,1%

 9,0%

 6,7%

 4,8%

 1,7

 1,6

 1,4

 Preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas

 Carnes e miudezas, comestíveis

 Fonte: Comex Stat. Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais.

 Gerência de Economia e Finanças Empresariais

 Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

 Av. do Contorno, 4456 - Funcionários – Belo Horizonte/MG - CEP: 30110-028

 (31) 3263-4387 - gec@fiemg.com.br | www.fiemg.com.br

 1,2

 1,0

 4,1%

 3,9%

 3,5%

 3,1%

 2,5%

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 Balança Comercial 

AindaqueosEstadosUnidossejamosegundomaiordestinodasexportaçõesbrasileiras,arelaçãocomercialentreos

 doispaíseséaindamaisampla:osEUAtambémocupamasegundaposiçãoentreosprincipaispaísesdeorigemdas

 importaçõesbrasileiras.Essarelaçãobilateralérefletidanabalançacomercial.

 Ao longo da última década, as trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos apresentaram trajetória de

 crescimento,mascompersistentedéficitparaoBrasil.Apesardoaumentonasexportações,opaísregistrousaldos

 comerciaisnegativosnosúltimos10anos.Omaiordéficitocorreuem2022, comumsaldodeUS$13,9bilhões

 favorávelaosEUA, impulsionadoporumsaltoexpressivonasimportaçõesbrasileiras.Em2024,observou-seomenor

 déficitdoperíodo,deUS$300milhões.Jáem2025,noacumuladoatéjunho,osaldocomercialpermanecenegativo

 paraoBrasil,totalizandoUS$1,6bilhão.

 EssesdadosindicamqueoargumentodeummercadobilateraldesfavorávelaosEstadosUnidosnãosesustentado

 pontodevistaeconômico,umavezqueopaístemmantidosuperávitscomerciaisrecorrentesnarelaçãocomoBrasil.

 BALANÇACOMERCIALBReEUA–US$bilhões

 Aspectos Regionais –Exportações aos EUA por UF   

Por serumpaísdedimensões continentais, oBrasil possui uma

 estruturaprodutivadiversificadaedistribuídade formadiversa.

 Consequentemente, osprodutosexportadosea intensidadedas

 exportaçõesvariamconformea localidade.Portanto,a imposição

 detarifasgerariaimpactosdistintosentreasregiõesbrasileiras.

 Juntos,osseisestados indicadosnatabelaabaixoconcentraram,

 aproximadamente, 79,9% das exportações do Brasil para os

 EstadosUnidosem2024.Apredominânciaocorreunosestadosda

 regiãoSudeste–SãoPaulo,RiodeJaneiro,MinasGeraiseEspírito

 Santo–quesãoresponsáveisporcercade71%dototalexportado.

 Estado Valor (FOB US$) % do Total

 São Paulo 13.571.896.433 33,6%

 Rio de Janeiro 7.412.873.779 18,4%

 Minas Gerais 4.621.726.149 11,4%

 Espírito Santo 3.068.423.281 7,6%

 Rio Grande do Sul 1.847.252.430 4,6%

 Santa Catarina 1.744.938.746 4,3%

 Total exportado Brasil 40.368.569.157 100,0%

 PrincipaisestadosexportadoresaosEUA(2024)

 24,0 23,2 26,9 28,7 29,7 21,5

 31,1 37,4 36,9 40,4

 20,0 26,5 23,8 27,8 32,8 34,8 27,9

 39,4

 51,3

 38,0 40,7

 21,7-2,4-0,7-0,9-4,1-5,1-6,4-8,2-13,9-1,0-0,3-1,7

 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 Acumulado

 até junho

 2025

 Exportação Importação Saldo

 Fonte:Comex Stat. Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais.

 18 de julho de 2025

 AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

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 Aspectos Regionais –Exportações aos EUA por UF   

Em2024,SãoPauloliderouasexportaçõesbrasileiras

 para os Estados Unidos, comUS$ 13,57 bilhões,

 representando33,6%dototalnacional.

 Os principais itens exportados foram máquinas

 industriais, aeronaves, combustíveis refinados,

 processados dehortaliças e frutas eequipamentos

 elétricos.

 Valor US$ Bi 

FOB Reatores, caldeiras e máquinas industriais 2,51 

Aeronaves e equipamentos aeroespaciais 2,45

 Combustíveis minerais e óleos 1,77 

Preparação de produtos hortícolas 1,07 

Máquinas e equipamentos elétricos 0,62 

US$ bilhões São Paulo

 PrincipaisprodutosexportadosaosEUAporestado(2024)

 ORiodeJaneirofiguroucomoosegundoestadoque

 maisexportouparaosEUAem2024,comomontante

 deUS$ 7,41bilhões, oque equivale a 18,4%das

 exportações.

 Mais da metade desse valor veio da venda de

 petróleo, seguidopor produtos da siderurgia e da

 indústriadebase.

 Valor US$ Bi 

FOB

 Combustíveis minerais e óleos 4,70

 Ferro fundido, ferro e aço 2,07 

Reatores, caldeiras e máquinas industriais 0,29

 Borrachas e suas obras 0,09 

Carnes processadas 0,04  

US$ bilhões Rio de Janeiro

 Comumperfil exportador diversificado, oEspírito

 Santo respondeu por 7,6% das exportações

 brasileiras para os Estados Unidos em 2024,

 totalizandoUS$3,07bilhões.

 Oestadosedestacou,principalmente,pelosprodutos

 siderúrgicos,obrasmineraisecelulose,alémdeitens

 tradicionaiscomocafé.

 Valor US$ Bi 

FOB Ferro fundido, ferro e aço 1,14

 Obras de pedra, gesso ou materiais semelhantes 0,68 

Pasta de madeira e papel para reciclagem 0,56

 Minérios, escórias e cinzas 0,39 

Café e especiarias 0,16   

US$ bilhões Espírito Santo 

Em 2024, o Rio Grande do Sul exportou

 aproximadamenteUS$1,85bilhãoparaosEstados

 Unidos,oquerepresentou4,6%dototalexportado

 pelosestadosbrasileirosparaessedestino.

 Osprincipaisprodutosenviadosforamtabacoeseus

 sucedâneos manufaturados, armas e munições,

 pastasdemadeiraepapelparareciclagem,calçados

 e partes e veículos automotores e seus

 componentes.

 Valor US$ Bi 

FOB

 Tabaco e seus sucedâneos manufaturados 0,25

 Armas e munições 0,17 

Pasta de madeira e papel para reciclagem 0,14

 Calçados e partes 0,14 

Veículos automotores 0,13   

US$ bilhões Rio Grande do Sul 

Valor US$ Bi 

FOB Madeira, carvão vegetal e obras de madeira 0,65

 Reatores, caldeiras e máquinas industriais 0,30 

Máquinas e aparelhos elétricos 0,23

 Móveis, colchões, iluminação e construções 0,12

 Veículos automotores 0,08    

US$ bilhões Santa Catarina

 SantaCatarinatambémdestacou-se,alcançandoUS$

 1,74bilhãoemexportações,oquerepresentou4,3%

 dototalexportadopeloBrasilparaosEstadosUnidos.

 Entre os principais produtos exportados estão

 madeira e derivados, máquinas e aparelhos

 mecânicos,equipamentoselétricos,móveiseitensde

 iluminação, alémde veículos automotores e seus

 componentes.

 Fonte: Comex Stat. Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

18 de julho de 2025

 AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

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 Aspectos Regionais –Minas Gerais 

MinasGeraiséoterceiromaiorestadoexportadorparaosEstadosUnidos.Em2024,oestadomovimentoucercade

 US$4,62bilhõesemexportaçõesparaopaís,correspondendoa11,4%dototalnacional.Em2025,noacumulado

 atéjunho,oestadoexportouumtotaldeUS$2,48bilhões.

 Entreosprincipaisprodutosexportados,destaca-seocafé,querepresentoucercade33%dototalexportadode

 MinasGeraisaosEstadosUnidosem2024, somandoUS$1,5bilhão. Vale ressaltarqueoBrasil éoprincipal

 fornecedordecaféparaosEstadosUnidos.

 Outrosetorrelevanteéasiderurgia,comdestaqueparaosprodutosdeferrofundido, ferroeaço. Juntos,esses

 produtos correspondema29%dasexportaçõesmineiras, etotalizaram, em2024, aproximadamenteUS$1,35

 bilhão.Cabedestacarquecercade30%dasexportaçõesdeprodutossiderúrgicostiveramcomodestinoosEstados

 Unidos,oquetornaopaísumimportantemercadoparaosetor.

 Alémdisso,os10principaisprodutosexportados–apresentadosnatabelaabaixo–foramresponsáveisporcerca

 de87%dasexportaçõestotaisdeMinasGerais,oquereforçaumaconcentraçãonasvendasexternasemtornode

 commoditieseitensindustriaisdemaiorvaloragregado.

 PrincipaisprodutosdeMinasGeraisexportadosaosEUA(2024)

 Produtos US$ (milhões) % nas exportações 

totais para os EUA

 Café, chá, mate e especiarias 1.529,5 33,1%

 Ferro fundido, ferro e aço 1.348,1 29,2%

 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 210,5 4,6%

 Obras de ferro ou aço 201,5 4,4%

 Produtos químicos inorgânicos 196,7 4,3%

 Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes 145,0 3,1%

 Carnes e miudezas, comestíveis 144,8 3,1%

 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 142,0 3,1%

 Outros metais comuns e cerâmicas 117,4 2,5%

 Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão para 

reciclar (desperdícios e aparas) 114,4 2,5%

 Sete Lagoas

 Guaxupé

 US$

 (milhões)

 439,4

 410,5

 Araxá

 Varginha

 307,7

 297,1

 9,6%

 9,0%

 6,7%

 6,5%

 Município

 Belo Horizonte 270,9 5,9%

 % do total 

exportado

 PrincipaismunicípiosmineirosexportadoresaosEUA(2024)

 Noâmbitomunicipal, destacam-se cincomunicípios

 que, juntos, são responsáveis por 38%do total

 exportadopelos853municípiosmineiros.

 Entreos principais exportadores estãoSete Lagoas,

 AraxáeacapitalBeloHorizonte, comdestaqueparaa

 exportaçãodeprodutos siderúrgicos, como ferroe

 ferroligas. Somados, esses três municípios

 representam22,2%dasexportaçõestotaisdoestado.

 Por suavez, GuaxupéeVarginha figuramentreos

 principaisexportadoresdecafédeMinasGeraisaos

 EUA,respondendopor15,5%dototalexportadopelo

 estadoaopaís.

 AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

18 de julho de 2025

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18 de julho de 2025

 Aspectos Regionais – Minas Gerais 

Ainda sob a ótica regional, ao se analisar as 12 Regionais FIEMG, observa-se uma forte concentração das exportações

 mineiras aos EUA em três delas: Sede (Região Central), Sul e Vale do Aço. Juntas, essas regionais são responsáveis por

 mais de 70% dovalortotalembarcadode MinasGerais ao mercadonorte-americano.

 A Regional Sede lidera o ranking, respondendo por 31,8% das exportações de Minas Gerais aos EUA. Além disso, é

 responsável por 72,2% das exportações de ferro fundido bruto, o segundo principal produto da pauta mineira com

 destino ao mercado norte-americano. Não por acaso, essa regional inclui municípios como Sete Lagoas e Belo

 Horizonte, ambos entre os maiores exportadores do estado.

 A Regional Sul ocupa a segunda posição, com US$ 1,2 bilhão em exportações, o que representa 25,5% do total

 estadual. Cabe destacar que essa regional lidera as exportaçõesdo principal produto da pauta de Minas Gerais: o café.

 Regionais FIEMG exportadoras aos EUA (2024)

 Regional FIEMG

 US$

 (milhões)

 Sede

 Sul

 Vale do Aço

 Vale do Rio Grade

 Centro Oeste

 Zona da Mata

 Norte

 Alto Paranaíba

 Pontal do Triângulo

 Vale do Paranaíba

 Rio Doce

 Vale do Jequitinhonha

 1.457.1

 1.168,1

 613,2

 323,8

 301,3

 196,4

 186,9

 125,9

 121,8

 49,8

 34,2

 2,0

 % do total 

exportado

 31,8%

 25,5%

 13,4%

 7,1%

 6,6%

 4,3%

 4,1%

 2,7%

 2,7%

 1,1%

 0,7%

 0,1%

 Diante da relevância econômica da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos– especialmente no que se refere à

 pauta exportadora dos estados– e considerando a recente imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos

 brasileiros exportados aos EUA, evidencia-se um cenário de incertezas e potenciais prejuízos para a indústria nacional.

 A dependência de determinados setores e a concentração regional e setorial das exportações tornam o país

 particularmente vulnerável aos efeitos dessa medida.

 Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo avaliar os possíveis impactos econômicos, de curto e longo

 prazo, da nova tarifa sobre as exportações brasileiras. Além disso, busca examinar os efeitos de cenários hipotéticos de

 retaliação comercial entre os dois países, contribuindo para a formulação de estratégias de mitigação e

 reposicionamento do setor produtivo brasileiro.

 Para estimar os impactos desses cenários, adotou-se uma abordagem em dois estágios. No primeiro, aplicou-se uma

 função de demanda com elasticidade de substituição constante (CES), baseada na hipótese de Armington, para captar

 os efeitos da elevação de preços sobre a demanda norte-americana por produtos brasileiros. No segundo, utilizou-se o

 modelo de Equilíbrio Geral Computável "Brazilian Model Minas Gerais", com o objetivo de estimar os efeitos de curto e

 longo prazo sobre a economiabrasileira, considerando variações na demanda, na produção e nos fluxos comerciais.

 Fonte: Comex Stat. Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

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AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

18 de julho de 2025

 Cenários e Hipóteses 

O cenário principal deste estudo parte da premissa de que, conforme anunciado em carta oficial do presidente dos

 Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será implementada uma tarifa de 50% sobre

 todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. Presume-se que a medida será aplicada de

 forma linear, sem distinção entre setores ou produtos, e que não haverá salvaguardas, exceções ou mecanismos de

 compensação. Assim, o cenário principal considera a imposição irrestrita da tarifa sobre toda a pauta exportadora

 brasileira destinada aos Estados Unidos, conforme os termosexplicitados na comunicaçãooficial.

 Além deste cenário principal, o estudo contempla cenários alternativos, que buscam capturar os possíveis

 desdobramentos de uma escalada retaliatória entre os dois países. Foram, assim, definidos três cenários hipotéticos,

 que consideram não apenas a reação inicialmente sinalizada pelo governo brasileiro– como a adoção de tarifas em

 resposta– mas tambémeventuaiscontramedidasde ambosospaíses.

 Considera-se, adicionalmente, a possibilidade de efeitos indiretos decorrentes do aumento da instabilidade nas

 relações bilaterais, com destaque para a retração de investimentos estrangeiros diretos no Brasil. Dessa forma, os

 cenários hipotéticos têm como objetivo explorar os potenciais impactos econômicos de uma deterioração nas relações

 comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

 No Cenário Hipotético I, pressupõe-se uma resposta retaliatória do Brasil, com imposição de tarifas recíprocas às

 importações brasileiras de produtos norte-americanos em valor equivalente à tarifa aplicada pelos EUA, de 50%.

 No Cenário Hipotético II, considera-se que, em resposta à retaliação do Brasil, os EUA elevam sua tarifa para 100%

 sobre os produtos brasileiros.

 Por fim, no Cenário Hipotético III, pressupõe-se uma dupla retaliação, com ambos os países aplicando uma tarifa de

 100% sobre todos os bens comercializados entre si. Adicionalmente, esse cenário considera a adoção de medidas de

 maior severidade, como a eventual quebra de patentes por parte do Brasil, o que aumentaria o ambiente de incerteza

 e provocaria, consequentemente, uma retração significativa dos investimentos externos diretos, com redução estimada

 de 40%dosinvestimentosoriundos dos EstadosUnidose de 30% daqueles provenientesdo restante do mundo.

 Cenário Principal 

Tarifa de 50% sobre todas as

 exportações brasileiras aos EUA

 Cenário Hipotético I 

RETALIAÇÃO DO BRASIL

 Tarifas:

 EUA: 50%

 BRASIL: 50%

 Cenário Hipotético II 

DUPLA RETALIAÇÃO

 Tarifas:

 EUA: 100%

 BRASIL: 50%

 Cenário Hipotético III 

Tarifas:

 Queda dos 

investimentos no Brasil

 EUA: 100%

 BRASIL: 100%

 EUA: 40%

 BRA: 30%

 Ao analisar os resultados esperados, são considerados os efeitos de curto prazo (1 a 2 anos) e longo prazo (5 a 10

 anos). Quando a tarifa é imposta pelos EUA, o impacto atinge diretamente a pauta exportadora brasileira. Portanto,

 no curto prazo, pressupõe-se uma redução do PIB nacional e um aumento do desemprego, uma vez que a contração

 das vendas externas levará à ociosidade dos estoques de capital e da mão-de-obra nos setores exportadores. No

 longo prazo, parte desse capital será redirecionada ao mercado interno e a outros países; ainda assim, a perda

 permanente de termosde trocareduzirá o produto potencialda economia.

 Por sua vez, quando o Brasil impõe uma tarifa sobre os produtos importados, o impacto recai sobre a pauta de

 importações, elevando os custos dos produtos estrangeiros e afetando diferentes setores. No curto prazo, dado o

 capital fixo e a possibilidade de desemprego, os setores beneficiados pela proteção tarifária conseguem ampliar sua

 produção ao utilizar capacidade ociosa e força de trabalho deslocadas dos setores mais afetados, gerando aumento

 da produção. No longo prazo, entretanto, com capital e trabalho plenamente realocados, os setores beneficiados

 pelas tarifas tendem a atrair recursos de forma menos eficiente, reduzindo o retorno médio do capital e promovendo

 umaalocaçãomais ineficiente na economia,com menorproduto agregado.

 Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

Gerência de Economia e Finanças Empresariais

 Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

 Av. do Contorno, 4456 - Funcionários – Belo Horizonte/MG - CEP: 30110-028

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AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

18 de julho de 2025

 Metodologia

 Para avaliar os impactos econômicos decorrentes da imposição de tarifas comerciais sobre produtos brasileiros, no

 contexto das mudanças na política comercial dos Estados Unidos, adotou-se uma abordagem metodológica integrada

 emdois estágios, baseada na articulação entre um modelo de demanda e um modelo de Equilíbrio Geral Computável

 (EGC).

 No primeiro estágio, buscou-se estimar os efeitos das tarifas sobre a demanda norte-americana por produtos

 brasileiros, utilizando-se uma função de demanda com elasticidade de substituição constante (CES– Constant

 Elasticity of Substitution). Essa etapa permitiu captar as variações na demanda externa resultantes do aumento de

 preços provocadopelas tarifas.

 No segundo estágio, essas variações foram incorporadas ao modelo de Equilíbrio Geral Computável denominado

 Brazilian Model– Minas Gerais (BMMG), com o objetivo de mensurar os impactos de curto e longo prazo sobre a

 economia brasileira. Esse modelo possibilitou avaliar não apenas os efeitos diretos da redução da demanda externa,

 mastambémosdesdobramentosdecorrentesdoscenários hipotéticosde possíveisretaliações.

 I - Modelo de Demanda 

Os efeitos econômicos decorrentes de mudanças na política comercial, por meio da imposição de tarifas,

 manifestam-se, fundamentalmente, por meio de alterações nos preços relativos dos produtos. A partir dessas

 variações de preços, torna-se possível estimar os efeitos sobre a demanda externa. Tais efeitos dependem tanto da

 magnitude do choque tarifário — isto é, da variação no valor da tarifa — quanto das relações comportamentais que

 regem a interação entre os mercadosenvolvidos.

 No caso específico da tarifa em análise, o primeiro passo consistiu em estimar seus efeitos sobre a demanda norte

americana por determinados produtos brasileiros. Para tanto, utilizou-se uma função de demanda com elasticidade

 de substituição constante (CES), associada à hipótese de Armington, segundo a qual bens similares provenientes de

 diferentes países não são perfeitamente substituíveis.

 I.I – Estrutura da Função de Demanda 

Afunção de demandaadotadaassumeaseguinteforma:

 𝑄 =𝐴𝑃𝜀,

 𝜀 <0

 (1)

 Onde: 𝑄 éaquantidadedemandada,P é opreço, 𝐴 éum parâmetrode escalae εé aelasticidadede substituição.

 Se opreçopassa de 𝑃 para𝑃′ =P(1+τ)apósa tarifaad valoremτ, a nova quantidade é:

 𝑄′ = 𝐴

 𝑃(1+𝜏) 𝜀 =𝑄(1+𝜏)𝜀

 (2)

 Dividindo por 𝑄 e subtraindo 1, tem se a variação percentual, obtém-se a quantidade demandada dada a imposição 

da tarifa:

 ∆𝑄 =

 1+𝜏 𝜀𝑡 −1

 (3)

 A partir disso, é necessário compreender como a demanda pelo produto é alterada em razão da imposição de uma

 tarifa. Nesse caso específico, é necessário ajustar o impacto da tarifa unilateral dos EUA com base na participação

 dos EUAnasexportaçõestotaisbrasileiras.

 Portanto, assumiu-se que a variação nas exportações (∆𝐸𝑥𝑝𝑤,𝑖) de um determinado produto 𝑖 do país 𝑤 em

 resposta à imposição de uma tarifa por parte do país 𝑤′ pode ser estimada da seguinte forma: multiplicando a

 participação daquele mercado no total exportado (𝑠ℎ𝑎𝑟𝑒𝑤,𝑤′,𝑖) pelo impacto da tarifa sobre a quantidade

 demandadapelo país importador(∆𝑄𝑤′,𝑖 ).

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 ∆𝐸𝑥𝑝𝑤,𝑖=𝑠ℎ𝑎𝑟𝑒𝑤,𝑤′,𝑖𝑥∆𝑄𝑤′,𝑖

 Ou seja, o cálculo pondera o efeito da tarifa pela relevância do destino afetado nas exportações totais do produto, 

apresentado na equação (4).

 (4)

 Emque:

 ∆𝑬𝒙𝒑𝒘,𝒊:variaçãonasexportaçõesdoproduto𝑖dopaís𝑤,resultantedaimposiçãodetarifapelopaís𝑤′;

 𝒔𝒉𝒂𝒓𝒆𝒘,𝒘′,𝒊:participaçãodasexportaçõesdoproduto𝑖dopaís𝑤paraopaís𝑤′nototaldasexportaçõesdesse

 produtopelopaís𝑤;

 ∆𝑸𝒘′,𝒊:variaçãonaquantidadedemandadadoproduto𝑖pelopaís𝑤′ ,emfunçãodatarifaimposta.,oconsumidor

 podeoptarporsubstituirobemimportadoporumsimilarproduzidonomercadointernoou

 I.II –Ajuste para Comércio Bilateral

 Posteriormente, para estimar a variação da demanda pelas exportações brasileiras, é necessário calcular a

 elasticidadedesubstituição.Diantedeumaumentonopreçodeumbemimportado,aelasticidadedesubstituição

 podeserdefinidadeduasformas:comoaelasticidadedesubstituiçãoentreoprodutodomésticoeoimportado

 e/oucomoaelasticidadedesubstituiçãoentrebens importadosdediferentesorigens. Emoutraspalavras, o

 consumidorpodeoptarporsubstituirobemimportadoporumsimilarproduzidonomercadointernooutrocaro

 fornecedorexterno,adquirindooprodutodeoutropaísdeorigem.

 CombaseemWinters(1984)eHertel(1997),aderivaçãodaelasticidadetotaldademandapodeserdefinidacomo:

 𝜀𝑤→𝑤′=−𝜎𝑠,𝑖−𝑆𝑚,𝑖(𝜎𝑚,𝑖−𝜎𝑠,𝑖)

 Em que:

 𝜀𝑤→𝑤′: elasticidade de substituição total;

 𝜎𝑚,𝑖: elasticidade de substituição entre fornecedores estrangeiros;

 𝜎𝑠,𝑖: elasticidade de substituição importado ×doméstico;

 𝑆𝑚,𝑖: parcela da importação do país w’ no total das importações do país w.

 (5)

 Entreos cenáriosqueserãoadotadosnesteestudoestáumapossível retaliaçãodogovernobrasileiro, coma

 imposiçãodetarifassobreosprodutosimportadosdosEUA.Omodelodeequilíbriogeralcomputávelutilizado–o

 BMMG–permiteestimaroimpactodasalteraçõesnastarifasdeimportaçãosobreospreçosinternos.

 Noentanto,oBMMGtrataosdemaispaísesemumúnicobloco,oRestodoMundo.Diantedisso,paradimensionar

 oefeitosobrearelaçãobilateralBrasileEUA,asobretaxaseráconvertidaemumamédiaponderada,deacordocom

 aparticipaçãodosEUAnasimportaçõesbrasileirasdecadaproduto,talcomoapresentadanaequaçãoaseguir:

 ∆𝑙𝑛𝑝𝑜𝑤𝑡𝑎𝑥𝑖 =𝑙𝑛1+𝑡1(𝑖)−𝑙𝑛1+𝑡0(𝑖) ∴ 𝑡1 𝑖 =𝑡0 𝑖 +𝜏𝑥𝑠𝑢𝑠,𝑖 (6)

 Emque:

 𝑝𝑜𝑤𝑡𝑎𝑥𝑖:poweroftariff;

 𝑡0(𝑖):tarifamédiavigente;

 𝑡1(𝑖):novatarifa;

 𝑆𝑢𝑠,𝑖:parceladaimportaçãodosEUAnototaldasimportaçõesdoBrasil.

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TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

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 II - Modelo de Equilíbrio Geral Computável

 Após a análise das variações na demanda, é utilizado, no segundo estágio, o modelo de Equilíbrio Geral Computável.

 Essa modelagem permite identificar os efeitos sistêmicos na economia a partir de um evento específico– no caso em

 questão, a aplicação de tarifas e outros possíveis cenários previamente sinalizados.

 O modelo utilizado nesta avaliação é o Brazilian Model Minas Gerais (BMMG), cuja estrutura teórica seminal é o

 modelo MONASH, posteriormente desdobrado em variações regionais e dinâmicas como o MMRF (Melbourne Model

 of Regional Forecasting), desenvolvidos pelo Centre of Policy Studies (CoPS) (Dixon e Rimmer, 2002, Horridge (2003) ).

 O modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC)

 representa a economia como um sistema integrado, no

 qual famílias, empresas, governo e setor externo

 interagem por meio dos mercados de bens, serviços e

 fatores. A partir de uma matriz insumo-produto, o

 modelo diferencia produtos domésticos e importados,

 resolve choques em variações percentuais e mantém as

 identidades macroeconômicas– como o PIB, a renda e o

 balanço de pagamentos–, captando realocações e

 efeitos indiretos.

 Essa abordagem é ideal para avaliar tarifas, pois

 considera todos os encadeamentos produtivos, as

 reações de preços, as compensações fiscais e os impactos

 sobre o bem-estar. Desse modo, a modelagem de EGC

 permite analisar não apenas as variações no comércio,

 mas também os efeitos sobre a competitividade, a

 distribuição de renda e os termos de troca.

 Modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC)

 O modelo distingue diferentes horizontes temporais. Para a avaliação de curto prazo, assume-se que o estoque de

 capital é fixo e que o mercado de trabalho pode apresentar rigidez na mobilidade entre setores, permitindo a

 ocorrência de desemprego friccional ou o deslocamento setorial de fatores. No longo prazo, os fatores de produção

 tornam-se plenamente móveis, com realocação de capital e trabalho entre setores, de modo a maximizar o produto

 agregado. A acumulação de capital é determinada por uma equação de investimento baseada na taxa de retorno

 esperada.

 A dinâmica intertemporal é incorporada por meio de mecanismos de formação de expectativas adaptativas ou

 racionais, conforme o escopo da simulação. Essa abordagem permite estimar trajetórias de ajuste da economia

 frente a choques exógenos, como alterações tarifárias, mudanças tecnológicas, reformas tributárias ou variações na

 demandaexterna.

 Base de Dados

 Para a estimação dos modelos deste estudo, foram utilizadas diferentes bases de dados. Essas informações

 abrangem aspectos como: elasticidades de substituição, fluxos de exportações e importações, estrutura produtiva

representada por uma matriz de insumo-produto– e investimentoestrangeiro direto.

 I - Exportações e Importações

 Ao longo do estudo, as exportações e importações com origem ou destino no Brasil foram mensuradas com base nos

 dados da plataforma ComexStat, mantida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

 (MDIC). Para a análise das importações realizadas pelos Estados Unidos, utilizou-se a base de dados do UN

 Comtrade, plataforma global de estatísticas de comércio internacional que permitiu identificar a participação do

 Brasil no total das importações norte-americanas.

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 II - Elasticidade de Substituição

 Para o cálculo da elasticidade de substituição, conforme

 indicado na equação 5, foram utilizadas as elasticidades

 entre bens importados e domésticos, bem como entre

 diferentes fornecedores estrangeiros. As estimativas

 adotadas baseiam-se nos trabalhos de Winter (1984) e Hertel

 e Van der Mensbrugghe (1997). O resumo das elasticidades

 calculadas pode ser consultado na tabela ao lado.

 III - Matriz de Insumo-Produto

 Elasticidades de substituição entre importações 

de produtos brasileiros pelos setores dos EUA

 Setores 

Agropecuária

 Ind. Extrativa

 Ind. Transformação

 Serviços

 SM,i

 0,04

 0,04

 σ

 s,i

 3,01

 σM,i

 ƐM,i

 6,03

 4,01

 0,01

 0,03

 3,30

 1,90

 8,03

 6,60

 3,80-3,13-4,17-3,33-1,95

 Os modelos de Equilíbrio Geral Computável fornecem uma estrutura teórica aninhada. Para sua operacionalização, é

 necessário utilizar, como base de dados, uma matriz de contabilidade social.

 A matriz de insumo-produto utilizada para calibração desse modelo contempla 68 setores econômicos, organizados em

 duas dimensõesregionais– Minas Gerais e o restante do Brasil.

 A estimação dessa matriz foi realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), com base na matriz de

 insumo-produto do Brasil referente ao ano de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto

 comosdadosdoSistemade ContasRegionaispara Minas Gerais, disponibilizadospela Fundação João Pinheiro.

 IV - Investimento Estrangeiro Direto

 No cenário de queda de investimento, foram utilizados dados de Investimento Direto no País– IDP (posição e saldo

 líquido), disponibilizados pelo Banco Central, que detalham essas informações por país de origem. Também foram

 consideradas informações sobre a formação bruta de capital fixo, provenientes do Sistema de Contas Nacionais do IBGE.

 Com base nesses dados, estimou-se uma redução do investimento no Brasil de 40% oriundo dos Estados Unidos e de

 30%proveniente dos demais países.

 Limitações Metodológicas 

Apesar dos esforços para garantir a robustez da metodologia empregada, é importante destacar algumas limitações

 inerentes ao modelo e às premissasadotadas:

 • Tarifas uniformes: o modelo assume a aplicação plena e uniforme da tarifa sobre as exportações brasileiras aos EUA,

 desconsiderando evasões, reclassificações, regimes preferenciais, cotas ou concessões específicas;

 • Investimento direto: pressupõe-se que todo o Investimento Direto no País se converta em Formação Bruta de Capital

 Fixo, desconsiderando aplicaçõesem participações societárias ou capital de giro;

 • Elasticidades: os parâmetros utilizados podem estar desatualizados ou não refletir adequadamente transformações

 recentes nas cadeias globais, além de não captarem respostasnão lineares a tarifas elevadas;

 • Exterior como bloco único: a estrutura Armington agrega o restante do mundo como um único bloco, o que impede a

 modelagemde desviosde comérciopara outrospaíses em respostaao choquetarifário focado nos EUA.

 • Ausênciado efeitofeedback: o modelonão consideraeventuais reações de outrospaíses ao novo contextotarifário.

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 Resultados

 A imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada

 pelo governo norte-americano, traz impactos significativos para a economia brasileira. A avaliação dos resultados

 está dividida de acordo com os cenários– principal e hipotéticos– construídos, com as regiões analisadas– Brasil e

 Minas Gerais– e comatemporalidadedosefeitos– de curto prazo (1 a 2 anos) e de longoprazo (5 a 10 anos).

 Cenário Principal

 No cenário principal, que considera a aplicação linear da tarifa de 50% a todos os produtos brasileiros importados

 pelos Estados Unidos, as estimativas apontam para uma retração nos principais indicadores macroeconômicos. O

 Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode encolher em até R$ 47 bilhões no curto prazo — o equivalente a uma

 queda de 0,4% —eatingir uma perda de até R$ 175 bilhões no longo prazo, o que representa uma redução de 1,49%.

 Oconsumo das famílias também deve ser afetado, com contrações de até 0,67% no curto prazo e até 3,82% no longo

 prazo, refletindo a redução da renda disponível. A formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, poderá

 apresentar uma queda de até 2,66% no longoprazo.

 No mercado de trabalho nacional, estima-se que a imposição da tarifa poderá resultar na eliminação de até 538 mil

 postos de trabalho formais e informais no curto prazo. No longo prazo, esse número pode ultrapassar 1,3 milhão de

 empregos perdidos. Consequentemente, a massa salarial também será comprometida, com perda estimada de R$ 6,5

 bilhões no curto prazo e R$ 24 bilhões no longo prazo.

 Impacto sobre os agregados macroeconômicos - BR

 Curto Prazo Longo Prazo

 Variável

 PIB real 

C – Consumo das famílias

 G – Consumo do governo

 I – Investimentos

 %-0,40-0,67-0,10

 0,00

 X – Exportações

 M – Importações-5,8-5,64

 %-1,49-3,82

 0,86-2,66-2,62-10,90

 Impacto sobre emprego, massa salarial e 

arrecadação do governo - BR

 Variável

 Emprego agregado (formal + informal)

 Massa salarial (R$ bilhões)

 Curto Prazo Longo Prazo-538.270-6,55-1.304.002-24,39

 Arrecadação total do governo (R$ bilhões)-1,31-4,86

 Os efeitos não se limitam ao agregado macroeconômico: também se manifestam na dinâmica setorial. As maiores

 retrações concentram-se, no curto prazo, na fabricação de equipamentos de transporte (-22,9%), na siderurgia e

 ferro-gusa (-12,3%) e nos produtos de madeira (-7,7%). No longo prazo, essas perdas permanecem intensas nos

 mesmos setores, mas passam a se espalhar também por segmentos voltados ao mercado interno, como educação

 pública, saúde, serviços domésticos e atividades imobiliárias — sinalizando que os efeitos da medida alcançam a

 base de consumodas famílias.

 Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

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 MinasGerais, terceiromaiorestadoexportadorparaosEstadosUnidos, tambémsentiráosefeitosdaimposição

 tarifária.AsprojeçõesindicamqueoPIBmineiropoderácairematéR$6,7bilhõesnocurtoprazo(-0,6%)ealcançar

 umaperdadeR$21,5bilhõesnolongoprazo(-2%).Oconsumodasfamíliasnoestadodeveencolherentre0,91%e

 4,41%,enquantoosinvestimentospodemregistrarquedadeaté3,19%nolongoprazo.

 Oimpactosobreoempregoéigualmenterelevante:estima-seaeliminaçãodeaté58milpostosdetrabalhono

 curtoprazo,edeaté187milno longoprazo. Issoresultariaemumaperdaderendaparaas famíliasmineiras

 estimadaentreR$982milhõeseR$3,16bilhões.-22,9-12,3-7,7-2,9-2,4-2,1-2,1-1,9-1,7-1,7-1,2-1,1-1,0-1,0-0,9

 Fab. de outros equipamentos de…

 Prod. de ferro-gusa/ferroligas,…

 Fab. de produtos da madeira

 Fab. de calçados e de artefatos de…

 Fab. de produtos de minerais não-…

 Fab. de máquinas e equipamentos…

 Fab. de máquinas e equipamentos…

 Fab. de produtos de metal, exceto…

 Metalurgia de metais não-ferosos…

 Fab. de celulose, papel e produtos…

 Fab. de peças e acessórios para…

 Extração de petróleo e gás

 Abate e produtos de carne

 Água, esgoto e gestão de resíduos

 Pecuária, inclusive o apoio à…-21,6-11,7-8,1-3,3-3,2-3,0-3,0-2,9-2,7-2,6-2,5-2,3-2,3-2,3-2,2

 Fab.  de outros equipamentos de…

 Prod. de ferro-gusa/ferroligas,…

 Fab. de produtos da madeira

 Atividades imobiliárias

 Fab. de produtos de minerais não-…

 Educação privada

 Fab. de calçados e de artefatos de…

 Serviços domésticos

 Saúde privada

 Prod. florestal; pesca e aquicultura

 Pecuária, inclusive o apoio à…

 Água, esgoto e gestão de resíduos

 Construção

 Comércio por atacado e a varejo

 Telecomunicações

 Setores mais impactados (%) –curto prazo –BR Setores mais impactados (%) –longo prazo –BR

 Impacto sobre os agregados macroeconômicos -MG

 Variável Curto Prazo Longo Prazo

 % %

 PIB real -0,63-2,03

 C –Consumo das famílias-0,91-4,41

 G –Consumo do governo--

 I –Investimentos 0,00-3,19

 X –Exportações-6,82-4,61

 M –Importações-6,03-11,64

 Impacto sobre emprego, massa salarial e

 arrecadação do governo -MG

 Variável Curto Prazo Longo Prazo

 Emprego agregado (formal + Informal)-58.053-187.061

 Massa salarial (R$ bilhões)-0,982-3,16

 Arrecadação total do governo (R$ bilhões)-0,176-0,567

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 Setores mais impactados (%) –curto prazo -MG Setores mais impactados (%) –longo prazo -MG -12,5-10,1-3,8-3,5-3,0-2,3-2,1-1,7-1,7-1,6-1,6-1,6-1,5-1,2-1,2

 Prod. de ferro-gusa/ferroligas,…

 Fab. de outros equip. de transporte

 Fab. de produtos de minerais…

 Fab. de produtos da madeira

 Fab. de celulose, papel e…

 Fab. de máquinas e…

 Manutenção, reparação e…

 Fab. de calçados e de artefatos de…

 Metalurgia de metais não-ferosos…

 Extração de minerais metálicos…

 Água, esgoto e gestão de resíduos

 Fab. de máquinas e…

 Fab. de produtos de metal,…

 Fab.  de defensivos,…

 Transporte terrestre-11,9-8,0-4,8-3,9-3,6-3,4-3,4-3,2-3,1-3,0-3,0-2,9-2,8-2,8-2,8

 Prod. de ferro-gusa/ferroligas,…

 Fab. de outros equipamentos de…

 Fab. de produtos de minerais…

 Atividades imobiliárias

 Fab. de produtos da madeira

 Água, esgoto e gestão de resíduos

 Serviços domésticos

 Educação privada

 Saúde privada

 Construção

 Pecuária, inclusive o apoio à…

 Comércio por atacado e a varejo

 Alimentação

 Transporte terrestre

 Prod. florestal; pesca e…

 Setorialmente, aquelesmaisatingidosnoestadoseguematendêncianacional: siderurgiaeferro-gusa(-12,5%),

 fabricaçãodeequipamentosdetransporte (-10,1%)eprodutosdemineraisnãometálicos (-3,8%) registramas

 maioresretraçõesnocurtoprazo.Nolongoprazo,essasperdaspersistemeseexpandemparaatividadesdosetor

 deserviços.

 Cenários Hipotéticos

 PIB (%)

 Emprego (formal + informal)

 Massa salarial (R$ bilhões)

 Impostos (R$ bilhões)

 CH I-2,21-1.934.124-36,18-7,21

 CH II-2,49-2.179.171-40,77-8,13

 CH III-5,68-4.970.961-92,99-18,54

 AanálisedoscenárioshipotéticosdeescaladatarifáriaentreBrasileEstadosUnidospermiteestimarospotenciais

 danos econômicos emtrês configurações distintasde retaliaçãocomercial. Esses cenários simulamvariações na

 intensidadee reciprocidadedas tarifas impostas por ambosospaíses, projetandoseus impactos sobreoPIB, o

 emprego,amassasalarialeaarrecadaçãodeimpostos.Cabedestacarque,paraessescenários, foramconsiderados

 apenasosefeitosdelongoprazo,ouseja,de5a10anos.

 NoCenárioHipotéticoI(CHI),oBrasiladotaumamedidaderetaliaçãoaplicandotambémumatarifade50%,ouseja,

 nomesmopatamardautilizadapelosEstadosUnidos.Nessecaso, estima-seuma retraçãode2,21%doPIB–o

 equivalenteacercadeR$259,6bilhões–, alémdaeliminaçãodeaproximadamente1,93milhãodepostosde

 trabalho.Aperdademassasalarial poderiaalcançarR$36,18bilhões, enquantoaarrecadaçãotributáriapoderia

 recuaremR$7,21bilhões,comprometendotantooconsumodasfamíliasquantoasustentabilidadefiscal.

 BRASIL 

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18 de julho de 2025

 No Cenário Hipotético II (CH II), os Estados Unidos intensificam a retaliação e impõem uma tarifa de 100% sobre os

 produtos brasileiros. Os impactos econômicos se agravam: estima-se uma queda de 2,49% do PIB e a perda de 2,18

 milhões de empregos. A massa salarial da população brasileira sofreria uma redução de R$ 40,77 bilhões, e a

 arrecadação pública teria uma contração de R$ 8,13 bilhões.

 Já o Cenário Hipotético III (CH III) representa a situação mais extrema, caracterizada por retaliação mútua com tarifas

 de 100% por parte de ambos os países, além da redução nos investimentos estrangeiros diretos no Brasil. Nesse

 cenário, os efeitos sobre a economia brasileira seriam substancialmente mais severos: a perda no PIB pode chegar a

 5,68%, o equivalente a R$ 667,1 bilhões. O impacto no mercado de trabalho seria expressivo, com quase 5 milhões

 de empregos perdidos, e a massa salarial sofreria uma contração de R$ 92,99 bilhões, comprometendo gravemente o

 poder de compradas famílias. A arrecadação de impostos, por sua vez, recuaria em R$ 18,54 bilhões.

 MINAS GERAIS  

PIB (%)

 Emprego (formal + informal)

 Massa Salarial (R$ bilhões)

 Impostos (R$ bilhões)

 CH I-2,85-262.623-4,44-0,796

 CH II-3,19-293.953-4,97-0,891

 CH III-6,03-443.233-7,49-1,34

 Além dos efeitos em âmbito nacional, os impactos econômicos decorrentes da imposição de tarifas também se

 estendem ao plano regional. No caso de Minas Gerais, estado fortemente integrado às cadeias de exportação, os

 danos econômicosestimadosnos três cenários hipotéticosrevelam perdas expressivasem diversas frentes.

 No cenário mais moderado (CH I), a economia mineira poderia registrar uma queda de 2,85% no PIB, o equivalente

 a aproximadamente R$ 30,2 bilhões, com a eliminação de 262 mil postos de trabalho. Isso implicaria em uma

 retração de R$ 4,4 bilhões na massasalarial e uma redução de quase R$ 800 milhõesna arrecadaçãode impostos.

 À medida que se intensificam as medidas retaliatórias (CH II), os prejuízos aumentam: o PIB estadual recuaria

 3,19%, com a perda de quase 294 mil empregos e de cerca de R$ 5 bilhões em rendimentos salariais, além de um

 impacto negativo de R$ 891 milhõessobre a arrecadaçãopública.

 No cenário mais adverso (CH III), a economia mineira enfrentaria um choque de grande magnitude: o PIB poderia

 cair 6,03%, resultando em prejuízos estimados em R$ 63,8 bilhões. O número de empregos comprometidos

 ultrapassaria os 443 mil postos, enquanto a massa salarial das famílias mineiras seria reduzida em R$ 7,49 bilhões.

 A perda de R$ 1,34 bilhão em impostos comprometeria significativamente a capacidade de resposta fiscal do

 estado.

 De modo geral, os resultados apontam que a imposição da tarifa compromete não apenas as exportações e a

 produção nacional, mas também os fluxos de renda, o emprego, o nível de investimento e a arrecadação tributária.

 O agravamento das tensões– caso não haja um acordo diplomático entre os países– tende a amplificar os

 impactos negativos, afetando tanto os setores produtivos quanto o mercado interno, com riscos concretos de uma

 desaceleração econômica prolongada e de perda de competitividade.

 Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

Gerência de Economia e Finanças Empresariais

 Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

 Av. do Contorno, 4456 - Funcionários – Belo Horizonte/MG - CEP: 30110-028

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AS TARIFAS COMERCIAIS DO GOVERNO 

TRUMP E OS IMPACTOS SOBRE O BRASIL 

18 de julho de 2025

 Conclusões e expectativas

 A análise realizada permite concluir que o Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação comercial sólida, marcada

 por interdependência bilateral. Nesse contexto, a imposição de tarifas sobre o comércio entre os dois países gera

 impactos relevantes para a economiabrasileira, escopo abordado neste estudo.

 A depender do escalonamento das sanções — inicialmente com a aplicação de uma tarifa de 50% por parte dos

 Estados Unidos —, os efeitos podem ser expressivos. Estima-se uma possível retração de até 5,7% no PIB nacional,

 além de impactosregionais relevantes, como em Minas Gerais, cujo PIB poderia sofrer uma queda de até 6%.

 Embora os impactos agregados possam parecer moderados em alguns cenários, determinados setores

especialmente aqueles fortemente voltados à exportação para o mercado norte-americano– tendem a ser

 duramente atingidos. Isso compromete não apenas a produção do setor, mas também o emprego e a geração de

 renda, intensificando os efeitos negativos sobre a atividade econômica.

 Adicionalmente, é importante considerar os efeitos indiretos decorrentes do aumento da instabilidade nas relações

 bilaterais. Entre eles, destaca-se a possível retração nos fluxos de investimento estrangeiro direto– fator essencial

 para o crescimento de longo prazo. A deterioração das condições comerciais também pode pressionar variáveis

 macroeconômicas, comoa inflação, ampliandoos desafios econômicosjá enfrentados pelo país.

 Diante desse cenário, a expectativa é de que Brasil e Estados Unidos avancem em um acordo diplomático que evite a

 aplicação da tarifa de 50% prevista para 1º de agosto, bem como impeça eventuais retaliações e o agravamento das

 tensões comerciais entre os dois países. Para a FIEMG, a via diplomática se apresenta como o caminho mais

 adequado e eficaz para resolver a questão e preservar a relação comercial estratégicaentre as nações.

 Referências 

Armington, P. S. (1969). A Theory of Demand for

 Products Distinguished by Place of Production.

 International Monetary Fund Staff Papers.

 BCB– Banco Central do Brasil. Base de dados do Banco

 Central do Brasil (2024). Brasília: BCB, 2025.

 Dixon, P. B., & Rimmer, M. T. (2002). Dynamic General

 Equilibrium Modelling for Forecasting and Policy: A

 Practical Guide and Documentation of MONASH. North

Holland. 

Hertel, T. W., & Van der Mensbrugghe, D. (1997). A

 framework for evaluating global trade policy. In: Hertel,

 T. W. (Ed.). Global trade analysis: modeling and

 applications. Cambridge: Cambridge University Press.

 Horridge, M. (2003). ORANI-G: A General Equilibrium

 Model of the Australian Economy. CoPS/IMPACT

 WorkingPaper No. OP-93. 

Elaboração: Gerência de Economia e Finanças Empresariais. 

Gerência de Economia e Finanças Empresariais

 IBGE– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 Sistema de Contas Nacionais– Referência 2010 (2024).

 Rio de Janeiro: IBGE, 2025.

 MDIC- Ministério do Desenvolvimento, Indústria,

 Comércioe Serviços. ComexStat:(2024). Brasília, 2025

 UNITED NATIONS – United Nations Statistics Division. 

UN Comtrade Database (2024). New York: United 

Nations, 2025. 

Winter, S. G. (1984). Schumpeterian competition in 

alternative technological regimes. Journal of Economic 

Behavior & Organization, 5(3–4), 287–320.

 Wittwer, G. (Ed.). (2012). Economic Modeling of Water:

 The Australian CGE Experi. 

Ficha Técnica

 REALIZAÇÃO

 FIEMG

 Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

 PRESIDENTE

 Flávio Roscoe Nogueira

 SUPERINTENDENTE DE DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

 Érika Morreale Diniz

 RESPONSABILIDADE TÉCNICA

 Gerência de Economia e Finanças Empresariais

 GERENTE/ECONOMISTA-CHEFE

 João Gabriel Pio

 COORDENADORAS

 Daniela Araujo Costa Melo Muniz

 Juliana Moreira Gagliardi

 EQUIPE TÉCNICA

 Aguinaldo de Lima Assunção

 Ana Guaraciaba Gontijo

 Arthur Augusto Dias de Oliveira

 Cibele Guedes Santiago

 Geysa de Souza Silva 

Luiza de Mello Teixeira

 Thiago de Assis Gonzaga

 Vithor Adolfo Lana 

Esta publicação é elaborada com base em análises internas. Não nos 

responsabilizamos pelos resultados das decisões tomadas com base 

no conteúdo deste material.

 Esta publicação é elaborada com base em análises internas. Não nos 

responsabilizamos pelos resultados das decisões tomadas com base. O artigo no Site Sistema FIEMG.

A eleição de meio de mandato (ou midterm election, em inglês) refere-se a um tipo de eleição que ocorre, geralmente, na metade do mandato de um presidente ou chefe de governo eleito para um período fixo, como o de quatro anos nos Estados Unidos. 

Nos Estados Unidos

Nos EUA, onde o termo é mais comum, essas eleições acontecem a cada dois anos e têm grande importância no cenário político do país. 

O que está em disputa: O pleito renova todas as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes (cujos mandatos são de dois anos) e cerca de um terço das 100 cadeiras do Senado (cujos mandatos são de seis anos).

Abrangência: Além das vagas no Congresso nacional, os eleitores de muitos estados (36 dos 50) também votam para governador e decidem sobre consultas populares locais (plebiscitos).

Significado político: Essas eleições são frequentemente vistas como um "plebiscito" ou um teste de popularidade e aprovação da administração do presidente em exercício. O resultado pode fortalecer ou dificultar a governabilidade do presidente, dependendo se seu partido consegue manter ou perder o controle das casas legislativas (Câmara e Senado). 

Importância

O principal impacto das eleições de meio de mandato é a potencial mudança no equilíbrio de poder legislativo, o que pode travar ou acelerar a agenda política do governo nos anos seguintes. 

O pragmatismo político é uma abordagem que prioriza a obtenção de resultados práticos e soluções eficazes para os problemas reais da sociedade, em vez de se prender rigidamente a dogmas ideológicos ou doutrinas teóricas. A palavra "pragmatismo" deriva do grego prágma, que significa ação ou ato, denotando uma postura prática e realista. 

Princípios e Características

Foco na Praticidade: A principal característica é a busca por soluções que funcionem no mundo real, adaptando o conhecimento aos fins da vida prática e do agir.

Flexibilidade Ideológica: Líderes ou partidos políticos pragmáticos tendem a ser flexíveis em suas crenças ideológicas, formando alianças ou adotando políticas que, em outras circunstâncias, poderiam ser consideradas opostas aos seus valores tradicionais, se isso levar a um resultado positivo.

Orientação para Resultados: A "verdade" ou a validade de uma política é medida por suas consequências práticas e sua capacidade de solucionar problemas imediatos, e não por sua conformidade com uma teoria abstrata.

Adaptação ao Contexto: Uma postura pragmática exige atenção ao contexto particular em que uma situação se encontra, reconhecendo que o mundo ideal não existe e que é preciso trabalhar com a realidade disponível. 

Exemplos na Prática

Diplomacia e Relações Internacionais: O Brasil frequentemente adota uma política externa de "pragmatismo responsável", mantendo relações de interesse comercial e diplomático com nações de diferentes espectros ideológicos, sem necessariamente compartilhar de suas visões políticas ou de amizade.

Formação de Coalizões: Acordos políticos entre partidos com ideologias distintas para formar governos de coalizão ou aprovar leis, onde ambas as partes cedem em certos pontos para alcançar um objetivo comum (como governabilidade ou aprovação de reformas), são exemplos clássicos de pragmatismo político. 

Em suma, o pragmatismo político valoriza a eficiência e a eficácia na resolução de problemas concretos, mesmo que isso signifique fazer compromissos ou desviar-se de um caminho ideológico predefinido.

Estaria Donald Trump tendo o pragmatismo politico ?

Confira a reportagem no UOL                        .https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/11/21/recuo-de-trump-beneficiara-exportacoes-do-brasil-avaliadas-em-us-5-bi.htm

E assim caminha a humanidade.

Imagem ; UOL. 






 

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