Bom dia leitor (a): Hoje na reflexão do domingo, vou voltar a
falar sobre o feminismo, mais especificamente sobre seus mitos e verdades.
Durante as aulas de atividades complementares no meu curso de Jornalismo na FIAM,
a professora Nadini Lopes de Almeida exibiu um documentário falando sobre a essência do
feminismo.
Segundo dizia o documentário , o feminismo é um
conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como
objetivo comum: direitos equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio do
empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais, baseados em
normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias que advogam
pela igualdade entre homens e mulheres, além de promover os direitos das
mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a
história do feminismo pode ser dividida em três fases A primeira teria ocorrido
no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a
terceira na década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista surgiu destes
movimentos femininos[8][9] e se manifesta em diversas disciplinas como a
geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista.
O feminismo alterou principalmente as perspectivas
predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da cultura ao
direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das
mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto),
pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos
direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à
contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e
garotas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos
direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e
todas as outras formas de discriminação, segundo dizia o documentário exibido na Universidade..
Durante grande parte de sua história, a maioria dos
movimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principalmente
mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e da América do Norte. No
entanto, desde pelo menos o discurso de Sojourner Truth, feito em 1851, às
feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras etnias e origens sociais
propuseram formas alternativas de feminismo. Esta tendência foi acelerada na
década de 1960, com o movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados
Unidos e o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes da
América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres nas antigas
colônias europeias e nos países em desenvolvimento propuseram feminismos
"pós-coloniais" - nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade
Mohanty, criticam o feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico.
Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de
vista,segundo relata o documentário
Desde a década de 1980, as feministas argumentaram que o
movimento deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se
relaciona ao racismo, à homofobia, ao classismo e à colonização. No fim da
década e início da década seguinte as feministas ditas pós-modernas
argumentaram que os papéis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente,
e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas as
suas culturas e histórias, segundo dizia o documentário
De acordo com o documentário, as três fases do feminismo
lutavam contra os conceitos patriarcais do "ter" e
"possuir" em relação as mulheres. As tres fases do feminismo lutavam
pela reafirmação da mulher como uma pessoa de desejos e vontades, e não com um
"objeto de posse".
A primeira fase do feminismo se refere a um período extenso
de atividade feminista ocorrido durante o século XIX e início do século XX no
Reino Unido e nos Estados Unidos, que tinha o foco originalmente na promoção da
igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres, e
na oposição de casamentos arranjados e da propriedade de mulheres casadas (e
seus filhos) por seus maridos. No entanto, no fim do século XIX, o ativismo
passou a se focar principalmente na conquista de poder político, especialmente
o direito ao sufrágio por parte das mulheres. Ainda assim, feministas como
Voltairine de Cleyre e Margaret Sanger já faziam campanhas pelos direitos
sexuais, reprodutivos e econômicos das mulheres nesta época,segundo relatava o
documentário
No Reino Unido, as suffragettes e, talvez de maneira ainda
mais eficiente, as sufragistas, fizeram campanha pelo sufrágio feminino. Em
1918, o Representation of the People Act foi aprovado, concedendo o direito ao
voto às mulheres acima de 30 anos de idade que possuíssem uma ou mais casas. Em
1928, este direito foi estendido à todas as mulheres acima de vinte e um anos
de idade. Nos Estados Unidos, líderes deste movimento incluíram Lucretia Mott,
Lucy Stone, Elizabeth Cady Stanton e Susan B. Anthony, que haviam todas lutado
pela abolição da escravidão antes de defender o direito das mulheres ao voto;
todas eram influenciadas profundamente pelo pensamento quaker. A primeira onda
do feminismo, nos Estados Unidos, envolveu uma ampla variedade de mulheres;
algumas, como Frances Willard, pertenciam a grupos cristãos, como a Woman's
Christian Temperance Union; outras, como Matilda Joslyn Gage, eram mais
radicais e se expressavam dentro da National Woman Suffrage Association, ou de
maneira independente. Considera-se que a primeira onda do feminismo nos Estados
Unidos como tenha terminado com a aprovação da Décima Nona Emenda à
Constituição dos Estados Unidos, em 1919, que concedeu às mulheres o direito ao
voto em todos os estados,segundo reportagem do documentário
A primeira fase do feminismo lutava pela afirmação da mulher
como uma pessoa independente, com desejos e vontades próprias, e não como um
objeto de posse .
A fase do feminismo, ao contrário da segunda, preocupou-se
muito pouco com a questão do aborto; no geral, eram contrárias ao conceito.
Embora nunca tenha se casado, Anthony publicou seus pontos de vista sobre o
casamento, sustentando que uma mulher deveria ter o direito de recusar-se a
fazer sexo com seu marido; a mulher americana não tinha, até então, qualquer
recurso legal contra o estupro por seu próprio marido. Primordial, em sua
opinião, era conceder a mulher o direito ao seu próprio corpo, que ela via como
um elemento essencial na prevenção de gravidezes indesejadas, através do uso de
abstinência como método contraceptivo. Escreveu sobre o assunto em seu jornal,
The Revolution, em 1869, argumentando que, em vez de meramente tentar aprovar
uma lei contra o aborto, sua causa principal deveria também ser abordada. A
simples aprovação de uma lei antiaborto seria "apenas cortar o topo da
erva daninha, enquanto sua raiz permanece”, segundo relato documentário
.
Já na segunda fase do feminimso,em alguns países europeus, as
mulheres ainda não tinham alguns direitos importantes. As feministas nesses
países continuaram a lutar pelo direito de voto. Na Suíça, as mulheres ganharam
o direito de votar em eleições federais apenas em 1971[39] e no cantão de
Appenzell Interior as mulheres obtiveram o direito de votar em questões locais só
em 1991, quando o cantão foi forçado a fazê-lo pelo Supremo Tribunal Federal da
Suíça. Em Liechtenstein, as mulheres conquistaram o direito de votar em 1984,
depois de um referendo, segundo relatava o documentário
As feministas continuaram a campanha para a reforma das leis
de família que davam aos maridos controle sobre suas esposas. As leis em
relação a isso foram abolidas no século XX no Reino Unido e nos Estados Unidos,
mas em muitos países da Europa continental as mulheres casadas ainda tinham
poucos direitos. Por exemplo, na França as mulheres casadas receberam o direito
de trabalhar sem a permissão de seu marido apenas em 1965. As feministas também
trabalharam para abolir a "isenção conjugal" nas leis de estupro, que
impediam o julgamento dos maridos que estupravam suas próprias esposas. As
tentativas anteriores das feministas da primeira onda, como Voltairine de
Cleyre, Victoria Woodhull e Elizabeth Clarke Wolstenholme Elmy, para
criminalizar a violação conjugal no final do século XIX não tiveram sucesso,
sendo que isto foi apenas alcançado um século mais tarde na maioria dos países
ocidentais, mas ainda não foi conquistado em muitas outras partes do
mundo,segundo relato do documentário
As feministas da segunda fase do feminismo, veem as
desigualdades culturais e políticas das mulheres como intrinsecamente ligadas e
incentivam as mulheres a entender os aspectos de suas vidas pessoais como
profundamente politizados e como o reflexo de estruturas de poder sexistas. A
ativista e autora feminista Carol Hanisch cunhou o slogan "o pessoal é
político", que se tornou sinônimo da segunda fase,segundo relata do
documentário
Já a terceira fase do feminismo, começou no início da década
de 1990, como uma resposta às supostas falhas da segunda onda e também como uma
retaliação a iniciativas e movimentos criados por esta. O feminismo da terceira
onda visa desafiar ou evitar aquilo que vê como as definições essencialistas da
feminilidade feitas pela segunda onda que colocaria ênfase demais nas
experiências das mulheres brancas de classe média alta,segundo relata o
documentário
Uma interpretação pós-estruturalista do gênero e da
sexualidade é central à maior parte da ideologia da terceira onda. As
feministas da terceira onda frequentemente enfatizam a
"micropolítica" e desafiam os paradigmas da segunda onda sobre o que
é e o que não é bom para as mulheres. A terceira onda teve sua origem no meio
da década de 1980; líderes feministas com raízes na segunda onda, como Gloria
Anzaldua, bell hooks, Cherrie Moraga, Audre Lorde, Maxine Hong Kingston e
diversas outras feministas negras, procuraram negociar um espaço dentro da
esfera feminista para a consideração de subjetividades relacionadas à
raça,segundo dizia o documentário
exibido na FIAM
A terceira fase do feminismo também apresenta debates
internos. O chamado feminismo da diferença, cujo importante expoente é a
psicóloga Carol Gillian, defende que há importantes diferenças entre os sexos,
enquanto outras vertentes creem não haver diferenças inerentes entre homens e
mulheres defendendo que os papéis atribuídos a cada gênero instauram
socialmente a diferença, segundo relatava o documentário
Talvez tenhamos alguns mitos e verdades sobre o que realmente
é o feminismo. Eu estive na Suíça e na Itália em 2013 e pude questionar suíços
e italianos que falavam português sobre o que é o feminismo.
Todos os suíços e italianos me disseram que o feminismo é um
movimento político que luta pela igualdade de gêneros por meio do empoderamento
feminino. Já no Brasil, alguns me responderam que o feminismo é feito por
mulheres mal amadas que estão em guerra com os homens.
A ideia de que as mulheres do feminismo estão em guerra com
os homens é uma grande bobagem. Durante o meu curso de Jornalismo na FIAM, eu
conheci mulheres adeptas do feminismo que tem namorado e filhos. O feminismo
não está em guerra contra os homens, mas sim contra o fato da mulher ser um
objeto de posse.
A ideia de que as feministas são mal amadas, é simplesmente
um conceito machista do patriarcado que ainda vivemos aqui no Brasil. As mulheres
adeptas do feminismo têm os mesmos desejos que qualquer mulher no mundo. Sim
leitor (a): As mulheres adeptas do feminismo também querem ter família, filhos
e um labrador, por exemplo. O que as mulheres adeptas do feminismo simplesmente
não querem é ter se tornar o objeto de posse de alguém. O que convenhamos, é
completamente diferente do conceito de que essas mulheres quererem entrar em
guerra contra os homens.
Ao longo da história o feminismo sempre lutou contra os
conceitos do "ter" e "possuir" em relação as mulheres.A
luta do feminismo sempre foi contra o conceito de que a mulher é um objeto de
posse,não necessariamente contra os homens.Por exemplo,muitas feministas que eu
conheci,tem filhos (a) e namorado,por exemplo.Portanto,isso já rechaça
completamente o conceito machista de que as mulheres adeptas do feminismo estão
em guerra com os homens.
E assim segue lutando a humanidade.
Credito da Imagem :Jornal Estado de São Paulo
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