quinta-feira, 4 de junho de 2020

A gestão perversa de Sergio Camargo.

A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com um pedido de tutela provisória de urgência para retirar Sérgio Nascimento de Camargo da presidência da Fundação Cultural Palmares,de acordo com a reportagem do Portal G1 da Rede Globo.

 

O recurso foi apresentado nesta quarta-feira (3) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é endereçado ao presidente da Corte, João Otávio de Noronha. Em fevereiro deste ano, o ministro atendeu pedido do governo e liberou a nomeação de Camargo,segundo relata o veiculo.

 

Na prática, a defensoria quer que, enquanto o STJ não julga o caso definitivamente, sejam restabelecidos os efeitos de uma decisão da Justiça Federal do Ceará que suspendeu a nomeação em novembro de 2019,de acordo com a reportagem do Portal.

 

De acordo com o juiz federal Emanuel José Matias Guerra, o chefe da Fundação Palmares "ofende" a população negra, a quem deveria defender,segundo cita o G1.

 

A Fundação Cultural Palmares foi criada em 1988 para promover e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. A organização tem entre suas competências a emissão de certidão às comunidades quilombolas,de acordo com o relato da reportagem nesta quinta feira (4).

 

Hoje, a organização está vinculada à Secretaria da Cultura e, consequentemente, ao Ministério do Turismo.

 

Desrespeito 'concreto e evidente'

Ao STJ, a defensoria argumenta que a gestão de Sérgio Camargo "desviou a Fundação Cultural Palmares de suas finalidades legais e dos imperativos que devem reger a administração pública",segundo o relato do Portal.

 

"O que antes a decisão da presidência do Superior Tribunal de Justiça que suspendeu a liminar caracterizou como um excesso 'em manifestações em redes sociais' tornou-se um concreto e evidente desrespeito ao ordenamento jurídico, apto a justificar a reconsideração da suspensão e o restabelecimento do determinado pela primeira instância federal", afirma a DPU de acordo com o G1.

 

No pedido, a defensoria ressalta ser exigido de quem preside a fundação "integral adesão aos propósitos" atribuídos por lei à organização, "o que, de forma muito transparente, não acontece no presente caso",de acordo com o relato do Portal da Rede Globo.

 

"Mais claro impossível: a existência da raça negra é a premissa normativaconstitucional para a criação da Fundação Cultural Palmares que resta flagrantemente violada pela publicação dos textos em sua página na internet durante a gestão do Sr. Sérgio Nascimento de Camargo. Nesses termos, o desvio de finalidade na sua nomeação ganha a realidade e faz urgente a reconsideração da decisão da presidência do Superior Tribunal", cita DPU,segundo o relato da reportagem.

 

Histórico

A nomeação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares foi oficializada em 27 de novembro de 2019 e gerou uma série de críticas e indignação.

 

Numa publicação antes de ser nomeado para o cargo, o jornalista classificou o racismo no Brasil como "nutella". "Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda", afirmou Camargo de acordo com o G1.

 

Ele também postou, em agosto de 2019, que "a escravidão foi terrível, mas benéfica para os descendentes". "Negros do Brasil vivem melhor que os negros da África", completava a publicação segundo o relato do Portal.

 

Sobre o Dia da Consciência Negra, Sérgio Camargo afirmou que o "feriado precisa ser abolido nacionalmente por decreto presidencial". Ele disse que a data "causa incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros (Zumbi dos Palmares, que escravizava negros) e de uma agenda política que alimenta o revanchismo histórico e doutrina o negro no vitimismo" segundo relata o G1.

 

Sérgio publicou uma mensagem numa rede social na qual disse que "sente vergonha e asco da negrada militante". "Às vezes, [sinto] pena. Se acham revolucionários, mas não passam de escravos da esquerda", escreveu Camargo de acordo com o Portal.

 

Em 13 de maio, aniversário da Lei Áurea, Sérgio Camargo publicou artigos depreciativos a Zumbi no site oficial da instituição. Em redes sociais, disse que Zumbi é "herói da esquerda racialista; não do povo brasileiro. Repudiamos Zumbi!”, segundo afirma o G1.

 

Educafro pede ao MPF abertura de ação penal por racismo contra presidente da Fundação Palmares,segundo relata o Portal.

O Ministério Público Federal apresentou uma representação para que o presidente da fundação responda na Justiça por improbidade administrativa,de acordo com o Portal.

 

Neste mês, o jornal "O Estado de S. Paulo" trechos de uma reunião da qual Camargo participou. Na gravação feita sem o conhecimento dele, o presidente da fundação chamou o movimento negro de "escória maldita",de acordo com o G1.

 

Na ocasião, Camargo também disse que Zumbi era "filho da puta que escravizava pretos", criticou o Dia da Consciência Negra, falou em demitir "esquerdista" e usou o termo "macumbeira" para se referir a uma mãe de santo,segundo relata a reportagem nesta quinta feira (4).

 

De acordo com a publicação, o encontro, ocorrido em 30 de abril, teve participação de outros dois servidores da fundação e serviu para tratar do desaparecimento de um celular corporativo de Camargo, segundo relata o G1.

 

Na mesma reunião, a mãe de santo Baiana de Oyá foi xingada de "filha da puta", "macumbeira" e "miserável" por Sérgio Camargo. Ela é coordenadora de Políticas de Promoção e Proteção da Diversidade Religiosa da Secretaria de Justiça do Distrito Federal e denunciou Camargo por injúria racial, discriminação racial e discriminação religiosa, de acordo com o relato do veiculo.

 

Á você que está me lendo eu digo: Existem praticamente dois tipos de preconceitos raciais praticados no e no mundo. O preconceito de marca e o preconceito de origem.

O preconceito de marca é o preconceito baseado na cor da pele. Ou seja: O racismo praticado no Brasil é o racismo institucional, no qual o negro é veladamente excluído das oportunidades econômicas. O preconceito de marca independe do fato do negro ter ou não o ensino superior ou o ensino profissionalizante.

Nos Estados Unidos o preconceito que se pratica é o preconceito de origem: No caso o preconceito se aplica em relação às origens e aparências dos indivíduos discriminados. O preconceito de marca que se pratica no Brasil é aonde o negro se esforça para concluir o ensino superior e ter uma profissão. Ele (ela) apresenta aptdões excelentes para o cargo pretendido. Se apresenta qualificado para a vaga, entretanto, sempre será preterido por uma pessoa branca em todas as entrevistas de emprego. O detalhe é que o (a) negro (a) tem a mesma formação acadêmica e as mesmas qualificações dos candidatos brancos.

O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata imposta pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos. Para a maioria dos 15 mil entrevistados, a diferença entre a vida dos brancos e de não brancos é evidente no trabalho, em questões relacionadas à justiça e à polícia (68,3%) e em relações sociais. O termo apartheid social tem sido utilizado para descrever diversos aspectos da desigualdade econômica, entre outros no Brasil, traçando um paralelo com a separação de brancos e negros na sociedade sul-africana, sob o regime do apartheid. O resultado da pesquisa, elaborada em 2008, demonstra que, apesar de compor metade da população brasileira, os negros elegeram pouco mais do que 8% dos 513 representantes escolhidos na última eleição.

O problema é que Sergio Camargo representa a ala ideológica do governo de extrema direita do Presidente Jair Bolsonaro. A extrema direita despreza totalmente o igualitarismo da Social Democracia, sendo a favor da hierarquia social por meio de certos tipos de discriminação contra determinados grupos de indivíduos.

Sendo assim: O jornalista Sergio Camargo representa a face mais errônea  e desprezível  do governo da extrema direita do atual mandatário brasileiro.

E assim caminha a humanidade.


Credito da Imagem :Portal Terra.


Movimento negro é "escória maldita", diz Sérgio Camargo


Nenhum comentário:

Postar um comentário