terça-feira, 2 de junho de 2020

A mensagem do decano Celso de Mello.

O decano Celso de Mello, mais antigo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou a situação política atual do Brasil à da Alemanha nazista e disse que a intervenção militar pretendida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro significa a instauração de uma “ditadura militar” no país,segundo a reportagem do Portal G1 da Rede Globo.

 

A comparação consta de mensagem enviada de forma privada a alguns destinatários próximos neste domingo (31), mesmo dia em que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro promoveram um ato em Brasília no qual pediram medidas inconstitucionais, como intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF. O gabinete do ministro informou que a manifestação foi exclusivamente pessoal, sem vinculação com o STF, não consta dos autos de nenhum processo e não foi enviada a ministros do STF,segundo o relato do Portal.

 

Celso de Mello é o relator do inquérito em tramitação no STF que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal para evitar investigações de familiares dele. O inquérito foi aberto a partir de denúncia do ex-ministro Sergio Moro – Bolsonaro nega interferência na PF,de acordo com a reportagem nesta terça feira (02).

 

“É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar, quando Hitler, após eleito por voto popular (...) não hesitou em romper e em nulificar a progressista , democrática e inovadora Constituição de Weimar”, diz a mensagem de Celso de Mello segundo o G1.

 

O ministro lembra que isso impôs àquele país “um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição, em março de 1933, da lei (nazista) de concessão de plenos poderes (ou lei habilitante) que lhe permitiu legislar sem a intervenção do parlamento germânico”,de acordo com o relato do G1.

 

De acordo com a mensagem de Celso de Mello, a intervenção militar pretendida por apoiadores do presidente “nada mais significa, na novilíngua bolsonarista, senão a instauração, no Brasil, de uma desprezível e abjeta ditadura militar”,segundo o veiculo .

 

Segundo ele, bolsonaristas e outras lideranças autocráticas “desprezam a liberdade e odeiam a democracia”.

 

Sem se referir a Celso de Mello, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, publicou nesta segunda-feira (1º) mensagem em rede social na qual afirma que comparar o Brasil à Alemanha nazista "é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz",segundo afirma o Portal da Rede Globo.

 

"Comparar o Brasil à 'Alemanha de Hitler' nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz. A Democracia Brasileira não merece isso. Por favor, respeite o Presidente Bolsonaro e tenha mais amor à nossa Pátria", escreveu Ramos,de acordo com o G1 nesta terça feira (02).

 

Para o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, ao se aproximar de protestos contra o tribunal – como o deste domingo (31) –, o presidente Jair Bolsonaro "indiretamente apoia o movimento",de acordo com o Portal.

 

"É ruim, porque quando ele [o presidente Bolsonaro] chega próximo ou mesmo junto a um movimento desses, ele indiretamente apoia o movimento. Isso não é bom, considerado o entendimento que deve haver entre os poderes", afirmou o ministro,segundo o relato da reportagem .

 

Para o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), um dos principais defensores do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, a manifestação do ministro Celso de Mello é uma "demonstração de desequilíbrio emocional" e de "total parcialidade",de acordo com o veiculo.

 

Para ele, isso demonstra que o ministro precisa se declarar impedido e não conduzir nenhum processo que envolva membros do governo. Nunes acrescentou. "Nos chamar de nazistas é muito grave. Injúria e difamação.”,segundo o relato da reportagem do Portal.

 

 

O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) afirmou que a mensagem de Celso de Mello não indica parcialidade porque não tem relação com um fato concreto de processo pelo qual ele seja responsável,segundo o relato do G1.

 

“Eu não vejo nenhum sinal concreto de parcialidade porque essa parcialidade, de acordo com o Código de Processo Penal, tem que incidir em relação ao fato concreto, que é objeto de investigação ou de processo. Eu não vejo nessa fala do ministro, senão uma opinião, uma impressão genérica de natureza político-institucional a respeito dos caminhos e dos rumos do governo", declarou Trad de acordo com o G1.

 

Ele também vê como improcedente uma eventual ação por injúria contra o ministro. “Não vejo no sentido de ofender a honra do presidente. Vejo uma crítica aos rumos de um governo, mas apenas isso. Uma manifestação, digamos, 'interna corporis', dirigida a um número determinado de pessoas, que externa uma impressão como cidadão a respeito do que o governo está mostrando.”, afirmou segundo o Portal .

 

Íntegra

Leia a seguir a íntegra da mensagem de Celso de Mello segundo o Portal G1:

 

GUARDADAS as devidas proporções, O “OVO DA SERPENTE”, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) , PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL ! É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg , em 30/01/1933 , COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA (“REICHSKANZLER”), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA , DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/1919 , impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!! “INTERVENÇÃO MILITAR”, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO , no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR !!!!

 

Á você que está me lendo eu digo: Durante 322 anos de colonização entre 1500 a 1822, os portugueses proibiram totalmente a construção de escolas e universidades no Brasil.Os brasileiros da classes privilegiadas estudavam na coroa portuguesa e nas provinciais europeias. Já os demais brasileiros ficavam a mercê da desigualdade no Brasil.

 

O patrimonialismo é a característica marcante de um país que não se para o público do privado na administração pública.O Patrimonialismo é uma característica típica de regimes autoritários.O Patrimonialismo foi outra herança negativa do período colonial no Brasil.

Eu não tenho vergonha do meu país.Mas,entretanto,fico muito entristecido com o traço patrimonialista e a desigualdade de classes que temos no Brasil. Fico muito triste com os crimes de feminicidio e o racismo  institucional  que temos no Brasil.

Eu não tenho vergonha de ser brasileiros. Mas, contudo, não consigo aceitar que o nosso parlamento custe mais caro que os parlamentos dos países europeus.

Também não tenho orgulho dos tempos insanos que vivemos no país. Nos dias atuais pós Lava Jato, o Brasil tem flertado com o fascismo como eu nunca tinha visto na minha vida. O descontentamento com a política se transformou em motivo para que parte dos brasileiros flertem com ideais antidemocráticos.

Eu não tenho vergonha do meu país. Contudo, não aceito que o combate à corrupção tenha flerte com o autoritarismo de tempos sombrios, cujos nossos patriotas perderam suas vidas para que tivéssemos a plena liberdade de expressão.

Eu não tenho vergonha do meu país. Entretanto, rezo para que certos brasileiros entendam que não se combate o patrimonialismo  com ideais fascistas.

Não tenho vergonha do Brasil.Contudo,espero que entendamos que não se combate o patrimonialismo com ideais fascistas.


E assim caminha a humanidade.


Credito da Imagem :Portal G1 da Rede Globo.

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