quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O nosso patrimonialismo histórico e contundente .

A Policia Federal cumpre nesta quarta feira (19), seis mandatos de busca e apreensão dois de prisão relativos a fase 72 da Operação Lava Jato, deflagrada em investigação que apura suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro em compra e venda de navios em contratos firmados pela Transpetro, uma nforsubsidiária de Petrobrás, segundo a informação de hoje da Folha de São Paulo.
De acordo com o comunicadop da força tarefa, a investigação do Ministério Público Federal apura crimes que teriam sido praticados no contexto de licitação e celebração de contratos firmados com o estaleiro EISA ( Estaleiro da Ilha S A) para  a construção e fornecimento de navios, de acordo com a Folha na manhã de hoje.
A Tranpetro teria tido prejuizos de R$ 611,2 milhões por causa dos contratos com a EISA, entre adiantamentos, suspensão de dividas, irregualridades nos acordos, entrega irregular de um navio Panamax e não entrega de outros tres navios. O Valor das propinas, segundo a força tarefa, seria na ordem de R$ 40 milhões, de acordo com a Folha nesta quarta feira (19).
Os executivos presos nesta quarta feira seriam German e José Efromovich, principais acionistas da Synerg Group, grupo que era dono do Eisa e atua nos setores da aviação, produção de petróleo e gás e geração de energia .A holding também detem 100% da Avianca Brasil - a companhia aérea não é investigada na ação, de acordo com o relato da reportagem da Folha.
A nova fase da Lava Jato vem na esteira da delação de Sergio Machado, ex presidente da estatal e agora colaborador da Justiça. Ele teria beneficiado a EISA na celebração de contratos firmados em 2008 - mediante pagamento de propina de 2 % do valor acerto, totalizando R$ 28 milhões- em 2013 , quando fez um empréstimo via offshore aos executivos presos e recebeu meses depois um montante maior, resultando em propina de quase U$$ 4 milhões camuflada na forma de ganho capital decorrente de empréstimo, de acordo com o relato da reportagem da Folha na manhã desta quarta feira.


Á você que está me lendo eu digo :O patrimonialismo é um conceito desenvolvido  que refere-se à característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado. Foi comum em praticamente todos os absolutismos.
O monarca gastava as rendas pessoais e as rendas obtidas pelo governo de forma indistinta, ora para assuntos que interessassem apenas a seu uso pessoal (compra de roupas, por exemplo), ora para assuntos de governo (como a construção de uma estrada). Como o termo sugere, o Estado acaba se tornando um patrimônio de seu governante
O Patrimonialismo foi instaurado no Brasil pela coroa portuguesa. O Brasil foi uma colônia de exploração que servia aos interesses da coroa portuguesa, os lusos espoliavam totalmente as riquezas brasileiras visando seus interesses privados. O patrimonialismo português se caracterizou pelo fato dos lusos terem proibido totalmente a construção de escolas e universidades no Brasil. Os brasileiros mais abastados iam estudar nas províncias europeias, enquanto os demais brasileiros ficavam a mercê da desigualdade que se instalava no país.
Mesmo com a revolução industrial, o Brasil jamais conseguiu fazer a separação do público e do privado na administração pública . E assim sempre seguiu o nosso patrimonialismo em todos os períodos históricos do nosso país.


E assim caminha a humanidade.

Imagem : Blog do Mesquita.

O Estado e o patrimonialismo brasileiro – Blog do Mesquita

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