quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A necessária renovação no Partido dos Trabalhadores.

 Menos de 48 horas depois de as urnas revelarem a fragorosa derrota do PT para siglas de direita, centro-direita, centro-esquerda e esquerda também, expoentes do partido vieram a público dizer em alto e bom som o que há tempos já sussurravam nas coxias.

"O Lula já deu muito para o partido. É hora de abrir espaço", disse Alberto Cantalice, do diretório nacional do PT.

O senador Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, foi mais claro: "A gente não pode ficar refém. Eu sou amigo irmão do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido".

Há 40 anos, o PT não dá um passo sem a bênção de seu caudilho. Nenhuma aliança vinga sem a aprovação do ex-presidente. Toda estratégia emana da sua voz.

Nas eleições municipais, partiu de Lula o comando para a sigla lançar o maior número de candidatos no país, em vez de apoiar outras legendas em cidades estratégicas onde as chances da esquerda eram boas. A presidente do PT, para quem Lula é destituído da característica da falibilidade, apenas executou o plano - que nada tinha de novo.

Entre vencer o adversário do campo oponente —mas no papel de coadjuvante— e correr o risco de perder — mas no figurino de líder da oposição—, o PT sempre preferiu o segundo caminho.

Entre abrir espaço para o crescimento de novos nomes, e fortalecer o partido e a esquerda, e manter o seu como única opção, mesmo com prejuízo do partido e da esquerda, Lula sempre escolheu ficar ao lado dele mesmo. Foi assim quando "queimou" Eduardo Suplicy em 2002, depois que o então senador ousou disputar prévias internas com ele. Foi assim quando aplicou mais de uma rasteira em Ciro Gomes, o ex-aliado do PDT a quem prometera dar as mãos. Foi assim com Jaques Wagner, por ele preterido para as eleições de 2018, e foi assim com Fernando Haddad, cuja oficialização da candidatura naquele ano Lula só liberou a 20 dias das eleições -- muito tempo depois de até as paredes da cela que o..que o abrigavam na Polícia Federal estarem conformadas com a impossibilidade legal de ele disputar o pleito.

Agora, diante da pior surra eleitoral da sua história, o PT planeja oferecer a cabeça de sua presidente num ritual de sacrifício destinado a preservar, ao menos simbolicamente, a do artífice da derrota.

A cabeça de Gleisi não vale uma missa.

Mas talvez seja tarde demais para cortar a de Lula.

Há 40 anos, o PT é refém do ex-presidente.

Agora, como disse Wagner, quer se libertar dessa prisão.

A questão é o que sobrará do partido se conseguir. O relato é da jornalista Thaís Oyama, no Portal UOL, na manhã desta quarta feira (02).


Á você que está me lendo eu digo : O PT fez um governo Social Democrata á frente da Presidência de República. O governo Lula teve como marcos a introdução de programas sociais, como o Bolsa Família e o Fome Zero, ambos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas como os programas que possibilitaram a saída do país do mapa da fome. Durante seus dois mandatos, empreendeu reformas e mudanças radicais que produziram transformações sociais e econômicas no Brasil, que triplicou seu PIB per capita e alcançou o grau de investimento. 
Os acertos sociais e econômicos são inegáveis. Mas, entretanto, também são inegáveis, os escândalos envolvendo figurões petistas nos últimos anos. O PT padece do mesmo mal dos grandes partidos brasileiros. A falta de autocritica. O PT elegeu 183 prefeitos, e 2665 vereadores nas eleições municipais desse ano.
O Partido dos Trabalhadores precisa de uma renovação nas suas lideranças. Os velhos figurões, alimentam o antipetismo em parte da população brasileira. Os escândalos de caciques petistas, também contaminaram junto todo o campo da esquerda. A necessidade de oxigenação bate a porta do Partido dos Trabalhadores. A oxigenação nas suas lideranças, pode ser o começo para se libertar das amarras do antipetismo, que foi o um fardo insuportável para o ex prefeito Fernando Haddad nas eleições presidenciais em 2018.
Cortar na própria carne, é uma questão de sobrevivência política. Um partido Social Democrata como o PT, não pode ficar refém dos figurões encrencados com a justiça. Renovar é preciso. Cortar na própria carne, é algo indispensável nas atuais circunstancias.

E assim caminha a humanidade.


Imagem : Site Oficial do Partido dos Trabalhadores.


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