Com a avaliação dos próprios governistas de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teve um desempenho sofrível no seu depoimento no Senado, a articulação política do Palácio do Planalto agora trabalha para retirar assinaturas e com isso impedir a instalação da CPI da Covid.
Segundo um integrante do governo, a estratégia é tirar de quatro a cinco assinaturas do requerimento para a CPI, referendado por 30 senadores. O argumento oficial é que em momento de pandemia, será preciso focar na pauta econômica para não paralisar o país.
“Temos um Orçamento que ainda não foi votado. Será preciso focar na agenda de reformas. Não há ambiente para CPI nesse momento”, disse ao blog o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
Há o reconhecimento no Senado de que o depoimento de Pazuello acabou tendo efeito contrário, pressionando ainda mais pela instalação da CPI. A tática inicial do governo era que o ministro pudesse dar explicações convincentes para esvaziar a oposição.
“Agora, vai depender muito mais dos 'encantos do governo' do que do depoimento. Foi uma mistura de mentiras, omissões e promessas”, disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Segundo o senador Randofe Rodrigues (Rede-AP), há um compromisso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de ler o requerimento logo depois do Carnaval.
“Ele me confirmou que na quinta [18], após o feriado, vai ler o requerimento. Se a estratégia do governo era desarticular a CPI com a vinda do ministro, o meu sentimento é que eles fracassaram. Como diria Churchill: 'Entregou a honra para impedir a guerra, perderá a honra e ainda terá a guerra’”, disse Randolfe.
O senador Humberto Costa (PT-PE) reforçou: “Se as exigências regimentais estiverem cumpridas, o presidente Rodrigo Pacheco tem que pedir os nomes aos partidos e instalar a CPI”. A informação é do jornalista Gerson Camarotti, no seu blog, no Portal G1 da Rede Globo, na manhã sexta feira (12).
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