A mulher denunciada por vizinhos após escrever ofensas racistas em Santos, no litoral de São Paulo, contra moradores do condomínio em que vive, fez uma nova colagem em sua porta contra uma moradora. O novo bilhete, fixado novamente na entrada do apartamento da nutricionista de 56 anos, foi obtido pelo G1 nesta segunda-feira (10). A investigada já chegou a ser presa acusada de ameaçar vizinhas e praticar injúrias raciais, mas, foi solta na audiência de custódia.
A nova colagem da mulher se refere a uma de suas vizinhas, também já ofendida em outras ocasiões, como "preta retinta", "porca" e "maloqueira", além de outros xingamentos de baixo calão.
Ela já havia colado papéis na porta de seu apartamento anteriormente, em que se referia aos negros como pessoas de "espírito imundo" e "escória da sociedade". Na data, foi registrado boletim de ocorrência contra ela por ameaça, injúria e difamação no 7º DP de Santos.
Além disso, no dia 5 de maio, ela chegou a ser presa. A prisão ocorreu também por ela ofender com palavras de cunho racista suas vizinhas e tentar agredi-las, mas a mulher foi solta em audiência de custódia. Mesmo após a repercussão do caso e registro do ocorrido na polícia por parte de moradores do condomínio, a nutricionista retomou os ataques racistas neste domingo (9), segundo informou o zelador Arilton Souza de Carvalho ao G1.
O zelador contou que este último ataque ainda não foi registrado na delegacia, mas a reportagem apurou que a vizinha a qual a nutricionista se refere no novo bilhete já está procurando apoio jurídico após o ocorrido.
O delegado responsável pelo caso, Jorge Álvaro Gonçalves Cruz, afirmou que todos os crimes registrados pela Polícia Civil serão consignados no relatório final do Inquérito Policial (IP) já em curso, para análise do juiz e do Ministério Público (MP).
De acordo com o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima. Já o crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989, é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial, privado, etc.
Na madrugada da última quarta-feira (5), moradoras do condomínio chamaram a polícia e registraram também boletim de ocorrência por injúria racial, dano e ameaça contra a suspeita, no 7º DP de Santos. Na ocasião, ela foi presa em flagrante, mas, foi solta na audiência de custódia.
Na data, uma das vizinhas dela relatou que a nutricionista havia colado em sua porta, assim como na de um outro vizinho papéis com dizeres como "negra vaga*****", "porca", e ainda que "negro quando não faz na entrada faz na saída". As ofensas, além de coladas nas portas das vítimas, conforme relataram à polícia, também estavam espalhados na área comum do condomínio.
Segundo relataram as moradoras no registro da ocorrência, ela teria ainda ameaçado matar duas vizinhas com uma barra de ferro. Segundo as vítimas, a mulher costuma atirar garrafas nos corredores e já as ameaçou de morte.
Em entrevista ao G1, o zelador afirmou que sofre ataques com frequência por parte da nutricionista no condomínio, localizado no bairro José Menino. Ele registrou boletim de ocorrência contra ela no fim de 2020, devido a uma agressão que sofreu por parte da investigada, e por ouvir em outras ocasiões xingamentos como "negro", "marginal" e "preto encardido".
Ele também relatou que em março deste ano, quando tirava o lixo do condomínio, foi ofendido mais uma vez com palavras de cunho racista. "Nesse dia, após me ofender, ela subiu até o apartamento dela e pegou uma garrafa e voltou para ver onde eu estava. Como a moça da portaria disse que não sabia onde eu estava, ela [nutricionista] a xingou e jogou a garrafa no vidro de onde fica a portaria. Foi registrado outro boletim contra ela na ocasião, por injúria e lesão corporal", disse.
O G1 não conseguiu localizar a suspeita até a última atualização desta reportagem. A informação é do Portal G1 da Rede Globo, na manhã desta segunda feira ( 10).
Á você que está me lendo eu digo :O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos
Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.
O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos…".
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes, de acordo com uma das aulas de conceito histórico , que eu tive durante o quarto e ultimo ano do curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora , doutora e socióloga Lilian de Lucca Torres.
Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.
No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.
No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia social", simplesmente pelo fato de ser negro.
A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.
O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo o final do período da escravidão no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.
O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.
A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil. de acordo com uma das aulas de conceito histórico que eu tive durante o quarto e ultimo no do curso de Jornalismo na FIAAM FAAM, com a professora , socióloga e doutora Lilian de Lucca Torres.
E assim caminha a humanidade.
Imagens : Portal G1 da Rede Globo.
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