sábado, 9 de julho de 2022

O preconceito de marca no Brasil .

 A comerciante Rosinete Santos Menezes, de 59 anos, e a filha dela, Aline Menezes da Cunha, de 27 anos, denunciaram que sofreram racismo em uma unidade da rede Fran’s Café localizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na Zona Sul da capital, em 14 de junho .

As vítimas registraram um boletim de ocorrência por racismo contra o estabelecimento no 36º Departamento Policial da Vila Mariana, na Zona Sul. O documento foi encaminhado ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), divisão da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Procurada pelo g1 para falar sobre o assunto, a rede de cafeterias Fran’s Café assumiu a falha no atendimento. No entanto, afirmou que o problema estaria associado à greve geral de ônibus que ocorreu em São Paulo no dia da ocorrência.

Em nota, a Alesp informou considerar a ocorrência 'inadmissível'. A Casa também disse que já acionou a empresa, concessionária do espaço, "para as devidas providências".

'Nos olhou com desprezo e foi embora porque éramos negras'

As mulheres contaram que, no mesmo dia, tinham participado de uma reunião com o deputado estadual Coronel Telhada (PP) e, após o encontro, por volta de 16h, foram até a cafeteria acompanhadas por um assessor do parlamentar.

No local, Rosinete e a filha fizeram o pedido de dois almoços e dois refrigerantes, que foram pagos pelo assessor, e, antes de retornar ao gabinete, ele indicou ao funcionário do estabelecimento as pessoas que aguardavam as refeições que haviam sido pagas.

As vítimas dizem que esperaram por cerca de 45 minutos e não receberam os pedidos. Elas dizem que a mesa em que estavam sentadas nem chegou a ser limpa e, enquanto isso, outras pessoas que estavam no café eram atendidas normalmente.

Rosinete ressaltou ainda que os almoços que elas tinham pedido - dois estrogonofes de frango - foram servidos para outras clientes, que informaram ao funcionário que não tinham pedido as refeições, mas o atendente insistiu que já estavam pagas e que eram delas.

“Quarenta minutos depois, quando ele veio servir o café na mesa do lado direito da nossa, eu toquei nele e falei que ele tinha cometido uma gafe enorme. Ele nos olhou com desprezo e foi embora porque éramos negras, de tez escura”, afirmou Rosinete, em depoimento.

A vítima disse que retornou ao gabinete do deputado para falar sobre o ocorrido com o assessor parlamentar que havia pago pelo almoço. Eles foram novamente até a cafeteria e conversaram com o gerente, que entregou as refeições para as duas.

“Perguntei o porquê de ele conseguir atender as clientes brancas, mas não conseguir atender minha filha e eu, que somos de pele negra. Ficamos invisíveis para ele. Duas negras no meio de tantas pessoas brancas, e ele não conseguiu enxergar”, afirmou Rosinete.

De acordo com o relato no boletim de ocorrência, o gerente do Fran’s Café, ao ser questionado pelo assessor parlamentar, disse que teria havido um equívoco. O atendente, também abordado, em um primeiro momento ficou em silêncio, mas depois também disse ter se equivocado.

O caso também foi levado para a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais da Alesp e entregue para a deputada Erica Malunguinho (PSOL) e o deputado Emidio de Souza (PT).

Na segunda (4), Malunguinho entregou um ofício à Alesp e ao presidente da Casa requerendo informações sobre as providências que serão tomadas para a responsabilização do estabelecimento.

O que diz o Fran’s Café

"Sobre ocorrido no último dia 14 de junho, na unidade do Fran´s Café da Alesp, a rede, após ler atentamente a reportagem e pedir informações detalhadas ao franqueado e aos funcionários envolvidos, faz questão de esclarecer os fatos.

A falha de atendimento realmente ocorreu, mas apenas e exclusivamente em função de, na data em questão, a cidade enfrentar uma greve geral de ônibus, o que fez com que a loja trabalhasse com um grande movimento, mas com o atendimento profundamente afetado, com mais de 50% da equipe ausente.

Assim como a falha de atendimento relatada, que, repetimos, de fato ocorreu, outras tantas também aconteceram, mas apenas e tão somente causados pela falta da equipe completa, JAMAIS por qualquer outro motivo, conforme relatado no momento pelo gerente da casa, sr. Marcelo.

Foram pedidas inúmeras desculpas a diversos clientes, inclusive à reclamante em questão, que optou, dentro de seu direito, por não as aceitar.

A rede Fran´s Café completa 50 anos de atividades em 2022 e, nessas cinco décadas, uma de nossas principais características é manter ambientes democráticos e inclusivos, em qualquer uma de nossas unidades. Jamais compactuamos ou compactuaremos com comportamentos preconceituosos por parte de nossos franqueados ou colaboradores, sejam eles quais forem.

Por fim, reforçamos que estaremos atentos ao desenrolar dos fatos relatados e que reforçaremos, sempre, a importância do respeito no atendimento a TODOS os nossos clientes, como sempre aconteceu."

O que diz a Alesp

"A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo informa que, por se tratar de denúncia de crime, foi registrado um boletim de ocorrência e que o caso está sob apuração da Polícia Civil.

A Alesp considera inadmissível registros de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, e já acionou a empresa, concessionária do espaço, para as devidas providências

A Casa colabora com as investigações e, após a sua conclusão pelas autoridades policiais, poderá tomar eventuais medidas administrativas." A informação é do Portal G1 da Rede Globo. 















Á você que está me lendo eu digo : O movimento negro no Brasil corresponde a uma série de movimentos realizados por pessoas que lutam contra o racismo e por direitos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo, diz que "todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros perpassam toda a história do Brasil. Contudo, até a abolição da escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter específico, posto que seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Visto que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas também do próprio Estado e seus agentes.
Depois da abolição da escravatura o movimento negro continuou em suas ações reivindicatórias, sempre enfrentando resistências, repúdio e incompreensão de vários setores da sociedade, ocorrendo fases de avanço e outras de recuo. , de acordo com uma das aulas de conceito histórico  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Comunicação Social  na FIAAM FAAM, com a professora, doutora  e socióloga Lilian Torres.
O racismo no Brasil tem sido um grande problema desde a era colonial e escravocrata, imposto pelos colonizadores portugueses. Uma pesquisa publicada em 2011 indica que 63,7% dos brasileiros consideram que a raça interfere na qualidade de vida dos cidadãos
Com a chegada dos escravos africanos, a sociedade brasileira dividiu-se em duas porções desiguais, semelhante a um sistema de castas, formada por uma parte branca e livre e outra parte negra e escrava. Mesmo os negros livres não eram considerados cidadãos. O racismo no Brasil colonial não era apenas sistêmico, vez que também tinha base legal. Para ocupar serviços públicos da Coroa, da municipalidade, do judiciário, nas igrejas e nas ordens religiosas era necessário comprovar a "pureza de sangue", ou seja, apenas se admitiam brancos, banindo negros e mulatos, "dentro dos quatro graus em que o mulatismo é impedimento". Era exigida a comprovação da "brancura" dos candidatos a cargos.
Basicamente leitor (a),existem dois tipos de discriminação racial, o preconceito de marca e o preconceito de origem.
O Preconceito de marca é aquele que se relaciona ao fato de outros indivíduos não aceitarem aquela pessoa, tendo relação com o aspecto da cor da pele, se parece muito com as agressões á pessoas obesas, observadas como “diferentes”.
O preconceito de origem se aplica um grupo que descende de negros, como por exemplo, os negros  e seus descendentes sofrem com o preconceito e os nordestinos e seus descendentes sofrem com a xenofobia. Ou seja, o preconceito de origem se aplica basicamente como xenofobia.
No Brasil o preconceito de marca é praticado há séculos, e esse tipo de preconceito racial ficou mais forte no nosso país, pelo conceito de “hierarquia social” que se estabeleceu após o fim da escravidão.
No conceito de “hierarquia social", existe o conceito de “branqueamento", sendo assim, o negro primeiro é discriminando por não ter o diploma superior. Entretanto, quando consegue, acaba sofrendo pelo conceito típico da “hierarquia sócial”,simplesmente pelo fato de ser negro.
A origem do preconceito de marca no Brasil se deu com o inicio da escravidão, quando os primeiros navios negreiros começaram a trazer negros  da África para serem comercializados no Brasil. Durante o período da escravidão, os negros eram tratados como “diferentes", devido a cor da sua pele, podemos dizer      que na época da escravidão, com os primeiros navios negreiros, começava a ser implantados o conceito da “hierarquia social” no Brasil.
O conceito da “hierarquia social” ficou ainda mais forte com os negros escravos trancados em senzalas, sendo impedidos de comer a mesma comida dos seus senhores. Mesmo  o final do período da escravidão  no Brasil com a lei áurea, não libertou os negros da “hierarquia social", o conceito mais perverso da escravidão.
O final do período da escravidão no Brasil acabou coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial, os negros libertos já sofriam os primeiros conceitos da “hierarquia social”, pois no tempo em que eram escravos, não tiveram qualquer acesso á educação, e depois de libertos, não estavam preparados para a era da grande industrialização, então podemos dizer que a herança dos negros nos dias atuais começou naquele tempo.
A herança que a população negra no Brasil carrega é extremamente cruel, primeiro o negro é discriminando por não ter o diploma superior como os brancos. Mas, no entanto, quando finalmente obtém o diploma universitário, os negros sofrem com a discriminação, simplesmente por serem negros, esse é o preconceito de marca, praticado há séculos e que persiste até hoje no Brasil. de acordo com uma das aulas de conceito histórico  para horas de atividades complementares, que eu tive durante o curso de Comunicação Social  na FIAAM FAAM, com a professora. doutora  e socióloga Lilian Torres.

E assim caminha a humanidade. 

Imagem : Portal G1 da Rede Globo. 





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