sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Os litígios da esquerda no Brasil.

 SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O PSOL está preparando uma agenda com 12 pontos que deverão ser levados à discussão programática com o PT. O tema será tratado na primeira reunião da executiva nacional da legenda deste ano, marcada para esta sexta-feira (11).

Em um congresso realizado em setembro passado, o PSOL definiu por 56% a 44% que iria apoiar a campanha do ex-presidente Lula (PT) e não iria lançar candidato próprio ao Planalto. Essa decisão ainda deve ser confirmada em uma conferência da legenda prevista para abril.

A condição para o apoio do PSOL era justamente que o PT adotasse um programa de governo que contemplasse a esquerda. Nesta sexta-feira, serão levantados os temas que deverão ser levados à mesa de discussões com o PT em busca da construção de unidade.

Os três principais eixos que deverão ser defendidos pelo PSOL são a revisão do teto de gastos e de reformas promulgadas nos governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL); políticas ambientais, entre elas a transição energética e o desmatamento zero; e a implementação de uma reforma tributária.

Membros do partido pregam a taxação de bilionários com o objetivo de financiar um programa de transferência de renda.

Apesar de o PSOL se declarar contra a formação de uma chapa entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje sem partido), líderes da legenda admitem que o apoio ao petista deve ser mantido de qualquer forma.

Outra questão que será tratada na reunião é a viabilidade da formação de uma federação com a Rede. Segundo integrantes do PSOL, havia a expectativa de o aval para a aliança já ser estabelecido no encontro, no entanto, divisões na sigla devem adiar essa decisão.

Parte do PSOL vê a federação como uma forma de reposicionar o partido, de maneira forçada, mais para o centro. O senador Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP), que é um dos articuladores da aliança, defende a chapa Lula-Alckmin.

Com a chegada da Rede, a ala minoritária do PSOL, que ainda prega uma candidatura própria ao Planalto, tende a perder mais força ainda -e os que defendem uma frente amplíssima ganham aliados de peso.

A previsão é que o PSOL encerre a discussão interna sobre a federação na reunião do diretório nacional da legenda, que deverá ser realizada nos próximos 15 dias.

A definição do programa a ser levado ao PT é minimizada por parlamentares críticos do apoio do partido a Lula --a avaliação é a de que se trata de um jogo de cena e que a aliança com o petista ocorrerá mesmo sem seu compromisso de levar tais pautas adiante.

Parte dos pontos aventados pelo PSOL já foram, inclusive, propostos dentro do PT, como a revisão da reforma trabalhista. Os psolistas apostam que Lula vai se comprometer a abrir um diálogo sobre o programa, mas sem espantar a centro-direita.

Outros temas que também deverão constar na agenda são a política de valorização do salário mínimo e o preço dos combustíveis. Ainda não há consenso se serão incluídas questões que reforcem políticas antirracistas e feministas.

A partir da aprovação dessa agenda, o PSOL quer estabelecer uma comissão que será responsável por realizar os diálogos com o PT. Juliano Medeiros, presidente da legenda, deve participar dessa composição.

O PSOL também pretende discutir esses pontos com outras legendas e representantes da sociedade civil, entre eles intelectuais, artistas e ONGs.

À Folha de S.Paulo Medeiros afirma que a proposta é fazer um acordo público entre sociedade e partidos na defesa dessas questões. "Queremos disputar o programa e estabelecer outros padrões de governabilidade", diz.

Entre representantes do PSOL, há um clima de otimismo de que essas propostas poderão ser incorporadas pelo PT.

Já o impasse em torno da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, com a esquerda dividida entre as candidaturas de Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), não é um item previsto para o encontro, de acordo com membros do partido -o próprio Boulos não participará da reunião.

A expectativa é que a questão seja tratada mais adiante, quando houver mais clareza sobre viabilidade eleitoral dos nomes colocados e a construção de coligações.

No último domingo (6), Boulos se reuniu com França. Segundo a Folha apurou, foi um encontro informal a respeito da conjuntura política. Os dois reforçaram que suas candidaturas estão mantidas.

Na semana passada, o líder sem-teto se reuniu com Lula. O tema da conversa foi o apoio do PSOL à candidatura do petista ao Planalto, segundo participantes.

Em entrevista à Rádio Clube Recife, nesta quarta (9), Lula voltou a defender o nome de Haddad e pediu "compreensão" ao PSB e ao PSOL.

"Eu trabalho com a ideia de que o Haddad vai ser o governador de São Paulo. O Haddad está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá compreensão do PSB e de outros partidos políticos, do companheiro do PSOL, e, em algum momento, vamos poder anunciar [Haddad como candidato ao governo paulista]", disse Lula.

No mesmo dia do encontro entre Boulos e Lula, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que prega uma candidatura própria do partido ao Planalto, também abordou o tema em suas redes sociais.

"Eu me mantenho firme, à disposição de camaradas que me indicaram para debater o nosso programa, até o momento que acharem necessário", disse.

Na opinião do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), a reunião da executiva dará linhas gerais sobre um programa, mas nada definitivo. "Em tese tem uma negociação pela frente. São pontos que o partido quer ver viabilizados pela vitória de Lula", diz à Folha.

Valente ressalta que o objetivo do PSOL é derrotar Bolsonaro e, ao se unir a Lula, pressionar por "um governo que seja progressista e democrático". "Definir uma agenda democrática e popular é o papel do PSOL", completa.

Valente lembra que, entre as ideias de programa discutidas pelo PSOL, há propostas menos palatáveis para a candidatura do petista, que acena para o centro. Por exemplo, a garantia de não privatização dos Correios, a taxação de lucros e dividendos e a regulação da mídia.

"O PT já conhece as nossas posições, não é novidade. Vamos reafirmá-las. O que o governo [Lula, se eleito] vai fazer depois vai depender da correlação de forças. E tem que ser feito com habilidade política", completa. A informação é do Jornal Folha de São Paulo.






Á você que está me lendo eu digo : Centro-esquerda é um termo político utilizado para descrever indivíduos, partidos políticos ou organizações que se encontram entre o centro e a esquerda no espectro ideológico, dentro do conceito da existência de uma Esquerda e Direita, com foco na promoção da justiça social dentro do establishment. 
No espectro político, a esquerda se caracteriza pela defesa de uma maior igualdade social. Normalmente, envolve uma preocupação com os cidadãos que são considerados em desvantagem em relação aos outros e uma suposição de que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas.
A extrema esquerda é a politica mais esquerda do que a Social Democracia da esquerda padrão. A extrema esquerda prega a abolição do sistema capitalista e da alta classe dominante.
A Social Democracia é uma ideologia institucional, que apoia reformas econômicas no estado vigente, visando promover uma justiça social dentro de um sistema de mercado. A Social Democracia é uma política de centro e centro esquerda no espectro político, que envolve um estado de bem estar coletivo, incluindo sindicatos e regulamentação econômica, promovendo uma política de bem estar coletivo e uma democracia representativa. A Social Democracia é uma corrente originalmente  de centro esquerda, que não atenta contra as instituições democráticas. A Social Democracia Institucional é o espectro politico base dos partidos de centro esquerda e  esquerda no Brasil. Os Sociais Democratas, na sua essência, são totalmente contrários aos radicalismos políticos, que ameacem a ordem democrática institucional com ideologias autoritárias contra o estado de direito.
Na ultimas eleição municipal em 2020, os partidos de esquerda, mostraram sua força nas eleições legislativas. O PDT elegeu 3441 vereadores. O PSB elegeu 3029 vereadores. O PT elegeu 2665 vereadores. 
O PT tem uma bancada de 85 deputados estaduais e 53 deputados federais. O PDT te uma bancada de 52 deputados estaduais. O PSB possui uma bancada de 70 deputados estaduais.
O PSOL foi fundado em 06 de Junho de 2004, após a expulsão dos parlamentares Heloisa Helena , João Fontes, e Luciana Genro do PT. O PT varia entre a Social Democracia de centro esquerda á um campo social liberal de uma esquerda tradicional, por exemplo.
O PSOL cresceu nas eleições municipais em 2020. O partido elegeu uma bancada de 89 vereadores na ultima eleição municipal. A Rede Sustentabilidade, que também mostra sua força no campo da esquerda, elegeu uma bancada de 144 vereadores nas eleições municipais em 2020.
Em uma federação partidária, dois ou mais partidos políticos, poderão se reunir em uma federação. Após a constituição de uma federação partidária e o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a federação atuaria como se fosse uma única agremiação partidária.
A federação partidária teria uma abrangência de nível nacional e seria registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora tenham força no campo legislativo, os partidos de esquerda tem litígios a serem resolvidos para 2022.
A federação partidária entre os partidos de esquerda, se torna inviável, devidos ao fato de que os partidos do campo progressista tem visões diferentes de pais. 
As visões distintas de pais entre os partidos de esquerda, fragmenta ainda mais o campo progressista para as eleições em 2022. Contudo, na política, os cálculos e as vertentes podem mudar a todo instante. Aguardemos os próximos capítulos.

E assim caminha a humanidade.

Imagem : Site Política por Elas.





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